Medicine... escrita por Killua Zaoldyeck


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

CHEGUEI NO SITE DANÇANDO QUADRADINHO DE BORBOLETA!
Boa noite, senhoras e senhores (põe a mão no chão!)
Como vão vocês? Eu tô legal, até.
Demorei, mas voltei! Aliás, demorei pra caralho, mas não quis desistir da fic. Tive um surto e escrevi esse capítulo, que tá meio que mais ou menos legal (?). Eu espero que gostem!
Ainda não sei bem o que quero pra fic, ou quanto ela vai durar, mas vamos aproveitar o momento. q
Hã, vejamos... Betadíssimo pela Lally, aquela linda! A minha futura dona! :3
Nos vemos lá em baixo, gatinhos e gatinhas!



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Com uma carranca digna do Uchiha mais ranzinza que já pisou nessa Terra, Sasuke arrastou seus chinelos para dentro de casa e esperou sua comida, anteriormente congelada, ficar pronta. Enfiou aquele prato de Deus-sabe-o-que goela abaixo com alguns goles de refrigerante e depois se jogou no sofá, onde ficou jogando vídeo game por cerca de uma hora, já que não tinha nenhum dever para fazer. Gostava de se divertir de vez em quando.

Após ficar algum tempo lendo artigos de uma revista científica online pelo celular, o rapaz levantou-se e foi até o quarto, vestiu uma roupa mais casual e confortável. Em seguida foi até a garagem da casa, pegou seu regador e encheu-o com água numa torneira ao lado da residência.

Fazia isso todos os dias. Cuidava das plantas tão bem quanto Mikoto fazia. Outro hábito que aprendera com a mãe. Ela dizia que os vegetais precisavam de tanto carinho e cuidado quanto um animal de estimação, e que todas elas eram significativas, mesmo as ervas daninhas.

E aí é que eles discordavam.

Sasuke detestava ervas daninhas e achava que sua mãe era louca por defender essas criaturinhas intrometidas, como as quais arrancava agora. Quando criança, sempre discutia fervorosamente com a mãe nesse ponto, no entanto a briga sempre acabava quando Mikoto citava a frase de um famoso filósofo.

“O que é, afinal, uma erva daninha senão uma planta da qual ainda não se descobriram as virtudes?”, ela dizia e Sasuke se calava. Fechava a cara em um bico irritado e sentava-se na escada da varanda, onde ficava matutando, tentando entender o que aquilo queria dizer. Nunca tinha sucesso, e isso o irritava mais ainda. Mas sua mãe sabia exatamente como dobrá-lo, então tudo ficava bem em pouco tempo.

Estava perdido em suas lembranças enquanto aguava e mimava as plantas. Afinal, quem não conversava com sua mudinha de lavanda quando estava só, não é mesmo? Se as pessoas e os animais gostavam de receber carinho e cuidado, por que as plantinhas não gostariam também.

Entretanto, Uchiha Sasuke não estava só.

Não exatamente.

Aquela tosse agoniante fê-lo perceber isso. Era algo que lhe dava calafrios! Era como um gato tentando expelir uma bola de pelos, só que em proporções maiores e mais desesperadoras. E nojentas também. Uma sensação que subia da planta do pé, se concentrando no rosto e fazendo a face do Uchiha se contorcer em uma careta azeda.

– Quem está aí?! – O moreno berrou irritado, largando o que fazia e dando alguns passos para mais perto da cerca.

Não se ouviu nada por alguns bons segundos.

– Tá perguntando pra mim? – Uma pergunta, sem muito caso, veio do outro lado da fileira de tábuas altas e pintadas de branco. Era uma cerca uns vinte centímetros mais alta que o moreno.

– E pra quem mais seria? – Sasuke respondeu com outra indagação, retirando as luvas de jardinagem que usava e as jogando num canto.

– Sei lá. Talvez pra algum capim por aí. ‘Cê tá falado com eles já tem um tempinho né... – Nem sarcasmo, nem ironia, apesar de aparentar isso. O tom era casual, sem muito interesse. Falou isso como quem fala do tempo.

