A Vida Continua - Fase 02 escrita por Andye


Capítulo 25
Família


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, antes de tudo, NÃO ME MATEM. Vou explicar.
Com essa onda de Enem eu fiquei meio atordoada com tantas coisas para fazer e acabei me afastando um pouco aqui do Nyah! para me preparar um pouco para as provas, o que, aparentemente não deu muito certo. Faz anos que me formei, que não fazia uma prova, mas a verdade é essa: Me ausentei porque estou estudando para enem e concursos, mas agora deu uma aliviada já que hoje acabou uma delas.

Este é o nosso último capítulo da fase dois, e sim, eu vou agradecer a cada um de vocês queridos leitores que não desistiram de mim e de AVCII. Mas sem tristeza, estou com uma proposta em mente para a fase III e IV, e mesmo que não tenha previsão de postar antes de dezembro, saibam que há a promessa, e dessa vez, mais voltado a HarGin. Aguardem...

Agora, último capítulo da Fase II



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503053/chapter/25

..........

Rony abriu um dos olhos e manteve a cabeça ainda deitada sobre o travesseiro. Virou o rosto para o outro lado e viu que Hermione ressonava e dormia mais pesadamente que uma pedra. Sentiu uma felicidade tremenda em seu coração por estar ali novamente e sorriu levantando-se e colocando a chinela de dedos no pé.

Seguiu pelo corredor da casa no encalço do choro ritmado que ouvia. O corpo, nu da cintura para cima, ainda apresentava algumas escoriações ainda não saradas, mas não sentia mais dores. Abriu a porta do quarto e encontrou sua pequena bonequinha viva de cabelos vermelhos chorando desesperadamente. Aproximou-se e a segurou nos braços. Sorriu ao perceber que a menina se acalmara apenas com um toque.

Sentou-se na poltrona de frente ao berço e posicionou Rosa em seus braços, de forma que poderia olhar para ela facilmente. Realmente, ela era a sua cópia, e ele pedia que ela tivesse herdado a esperteza e inteligência da mãe.

―Então minha linda Rosa... Resolveu dar trabalho agora? ― A menina o olhava atentamente e ele sentia-se maravilhado - Sua mãe disse que você era um anjo de tão quieta. Agora resolveu agora mostrar a que veio ao mundo, eim...

“Mas por mim, pode chorar o quanto quiser, meu bem. Vou estar sempre aqui para te olhar, te pegar nos braços e te dar colo sempre que você precisar. É complicado saber que quase perdi você e sua mãe, e por duas vezes, mas agora tudo vai melhorar, eu te prometo.”

“E eu tenho certeza que você ficou esses dias quietinha para ajudar sua mamãe e sua vovó. Você sabia que as coisas estavam difíceis e quis ajudar, não é? E a forma de ajudar era deixar a sua mãe descansar, e por isso eu que vim te ver. Ela está dormindo tão pesado que parece uma pedra.”

Rony não havia percebido que estava sendo observado. Hermione, que havia acordado pouco depois que ele saiu, o olhava com lágrimas nos olhos, mas as lágrimas não eram de tristeza, eram lágrimas de alívio, de alegria e de realização.

Sua família estava unida novamente e agora ela tinha todos os motivos para comemorar a vida que ganhara de presente no dia em que conheceu Ronald Weasley. Era simplesmente mágico estar junto daquele homem e ser sua família era gratificante.

– E você sabia que eu te amo muito, não é? - ele continuou olhando a pequena Rosa - Tanto quanto eu amo a sua mãe, embora o amor seja um tanto que diferente... Mas você é o melhor presente que eu poderia ter ganhado em minha vida. E ganhar o melhor presente da mulher que mais amo no mundo é muito mais que perfeito...

― Assim a Rosa vai crescer mal acostumada com tanto paparico - Hermione se aproximou do marido sorrindo encantada.

― Você deveria estar dormindo, Hermione - o ruivo ralhou não muito convincente.

― Acordei com o choro dela - ela sentou-se no braço da poltrona colocando o braço envolta do corpo do marido.

― Ela é linda, não é? - ele falou olhando para a menina. Hermione a olhava também.

― Linda! Sua cópia em versão feminina - ela sorriu.

― Espero que tenha herdado ao menos sua inteligência.

