Inesperada Interação escrita por Kaline Bogard


Capítulo 1
Parte 01 de 02


Notas iniciais do capítulo

Importante. Essa é uma UA, com Alpha!Derek e Omega!Stiles, MAS com #TodosHumanos.

Como? Leia e descubra >)

Dedicado a Bruna Uzumaki, por que nós nos conhecemos em outro fandom, mas o Destino trama e acabamos nos reencontrando nos caminhos da vida. Nem sei se ela vai ler isso ou gosta de UA ou, especificamente, deste tipo de UA. Mas foi feito de coração. Obrigada por dar suporte às minhas fanfics, você é muito gata!

So, boa leitura! Não foi revisada, possíveis erros são minha culpa, mas o advogado me orientou a negar até a morte xD

Enjoy.



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Inesperada Interação

Kaline Bogard

Parte 01 de 02

Derek Hale terminou de esfregar as mãos sujas de graxa com o pequeno trapo encardido e o jogou no chão. Deixou os olhos verdes analisarem bem a Ducati Diavel, satisfeito com o resultado.

Acabara de limpar o motor. O próximo passo era polir a lataria vermelha, deixando-a ainda mais brilhante. Aquele veículo era seu orgulho, tinha tanto cuidado com a motocicleta quanto teria com um membro de sua família. Okay, aquilo era exagero. Mas o rapaz realmente gostava da moto de primeira linha.

Inclinou-se para pegar uma garrafa de whisky que já ia para menos da metade. Não bebera tudo no momento, tinha dado algumas goladas apenas, para acompanhar o clima quente da noite californiana. Um clima tão quente que o obrigara a tirar a camiseta branca e ficar apenas de calça jeans rasgada em algumas partes, deixando os músculos definidos e bem trabalhados a mostra.

No dia seguinte Derek planejava participar de um racha, apesar da prática ser ilegal, por isso precisava da Ducati em perfeitas condições. Não houvera tempo hábil durante o dia, com a correria da faculdade. Como alternativa restara passar parte da noite de sexta-feira colocando seu bebê em ordem.

Olhou em volta procurando a lata com o lustrador para polir a lataria. Viu uma lata vazia e aberta sobre uma das prateleiras. Com uma careta a pegou e jogou no latão de lixo. Sorte que tinha uma reserva. Nesse caso, teria que olhar no porão, onde Derek escondia suas coisas, para que ninguém mexesse. Os outros moradores da mansão evitavam o porão: lugar mais bagunçado de todos. Um ótimo esconderijo.

Pegou apenas a garrafa e saiu da garagem, dando a volta na grande casa e entrando pela cozinha. A via de acesso ao porão ficava ali. Mal abriu a porta, acendeu a luz e desceu os poucos degraus. Derek já se arrependeu: a bagunça era enorme. Não compreendia como cabia tanta tranqueira por ali!

Respirou profundamente. Seu esconderijo secreto ficava mais ao fundo. Uma lata de cera para motos novinha em folha guardada dos outros moradores.

Colocou a garrafa de whisky sobre uma ilha de caixas de sapato e começou a fuçar em uma pilha de revistas velhas. Lembrava-se de ter guardado por ali.

Foi então que ouviu som de vozes exaltadas, em seguida passos apressados e um barulho alto, que pareceu muito com o de alguém caindo, principalmente pelo gemido que veio depois. A porta bateu e as vozes se foram.

Tudo o que restou foi o silêncio entrecortado por pequenos gemidos.

Curioso, Derek passou pela bagunça e foi ver o que estava acontecendo ali, sem esquecer de pegar a garrafa de bebida, claro. Para sua surpresa descobriu um rapaz desconhecido levantando-se do chão, onde aparentemente havia caído.

– Ei, está ferido? – soou preocupado de leve.

A pergunta fez o garoto dar um salto de susto e afastar-se para trás até bater as costas contra a parede. Os olhos castanhos arregalados de leve eram prova de que estava um tanto assustado. Apesar disso ergueu as duas mãos fortemente cerradas em punho, em uma posição estranha.

– Não se aproxime – ele falou estreitando os olhos de modo pouquíssimo ameaçador – Eu luto karate!