– Ei, capim coisa nenhuma! – Rebateu num grito. Não admitia tamanho descaso com suas criações. – E você tá me espionando, por acaso?

– Não. Estou ouvindo os pássaros, relaxando, pegando um pouco de sol. Sabe, vitamina D... – Esclareceu. – E você, se não está conversando com o capim, tá fazendo o que?

Sasuke fitou a divisória que separava os dois quintais, como se pudesse carbonizá-la e tudo o que estivesse no seu caminho junto. Pensou duas vezes para não derrubá-la em cima de seja lá quem fosse. Moleque chato!

– Estou regando as plantas e arrumando o jardim. – Respirou fundo para tentar amenizar o incômodo que estava sendo aquela martelada nos nervos, também chamada de diálogo.

Não tinha paciência para gente ‘mala’. A pouca que tinha, Itachi consumia sozinho. E ainda faltava, diga-se de passagem. Itachi sabia ser chato pra caramba, todavia, ele tinha concorrência, pelo visto.

– A propósito, muito obrigado por se mudar para cá. – Ditou com sarcasmo enquanto levava alguns vasos com tulipas para uma das prateleiras de madeira de demolição presas à cerca.

– Eu tenho que morar em algum lugar, ué.

– Claro. Agora aquele bando de babacas tem um motivo a mais pra me zoar. Tsc, como se já não tivessem de sobra...

– O fato de você conversar com o mato não é o suficiente? – O garoto do outro lado da cerca questionou de forma um tanto curiosa.

Sasuke socou uma tábua da cerca, aproximando-se de onde vinha a outra voz a passos firmes e zangados.

– Escuta aqui, eu acho melhor você ir pra sua casa até eu terminar aqui com o meu jardim! – Berrou em um tom de aviso. Uchihas poderiam ser bem perigosos, quando soltos de suas coleiras de bom senso. – Ou pelo menos feche essa boca!

– Mas por quê? – Pediu, sem entender o motivo dos berros. Na sua cabeça, talvez, mas só talvez, ele pudesse ter sido irritante em algum momento. Mas só talvez.

– Pra que eu não precise me preocupar em pegar alguma coisa de você e morrer! – Retrucou fulo, sem medir as palavras.

Não obteve resposta por alguns segundos, que começaram a parecer horas conforme a sua consciência fora pesando. Talvez tivesse passado dos limites.

– Não pode ser transmitido pelo ar. – Respondeu o outro em tom um pouco mais amuado, mas ainda casual. Em tom de “acho que chove hoje”.

O moreno então parou para refletir nas merdas que falava quando estava de pavio curto.

– Acho que... Só por segurança, você deveria entrar. – Ditou mais baixo, quase sussurrou. Sentiu-se um pouco mal pelo que dissera, mas não daria o braço a torcer totalmente.

– Mas eu estou bem aqui. Talvez você devesse entrar. – Sugeriu, não com a intenção de irritar o outro. Só queria ficar por ali.

Entretanto, Sasuke se irritou mesmo assim. De novo. Peso na consciência é o cacete.

– Ei! – O Uchiha marchou até a cerca novamente, olhando por entre as frestas, procurando o ser que lhe afrontava. ­– O que você faria se eu fosse até aí quebrar a sua cara?

O moreno não obteve uma resposta imediata.

– Quanto tempo isso levaria? – Perguntou curioso, pegando o moreno desprevenido.

– Não mais que dez segundos, eu acho... – Caminhou paralelamente à fileira de tábuas que os separava, mas por mais que andasse, não conseguia ver mais do que as pernas do garoto. Não conseguia ver seu rosto, apenas seus tênis e seu par de canelas finas.

­– Eu provavelmente esperaria você terminar de me bater e continuaria o que estou fazendo agora. – Respondeu firme, como se tivesse pensado por horas no que dizer.

