The Amazing Spider-Man escrita por Leinad Ineger


Capítulo 44
Capitulo 44 - De Volta ao Ritmo de Nova Iorque


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente, em Homem-Aranha...

Uma nova vida para Peter Parker! Trabalhando como cientista forense da polícia de Nova York, o Amigão da Vizinhança se viu forçado a combater mais uma vez o Duende Verde! Ao seqüestrar Mary Jane e a nova namorada de Peter, Marianne Potter, o Duende o colocou diante de um dilema: qual das duas ele salvaria? Mais do que isso – seria o suficiente para resgatar a alma perdida de Ben Reilly!?

Mary Jane partiu para a Flórida e Ben está disposto a retomar sua vida como o Aranha Escarlate em outra cidade. Agora é a hora e a vez do Aracnídeo reconstruir sua história, de uma maneira que você nunca imaginou



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– Parker? – perguntou o Dr Eisner. – Parker, eu soube a respeito de Semeghini. Eu sinto muito.

A relação entre Semeghini e o Homem-Aranha teve lá seus altos e baixos. A princípio, Edward Semeghini era uma das poucas pessoas na força policial que parecia aprovar as atividades do Homem-Aranha em Nova York. Tornaram-se “amigos”, se considerarmos que Semeghini jamais soube quem o Aranha realmente era. Mas Peter descobriu que Semeghini também usava uma máscara.

Ele era o Vigilante.

Inspirado pelo próprio Aracnídeo, Semeghini foi brutalmente assassinado pelo Dr Octopus, que antes tinha enviado o Camaleão para matar sua esposa. Um efeito dominó resultou num violento confronto entre as gangues de Nova York e as de Gotham City, levando a uma aliança desesperada entre o Homem-Aranha e Batman. Os dois heróis recapturaram alguns vilões, mas tiveram que enterrar outros.

Semeghini, contudo, já tinha deixado sua marca na vida do Homem-Aranha. Foi responsável por Peter Parker ter entrado para a polícia – a pedido da Gata Negra, algo que Peter sequer desconfiava – e suas vida de tragédias terminou deixando um gosto amargo na boca do Escalador de Paredes.

Poderiam ter sido amigos.

Poderiam ter sido mais do que dois mascarados que se encontravam entre confrontos contra vilões. Talvez se Peter tivesse confiado mais, se tivesse...

– Obrigado, Dr. Eisner.

“Siga em frente”, pensou consigo mesmo. “Não repita os mesmos erros, não cobre tão caro pela confiança que todos oferecem gratuitamente.” Talvez finalmente tivesse chegado a hora de confiar em outras pessoas, pessoas que o amavam e confiavam nele. Sua amizade com Bruce Wayne, o Batman, era um claro sinal de que precisava aprender a lidar com confiança.

A identidade secreta do Cavaleiro das Trevas era, provavelmente, um dos segredos mais importantes do mundo, e ele a confiara a Peter Parker.

Já não era hora de fazer o mesmo pelos outros? Talvez contar ao Dr Eisner, tia May ou ainda para...

– Bom dia, Peter.

Marianne Potter.

Colega de trabalho. Garota legal. Namorada.

Peter sentia-se um verme por mentir tanto para ela. Tinha feito o mesmo com Gwen Stacy e ela morreu nas mãos do Duende Verde. Ter contado a Gwen quem ele realmente era teria feito alguma diferença? Teria salvo sua vida? Ou a colocaria na linha de fogo, enfrentando o perigo ainda mais constantemente, como já acontecera com Mary Jane, sua ex-mulher?

Peter parava de pensar em tudo quando Mari chegava, ou quando Mari sorria, ou quando ela balançava os cabelos perto dele, ou quando sentia seu perfume, ou quando ela o beijava, ou quando...

– OI-oi-oi-bom-dia! – disse Peter, sem conseguir controlar o timbre de voz ou a velocidade em que as palavras saíam. O Dr Eisner riu, deixando-os a sós. O relacionamento dos dois tinha progredido bastante, assumiram o namoro no trabalho, foram bem aceitos pelos colegas e passavam bons momentos juntos.