― Não fale isso Rony, você é muito inteligente.

―Não chego ao seu rastro.

― Não seja bobo - ela sorriu ― E ela está cochilando. Quer que eu a coloque pra dormir?

― Não - ele respondeu olhando a menina que fechava os olhos ― Eu quero fazer isto. Preciso fazer isto.

― Tudo bem então - Hermione levantou-se dando um beijo na testa do marido, saindo em seguida.

Rony levantou-se e aproximou a menina de seu peito. Fez carinho na nuca dela e começou a balançar o corpo embalado em uma música que não tocava. Dançava carinhoso com a menina em seus braços e nunca poderia definir em palavras a emoção que sentiu ao ver que a filha dormia, colocando-a de volta em seu berço.

–--

Harry acordou sentindo o calor revigorante dos raios de sol. Sua ruiva não estava deitada ao seu lado, mas os dois frascos de poção que precisava tomar ao acordar estavam devidamente a postos no criado mudo ao lado da cama.

Sorriu lembrando-se de alguns momentos amargos. Pensou na infância difícil que tivera, do carinho e proteção que nunca recebeu. Pensou então que havia sido muito abençoado em sua vida, pois se não teve uma boa família e carinho quando criança, os recebeu de muito bom grado ao conhecer os Weasley, a família que havia adotado para si e que o haviam adotado também.

― Papaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiii! - o pequeno James correu após abrir a porta e, com alguma dificuldade devido a pouca altura, conseguiu subir na cama onde o pai ainda estava jogando-se em seu pescoço para um delicioso abraço em seguida.

Atrás dele vinha à ruiva dona de seus pensamentos. Os cabelos amarrados em um rabo de cavalo, a barriga acentuada em um vestido folgado de alças branco com listras azuis, uma bandeja trazida à moda trouxa e um sorriso enorme no rosto

― Vai com calma, James, ou você quebra o papai - Gina falou colocando a bandeja no criado mudo e sentando-se também na cama, ao lado do marido.

― To com saudade do papai, mamãe - o menino que tinha os cabelos começando a avermelhar falou enquanto agarrava-se ao pai.

― Também senti saudades, garotão - o pai respondeu bagunçando o cabelo do filho ― E o que você aprontou esses dias?

― Nada de mais, papai. Fiquei naquela casa estranha e não fiz muita coisa. Não tinha meus primos pra brincar e não podia sair, mas a vovó fez biscoitos muito gostosos.

― Que bom - o pai sorriu ― E cuidou direitinho da sua mãe e do seu irmão?

― Fiz o melhor que pude, papai. - o garoto respondeu parecendo mais adulto que a idade lhe cabia ser.

― Ele cuidou muito bem de nós - Gina comentou acariciando a cabeça do menino que estava sentado no colo do pai.

― E que tal tomarmos café? - Harry perguntou e o garoto se animou.

― Sim papai, eu fiz panquecas com a mamãe.

― Sério, James?

― Foi sim, papai. A mamãe me deixou mexer. E ela fez tudo sem varinha. O Monstro que não gostou, mas ficou todo animado quando a mamãe deixou ele lavar a louça.

― Trabalhando manualmente, amor?

― Sim - ela sorriu ― Quis fazer isso hoje. E você nem pense em fazer piadinhas da minha comida.

― Nem pensei nisso, amor. - ele sorriu animado.

― Como se sente? - a ruiva perguntou.

― Melhor, impossível. Na verdade, eu gostaria de voltar logo a trabalhar, mas...

― Não venha com ideias idiotas, Harry James Potter. Você está de licença e vai aproveitá-la até o último momento - a ruiva ralhou o marido que apenas sorriu.

― Tudo bem, minha senhora, sua palavra para mim é uma ordem - ele sorriu e ela sorriu em resposta. Trocaram um delicado selinho e acompanharam o menino que demonstrava raízes Weasley enquanto devorava as panquecas do pai.

–--

― Não quero que se esforce tanto, Draco.

― Não estou me esforçando, Tory. Estou bem, já te falei - a voz do rapaz saiu leve e tranquila. Segurava o filho e brincava animado com o pequeno, mas Astoria insistia em mantê-lo deitado e em repouso desde que voltara do St Mungus: há exatos quatro dias.

