The Amazing Spider-Man escrita por Leinad Ineger


Capítulo 22
Capitulo 22 - Máxima Carnificina - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Comentem e curtem, aproveitem!



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Estamos transmitindo ao vivo de Nova York, onde o famigerado assassino Cletus Kasady, o Carnificina, tomou todos os funcionários da Clínica Ravencroft como reféns. Nossas equipes de reportagem estão proibidas de se aproximar, mas, segundo o Chefe de Polícia Semeghini, ações extremas estão sendo organizadas por um esquadrão tático. O Homem-Aranha foi visto prestando auxílio à polícia, mas, aparentemente, os esforços conjuntos... Esperem um minuto... O Carnificina está jogando os reféns pela janela! Quatro reféns foram arremessados pela janela, mas não chegaram a atingir o chão! Eles parecem estar presos por cordas, ou arames, eu... O que é aquilo? Deus do céu, aquilo são as veias deles! O Carnificina arrancou as veias dos reféns, mas eles parecem estar se debatendo! Sim, eles ainda estão vivos, mas estão pendurados na janela pelas veias! Que tipo de monstro...
A repórter desmaiou, diante da cena de quatro pessoas – dois médicos, um faxineiro e um segurança – se debatendo em agonia, enquanto uma chuva rubra lavava o chão. A câmera ainda mostrou o Homem-Aranha tentando ajudar as equipes de emergência a resgatar os reféns.
– Meu Deus! Peter! – gritou Mary Jane. – Por favor, Deus, não deixa nada acontecer com ele! Não o Carnificina, por favor...
Mary Jane desligou a TV, em prantos.

Em Ravencroft, o Homem-Aranha bloqueou a janela com teias, para que os paramédicos tivessem tempo de tentar resgatar os reféns de lá. Contudo, a altura – estavam no último andar – exigiria uma escada. O Aranha resolveu buscá-los.
O primeiro problema era impedir que os vasos estourassem. Mas o Carnificina parecia estar “colaborando”. Quando o Aranha chegava perto, ele soltava um dos reféns. O Aracnídeo conseguiu agarrar o primeiro, o segundo e o terceiro.
O quarto despencou, longe de seu alcance. Tinha três pessoas para segurar, não tinha como tentar deter a queda com a teia.
Mas mesmo aqueles três tinham poucas chances de sobreviver.
Os gritos, dentro e fora da Clínica, continuavam...
Quando o Aranha chegou no chão, os paramédicos iniciaram imediatamente os trabalhos para tentar salvar aquelas vidas.

– Quem está no comando aqui?
– Sou eu – respondeu Semeghini ao sujeito que acabara de chegar. Lembrava-se de já tê-lo visto antes, mas...
– Meu nome é John Jameson, eu sou o Chefe de Segurança do Ravencroft.
– Ah, claro. O astronauta. Lamento as circunstâncias, Jameson.
– Você devia é lamentar sua incompetência e a intromissão daquele...
– Pai, ele está tentando ajudar. Semeghini, esse é meu pai, J. Jonah Jameson. Como estamos até agora?
– Nada bem. Quarenta e cinco mortos, entre o pessoal do Ravencroft e o meu. O Homem-Aranha está nos ajudando, mas...
– Onde está ele?
– Como vai, John? – disse o Aranha, se aproximando.
– Ah, aí está a ameaça responsável por...
Jameson se calou ao vê-lo. O Aranha estava com o uniforme coberto do sangue das pessoas que tentara salvar. Mas nenhum dos quatro funcionários sobreviveu.
Mas, antes que pudessem lamentar, as quatro mais recentes vítimas do Carnificina levantaram-se do chão, rasgando os sacos pretos funerários. Apesar das veias e artérias arrancadas e, em um dos casos, traumatismo craniano, eles pareciam dispostos a levar o maior número possível junto com eles.
Os policiais tentaram detê-los com tiros, mas foi inútil. Os mais bem-treinados Jameson, Semeghini e Aranha – ao menos em assuntos como esse – conseguiram detê-los, mas não antes que eles matassem um policial, que teve o pescoço quebrado.

– Eu não acredito! Eu não acredito!
– Semeghini, calma aí – tentou tranqüilizar o Aranha.
– Como “calma aí”? Cada vez que ele mata alguém, acaba levando meus homens junto! Não dá pra ficar parado enquanto...
– Enquanto inocentes são assassinados, não é?

