– Uma pergunta: Onde vou dormir?

Virou-se encontrando um Sasuke meio perdido, gargalhou por dentro vendo a expressão surpresa do moreno.

– Então, onde fica?

Voltou a perguntar, se fingindo de confusa.

– Onde fica o que?

Não conseguiu segurar a risada, que acabou escapulindo de seus lábios.

– O quarto onde vou dormir.

Sasuke ao ouvir a risada divertida de Sakura pareceu sair de um transe, ainda estava surpreso com o que tinha acabado de acontecer. Sakura tinha mesmo lhe provocado daquela maneira? Ao olhar para o sorriso de canto no rosto da rosada, teve a resposta.

­– Você sabe onde fica.

O olhou confusa, ele não poderia estar falando sério.

– Você quer dizer o-

– O meu quarto.

Arregalou os olhos em surpresa, não conseguindo nem manter sua boca fechada. Ele estava falando sério? O olhou confusa ao ouvir a risada do moreno.

– Você deveria ver sua cara, irritante.

Cruzou os braços, adotando uma expressão séria.

– Eu estou falando sério.

– Eu vou mostrar seu quarto, meio metro de gente.

O moreno tinha parado de rir, mas seu sorriso de canto continuava em sua boca.

– Eii! Eu não sou tão baixinha, tá legal?

– Em que mundo 1,55 não é uma altura baixa? Só no seu.

­– Metido! Só porque tem 1,80 metros de altura.

Se Sasuke descrevesse Sakura naquele momento, a palavra que usaria seria adorável. Sakura mantinha seus braços cruzados abaixo de seus seios, enquanto em sua face uma expressão emburrada encontrava-se.

– Isso significa que eu sou alto, e você baixa.

– Grande coisa.

Revirou os olhos, seguindo o moreno pelo corredor.

– Pois saiba senhor Uchiha, que tamanho não é documento. E até a alguns segundos atrás você estava imobilizado por essa simples mortal de 1,55 metros de altura.

Seus dedos caminharam lentamente sobe o tecido da camisa de Sasuke, batendo em seu nariz em seguida. Sorriu por Sasuke te caído na brincadeira, mas logo sentiu seu corpo ser girado, fazendo-a bater as costas no forte dorso de Sasuke.

Sasuke sorriu, ao imobilizar Sakura. Abaixou a cabeça para que seus lábios tocassem o ouvido de Sakura, sussurrando sedutoramente em seguida:

­– Quem está imobilizado agora?

Sentiu a mão de Sasuke apertar levemente sua cintura, fechou os olhos tentando normalizar sua respiração. Parecia ter uma tensão no ar, de repente tinha ficado perigoso aquele jogo.

– Esse é um jogo de gente grande Sakura, tem certeza que está preparada?

Abriu os olhos, sorrindo de canto ao ouvir as palavras sussurradas em seu ouvido por Sasuke. Segurou na mão de Sasuke, girando seu corpo, ficando em frente ao moreno.

– Com certeza estou preparada.

Sorriu, recebendo o mesmo sorriso provocativo de Sasuke, antes de caminhar até o quarto indicado pelo moreno.

– Tudo o que precisar está no armário do banheiro.

– Obrigada.

Entrou no quarto sem olhar para trás, mas mesmo assim podia sentir ônix presos em seu corpo. Sasuke tinha sacado seu jogo, e agora tudo parecia ter se tornado perigoso. Estava gostando daquilo, daquela sensação.

Tinha que admitir, gostava do perigo, e sempre acabava o atraindo. Mas o perigo que a atraia era Sasuke, aquela perigosa relação estava se tornando excitante.

Olhou em volta do quarto, que não era muito diferente do de Sasuke. O quarto também era uma suíte, a diferença eram as cores mais vivas. Entrou no banheiro, abrindo o armário. Pegou a toalha, entrando no Box.

Tomou um longo banho, pensando em algumas maneiras de irritar Sasuke, a verdade era que o moreno ficava muito sexy bravo. Mas é lógico que jamais admitiria isso. Sorriu com esse pensamento, de repente sua vida tinha se tornado tão animada.