Derek apenas levou a garrafa aos lábios e deu um gole na bebida. Observou o desconhecido longamente. Ele vestia uma camisa xadrez aberta que exibia uma camiseta de algum super herói qualquer que Hale não reconheceu. Os cabelos escuros estavam arrumados em algo que deveria ser um topete. Apenas deveria. O rosto pálido era simpático, no fim das contas. Toda a situação, apesar de inusitada, divertiu Derek. A única coisa que não combinava era a marca avermelhada ao redor do olho esquerdo, como se ele tivesse levado um soco. Em pouco tempo aquilo estaria em um tom de roxo terrível.

– Essa é a posição do Louva-Deus? – Hale perguntou seriamente.

O menino pareceu surpreso ao ouvir a informação nova, mas logo se recuperou.

– Sim! Saiba que eu fui o primeiro da minha turma a dominar esse golpe. E eu luto desde os doze anos!

A afirmação fez com que Derek rolasse os olhos.

– Não existe essa posição no karate, garoto.

– Quem disse? – o outro indagou fazendo uma careta.

– Eu luto karate. Desde os oito anos – Hale divertiu-se secretamente vendo a postura defensiva se desmanchar, o garoto foi visivelmente pego no susto, tão rápido quanto seu rosto ficava levemente esverdeado.

– Okay, tudo bem. Se vai me bater, faça logo! Já levei um, posso sobreviver a outros! Mas mesmo que quebre as minhas pernas não posso fazer o que vocês querem!

Ops, informação demais. Derek balançou a cabeça, confuso. Resolveu se ater ao mais básico do básico.

– Como você se chama?

– Stiles – garoto respondeu após engolir em seco. Começou a alternar olhares entre o cara fortão e a porta, calculando suas chances de sair correndo e escapar ileso.

– Eu sou...

– Derek Hale. É. Eu sei quem você é – Stiles cortou a apresentação soando entediado. Hostilidade pingava de suas palavras, nas entrelinhas.

– Como sabe quem eu sou?

A pergunta de Derek traia sua curiosidade e surpresa. Não desconfiava que era assim tão popular para que garotos do estilo de Stiles pudessem reconhecê-lo.

Foi a vez do mais jovem rolar os olhos.

– Você é um maldito Alpha. Todo mundo nessa droga de lugar sabe quem são os Alphas... – resmungou a resposta olhando o mais velho de cima a baixo, analisando o corpo definido e a mostra.

– E você é um Omega...? – Hale arriscou o palpite óbvio. O garoto a sua frente era tão nerd que não poderia jamais ser um Beta. Por Deus, o menino levava canetas em seu bolso e elas não tinham escapado durante a queda. Só podia ser alguma técnica nerd. E ele não era um Alpha ou, é claro, Derek o reconheceria de volta.

Antes de responder Stiles ajeitou a camisa, esticando-a sobre o corpo.

– É. Eu sou um dos inteligentes. Mas não do tipo que seus amiguinhos estão querendo. Aqueles gêmeos idiotas!

A reclamação trouxe um pouco de luz a Derek. O tal Stiles só podia estar falando de Ethan e Aiden, os únicos gêmeos entre os Alphas.

A situação não deixava de ser divertida. Décadas e décadas de rivalidade entre Alphas e Omegas (e Derek nem sabia como isso começara) ficava evidente naquele encontro, pela postura defensiva do outro.

Compreendia por que ele se auto intitulara como um dos “inteligentes”. A grande maioria dos universitários que conseguia entrar para a Fraternidade Omega Capa Zeta, ou simplesmente Omega, era formada por nerds e esquisitos que vinham para a Beacon Hills University cursar TI ou Ciências da Computação ou Engenharia da Computação ou qualquer outra área considerada menos importante. Sim, aquele era um lugar extremamente preconceituoso.

Já os membros da Beta Delta Sigma, os Beta, recebiam estudantes dos cursos considerados intermediários. Basicamente alunos de Medicina Veterinária, Odontologia, Engenharias em geral, exceto a Engenharia da Computação, por motivos evidentes.

E por último, os Alpha Gama Pi, AKA Alpha, aceitavam apenas pessoas que se encaixassem em duas condições: estudantes de curso Top (inclua aí Medicina, Direito, Administração, Psicologia entre outros) e que tivessem uma conta bancaria familiar com pelo menos nove dígitos. Sem esses requisitos, não ganhava o ticket premiado.

Por isso Alphas eram a elite, os populares da faculdade. E os Omegas... bem, esses eram os esquisitões, versões mais velhas dos nerds do colegial.

– Olha, cara, na boa. Pode passar a noite toda me batendo que eu não vou poder ajudar vocês – levou a mão ao olho ferido, tocando de leve a pele machucada.

