Dona Luiza não insistiu no assunto depois que Mônica explicou a ela a suposta causa do seu braço enfaixado, um tropeço.

Magali terminava de arrumar sua cama que na verdade era um colchão ao lado da cama de Mônica que já estava sentada em sua própria cama. Quando ela terminou, Magali foi ate Mônica e se sentou na sua frente com as pernas cruzadas em forma de perninha de índio, Mônica também o fez segurando seu coelhinho Sansão.

Ela se lembrou do sonho, de quando ela chamou Magali para ir ate sua casa para lhe mostrar o bendito papel que na verdade constava a noticia sobre a sua gravidez. Foi engraçado como Magali estava estranha naquele dia falando coisas sobre pasteis sagrados e não sei o que mais, e ela não teve a oportunidade de descobrir o por que.

–você esta bem Magali?

–é que acabei me lembrando das baratas Hahaha.

Elas riram, foi estranho, mas apesar de ter sido apenas por um dia, Mônica sentia saudades de conversar com Magali, sua melhor amiga.

–foi tão anormal.

–e desde quando o que acontece com a gente é normal Mô?

–é...

–só não entendi essa historia toda, sei lá, como agente acabou indo parar naquela casa?

–vai saber.

–muito bem Mônica, chega de enrolação, se você me chamou ate aqui é por que tem algo pra me contar, e eu acho que já sei o que é.

Ela disse dando uma piscadela pra Mônica.

–para Maga.

–e então, o que esta rolando entre você e o DC?

–sei lá amiga.

–a para Mô, é logico que esta acontecendo alguma coisa, ou você não teria tido toda aquela briga com o Cebola, se bem que vocês brigam o tempo todo.

–Cebola... Daquele ali eu não quero ouvir falar por um tempo.

–mas vocês brigaram tão feio assim?

–fala serio Maga. Com o Cebola é só aquele lenga lenga, ele só pensa nele e no que ele quer.

–e o DC não?

–sabe Maga, eu só acho que eu não mereço ficar sofrendo e esperando pelo Cebola pelo resto da vida. Eu sei que ele nunca vai parar com esse negocio de querer me derrotar.

–nossa, olha só, o que aconteceu com você? Ontem estava toda na dele e hoje esta ai toda decidida em deixa-lo.

–não é que eu queira deixa-lo. Eu gosto do Ce, eu sempre gostei dele, e nunca vou deixa-lo pra trás, mas eu preciso me libertar, eu não quero passar os dias sozinha enquanto ele arruma mais uma desculpa pra me deixar de lado.

–um...

–e, além disso, eu descobri que amo outra pessoa...

–outra pessoa? Você não esta querendo dizer que ama o DC esta?

–acho que sim.

–Mônica? Isso é serio?

–é serio sim Ma, eu finalmente percebi que não amo o Cebola aponto de ficar esperando ele alimentar essa ilusão, de ilusões minha vida já esta cheia.

–e o que te fez descobrir isso?

–eu não sei ao certo, eu acho que sempre que eu e o Cebola nos separávamos eu pensava em como ele estaria, ou com quem ele estaria, mas nada passava disso. Mas quando eu me separei do DC lá na casa eu senti tanto de medo de nunca encontra-lo de novo, ou que talvez tivesse acontecido algo pior, eu só pensei em como seguiria minha vida sem ele, eu não podia viver sem o DC se eu o perdesse.

–que fofo Mônica.

–o que você acha disso Maga?

–eu acho que você esta certíssima. Monica, você é minha melhor amiga, eu sempre vou te apoiar nas suas decisões, assim como sempre vou te ajudar quando eu achar que você estiver errada, você sabe. Nós sempre estivemos juntas e mais do que tudo, eu só quero ver, e só quero que você seja feliz.

–awann Maga

Elas se abraçaram, Magali estava certa, ela seria feliz.

Mônica achou melhor não contar a Magali o que ela havia sonhado ou ate mesmo visto naquela casa. Na Casa das ilusões, era assim que ela chamaria aquela casa.

A ilusão é uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção. A ilusão pode ser causada por razões naturais ou artificiais. Todos os sentidos podem ser confundidos por ilusões, mas as visuais são mais conhecidas. Uma vez que a percepção é baseada na interpretação dos sentidos, as pessoas podem experimentar ilusões de formas diferentes.

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Do Contra chegou a sua casa e subiu pela escada ate seu quarto, ele agora estava deitado em sua cama, e às luzes estavam apagadas, todo o ambiente acompanharia um silencio profundo se seus pensamentos não falassem mais alto. Ele não conseguia parar, pensava em todo momento em Mônica. No seu rosto, no seu sorriso, em tudo. Ele amava aquela dentucinha, sempre amaria.

Ele tinha a impressão de que agora tudo entraria nos eixos, agora, depois do que aconteceu naquela casa, talvez ele tivesse uma chance com Mônica, parece que aconteceu algo com ela, ela estava diferente, não que ele não gostasse, ele gostava de tudo que era diferente, mas ela havia mudado um pouco o seu jeito, ela olhava mais pra ele, e ela não estava tão preocupado com o amigo troca letras, ela nem havia se importado com o jeito que ele havia fugido. Normalmente, ela iria atrás dele e tentaria de todas as formas ficar bem com ele. Mesmo que ele não merecesse.

Mas agora as coisas haviam ficado diferentes, depois da briga que Mônica havia tido com Cebola, e depois de ele ter saído correndo daquela casa sem nem ao menos olhar pra trás, ela também não olhou. Ela não olhou, não buscou uma solução, não foi atrás dele, não fez nada. Ela só deixou que uma lagrima caísse, uma lagrima que ela enxugou o mais rápido possível, ainda com o braço enfaixado.

Depois daquilo, Mônica seguiu sorrindo, como se nada tivesse acontecido. Ela não foi egoísta, nem alguém que não se importa. Afinal ela havia se importado ate de mais. Ela se importou a vida inteira.

Talvez ela tenha notado que sua vida estava parada naquele chove não molha. Ela teria algo para dizer a ele. E Do Contra não podia aguentar de tanta curiosidade.