Enrolou a toalha em seu corpo, percebendo uma grande questão que não tinha lembrado. O que iria vestir? Mordeu o lábio inferir, tentando pensar em algo. Droga! Não fazia ideia do que iria vestir. Abriu a porta um pouco, franzindo o cenho ao olhar para a roupa em cima da cama.

Saiu do banheiro segurando a barra da toalha com força, caminhando até a cama. Sorriu ao olhar o short jeans azul e uma camisa preta com uma caveira branca. Conhecia muito bem aquela roupa. Sentou na cama abrindo um nécessaire preto, encontrando algumas roupas intimas entre outras coisas como perfume e desodorante. Trocou de roupa rapidamente, precisava falar com Sasuke.

Terminou de pentear os cabelos, saindo em busca de respostas. Mas ao abrir a porta teve uma surpresa, e que surpresa.

­– Sasuke...

Seus olhos fizeram uma trilha desde a toalha amarrada na cintura de Sasuke, ao seu abdômen definido, conseguiu se perder nos fortes braços e nas costas largas do moreno. Mordeu o lábio inferior tentando acalmar seu coração acelerado, mas estava quase impossível diante aquele Deus grego.

– Sakura.

Desviou o olhar do corpo de Sasuke, para os seus intensos ônix, estava envergonhada. Se corasse, naquele momento tinha certeza que estaria um perfeito tomate. Já tinha visto o moreno sem camisa, mas estava mais ocupada em cuidar de seu ferimento. Agora olhando bem para Sasuke, tinha certeza que estava diante a um Apolo.

– Por que está de toalha?

Perguntou ao conseguir achar sua voz, mas estava sendo difícil se manter impassível diante aquela visão.

Sasuke arqueou a pergunta à sobrancelha diante a pergunta de Sakura, não parecia obvio que estava tomando banho?

­– Porque estava tomando banho.

Respondeu como se fosse obvio.

– Precisamos conversar.

Cruzou os braços, olhando em seus olhos, séria. Nunca admitiria, mas preferia estar olhando outra coisa.

– Não prefere que eu troque de roupa? Mas se acha melhor conversarmos aqui no corredor mesmo, tudo bem.

Sasuke andava como um predador em sua direção, a cada passo do moreno, recuava olhando em volta. Sentiu seu corpo bater na fria parede, e Sasuke parar em sua frente, sorrindo de canto. Droga de parede, como iria fugir de Sasuke naquele momento? Ele estava tão sedutor, e provocador.

Tocou no abdômen de Sasuke, o empurrando gentilmente. Tentando ignorar o calor que sentiu ao toca-lo. Aquele jogo era realmente perigoso.

– Eu espero tudo bem.

Sorriu, tentando esconder o nervosismo, saindo rapidamente.

Sasuke olhou o caminho por onde Sakura tinha ido, sorrindo de canto em seguida. Sakura estava cedendo mais do que ele imaginava, e isso não podia deixa-lo mais feliz. Bagunçou seus cabelos molhados, entrando em seu quarto.

– Droga, Sakura! Você precisa se acalmar.

Repetia para si mesma, como um mantra. Precisava ter calma, estava agindo como uma adolescente que não tinha controle sobre suas emoções.

“Mas você não tem”

Sua mente parecia não colaborar consigo, precisava se manter firme. Como iria entrar num jogo com Sasuke, se no primeiro momento que o via sem camisa já enlouquecia? Se quisesse ganhar aquele jogo precisaria se manter focada.

Sentou no sofá, cruzando as pernas. Começou a mexer nos cabelos, enrolando seus dedos nas pontas. Escutou passos, indicando a chegada de Sasuke. Sorriu de canto, olhando para a direção dos passos.

– Vamos jantar?

Sasuke perguntou de braços cruzados, encostado a parede.

– Então hoje irei conhecer o seu lado culinário?

