Unbroken escrita por Angel


Capítulo 60
Problems




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Robin então, se dirigiu até o sofá da sala e sentou-se, até avistar a ruiva se aproximar. Estava devastada, com o olhar triste e esperançoso ao mesmo tempo... mas linda, como sempre, constatou.

— Olá, Zelena! — ele disse, suave

— Robin... — ela parou, o encarando. Sentia vontade de chorar e correr pros braços dele, só queria ouvir que era a escolhida... mesmo sabendo que aquilo era impossível. Respirou fundo e buscando forças dentro de si, deu mais alguns passos e sentou-se ao lado dele.

— Me desculpe... — foi tudo que ele conseguiu dizer, após alguns segundos em silêncio

— Porque? Tudo voltou ao normal e eu sou um monstro. Nada para se espantar ou desculpar. Não é sua culpa! — ela respondeu

— Ei, a mulher que eu conheço está longe de ser um monstro! — rebateu

— Talvez você não me conheça tanto quanto acha... — respondeu, com os olhos marejados

— Eu te conheço bem, porque você é como eu... — ele segurou as mãos dela carinhosamente — porque há um tempo, eu era bem diferente... mas eu mudei. E eu deixei meu passado pra trás. Assim como você! — falou, quase sussurrando

Ela deixou uma tímida lágrima escorrer dos olhos, seu peito doia de uma forma inexplicável.

— Então... o que aconteceu entre nós... — ele a completou

— Foi real! — ela abriu um sorriso tímido — meus sentimentos por você são reais! — afirmou, arrancando um extenso sorriso da ruiva e pode ver os olhos da mesma brilharem — mas Marian é a minha esposa... e eu a amei. E fiz um juramento a ela quando nos casamos. E minha honra me lembra de cumprir isso. Não estaria sendo honesto comigo se descumprisse meu código de honra e a deixasse. — aquilo foi como uma facada no coração de Zelena. Pior que as anteriores... sua faísca de alegria sumiu por completo.

— Então você fez sua escolha... — ela disse

— Posso ser um ladrão, mas tenho esse código e tenho de viver sob ele. Não seria justo ir contra isso. Espero que você possa entender! — finalizou, se levantando e saindo dali.

Zelena novamente desabou em chorar. Ela sempre era a esquecida, não sabia nem porque ainda criava esperanças. Só sentiu alguém sentar ao seu lado e a abraçar de uma forma acolhedora e carinhosa. Não levantou a cabeça e nem perguntou quem era, conhecia bem aquele gesto e os enormes cabelos escuros provavelmente presos, segundo seu angulo de visão.

— Pela sua reação eu sei bem o que ele disse... não vou dizer pra não chorar, porque imagino como deve estar doendo — a voz de Marissa soou em seu ouvido — pelo contrário, chore. Desabafe... pessoas não choram porque são fracas, mas porque vem sendo fortes há muito tempo. — falou, fazendo a tia derramar mais lágrimas. Elas ficaram assim por vários minutos, Marissa apenas acariciava os cabelos da tia, não havia nada pra ser dito. Algum tempo depois, ela enxugou as lágrimas e se levantou.

— Estou bem...

— Mesmo? — perguntou, arqueando a sombra-celha

— Eu vou ficar, não se preocupe. Vai se arrumar, vai acabar se atrasando pra escola e sua mãe vai me matar. Estou bem, pode acreditar! — ela disse, subindo as escadas junto com a sobrinha e se dirigindo ao quarto da mesma

— Ok, na verdade. Já estou pronta! — estalou os dedos e trocou de roupa — não diga nada pra minha mãe, tá? Ela me mata se souber que andei usando magia pra essas coisas! — pediu, vendo a tia assentir — ai droga, acho que deixei meu estojo em cima da mesa, eu já volto. — disse, descendo as escadas novamente

Quando se viu sozinha novamente, respirou fundo e tentou controlar o que sentia. Agora, deixou o ódio se misturar com a tristeza. Só de pensar que por conta daquela ninguém ela havia perdido Robin seu sangue fervia. Respirou fundo novamente e deixou esse sentimento aflorar e reagir com seus poderes, ouvindo algo de vidro se quebrar em resposta. Virou-se para ver o que era e pode ver que se tratava de um globo de neve que Marissa tinha em cima do armário de magia. Espera ai... o armário de magia. Marissa era a feiticeira mais poderosa que o mundo da magia conhecia, ela devia ter feitiços negros igualmente poderosos guardados naquele armário. Um deles poderia ser a solução de tudo. Aproximou-se da fechadura e após toca-la de leve, sentiu um leve choque. Claro, ela havia usado algum feitiço pra proteger tudo o que havia ali. Pensou no que todos daquela família usavam para proteger seus itens mágicos e após se cortar propositalmente com um dos cacos de vidro, quebrou o feitiço com seu sangue e abriu o armário. E assim como ela imaginava, ali havia de tudo... colares com pingentes mágicos, uma bola de cristal, caixas com maldiçoes e feitiços, a varinha da garota e inúmeras poções. Ei, talvez uma delas bastasse pra resolver seu problema. Olhou os fracos e achou a perfeita. Guardou-a consigo e fechou o armário.

