The Way He Looks escrita por Bacon


Capítulo 1
The Way He Looks


Notas iniciais do capítulo

Ok.
Essa fic foi um tiro no escuro.
Eu não conheço bem os novos personagens. Eu não conheço bem as relações deles. Tudo o que eu sei são os nomes, o que eles fazem e sei lá.
Fanarts. Eu formei a personalidade deles aqui pelo o que eu consegui absorver das fanarts svhjbfjvsdnh Mas eu juro que quando eu puder ler a novel bonitinha e entender esses lindos, eu reescrevo isso daqui e deixo ainda mais KA-KA-KA-KAWAII //apanha

Boa leitura ♥



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– Ei, ei, D-suke! – chamavam os colegas, rindo entre si. – Venha cá!

E D-suke ia lá.

– Cara, como é que você faz para enxergar assim? – perguntavam eles, como se fosse tudo uma grande piada. – Olha só para esse corte de cabelo; nem dá para ver seus olhos! – E riam-se, enfiando a mão sob a franja do rapaz e levantando-a para depois perguntarem, divertidos: – Como você enxerga?

E D-suke, com um suspiro desinteressado, apenas levantava os ombros, dando pela enésima vez a resposta que já se cansara de repetir:

– Eu não enxergo.

B-ka odiava aquilo. Odiava o fato de seus colegas serem tão ignorantes e egoístas ao ponto de sempre, sempre, sempre fazerem aquela mesma pergunta idiota. Odiava o fato de D-suke nem mesmo se importar com aquilo! Mas, mais que tudo isso, B-ka odiava o fato de D-suke nunca ter tido a chance de ver o mundo ao seu redor.

Eles se conheceram havia três anos, quando D-suke entrou na escola. B-ka logo de cara percebera que havia algo errado com aquele garoto novo: os olhos sem foco, a cabeça sempre inclinada para baixo, a professora cuidadosamente guiando-o até sua carteira. A bengala. Fora a bengala o detalhe que fizera a lâmpada na cabeça de B-ka se acender: D-suke era cego.

Assim que se deu conta, B-ka prontamente pôs-se a ajudar o aluno novo e, no fim, os dois acabaram se tornando grandes amigos. É claro que B-ka apresentou o amigo a seus outros companheiros – A-no, C-na, E-ki, todos receberam-no bem. Mas nenhuma amizade desenvolveu-se melhor do que a dos dois rapazes.

O que era engraçado, já que eram como completos opostos.

B-ka, baixinho e sorridente, sempre saltitando pelos corredores e fazendo brincadeiras. Apesar de muitas vezes ser ridicularizado por sua aparência um pouco feminina e pequeno porte, tentava nunca se abater por causa disso. D-suke, alto e sério, estava sempre quieto; sempre em seu canto isolado enquanto comia batatas fritas preferidas. Apesar de ser inofensivo até mesmo a uma mosca, tinha um aspecto um tanto sombrio devido à sua quietude, e por isso era bastante evitado pelas outras pessoas – ou melhor, isso quando elas não pregavam peças sobre ele. B-ka, é claro, era seu maior defensor, sempre tentando proteger o amigo das piadas de mau gosto sobre sua deficiência. Mas, apesar nunca aceitar as provocações, não eram elas o que mais o irritava – eram aquelas perguntinhas bobas, aquelas pessoas bobas que pareciam esquecer que D-suke era um deficiente visual. Era revoltante toda aquela ignorância e insensibilidade que algumas pessoas insistiam em ter.

E era revoltante também... Revoltante também o fato de B-ka ser capaz de vê-lo. Ver aquele sorriso inocente, o canto dos lábios sujos de cristais de sal, as mãos firmes avaliando cuidadosamente cada objeto que tocavam.

E D-suke não.

D-suke não via nada. Ele não podia ver nada. B-ka tinha vontade de chorar apenas ao imaginar como seria sua vida se tudo o que ele visse fosse a escuridão. Se tudo o que ele tivesse como consolo a si mesmo fossem os sons, que ele não poderia associar a algo ou alguém. Era tudo muito injusto.