Levantou sorrindo divertida, passando pelo moreno. Sentiu o delicioso perfume de Sasuke, tirando-a de sua razão por segundos.

– Claro, e tenho certeza que você vai gostar.

Sussurrou em seu ouvido, causando-lhe arrepios.

– Isso só irei dizer depois de provar da sua comida, Senhor chefe.

Sorriu, sentando na bancada, balançando suas pernas.

– Então, o que queria conversar?

– Porque minhas roupas estavam aqui?

Perguntou vendo sasuke colocar uma panela com água no fogão.

– Eu pedi que Ino preparasse uma roupa para você, e colocasse tudo o que precisasse naquele nécessaire. E depois meu motorista foi pegar.

– Hum. ­– murmurou pensativa. – Então tinha tempo do seu motorista pegar minhas roupas, mas não tinha para eu ir para casa.

– Hum. – murmurou desviando o olhar da rosada para o fogão. – Não faça perguntas irritantes.

Riu balançando as pernas, sempre assim. Quando Sasuke não queria responder ou não sabia como, sempre acaba lhe chamando de irritante e mudando de assunto.

– O jantar está pronto.

Ouviu a voz grossa de Sasuke lhe chamar, estava viajando num ponto fixo na parede.

– Qual o cardápio?

Sentou-se à mesa, que estava perfeitamente decorada por uma linda toalha de mesa.

– Tagliatelle.

Olhou para o prato segurando a risada.

– Miojo?

Gargalhou ao olhar para a expressão divertida de Sasuke.

– Pronunciar o nome em italiano deixa melhor.

– Quer dizer que o homem que estava debochando dos meus dotes culinários, não sabe fazer nada além de miojo?

– Pelo menos eu sei fazer.

– Eu também sei fazer, só que o meu sempre fica sem gosto.

Provou do miojo de Sasuke, sorrindo em seguida.

– Parabéns chefe, seu miojo está esplendido.

– Eu sei.

– Humilde como sempre. – Revirou os olhos.

– Suco?

– Claro.

– Então, eu tenho uma proposta para você.

– Obrigada. – Agradeceu pelo suco. – Proposta?

O olhou confusa e curiosa, o que Sasuke poderia lhe propor.

– Sim. Quero que venha trabalhar para mim.

– Desculpe, o que?

O olhou surpresa, colocando seu copo a mesa.

– Quero que venha trabalhar para mim, Sakura.

– Mas você trabalha com tecnologia, e eu sou escritora.

– Eu também tenho uma editora.

– Você? Desde quando você lê alguma coisa?

– Por que a surpresa? Sempre fui um grande fã da literatura.

– Não sabia que gostava de literatura.

– Eu tenho um grande apreço, e queria muito conhecer a sua literatura.

Sorriu irônica com o duplo sentido da frase, Sasuke não podia ser mais cínico. Olhou para o sorriso cretino que brincava nos lábios de Sasuke, respondendo:

– A minha literatura? Quem sabe algum dia desses, eu te mostre.

Mordeu o lábio reprimindo uma risada, a cara de Sasuke estava impagável.

– Hum.

Desviou o olhar dos intensos ônix, para sua comida. Sasuke poderia ser um homem de poucas palavras, mas suas ações a deixava completamente enfeitiçava. O moreno parecia um misterioso mágico, que lhe prendia em seus truques. Sentia como se estivesse na corda bamba.

– Então, qual sua resposta?

– Obrigada pela proposta, mas não.

Respondeu sorrindo, Sasuke tinha sido um amor lhe oferecendo um emprego, mas não queria misturar as coisas.

– Por quê?

O moreno arqueou as sobrancelhas, olhando-a confuso.

– Eu não quero misturar as coisas. Mas obrigada pela proposta.

O moreno lhe dirigiu um olhar penetrante, como se estivesse estudando-a, após sorrir de lado.

– Ainda te farei mudar de ideia, Senhorita Haruno.

– Boa sorte, Senhor Uchiha.

Sorriu, tomando seu suco.

– O que diriam as revistas de fofocas, ao saberem que estou jantando miojo com Sasuke Uchiha?