Mas Peter continuava sentindo-se completamente perdido perto dela, como se a paixão o tirasse de todas as preocupações do dia-a-dia e o lançasse em um estágio mais puro, mais inocente. Como se tivesse rejuvenescido 15 anos, com medo de desagradar a garota do colégio, ficando com as mãos trêmulas e a respiração ofegante perto da primeira namorada.

Ao mesmo tempo, Peter sentia-se mais forte com a presença dela em sua vida, mais confiante para enfrentar os desafios de um emprego em que tinha prazos, cobranças, responsabilidades e horários muito mais rígidos do que jamais imaginara. Não era como tirar fotos para o Clarim, onde dependia apenas de si. Como cientista forense, o trabalho em equipe era fundamental. Mas lidavam com investigações muito importantes, concentração e foco eram essenciais.

“Difícil se concentrar em qualquer coisa quando a garota dos seus sonhos sorri pra você.”

– Peter, eu soube do Semeghini...
– Poizé... Que coisa horrível.
– Você está bem?
– Estou sim. Quer dizer... É chato receber uma notícia dessas, mas... Eu realmente não o conhecia muito bem. Era mais aquela coisa de reputação. “Ah, você é o cara das fotos do Aranha”, “ah, você é o policialque prendeu fulano”, essas coisas. Mas fiquei chateado pela brutalidade, a maneira como aconteceu.
– Triste, né? Olha, se quiser cancelar hoje, eu vou entender.
– Hoje?
– Sim. Marcamos na semana passada, esqueceu?
– Não! Claro que não. Tou lembrado.
– ...
– ...
– Você esqueceu.
– Mais ou menos...
– Hoje à noite você ia me levar pra conhecer a tia May.
– Ah, claro. Claro. Esqueci não. Cabeça cheia, sabe como é.

Um calafrio percorreu a espinha de Peter: “E tem gente que acha que o Homem-Aranha arrisca muito a própria vida...

Horas mais tarde...

– Tia May, essa é Marianne. Mari, tia May.
– Finalmente estou conhecendo a famosa tia May!
– E finalmente eu estou conhecendo a famosa Mari Potter! Entre, querida. Fique à vontade!

Peter suava e respirava fundo. Gostava de Mari e seu amor pela tia May era incondicional. Não havia chance de isso dar errado, certo? Mas uma parte sua jamais tinha alcançado os trinta anos.

Ainda ficava constrangido com facilidade em situações simples, como um adolescente.
Contudo, a noite transcorreu tranqüila. Ambas trocaram histórias engraçadas sobre Peter, que fazia de tudo para negar o que era dito a seu respeito. Isso não o impediu de se divertir com a presença das duas. Sabia que não estava tão sozinho quanto se acostumara a pensar que era. Ao longo de sua vida, cruzou o caminho de diversas pessoas, cujos exemplos e amizade lhe moldaram o caráter. Era um homem melhor graças a essas pessoas. Tia May, o tio Ben, Gwen e seu pai, o Capitão Stacy. Edward Semeghini. Bruce, Clark e a Liga. Mary Jane. Harry, Liz e Flash Thompson. Robbie.

E seus colegas de trabalho, a equipe forense da polícia de Nova York.

Jamais esteve sozinho em toda sua vida.

O Dr Eisner estava completamente sozinho. O telefone não parava de tocar, incessantemente. Todos já tinham ido embora, mas recusava-se a sair do escritório. Passara a vida inteira construindo uma carreira, uma reputação. Era um dos homens mais influentes da força policial, um proeminente cidadão de Nova York e via-se como um mentor para sua equipe.

Em alguns momentos, contudo, gostava de ficar completamente sozinho.

Não atendia o telefone, não lia os emails, voltava mais tarde para casa.

Era seu momento de planejar, de refletir.

E refletia sobre esse rapaz, Peter. Um bom garoto, brilhante no que fazia. Tinha conhecimento científico de sobra e, sempre que tirava fotos das cenas do crime, conseguia enxergar o lugar de uma forma completamente nova. Era talentoso. Tinha um grande futuro pela frente. Talvez mais do que isso? Poderia substituí-lo algum dia, mas seria o bastante? Talvez Peter Parker pudesse ir mais longe se as oportunidades certas lhe fossem dadas, se as portas certas lhe fossem abertas. Era jovem, incorruptível e um pouco ingênuo. Quais seriam os seus limites? Qual linha seria incapaz de cruzar?