Foi num dia como qualquer outro, enquanto os dois amigos matavam aula no telhado da escola, que B-ka não conseguiu mais conter seus pensamentos.

Estavam os dois, D-suke e B-ka, sentados à sombra de uma parede, conversando. O mais alto estava falando, em seu tom calmo e monótono, sobre um programa que ele ouvira no rádio há alguns dias. B-ka escutava-o atenciosamente, ora soltando grunhidos de concordância, ora apenas soltando suspiros. Quando D-suke terminou o relato, o menor não se conteve:

– Você não acha isso muito injusto?

– Isso o quê?

Isso. Tudo isso! – Ele esticou os braços, como se agarrasse todo o mundo, mas então se tocou que D-suke não fazia nem ideia do que ele estava fazendo. Bufou, frustrado. – Você não se sente... triste? Ou, ou indignado com isso tudo?! Porque, veja – ele sacudiu a cabeça. – Quer dizer, não ‘veja’, mas... Ah, sei lá! É tudo muito injusto, D-suke! Por que eu posso te ver e você, não? Por que eu posso saber como você é e você nunca nem mesmo teve a chance de ter um vislumbre de seu próprio rosto, por menor que fosse?! É tudo tão... tão...

– B-ka – interrompeu D-suke, colocando a mão no pescoço de B-ka, porém rapidamente movendo-a até seu ombro, que apertou com firmeza. O menor se virou para ele e percebeu que havia um sorriso singelo em seus lábios. – Se é assim, descreva-me para mim. Fale para mim como eu sou, como você me vê.

B-ka corou levemente com o pedido, mas assentiu com a cabeça. Repreendeu-se internamente por tê-lo feito, já que D-suke não tinha como saber se ele havia assentido ou não. Com um suspiro, endireitou sua postura e, encarando D-suke atentamente para que não se esquecesse de nenhum detalhe seu, começou:

– Hã, bem... Você é alto, bem mais alto do que eu e a maioria das pessoas. Seus olhos são de tom muito bonito de azul escuro, ainda que eles não... – pigarreou, sem completar a frase. – Seu cabelo é preto, mas dependendo da luz ele até parece azul marinho. Ele está bem comprido, com a franja tapando seus olhos quase por inteiro. Ah, mas é claro que isso você já sabe... – riu fracamente consigo mesmo, sem graça. – O seu nariz é um pouco curvado, mas... – B-ka inclinou-se um pouco para frente, esticando o braço para que conseguisse tocar o rosto de D-suke e contornar seus lábios gentilmente com os dedos. – Seus lábios são finos e os traços do seu rosto são todos muito apagados, como se você fosse feito de porcelana e...

B-ka recolheu a mão, empurrando-a contra o próprio colo enquanto sentia o rosto queimando de vergonha. Por que ele havia feito aquilo? Com certeza D-suke não havia gostado. Quem era ele para ir tocando-o assim, tão intimamente daquele jeito?

– Desculpe – disse o menor, depois de alguns segundos de silêncio incômodo. – Acho que eu... exagerei.

B-ka ouviu um “Hmpf” e rapidamente virou o rosto para encarar o outro. Será que ele havia se irritado? Será que ele não iria mais querer passar as tardes com ele? Será que B-ka havia ido longe demais?

Não.

D-suke estava sorrindo.

– Ok, agora é a minha vez – suspirou o maior, espreguiçando-se. Ele se inclinou para frente e tocou o rosto de B-ka, um pouco hesitante a princípio, mas para logo segurar o rosto do menor com firmeza. Com o polegar, ele acariciava gentilmente a pele do outro. – Bem... A sua pele é bem fina e lisa e macia... – Os dedos de uma das mãos passaram a contornar lentamente os traços das sobrancelhas, pálpebras e o arco do nariz. B-ka fechou os olhos, para apenas sentir seu toque. – Hm... Você tem sobrancelhas um pouco grossas demais e olhos bem grandes... Seu nariz é fininho e empinado. E seus lábios... – Ele começou a traçar o contorno dos lábios. B-ka estremeceu, e D-suke deve tê-lo percebido, pois soltou uma risadinha. – O que foi?