Perguntou rindo, as revistas de fofocas jamais imaginariam aquilo.

– Que você tem muita sorte.

– Desculpe vossa alteza, se não sou digna da sua presença.

– Engraçadinha.

– Eu sei.

Riram após sua fala, aquele jantar simples estava sendo completamente agradável.

– Obrigada pelo jantar Sasuke, seu Tagliatelle estava delicioso, o melhor que eu provei.

– De nada, irritante. Mas você ainda tem que provar do melhor da minha culinária.

– Por que sinto que essa frase tem duplo sentido?

Perguntou, sorrindo irônica, enquanto cruzava os braços.

– Talvez tenha, ou talvez eu só queira conhecer a sua literatura melhor.

O moreno sussurrou sedutor, encurralando seu corpo contra a fria parede, enquanto segurava seu rosto com seus fortes dedos. E antes que pudesse respondê-lo, ele a beijou.

Sentiu os frios lábios de Sasuke sobre os seus, enquanto fechava os olhos, aproveitando o frenesi que sentiu aos seus lábios se encaixarem.

Sasuke sentiu Sakura entreabrir os lábios, permitindo que ele sentisse a doçura de sua boca. Sentiu as delicadas mãos de Sakura pousarem receosamente em seu peito, como se tivesse medo de toca-lo, medo de entregar-se ao beijo. Suas línguas pareciam fazer uma dança sensual, suas bocas pareciam serem feitas um para o outro.

Sakura levou suas mãos aos cabelos de Sasuke, sentindo o liso e macio cabelo do moreno contra seus dedos, estava completamente fora de orbita naquele momento, a boca de Sasuke era extremamente viciante, parecia uma droga, que não cansava de provar. Mas logo a razão veio num lampejo, fazendo-a empurrar Sasuke gentilmente.

O moreno ao sentir as mãos de Sakura pressionarem contra a sua camisa, finalizou o beijo com uma leve mordida em seu lábio inferior.

– Boa noite, irritante.

Sasuke sussurrou soltando seu rosto, saindo da cozinha em seguida, levando consigo seu perfume afrodisíaco.

Encostou-se à parede, sentindo suas pernas bambas. Sasuke acabara de beija-la, e mais, tinha correspondido. Tocou seus lábios, deixando um sorriso involuntário escapar, ainda sentia a sensação dos lábios de Sasuke contra o seu.

Firmou suas pernas com força, correndo de volta ao seu quarto. Fechou a porta, escorregando ao chão. Mordeu o lábio inferior, mexendo em seu cabelo. O que estava fazendo? Seu plano era só brincar com Sasuke, aquele jogo realmente era perigoso, estava sentindo coisas muito perigosas.

Levantou-se indo em direção ao banheiro, precisava dormir imediatamente, mas duvidava muito quando sua mente parecia estar entrando em combustão.

Sentia seu sangue ferver em suas veias, sentia-se mais vivo do que nunca. Sakura tinha um gosto inebriante, único. Deus! Estava completamente louco por aquela mulher, completamente enfeitiçado por ela, e sabia que não tinha mais volta. Sakura sentia o mesmo, ela poderia não admitir, mas ao sentir as batidas aceleradas do coração da rosada, e de como ela correspondeu ao beijo, soube que Sakura sentia o mesmo.

– Irritante... Minha irritante...

Murmurou sorrindo, apoiando sua cabeça em seus braços cruzados contra a parede.

Acordou ouvindo o barulho de seu celular, atendeu meio sonolenta, ouvindo a voz animada de Ino, do outro lado da linha.

– Oi, Saah! Dormiu bem?

– Oi, Ino. Digamos que eu dormi razoavelmente bem.

Não tinha conseguido dormir quase nada, sua mente parecia mais viva e acordada do que nunca após o beijo de Sasuke, e que beijo.

– Devo imaginar que isso é pela novidade.

– Novidade?

– Sasuke não te contou? Você vai morar um tempo com ele.

– O que?!