Quanto antes descobrisse a verdade sobre Peter Parker, mais fácil seria organizar seu próprio futuro. O namoro com Mari era a melhor maneira de conhecê-lo. “Dize-me com quem andas...” Mari Potter tinha seus ideais e suas idiossincrasias, suas virtudes e seus limites. Isso dizia bastante sobre Peter. Quem ele era e o tipo de gente que ele admirava. Um agente da Lei idealista. Como o próprio Dr Eisner era quando tinha sua idade. Até descobrir que o mundo não se divide em preto-e-branco.

Éramos apenas uma gigantesca camada cinzenta.

Honestidade e integridade não eram uma questão de “de que lado você vai ficar” mas do quanto você é capaz de tolerar numa situação que teste seus princípios.

Até onde poderia confiar em Peter Parker?

Precisava descobrir.

E logo.

Duas vezes!?
– Sim. E foi muito aplaudido por isso.
– Como isso é possível!?

Peter não era de contar vantagem, mas realmente houve um ano em que tirou o primeiro prêmio na feira de ciências duas vezes. Seu primeiro projeto iria custar muito dinheiro e resolveu abandoná-lo. Seu amigo Harry Osborn, um jovem abastado, acabou pedindo o projeto a Peter e concluindo-o com os recursos de seu pai, Norman, um rico empresário. E teria sido o vencedor se um dos professores não tivesse reconhecido o projeto original de Peter. A dúvida dos professores, então, passou a ser: estamos premiando os alunos ou os projetos?

Como Harry foi visto pelos professores como uma espécie de “investidor” do projeto de Peter, foi considerado não-merecedor do prêmio, que deveria privilegiar a criatividade e intelecto. Contudo, tinham dois projetos brilhantes em mãos e não queriam ficar mal com o rico Sr Osborn. Resolveram premiar os dois alunos, e um prêmio especial para o projeto de Peter. Assim, aquele ano viu três vencedores: Harry, Peter e o projeto mais barato de Peter. Contudo, Norman veio a descobrir que seu filho simplesmente “comprou” o projeto e “premiou” seu filho com uma surra.

– Que horror!
– Era um homem terrível, o Sr Osborn. E ainda é. Tantas vezes associado àquele criminoso, o Duende Verde, mas jamais puderam provar nada contra ele. Ele tem uma presença impressionante, assustadora. É como se ele sugasse todo o ar da sala quando entrasse. Não parecia ser uma má pessoa, mas sempre tratou muito mal o filho.
– Ele inclusive veio me entregar os certificados que o Harry recebeu. Disse que eles premiavam o intelecto e não o dinheiro. Eu recusei, claro. Não queria que Harry ficasse chateado. Mas Harry nunca ficava chateado comigo, o problema era o pai dele. Harry meio que sentia “inveja” de mim, por ter a tia May. Era complicado.
– Sim. Depois vieram os problemas com drogas e, quando parecia que ele tinha endireitado, casou-se e teve um filho, acabou falecendo. E o pai dele vivo, passeando pela Europa, completamente alheio.
– Que horror!
– Não se engane, Norman amava o filho. Mas cobrava dele algo que ele não era e não podia ser.
– Ele queria que o filho fosse mais parecido com Peter.
– Devia ser difícil ser amigo dele...
– Não tanto quanto era para ele ser meu amigo. Acho que a gente precisava um do outro, porque ambos tínhamos algo que o outro queria. O problema sempre foi o pai dele. Tanto pra mim quanto para ele.

Peter não podia contar, mas o fato de Norman Osborn realmente ser o Duende Verde foi uma das piores coisas que lhe aconteceram. Por culpa de Norman, perdeu Gwen Stacy, Harry e, possivelmente, Mary Jane e a bebê May.

Sentiu novamente um calafrio ao pensar nas perdas que Norman lhe impusera. Temeu por Mari e pela tia May. A própria Mari quase fora vítima do vilão, quando ele a seqüestrara junto com Mary Jane¹.

– Entendo... – disse Mari, abaixando a cabeça. Tinha acabado de se lembrar do horror ao ser amarrada aos trilhos do trem, sendo salva no último instante pelo Homem-Aranha. Havia muita coisa ligando Peter Parker ao Homem-Aranha, e agora tinha se dado conta da ligação entre o Duende Verde e Norman Osborn – o pai do melhor amigo de Peter. Seria possível?