– Você ia simplesmente me deixar bater em você? É isso? – Estava confuso. Além de aidético aquele garoto era retardado também?

Sasuke continuou tentando, mas ainda não via seu rosto. Não sabia o que pensar. Pelo que vira, só sabia que a bermuda dele era preta, assim como o tênis, e camiseta laranja, pelo que aparentava.

Acordou de seus devaneios somente quando ouviu uma breve risada anasalada vinda do outro lado.

– Eu tentaria impedi-lo, claro, mas eu não conseguiria fazê-lo. – Cruzou as pernas, ainda esticadas sobre a grama. – Sabe, não sou muito grande.

– Bem, nesse caso, só levaria em torno de 5 segundos.

Sasuke ouviu uma gargalhada de seu vizinho. Riu junto com ele, mas o outro não percebera isso. Fora uma risada curta, afinal. Logo voltou a seu semblante sério, mas não estava mais tão irritado assim. Estava tranquilo.

Talvez contente, mas sem um motivo especial. Só quis sorrir.

– Qual... – O Uchiha hesitou – Qual é o seu nome?

– Meu nome é Naruto. – Ele virou a cabeça, olhando fixamente para a cerca na qual, do outro lado, o moreno estava debruçado. – E o seu?

– Sasuke... – A resposta veio num tom casual. Talvez pensativo, mas o que se passava na cabeça dele era um mistério.

– Então, Sasuke, é isso que você vai fazer? Me quebrar em cinco segundos?

O moreno desencostou a testa da madeira e fez o caminho de volta, ainda espiando através das frestas e ainda falhando em seu objetivo. Malditos ângulos. Riu e balançou a cabeça em uma negativa, dando de ombros.

– Talvez mais tarde. – Respondeu sem muito caso. Riu anasalado, e depois de dar dois soquinhos nas madeiras que os separavam, Sasuke se afastou.

– Ei, você ainda está aí? Oi...? – Vociferou, mas ninguém respondeu. – Sasuke?

Suspirou e voltou a deitar-se na grama, como estava fazendo até a pouco. Nunca tivera uma conversa tão estranha antes. Pelo menos não que lembrasse. Mas por mais incomum que tenha sido, ele tinha gostado. Algumas tossidas e devaneios depois, ele acabou pegando no sono. Não sonhou com nada. Só veio a despertar com barulho do carro de seu pai, que chegara do trabalho.

Sentou-se e ficou olhando seu progenitor entrar em casa, abrindo a porta com o pé por estar sobrecarregado com sacolas de supermercado, seu paletó e alguns papéis.

Em seguida, olhou para si mesmo, reparando apreensivo na sujeira em sua roupa, oriunda das suas horas de vadiagem no jardim. Seu pai não gostava muito de sujeira. Na verdade, não gostava muito que ele se sujasse.

Levantou-se do chão e correu em direção à sua casa, entrando pela porta poucos segundos após seu pai. Ficou observando-o da entrada da cozinha com uma expressão preocupada. De início, o maior não notara sua presença, mas quando o fez, fitou o garoto de cima abaixo com uma carranca nada contente.

– Seu bostinha... – Murmurou em um tom perigoso, dando alguns passos em direção ao filho. – O que eu falei que faria se você aparecesse sujo de novo, hein, Naruto? - O maior mantinha o semblante sério sobre o menor, que abaixou a cabeça como num pedido de desculpas.

Mas não era um.

Naruto não demorou muito para abrir um sorriso matreiro, dando as costas e correndo para longe do pai, que não demorou em segui-lo pela casa, aos berros e aos risos. Também não demorou a alcançá-lo, frustrando a última tentativa de drible dada pelo garoto.

– Vem aqui, seu diabinho! – Rosnou agarrando o menor, jogando-o no sofá e enchendo-o de cócegas.

O garoto tentava se defender, mas não conseguia. Tudo o que conseguia fazer era gargalhar histericamente e implorar pela misericórdia do pai, que inevitavelmente ria junto.