– O que os gêmeos querem que você faça? – Derek soou incomodado.

Stiles pareceu desconfiado com a pergunta. Mas a sinceridade de Derek era inquestionável. O garoto relaxou um pouco.

– Eles querem que eu invada o sistema da faculdade e roube o resultado da prova do professor Finstock – coçou a nuca – Mas eu não sou esse tipo de Omega. Eu não sou um hacker.

– Que curso você faz? – Hale deu um gole no whisky.

– Fisioterapia – informou com um sorriso orgulhoso. Diante da expressão surpresa de Derek, completou a informação – Vou seguir a área de esportes, me tornar fisioterapeuta da seleção de basquete e viajar o mundo todo.

Ouvir aquilo fez a expressão de Hale amenizar um pouco mais. Pelo visto o outro tinha tudo estruturado em sua mente.

– Eu não estou aqui para bater em você. Nem sabia dos planos daqueles dois e não me importo que roube ou não os resultados da prova.

O alivio do outro foi tão evidente que desconcertou Derek.

– Santo Deus, você não sabe como eu estava com medo de acabar com um nariz quebrado... já que não vai me bater, me dá um gole disso aí, cara. Eu totalmente preciso.

Derek franziu as sobrancelhas.

– Quantos anos você tem?

Na mesma hora o garoto emburrou.

– Dezenove. Quase vinte!

– Sem bebida para você – o Alpha decretou com firmeza, dando um longo gole no gargalo, de propósito para que Stiles visse como era bom.

– Idiota – Stiles resmungou chateado enquanto passava a mão pelo cabelo, discretamente tentando não mirar o corpo sarado do rapaz. Então olhou em volta e foi sentar-se nos degraus da escada – Espero que eles não me deixem aqui a noite toda...

Derek observou a figura desolada de seu novo companheiro de porão. Stiles parecia sentir muito, mas tinha motivos para isso. Viu o rapaz tocar o olho esquerdo e gemer de leve.

– Eles te trouxeram a força?

O garoto balançou a cabeça.

– Entraram na nossa fraternidade e bam! Eu dei azar de estar de bobeira por lá. Eles me ameaçaram, mas eu não sou capaz de invadir nem o sistema da biblioteca! Daí os dois me arrastaram para cá. Santo Deus, preciso por algo aqui por que está doendo pra valer.

A imagem partiu o coração de Derek Hale. Ele sentiu-se penalizado pela visão comovente de Stiles e decidiu que ajudaria o menino a sair daquela enrascada, mesmo que para isso precisasse “rosnar” para os companheiros de fraternidade.

– Vamos dar o fora daqui – foi dizendo enquanto seguia em direção a escada e começava a galgar os degraus – Não vou deixar que nada mais lhe aconteça. Não se preocupe.

Ao passar pelo outro notou como a face pálida era tingida com algumas pintas. Por algum motivo bizarro a imagem de um sorvete de flocos veio a mente de Derek e o Alpha salivou. Tratou de balançar a cabeça de leve, espantando o pensamento.

Tentou abrir a porta, mas foi em vão.

– Cara, desculpa acabar com a sua alegria – Stiles soou sem esperança – Eles trancaram a porta... só vou sair daqui quando aquela dupla de idiotas quiser...

Derek voltou-se para Stiles e sorriu pela primeira vez. Um sorriso arrogante e cheio de si, exibindo uma fileira de dentes brancos. Um sorriso perfeito. Desceu um degrau, tomando espaço.

– Garoto, eu sou um Alpha – ele ergueu a perna, acertando um golpe violento contra a fechadura, quebrando-a e abrindo a porta com a facilidade de quem parte um palito de fósforos. Sentiu-se intimamente satisfeito ao ver a expressão impressionada de Stiles – E luto karate.

Continua...


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Notas finais do capítulo

A segunda parte está digitada e programada para ser postada no dia... TADA! Não conto. Só Deus e eu sabemos quando virá... talvez amanhã... talvez mês que vem... *apanha* Okay, nada tão longe assim.

Essa é uma duoshot, então a próxima já é o final! Querem descobrir o combate épico (SQN) entre Alphas? Quer descobrir os paranauê reservados para este Alpha gostosão e o Omega meio nerd? Acompanhe-me em mais essa aventura!

Obrigada por ler e até mais!!

Ah, coloquei um link para a moto do Derek lá em cima! É um modelo bonito!!



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