B-ka não respondeu, ainda com os olhos fechados. Depois de uma pausa, D-suke respirou fundo e disse:

– Bem... Acho que conheço um jeito melhor de poder descrever isso.

O menor sentiu sua cabeça ser puxada delicadamente para a frente e, ainda com os olhos fechados, sentiu também os lábios de D-suke serem pressionados contra os seus. B-ka soltou um arquejo, mas continuou com os olhos fechados enquanto era beijado mais uma, duas, três vezes. Tudo o que ele conseguiu fazer foi segurar uma das mãos que ainda acariciavam seu rosto e apertá-la com carinho.

Ele estava feliz. Mais que feliz. Radiante. O calor que crescia em seu peito a cada beijo apenas comprovava isso.

Quando D-suke parou, B-ka abriu os olhos lentamente. Ele não queria que o outro tivesse parado, mas não reclamou. Ainda assim, não largou de sua mão.

– Então, seus lábios – começou D-suke – têm gosto daquelas balinhas de cereja que você adora.

B-ka riu. Se era assim, será que a boca de D-suke tinha gosto de salgadinho de batata? Ele ia descobrir.

Se inclinou para a frente e foi sua vez de beijar o outro. Realmente, seus lábios tinham um gosto salgado. B-ka adorou aquele gosto. E beijou-o outra vez, e outra, e outra... Não conseguia parar. Mas sentia que devia. Então, um pouco relutante, afastou seu rosto do de D-suke e o abraçou, apoiando a cabeça na curva de seu pescoço. A sensação de ter os braços do outro contra seu corpo, envolvendo-o também num abraço, era maravilhosa.

Eles ficaram assim por algum tempo – B-ka sentindo o peito de D-suke subir e descer contra o dele; D-suke sentindo a respiração de B-ka contra sua pele. Nenhum dos dois tinha a necessidade ou mesmo o desejo de alguma coisa. Apenas o simples fato de estarem ali, grudados um ao outro num abraço, já era o suficiente. Mas é claro que, no fim, o silêncio sempre seria quebrado – e muitas vezes isso não era uma coisa ruim.

– Ei... – murmurou B-ka, com a voz abafada e os lábios grudados no pescoço de D-suke. – Dizer que te amo seria muito dramático?

D-suke soltou um risinho.

– Talvez.

– Poxa... – resmungou, com a voz manhosa. Roçou seu nariz delicadamente contra o pescoço de D-suke, do mesmo jeito que faria um gatinho, e o abraçou mais forte.

– Mas eu acho que tenho alguma coisa ainda mais dramática pra falar.

– E o que é?

– Eu amo poder te ver, ainda mais quando não preciso dos meus olhos para isso.

B-ka suspirou, com um sorriso se formando em seu rosto. Talvez as coisas não fossem tão terrivelmente injustas, afinal.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? ♥
Mereço reviews ou xingamentos por ter acabado com eles? ♥

Foi mal, mas eu tive que escrever çwç Eu vi há algum tempo um headcannon de "E se o D-suke fosse cego?" e mais umas fanarts de db, e aí ontem não sei o que me deu que eu tava louca pra escrever sobre isso e... Ta-dah. c:*foge das pedras*

Obrigada a quem leu, yay. Até a próxima ♥

(Edit: CARA, EU VI UM RESUMO DE COMO SÃO OS abcdE E, MEU DEUS, O B-KA NÃO TEM NADA A VER COM O QUE EU ESCREVI AQUI VUDHFJKVNDJFHBVND TÔ RINDO
Mas é, quando eu conseguir ler a novel mesmo e entender os caras, eu reescrevo isso :v )



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