Quando finalmente decidiu parar com a tortura esparramou-se, exausto, ao lado do filho no sofá, afrouxando a gravata na tentativa de recuperar o fôlego. Tentativa bem falha.

– Você... é... muito cretino... tou-san! – Berrou Naruto, sem medir o tom e com a fala entrecortada por breves gargalhadas e pela respiração difícil. – Muito cretino! – Enfatizou depois de alguns segundos, secando as lágrimas que tinha nos olhos.

– Parece que, além da sua roupa e do seu cabelo, sua boca também está bem suja, moleque. – Inspirou fundo, soltando o ar devagar. – Vá tomar um banho e depois desça pra jantar, ok?

– Certo! – O menor gritou, subindo os lances de escada a passos largos, correndo até seu quarto. Pegou uma muda de roupa e correu até o banheiro, cuja porta fechou num estrondo, fazendo seu pai dar uma negativa com a cabeça.

Seu nome era Namikaze Minato, trinta e poucos anos e viúvo. Um pai dedicado. Trabalhava como professor de matemática em três instituições diferentes, não tanto por necessidade, mas porque gostava da arte de lecionar. “O conhecimento não serve para nada se não for passado adiante”, vivia repetindo.

Por conta de seu trabalho duro, Naruto e ele podiam levar uma vida sem necessidades. Podia pagar pelas medicações que Naruto precisava e manter a casa sem muitos problemas.

Era a segunda mudança deles em um período de tempo bem curto. Vieram de uma cidade maior para morar em um apartamento em Konoha, mas Naruto não se havia se acostumado com o pouco espaço, então rumaram até esse bairro, onde Minato pôde adquirir uma casa mais espaçosa.

...

Naruto descera as escadas com os cabelos mais molhados do que secos. Não tinha paciência e nem tempo para coisas tão triviais como secar o cabelo. Ele sentou-se à mesa e seu prato já estava servido, junto com um copo cheio de suco de laranja. Fitou Minato com uma careta, que foi devolvida à altura.

Comeu tudo, mas não tinha fome alguma.

...

Sasuke saiu do banho por causa do toque do seu celular. Ainda secava os cabelos com uma toalha e não vestia mais que uma cueca. Checou o aparelho, vendo duas chamadas perdidas vindas de números distintos; seu pai e seu irmão. Bloqueou a tela e jogou-o sobre sua cama.

Não ligaria de volta porque sabia que ambos ligaram com o propósito de dizer-lhe que chegariam tarde. Fugaku provavelmente estava atolado em trabalho de novo. Já Itachi devia estar enrolado com mais uma qualquer por aí. Vivia mais tempo com o pau fora das calças do que dentro delas.

Dois exemplares bem opostos de Uchiha; três, se contasse a si mesmo, porém todos ainda típicos Uchihas.

Como ficaria sozinho, Sasuke nem se deu ao trabalho de se vestir. Desceu até a cozinha, pegou um pacote grande de salgadinho, uma lata de refrigerante e voltou para o quarto, onde “jantou” enquanto mexia no celular, sem se ater muito às horas.

Quando cansou, apagou as luzes e, logo em seguida, apagou também.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Me contem, eu quero saber!
Espero que nos vejamos nos reviews, porque sinceramente estou precisando de opiniões sobre Medicine.
Pra quem lê Inside, a fic não foi abandonada não, viu, meus Killucats! -q
Tô tramando mil e uma coisas pra vocês, cês nem imaginam. To mais sinistro que o Exu Caveirinha!
Tanto sobre Medicine quanto sobre Inside: não sei quando nos veremos, mas nos veremos!
Venham cá, me abracem pelos reviews porque tô morrendo de saudades de vocês! :D Venham balançando o corpinho ao som de Bang Bang, assim como eu estou fazendo agora!

Um beijo do Tio Killua e até os comentários! Qualquer outra dúvida, curiosidade e qualquer coisa do tipo, podem mandar MP's que responderei com todo o carinho. Podem pedir no twitter também. @Killuwriter.
~Até mais, meus queridos!