– Felizmente, o Sr Osborn tem se mantido quieto em sua mansão, cuidando de suas empresas. Não acho que ele volte a incomodar ninguém agora que o filho morreu e ele tem suas empresas e o neto para cuidar. Mas temo por aquela criança...
– Não se preocupe, tia – contemporizou Peter. – A Liz é uma ótima mãe. Tenho certeza de que ela mantém o guri longe da loucura do avô.

Subitamente, Mari sentiu-se próxima demais daquela loucura.

Sam Stacy achou que estava ficando louco. Não era possível que soubessem onde morava, seu telefone e os detalhes de sua vida particular. Quem poderiam ser, e o que queriam, não fazia idéia. Isso era o que o deixava mais perturbado.

– Alô.
– Stacy, Stacy... Como vai?
– Quem está falando?
– Velhos amigos, Stacy. Gente que ajudou a limpar seu nome daquele “probleminha” com provas roubadas. Você ainda cheira, Stacy? Ainda rouba?
– Olha, eu não sei do que você...
– Sabe, sim. Sabe perfeitamente. Sabe que os registros com o seu nome não poderiam desaparecer assim, por mágica. Você deve favores a muita gente, Stacy. E, em breve, nós vamos cobrar. Esteja pronto. Esteja preparado.
– Quem diabos...!?

A ligação foi interrompida.

Alguém sabia demais. Alguém tinha limpado seu nome em seus primeiros anos na polícia. Alguém sabia sobre seu vício e tinha poder para alcançá-lo.

Precisava desesperadamente cheirar.

– Adorei conhecer a senhora!
– Foi muito bom te conhecer também, querida. Obrigada pela visita.

Estava cedo, era uma noite agradável e Peter resolveu levar Mari até sua casa a pé. Não era tão perto, mas queriam passar um tempo juntos, andar devagar e namorar um pouco.

Estava uma noite linda.

– Sobrevivi...
– Bobo! Foi tão ruim assim?
– Podia ter sido muito pior.
– Sim, podíamos começar a falar em suas ex-namoradas...
– Nem pensar. Tia May e eu formamos uma boa dupla. Ela me dá cobertura nessas horas.
– Haha! Muito bem, Peter. Em breve, ela vai passar para o meu lado!
– Veremos...

Os dois andaram mais um pouco, de mãos dadas, aproveitando a companhia um do outro. Tudo era tão perfeito.

– Mari...
– Sim, Peter? O que é?
– Obrigado...
– Pelo quê?
– Bom... – ele parou e olhou para ela, que sorria. – Sabe quando você se sente extremamente grato, porque está feliz por algo muito bom em sua vida e não tem a quem agradecer e não sabe ao certo nem o que está agradecendo?
– Sei – ela o abraçou carinhosamente. – Eu agradeço a Deus nessas horas. Mas entendo perfeitamente. Obrigada, Peter. Também estou feliz.
– É normal duas pessoas estarem tão bem juntas?
– É um milagre.

Micky Moran acordou sobressaltado.

Era o mais velho dos colegas de trabalho de Peter, sem contar, é claro, o Dr Eisner. Era muito experiente, gostava do que fazia e fazia com maestria. Já estava na casa dos quarenta, o que considerava um pouco tardio para ter filhos, mas a gravidez de sua esposa estava sendo encarada como uma benção.

Um milagre.

Porém, Micky estava passando por uma fase muito complicada de sua vida. Seus amigos mais próximos diziam que era crise de meia-idade, sua esposa afirmava que era preocupação por causa da gravidez, suas próprias conclusões eram de que estava apenas envelhecendo e suas responsabilidades aumentando.

Uma voz no fundo da sua cabeça, contudo, lhe falava de outros mundos. Uma voz grave, imponente, mágica. Em seus sonhos, Micky Moran visitava outros mundos, tinha contato com outras vidas, outras realidades. Vislumbrava maravilhas, era capaz de feitos prodigiosos. Sentia-se mais forte, mais inteligente, mais bonito do que qualquer outro ser humano.

Tinha vergonha desses pensamentos. Tinha vergonha dos próprios sonhos. Chegou a achar que estava enlouquecendo, mas eram apenas sonhos.

Não deveriam fazer mal.