― Mas você precisa descansar, ouviu o que o medibruxo falou. Está em observação.

― Eu sei, meu amor, mas você não pode me impedir de brincar com nosso filho. Ele deve ter o que, seis quilos no máximo? Isso não é nenhum exagero, e você fique calma, eu estou ótimo. Me sinto muito bem. Pronto para outra.

― Não fale isso nem de brincadeira, ouviu? - a voz da mulher ficou claramente nervosa.

― Não vai acontecer mais nada, eu prometo. Estamos bem, a louca está presa e nunca mais vai poder nos prejudicar. O louco do irmão está morto e os outros, presos. Tenho certeza que o Potter e o Weasley não deixarão por menos. Aquele pessoal não sai de Azkaban nunca mais.

― Mesmo assim, não quero que fale essas coisas. Sabe que não gosto. Foram os piores dias da minha vida ter você e o Scorp longe de mim. Nunca mais quero que isto aconteça. Não quero nem imaginar vocês longe de mim.

― Então você tem um bom tempo para se acostumar até ele ir embora..

― Por que diz isto?

― Esqueceu que nosso filho vai para Hogwarts?

― Mas isto ainda demora.

― Com essa sua superproteção, é bom ir se preparando. - ele sorriu.

― Não é superproteção. É cuidado. Não quero perdê-los.

― E não vai. Prometo.

Astoria recebeu um beijo carinhoso de Draco em sua bochecha e um meio abraço, já que ele segurava o pequeno Scopius em um dos braços. Sentiu o peito saltitar de alegria e resolveu colocar todos aqueles temores para fora de sua vida, ao menos tentaria.

― Hoje pela manhã, antes de você acordar, eu recebi uma coruja dos Potter.

― E o que queriam? - ele perguntou sem muita alteração, ainda empolgado com o filho.

― Queriam saber como está. Se está recuperado e se não teve sequelas.

― Já respondeu? - ele se sentou.

― Ainda não - ela sentou-se ao seu lado ― Acho que você deveria fazer isto. Afinal, eles arriscaram a vida e a sanidade de suas famílias por nós quando não tinham nenhuma responsabilidade conosco.

― Eu sei - ele suspirou ― E está certa. Nunca poderei agradecer o Potter e os Weasley como deveria.

― Não precisa agradecer, amor - Astoria continuou amável ― Eles são pessoas bondosas por natureza. Não ajudam o próximo esperando algo em troca. Apenas fazem o que podem para que todos sejam tão felizes como eles são.

― E desde quando se tornou líder do fã clube? - ele sorriu da brincadeira.

― Desde que eles se dispuseram a nos ajudar. Desde que recebi o apoio e a proteção que precisei. Desde que me prometeram trazer meu filho e meu marido de volta, e cumpriram. Só espero que Merlin os retribua por todo o bem que nos fizeram.

― É verdade. Vem, pega o Scorpius que vou pegar o pergaminho e a pena.

― Não papai, não é assim - James ralhava com o pai que o ajudava a voar na vassoura infantil que ganhara de George.

― E como é, então? - o moreno perguntou brincalhão.

― James - Hermione meteu-se ― Sabia que seu pai é um dos melhores montadores de vassouras de todo o mundo bruxo?

― Sei sim tia, Mione, mas a minha só quem sabe montar sou eu.

― É... Realmente não nega as raízes -Rony brincou.

― Com esses cabelos? Não mesmo - Hermione sorriu.

― O que quer dizer, Hermione? - Rony se fez falsamente ofendido agora que os cabelos do sobrinho estavam avermelhando.

― Nada, apenas confirmando sua observação. - Ela sorriu mais.

― Não, não, mocinho, pode ir descendo dessa vassoura agora - Gina bronqueou.

― Mas mamãe... Como vou mostrar pra tia Mione e pra o papai como se monta na minha vassoura?

― Não aqui dentro, senhor James Sirius Potter - a ruiva continuou ― Não vai quebrar mais nada por hoje. Mais tarde você pode voar lá fora.

― Mamãe...

― E nem adianta vir tentar me chantagear com esses olhinhos pidões. Não sou seu pai, okay?

― O que quer dizer com isso, ruiva? - Foi a vez de Harry perguntar falsamente ofendido.

