Sophie Backer

Hoje não acordei de bom humor, os motivos são:

Não dormi bem;

Tive que acordar cedo;

Vou para uma nova escola daqui mais ou menos 1 hora.

Ao contrario de mim, Rachel estava de bom humor, aquela garota energética e positiva como sempre, que fez meu humor fica um pouco melhor, ela fez o café da manhã, e depois nos arrumamos para ir para a escola que não era muito longe do nosso apartamento.
Quando chegamos no colégio, percebi que ele era bastante sofisticado, tinha Sakuras em volta de sua entrada e bancos repletos de estudando, assim que entramos dei de cara com alguém, ia começar a xingar quando eu olho para cima e vejo que era o garoto que eu tinha visto ontem, o de cabelos castanhos, ele obviamente estava surpreso, mas depois de alguns segundos deu um sorriso tímido colocando a mão na cabeça sem graça e disse:
– Desculpe, a culpa é minha, eu deveria prestar mais atenção por onde ando - com aquele sorriso eu não conseguia dizer nada, não adiantava oque eu tentasse falar saia tudo gaguejado, então resolvi que era melhor eu ficar quieta - me chamo Mike, e você? Eu me lembro de ter te visto ontem no centro. - espera, no meio de todo aquele povo ele foi prestar atenção em mim? Olhei para o lado e Rachel não estava lá, onde ela se meteu na hora que eu mais preciso?
– Ah, sim, me lembro de ter te visto também, me chamo Sophie. - com muita calma eu consegui dizer aquela frase sem gaguejar.
– Bom, Sophie, espero sermos grandes amigos. - ele sorriu e saiu andando para a saída do corredor.
Encontrei Rachel na sala de aula, perguntei onde ela esteve todo aquele momento e ela disse que foi no banheiro, como assim no banheiro?! Ela riu tanto da minha cara quando contei tudo que aconteceu que parecia que ia morrer. Depois das aulas na classe íamos ter aula de educação física, onde nossa sala se junta com a outra do 1º ano, fomos ao vestiário feminino e colocamos as roupas de ginasticas e depois fomos ao patio e percebi que Mike estava fazendo aula de educação física com nós, as garotas foram correr em voltas no campo, enquanto corria fiquei prestando atenção em Mike, pelo jeito muita atenção, enquanto o observava torci o tornozelo caindo no meio de todo mundo, e todo mundo fazendo um roda á minha volta, me fazendo ficar vermelha, é claro que estava doendo, e muito por cima, o professor então pediu para quem me levar para a Enfermaria de cavalinho? Sim, o Mike, na hora ele corou levemente, mas me carregou de cavalinho enquanto estávamos a caminho da Enfermaria, perguntei a ele:
– Não estou muito pesada? Ainda tenho um tornozelo bom. - queria parecer preocupada com ele.
– Não se preocupe, não sou tão fraco assim - ele sorriu - mas importante, você está bem?
– Vamos dizer que bem bem, não, mas na medida do possível, sim - tentei retribuir o sorriso.
– Chegamos.
Ele entrou na Enfermaria e ficou comigo até a enfermeira acabar de fazer um Raio-x, por sorte ela disse que não foi nada, que era só enfaixar por alguns dias e eu poderia voltar a andar normalmente, mas como as aulas já estavam acabando que eu poderia ser dispensada, sentei em um dos bancos dos corredores esperando tocar o sinal para ir embora, Mike se sentou comigo, me olhou nos olhos e disse:
– Você está bem mesmo? - eu simplesmente não entendia como ele conseguia ler os meus pensamentos com um olhar só.
– Bom, eu não quero abrir meu coração com um estranho que conheci hoje. - brinquei com ele dando um leve soco no seu ombro.
– Um estranho que já se tornou seu amigo, então não quer se abrir comigo? Eu estou aqui para te ouvir, qualquer reclamação, qualquer coisa. - ele sorriu.
– Eu odeio esse lugar, odeio tudo isso, queria ter continuado na minha velha casa, com meus pais, com a minha irmãzinha. - naquele instante eu já não conseguia controlar as lagrimas que começaram a rolar pelo meu rosto.
– Você odeia mesmo aqui? - ele parecia querer me entender, quando comecei a gritar enquanto chorava.
– NÃO, não é isso, eu adoro essa cidade, adorei essa escola, e amei ter te conhecido, mas... - hesitei por um momento, eu podia mesmo confiar nele? - eu estou aqui, somente porque meus pais estão se divorciando, se não fosse por isso... - naquele instante enquanto chorava feito uma criança, ele me abraçou, um abraço reconfortante, como aqueles que minha mãe me dava quando eu chorava por alguma coisa, aquele abraço parecia que tirava um grande peso das minhas costas.
– Você pode chorar o quanto quiser, mas isso não vai mudar oque está acontecendo, eu vou estar com você, vou cuidar de você, você pode contar comigo, para sempre, é uma promessa. - como ele conseguia fazer eu me sentir tão bem no meio de tudo aquilo? No meio de tudo que estava acontecendo ele foi o único que conseguiu tirar um grande peso das minhas costas com apenas um abraço - eu sei o quanto deve ser difícil para você, mas se está frustada, me mostre o quanto é forte, que pode superar isso, pelos seus amigos que deixou na sua antiga cidade, pelo seus pais e - ele deu uma pausa - por mim - aquilo certamente me pegou de surpresa, eu não o entendia - viu? Nos conhecemos hoje, e você agora está se abrindo e chorando nos meus braços, me mostre o quanto éforte, me dói ver você desse jeito, você fica muito mais bonita quando sorri. - ele me abraçou mais forte, me confortando com sua suave voz e seu abraço único

Fim do capitulo 2.

http://www.youtube.com/watch?v=gXq-14lV79s– Coldplay - Fix You