P.O.V Katniss

– Filha, acorda... - Haymich tenta me acordar, o que nunca funciona, porque durmo como uma pedra. - Filhinha, vamos! Hoje é o seu primeiro dia de aula. - ele tenta me acordar com a maior doçura do mundo mas, como sempre, não respondo. - KATNISS EVERDEEN ABENARTHY, SE VOCÊ NÃO LEVANTAR DAÍ AGORA, VOCÊ VAI SE VER COMIGO, HEIN!!

– Urrrhg!! - Grunho pra ele.

– Vamos!! Você tem que se arrumar pra ir pra escola. Ou pensa que não vai no 1º dia de aula?

– Seria uma boa, ou melhor, ótima ideia.

– Estou te esperando lá em baixo pro café da manhã. E é melhor a senhorita não demorar, hein...

– Sim senhor, capitão! Mas alguma coisa? - ironizo

– Nossa... Estou criando uma piadista! - ele ironiza de volta e trocamos um sorriso.

Espero Haymitch sair pra começar a me arrumar. Não que eu seja super antenada na moda, mas eu tento ficar, ao menos, parecendo uma menina.

Depois do banho, visto uma blusa do Mickey, minha calça rasgada e meu Vans. Desço pra tomar café com Haymitch, que já estava aos berros pelo tempo que eu demorei.

Enquanto tomava café, me lembrei... daquilo

– Flashback ON -

– Então, vai ser na sua casa ou na minha? - Peeta me pergunta.

– Ah, vamos fazer lá em casa. Afinal, o último trabalho já foi na sua.

– OK então, Kat. - disse Peeta.

Hoje, o professor de Física, Snow (a gente chama ele assim por causa de seus fios brancos), passou um trabalho que vale praticamente a nota toda do bimestre. Ele sorteou os nomes das duplas e, por sorte ou alguma coisa assim, Peeta foi meu parceiro.

Partimos pra minha casa depois da escola. Nós rimos muito no ônibus. Não sei se é porque Peet (o apelido que dei pra ele) é super engraçado ou alguma coisa assim, mas ele me faz rir o tempo todo. Ele me dá a sensação que estou segura como nenhum garoto fez antes.

Descemos do ônibus praticamente na porta da minha casa. Chegando lá, não encontro meu pai em casa. O que é estranho, pois eu tinha ligado pra ele avisando que Peeta iria lá pra casa. Tento ligar pra ele uma, duas, três, quatro vezes. Como ele não responde, decido ligar depois

Jogo minha mochila no chão e me jogo no sofá. Peet faz o mesmo, se jogando no outro sofá.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Depois de Peeta tomar seu banho, ligo a TV e sento do lado de dele. Coloquei num filme meloso qualquer. Depois de um tempo, percebo Peeta colocando seu braço em volta de mim. Fiquei sem saber o que fazer: se eu saísse, ia ficar um climão, mas se eu continuasse ali, também ficaria um climão. Optei pela segunda opção.

– Katniss - Peeta fala, olhando em meus olhos

– O que foi?

– Ãhn, nada... - comecei a desconfiar. Ele parecia estar cogitando em fazer algo, indeciso.

– Oooookk...

Continuamos a ver o filme até que, de novo ele me chama, mas dessa vez de forma diferente.

– Kat...

Quando viro o rosto, ele puxa o meu queixo lentamente pra perto do seu rosto. Ah, aquele perfume... Como se estivesse dopada, meus lábios tocam os seus de maneira suave. A língua dele tinha um gosto, sei lá... de menta. Parecia que eu poderia continuar naquele beijo, naqueles braços durante a minha vida inteira. Puxo sua camisa pra mais perto e o beijo começa a tomar velocidade. Ele tinha uma pegada tão forte, como se estivesse esperando aquilo por muuito tempo. Ele agarra minha coxa com tanta força que eu acabo dando um gemido.

– Urgh!!

– Tô te machucando? - Peeta olha pra mim, preocupado

Naquele momento eu percebi o que estava fazendo. Empurrei ele e comecei a andar de um lado para o outro com as mãos na cabeça.

– Peeta, o que que a gente tava fazendo? Onde é que eu tava com a cabeça?

– Relaxa Kat, foi só um beijo.

– Não, não foi SÓ um beijo... foi O beijo na sua MELHOR AMIGA!!

– Eu acho que você tá fazendo muito drama pra uma coisa tão simples quanto um beijo. - Ele chega mais perto de mim, segura meu queixo e sussurra no meu ouvido: Vai dizer que não gostou? Quase caio nos seus encantos (de novo), mas me recomponho.

– Peeta, eu acho melhor você ir embora...

– Ué! Mas por que? E o nosso trabalho?

– Depois eu falo com você, ok? - Digo, o empurrando para a porta junto com a sua mochila.

– Ok... Tchau ent... - O interrompo fechando a porta na sua cara.

– Flashback OFF -

Depois daquele dia, fico me perguntando: e se aquilo continuasse? Eu ficaria com Peeta? É uma pergunta que nunca conseguirei responder.

– Filha? Tá tudo bem? - acordo de meu transe de repente - Você ficou um bom tempo aí, olhando pro nada.

– Ah, não foi nada não. Esquece... É coisa da minha cabeça. Tô saindo...

– Tá bom, não esquece a sua chave, se não vai ficar do lado de fora...

– Ok! Eu não sou mais criança!! Já não sou à muito tempo.

Saio de casa batendo continência pra Haymitch. Apesar de meio resmungão às vezes, ele foi a pessoa que mais me ajudou depois da morte da minha mãe.

Vou andando até o ponto do ônibus, que não era muito longe dali de fones de ouvido no último volume. Subo no ônibus, cantando, ou melhor, gritando "I Will Never Let You Down" da Rita Ora (http://www.youtube.com/watch?v=50GQjUZ4P3M) e nem me importo com as pessoas me mandando calar a boca. Sento na frente de um menino alto com olhos castanhos e cabelos também castanhos. Dou uma piscadinha pra ele e ele devolve.

Espero que o fato de Haymitch ter me mudado de colégio dê certo. Para mim, esse novo colégio representa um novo recomeço. Novos alunos, novos garotos, novas amizades. A minha história com Peeta é algo que quero deixar para trás. No passado.