Criança Perdida escrita por Lu Rosa


Capítulo 11
Capitulo Onze




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Onze

Rose Tyler olhava para a jovem sem acreditar. Por um segundo ela pensou no bebê que estava em seu berço dormindo placidamente. Mas era o Doutor que estava ali na sua frente. A TARDIS estava ali, então tudo era possível. Até essa moça olhar para ela e dizer que era a sua filha. Então ela começou a ver os detalhes. A boca de lábios cheios, o leve inclinar da cabeça e como ela estreitava os olhos enquanto ouvia as palavras do Doutor.

– E então como agradecimento, a Proclamação das Sombras nos permitiu passar pela fenda para que Alexia viesse vê-los. – o Doutor se atrapalhou na sentença.

Rose se aproximou de seu marido.

– Rose, ela é parecida com você. A mesma boca, os mesmos olhos.

– Dizem que sou parecida com minha mãe, mas tenho o gênio de meu pai. – Alexia declarou sorrindo, olhando para John Smith.

– Há! Olhe os olhos – John estava encantado. – O mesmo fogo, a mesma paixão. Com certeza é nossa filha, Rose! É a nossa Alexia. – ele a puxou para um abraço.

Rose ainda hesitou um pouco, mas lembrou-se de quando voltara no tempo para conhecer o seu pai. Ele havia morrido quando ela ainda era um bebê. Será que... Será que a história se repetira?

Ela se adiantou e a olhou atentamente. No mesmo momento abraçou Alexia o mais forte que pode. Aquela era sua filha! Sua filha que não tivera tempo de ver crescer, ela tinha certeza disso. Sua experiência como viajante do tempo lhe dizia isso. Lagrimas corriam de seus olhos enquanto seu coração batia em uníssono com o de Alexia.

– Minha mãe. Minha mamãe. – a moça repetia abraçada a ela. – Eu quero agradecer a vocês. Vocês me deram a vida. Eu estou viva hoje graças a vocês.

– É maravilhoso ver a mulher que você se tornou. Um dia o Doutor me disse que ele só levava os melhores. É uma felicidade ver que você é companheira dele.

– Não poderia ser diferente, Rose. – ele olhou para Alexia – ela é incrível.

Os dois trocaram olhares que não passou despercebidos a Rose e John.

John Smith soltou Alexia e Rose levou para um banco do jardim. O Doutor não interferiu. Sabia que mãe e filha precisavam desses momentos a sós pelo bem da própria Alexia.

– Alexia, - começou Rose – sou sua mãe e gostaria que você me ouvisse. Eu sei, e Deus, como eu sei, como uma relação com o Doutor pode ser intensa. Ele está tão diferente... Quando nos separamos em definitivo, ele me deu o seu pai para ser o meu companheiro. Caso contrário eu estaria sozinha até hoje. Por que ninguém é como ele, e isso você vai descobrir. Se é que já não aconteceu. Mas igual a mim e tantas outras antes de mim, você vai ficar para trás. O Doutor não gosta de finais e ele vai sempre continuar em frente, sozinho. E você não verá nenhum outro como vê a ele. Tenha sempre isso em mente.

Alexia ouviu o discurso em silêncio. Sua mãe estava errada. Totalmente errada. Havia sim algo entre ela e o Doutor. Talvez um carinho ou uma atração física muito forte. Mas amor? Rose estava errada.

– Mamãe... Fique tranqüila. Nunca poderá haver nada entre o Doutor e eu.

Rose balançou a cabeça dando um sorriso triste. Até as palavras eram as mesmas que ela dissera a sua mãe Jackie há tanto tempo atrás.

Um sinal sonoro como um gongo começou a soar e as duas levantaram-se ao mesmo tempo.

O Doutor veio correndo e pegou Alexia pela mão.

– Temos que ir. O tempo da fenda está se esgotando. Se não formos agora ficaremos presos.

Alexia e Rose se entreolharam. Não haveria tempo para despedidas longas. Rose tirou um cordão do pescoço e o colocou em Alexia.

– Isto é para você. Pelos anos que virão. Para você nunca esquecer-se de nós.

As duas se abraçaram e John Smith reuniu-se às duas.

– Lembre-se filhinha. Estaremos sempre aqui e aqui com você – ele tocou o coração e a têmpora da moça.

– Sempre. – disse a moça emocionada.

– Vamos, Alexia – o Doutor a chamou.

Os dois correram para a TARDIS e a nave sem demora desmaterializou-se na frente do casal.

John e Rose ainda ficaram por algum tempo olhando para o vazio que a nave deixara. Depois juntos entraram na casa. Afinal, a vida continuava. E eles tinham muito que contar para Alexia sobre um homem louco em sua caixa azul.


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