Sua esposa se remexeu na cama. Resolveu levantar e tomar um copo d’água. Começou a se lembrar do sonho que tivera.

Estava no que parecia uma cidade futurista, uma civilização tecnologicamente muito mais avançada do que a nossa. E estava totalmente à vontade. Olhava para prédios mais altos do que qualquer estrutura na Terra, naves viajando a velocidades incríveis, pessoas felizes e tudo isso perfeitamente integrado à natureza. Uma utopia. E toda as pessoas vinham lhe agradecer por ter tornado tudo aquilo possível, por ter transformado o mundo com apenas uma palavra.

Se ao menos conseguisse se lembrar que palavra era...

– Amanhã, mesma hora?
– Amanhã, mesma hora. Fazer o que, né? Precisamos trabalhar.
– Sim, trabalhe bastante para ficar rica e nos casarmos.
– Espertinho!

Os dois se beijaram longamente, marcando a despedida de uma noite especial. As coisas ficavam cada vez melhores e ambos estavam sabendo aproveitar ao máximo aqueles momentos. Ainda assim, Peter tinha problemas escondendo seu alter-ego de Mari. E Mari, por sua vez, esperava ansiosamente que Peter se abrisse com ela a respeito.

– Peter, eu estive pensando – ela disse, a cabeça encostada no peito do namorado. – As pessoas que você conheceu... Gwen Stacy, Harry Osborn... Tiveram mortes violentas. E Norman associado ao Duende Verde, você ficou famoso tirando fotos do Aranha... Isso não afeta sua vida? Não prejudica seus relacionamentos, as pessoas que você ama?
– Bom, eu... Eu acho que consigo me manter à margem de tudo isso o suficiente para que ninguém saia machucado. Por esse lado, foi bom ter saído do Clarim. Não acho que o Aranha seja uma má pessoa mas, realmente, tem muita loucura ao redor dele. Mas isso não me afeta mais.
– Fingir que o problema não existe não resolve o problema, Peter.
– Concordo... Talvez seja apenas questão de esperar essa fase passar, até que tudo se torne uma lembrança distante... É tanta coisa que nem sei por onde começar...

...porque a gente se conhece há relativamente pouco tempo, mas estou adorando e não quero estragar tudo, não quero que a loucura da minha vida arraste você junto e destrua uma coisa boa que estamos conquistando.

– Tudo bem, Peter... As coisas acontecem no seu momento...

...e tenho certeza que, quando a hora certa chegar, você vai se abrir comigo e falar sobre o Homem-Aranha.

Tão parecidos, e tão diametralmente opostos.

– É como a grama molhada em um dia de verão – suspirou Mari em seu ouvido. Peter queria ter metade de sua sensibilidade para dizer algo tão bonito, tão cheio de significado. Ela entendia exatamente o que ele estava sentindo.

Mas sua cabeça começava a focar outro assunto.

– Desculpe, Mari. Está um pouco tarde e tenho que ficar com minha tia.
– Tudo bem, Peter. Vai pra casa. Nos vemos amanhã.

Se despediram sem muita pressa e Peter saiu correndo para tentar pegar um ônibus. Enquanto isso, Mari pensava se era realmente a tia May quem sempre fazia seu namorado sair correndo. Talvez houvesse uma forma de descobrir o motivo.

O Homem-Aranha perseguiu os ladrões por dois quarteirões, até que um deles sacou uma arma e começou a disparar. Mas não era uma arma comum.
Os projéteis eram bem maiores do que os de qualquer revólver e causaram um belo estrago nas paredes que atingiram. Seja lá quem tivesse armado aquele bando, fizera um belo trabalho. Nada que sua teia não pudesse resolver. Amadores com armas modernas continuavam sendo amadores.

– Muito bem, vamos conversar.

Os quatro se debatiam na teia, tentando inutilmente escapar do Aracnídeo. Os rumores de um Homem-Aranha extremamente violento se espalharam como uma praga pelo submundo. Os ladrões estavam apavorados.

Não demorou até que eles começassem a falar. Não que tivessem muito a dizer. Apenas um nome, entre tantos, o homem que lhes vendera as armas, através de uma série de passadores, contrabandistas e falsários.

O nome do homem que as trazia do Leste Europeu.

Keyser Söze!


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