― Que você faz tudo o que esse rapazinho quer. Nunca vi tão babão.

― Eu sim - Hermione sorriu ― O Rony consegue ser pior...

― Êpa, Mione, não me coloque no meio de discussões que não me pertencem.

― Ah, Roniquinho... Sei muito bem como você é - Gina brincou.

― E também, o Rony tem razão - Harry defendeu ― Nunca vi uma menina tão linda quanto a Rosa. Só mesmo quando a Gina e eu tivermos a nossa, ai sim a Rosa será a segunda mais bonita.

― Mas você está ficando louco, Potter? - Rony aumentou a voz entrando na brincadeira, mas foram interrompidos por uma bela e imponente coruja negra que adentrou pela janela da sala aberta.

― De quem é, Harry? - Hermione perguntou primeiro após o moreno pegar o envelope.

― Do Draco.

― Sério? - Rony assustou-se e o ambiente tornou-se tenso repentinamente.

― Sim - Gina continuou ― Mandei uma coruja pedindo notícias do Draco, e era sempre a Tory quem respondia.

― Tory? - Rony sorriu brincalhão.

― Passamos quatro dias juntas em uma casa, Rony - Hermione falou ― Nós nos confortávamos e nos ajudávamos. O que queria? Acabamos nos familiarizando, mesmo tendo sido uma situação ruim.

― Tudo bem - Rony abraçou a esposa pelos ombros ― Não vamos falar sobre isto.

― O que diz a carta então, Harry? - Gina perguntou.

― Vou ler...

― Vem cá, James, vamos ouvir o papai ler. - Gina colocou o menino no colo e todos pararam para ouvir o moreno.

Olá Potter,

Aproveito o bilhete que sua esposa nos mandou perguntando a respeito de minha saúde para dirigir-me a você. Estou bem, sem sequelas aparentes e me sinto novo. E devo isso a você e sua família. Obrigado.

Você e o Ronald, embora nunca tenhamos sido os melhores amigos, na verdade, nunca fomos, me ajudaram quando não imaginei que existisse mais esperança e nunca poderei agradecer ou retribuir à altura o que vocês fizeram por mim, minha esposa e meu filho. Eles são o que há de mais importante para mim e quem os faz bem será sempre alvo de minha gratidão.

O Scorpius também está ótimo, saudável e esperto e a única pessoa que realmente parece mal aqui é a Astoria, que não pode me ver de pé ou com meu filho nos braços que diz que estou me esforçando.

Não tenho palavras certas para agradecer o que nos fizeram, como agradecer a todos os Weasley que deram um bom suporte a Astoria, cuidando do meu filho e protegendo minha família.

Não acredito que seremos os melhores amigos de hoje em diante, na verdade, acho que começamos mal nos tempos de Hogwarts por erro meu, mas sei que poderei contar com você e com o Ronald, da mesma forma que sempre estarei à disposição para ajudar no que me for possível. Sei também que de agora em diante, mesmo que permaneçam as diferenças, nos mostraremos adultos e saberemos passar por cima de nossas diferenças.

Sem mais para falar, novamente agradeço, e peço desculpas pelos erros do passado. Agradeço a capacidade que sua família tem em passar por cima de dificuldades e desentendimentos, e espero que assim continue.

Draco Lucius Malfoy

― Nossa! - Gina foi a primeira a falar.

― Nossa mesmo - Hermione continuou.

― Uma coisa aprendemos com todos esses problemas - Rony falou ― Não adianta nada berço, puro sangue, dinheiro ou status. O que importa mesmo é a família, estar perto dos que se ama e ser feliz. Parece que agora o Malfoy entendeu o que nossa família sempre defendeu.

Gina não conteve um sorriso complacente. Abraçando o marido e o filho em seu colho. Hermione, ao lado do marido, lhe beijou a bochecha e os quatro, em um momento de silêncio, contemplaram a profundidade das palavras de Rony, certos de que poderiam viver, finalmente, momentos de tranquilidade ao lado dos seus.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Samara, obrigada por ter cobrado. Eu havia esquecido que não havia finalizado, e gente, por favor, me entendam e não me abandonem, EU VOLTO.

Adoro vocês. Beijocas...

Andye