As palavras do Aranha atingiram Semeghini como uma provocação. Desde o incidente envolvendo Rafael Meheshin [1], os dois mal se falavam. Mas o Aranha só percebeu o quanto aquilo era desnecessário quando Semeghini lhe lançou um olhar rancoroso.

– Acalmem-se vocês dois – interrompeu John Jameson, percebendo que os ânimos estavam exaltados demais. – Nós estamos aqui para resolver a situação e não...
– Resolva isso, Jameson – disse Semeghini, mostrando ao veterano astronauta um bilhete tirado do corpo de um dos médicos mortos:

Estou ficando com saudades de meus velhos amigos! Eu quero o Aranha aqui, e quero o Jameson aqui, para lembrarmos dos velhos tempos, quando deixamos essa cidade de pernas pro ar! Beijos, Carnificina
PS: Nem preciso dizer que, se o Aranhinha e o Bigodinho não vierem, eu mato todo mundo, né?


– Vamos entrar lá, Jameson.
– Aranha, você perdeu o juízo!? Não podemos simplesmente...
– Se o Carnificina quer, vamos dar a ele! É o único jeito de determos esse assassino! - Filho, esse mascarado está querendo me ver morto!
– Quieto, escovinha. Pense, Jameson. Nós podemos conseguir.

John Jameson, como Chefe de Segurança da Clínica do Instituto Ravencroft, conhecia muito bem o Carnificina. Sabia que ele trazia à tona o que as pessoas tinham de pior e que, mesmo alguém como o Homem-Aranha, podia ser instigado pelo banho de sangue promovido pelo maníaco.
– Aranha, nós vamos pegá-lo. Mas eu preciso que você mantenha a cabeça fria. Preciso de você calmo, para que possamos traçar um plano. Entendeu? Eu preciso de sua ajuda agora, mas tem que ser do jeito certo.
– Boa, filho! Mostre a esse...
– Pai, já chega.
E, pela primeira vez naquela noite, o Homem-Aranha relaxou os músculos. Afastando-se do local, Peter Parker olhava para si, coberto de sangue. O sangue das pessoas que o Carnificina matou e, em seguida, de alguma forma, voltaram para tentar matar mais gente. Mortos voltando à vida sempre eram um pesadelo. Não importava o quanto rezasse, seus pesadelos nunca se calavam.
Nunca iam embora.

– Tenha cuidado, Aranha!

Exceto, é claro, quando seus entes queridos estavam envolvidos. Foi assim com o tio Ben, o capitão Stacy e Gwen. E, mais tarde, com Jean DeWolff, Harry Osborn e a Dra Kafka.
Durante meses, a Dra Kafka foi a responsável por Kasady, mas ela havia morrido durante os ataques terroristas de 11 de setembro [2]. Engraçado pensar nela naquele instante... Quem seria o novo responsável por Kasady?

– Tenha cuidado, Aranha!

Precisava conversar com John Jameson à respeito. Não confiava mais em Semeghini, não depois do que ele fizera ao garoto. Talvez fosse hora de buscar ajuda, como o Quarteto ou a Liga. O Batman bem que podia...

– Tenha cuidado...

Mesmo sob o som de sirenes, gritos e correria, o Aranha jurou ter ouvido a voz de... Mary Jane.

Era ela, no meio da multidão. O bloqueio policial impedia a imprensa e os curiosos de se aproximarem. Bem que podiam deixar o JJJ do lado de fora também, mas ele era o pai do John Jameson...
Mary Jane sabia que não ia conseguir dormir, não após ter falado com Peter ao telefone e ver as notícias na TV. Ela sabia que Peter só ia descansar quando o Carnificina fosse detido. Ou quando...

– Por favor, tenha cuidado...

O Aracnídeo acenou com a cabeça e foi procurar Jameson. Sabia o que tinha de fazer.
Precisava deter o Carnificina a qualquer custo, independente do Quarteto ou do Batman. Precisava garantir que, quando o sol nascesse, o pesadelo tivesse acabado.
Precisava de um abraço de Mary Jane, mas aquele não era o momento e nem o local.

– John, quem é o responsável pelo Carnificina?
A responsável, Aranha. Dra Carol Carrol.
– Como é?
– Carol Carrol.
– Que raio de nome é esse?
– Ela também não gosta...
– Bom, deixa pra lá. Qual o paradeiro dela?
– Não está entre os mortos, ao menos por enquanto.
– Certo. Ela pode ser a chave para determos Kasady. Os poderes dele mudaram, isso é fato, mas só ela pode nos dizer qual a extensão da mudança.
– Talvez ela possa nos dizer alguma coisa, mas aí precisaríamos chegar perto o bastante dele para isso.
– Exato. E ele quer a mim e a seu pai.
Bah! Filho, não dê ouvidos a esse monstrinho... – intrometeu-se JJJ.
– Meu pai... É claro!
– Filho? O que você...?
– O Aranha tem razão, pai. Vamos negociar com o Carnificina. Não se preocupe, o senhor vai estar em boas mãos.
– É, Jotinha. Vai ser como um passeio no parque.
Bah!

JJJ saiu resmungando, tentando entender como seu filho pôde aceitar uma idéia tão absurda.

– Cadê o Semeghini, John?
– Está tentando conseguir reforços. Por que o stress entre vocês dois?
– Porque eu não gosto de armas.
– Mas ele é um policial!
– Principalmente por isso.
– Tá. Olha, Aranha, não dá pra falarmos sobre isso agora. Precisamos negociar com o Carnificina e, com o Semeghini fora, temos pouco tempo antes da SWAT chegar e assumir tudo. Não creio que o Kasady queira matar você e meu pai de imediato, o que vai te dar a chance...
– De bloquearmos os poderes dele, ou detê-lo de alguma forma.
– Exato. Vou organizar tudo aqui, esteja preparado.

Dentro de Ravencroft, a Dra Carol Carrol tentava criar coragem. Tinha perdido completamente a noção do tempo, não fazia idéia de quantas horas tinham se passado desde...
Ela continuava agarrada ao prontuário médico de Cletus Kasady.
Tentava criar coragem para mudar a perna de posição, que estava dormente. No centro da sala, o corpo de seu pai parecia encará-la. Era impressionante como, mesmo com toda a sua experiência, ainda ficava em choque ao ver sangue.
Era seu pai que estava ali, morto, no meio de seu escritório.
Perdeu a coragem e continuou encolhida, tentando não fazer barulho enquanto respirava.

Dez andares acima...
– Ímpar!
– ...
– Vamos, eu quero ímpar!

– P-p-par...
– Ótimo. Já! Hmmm... Quatro é par. Você ganhou. Conhece as regras, certo?
– S-sim!
– Se você ganhar...
– Eu posso viver!
– Exato.
– Obrigado! Obrigado!
O biomédico Nicholas Handsome se levantou e começou a voltar para seu lugar. Uma lâmina escarlate surgiu em sua barriga, após ter entrado pelo ânus, antes que pudesse dar dois passos:

– Cara... Definitivamente, eu sou um péssimo perdedor. Só de raiva, vou te matar beeem devagar, e do jeito mais humilhante possível. Eu estourei você por dentro, sabe? O meu dedo aí na sua barriga é para você lembrar – disse, enquanto agitava o dedo – que cinco é par, então eu ganhei! Agora, se você fizer o favor de... Ei, o que é isso? Ah, não! Essa não! Esqueci que, rasgando tuas tripas, o intestino ia soltar! Cara, você sujou todo o chão e, ainda por cima, cagou na minha mão! Que droga... Muito bem: quem limpar a minha mão com a língua vai viver!

Nenhum dos reféns se mexeu.

– Quem limpar minha mão – com a língua– vai viver. Se ninguém limpar, eu mato todos agora, com a mão suja de bosta mesmo! – gritou, enquanto puxava seu longo e afiado dedo de dentro do corpo de Handsome.

Uma médica, a Dra Kelly Humble, engatinhou até ele e, fazendo força para superar o nojo e o medo, começou a lamber sua mão. Estava trêmula e chorando, mas a vida de todos ali dependia disso.
“Porca”, foi a última coisa que ela ouviu antes de ter sua cabeça arrancada por um golpe na nuca.

– Até que ela lambia gostoso, a porquinha... Quem quer brincar de duro-ou-mole?

Do lado de fora, Jameson e o Aranha se preparavam para entrar. O Aracnídeo olhou para trás e viu Mary Jane chorando no meio da multidão.

”Não tenha medo, MJ. Eu volto daqui a pouco.”

Olhou para frente e os portões do inferno se abriram.


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Notas finais do capítulo

Continua!!!



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