— Marissa, vou sair. Preciso esfriar a cabeça, não se preocupe! — ela gritou, descendo as escadas e saindo.

Marissa estranhou mas nada disse. Achou seu estojo depois de vários minutos e subiu para seu quarto. Guardou-o na mochila e já ia saindo quando reparou algo estranho. Onde estava seu globo de neve? Aproximou-se do seu armário e pode ver a madeira levemente manchada, quase imperceptível se não prestasse atenção. Passou as mãos sobre as portas do mesmo e não sentiu seu selo de sangue ali. O feitiço havia sido quebrado. Não, não podia ser, pensou. Abriu rapidamente o armário e olhou tudo que ali havia, e constatou que faltava uma poção. Conhecia bem tudo o que tinha e sabia o que a poção que faltava fazia. Fechou seu armário e desceu correndo as escadas, sacando seu celular e discando o número da mãe.

— Marissa, você ainda não chegou na escola? Já perdeu o primeiro horário, eu não quero ser chamada na sua escola novamente e nem assinar boletim vermelho. — Regina falou do outro lado da linha

— Mãe, esquece isso. O que eu tenho pra falar é importante. A minha tia e o Robin conversaram e ele escolheu a rata da floresta. Ela ficou arrasada e chorou por um bom tempo. Depois disse que estava melhor e eu a deixei sozinha uns minutos no meu quarto. Em seguida desceu correndo as escadas e saiu, dizendo que foi esfriar a cabeça. A questão é que quando voltei eu encontrei meu armário de feitiços sem o selo de sangue e quando abri faltava uma poção. Mãe, você sabe que eu nunca deixo aquele armário sem o selo e as únicas pessoas que podem quebra-lo são ligadas a mim por sangue. Eu tenho certeza que ela pegou pra usar em alguém. Nós precisamos impedir antes que seja tarde. Ela não pode cair depois de ter avançado tanto! — Marissa finalizou, correndo pelas ruas de Storybrooke.

— Eu vou atrás dela, não se preocupe. Não vou deixar nada acontecer. Avise o seu avô, e siga pra escola! — Regina falou

— Mas eu posso ajudar... — Marissa ia falando e foi cortada

— Sim, pegando seu irmão e indo pra escola. Qual poção ela pegou? — questionou

— A do coração de pedra. Mãe, eu sei exatamente em quem ela vai usar! — falou

— Na Emma! Meu Deus, avisa pra ela o mais rápido possível! — Regina exclamou, preocupada

— Não, ela não vai usar na minha irmã! — afirmou

— Como pode ter tanta certeza? — indagou

— Mãe, por favor. Você já esteve lá, é só pensar: Você só pode se livrar de uma pessoa. Uma delas causou o problema e a outra é o problema. De quem você se livraria? — questionou

— Marian! — Regina deduziu

— Se ela matar a Emma, a rata vai continuar lá, casada com o Robin e impedindo ela de ficar com ela. Mas se ela se livrar da rata, o caminho fica livre! — finalizou

— Marissa, pelo amor de Deus, faça o que eu te pedi. Eu vou ligar pro Rumple e resolver isso! — disse e desligou

Enquanto isso, Emma ia caminhando pelas ruas de Storybrooke junto com Hook e Henry.

— O que será que aconteceu com a Marissa? — Emma questionou, olhando o relógio e notando o atraso da irmã

— Não sei, o telefone dela estava dando só ocupado! — Henry respondeu

— Não é ela que vem ali? — Hook apontou para a menina, que vinha correndo na direção deles

— Me desculpem pela demora, tive um problema e me atrasei! — falou

— Perdemos o primeiro horário, se soubesse teria ido sozinho. O que aconteceu? — Henry questionou

— Menos, garoto. O Robin deu um pé na tia e ela pegou uma das minhas poções pra dar um jeito na rata da esposa dele! — Marissa resumiu

— O que? Ela vai... — Emma ia falando mas ela interrompeu

— Mata-la? Mais ou menos, ela vai usar a poção do coração de pedra. — respondeu

— E o que isso faz? — Hook indagou

— Transforma o coração da pessoa em pedra, fisicamente falando. — respondeu — Emma, antes que você tente ajudar, é melhor ficar longe de tudo. Ela está brava com você e pode acabar sobrando pro seu lado se você aparecer na frente dela. Eu também queria ajudar mas a mamãe disse que resolve isso com o vovô. Então, vamos antes de ganharmos uma advertência! — Marissa praticamente puxou Henry e saiu dali

— Ela está certa, amor... — Hook ficou de frente para Emma, visivelmente aflita com a situação — Zelena está fora de controle, é melhor não cruzar com ela. Que tal ficarmos juntos o resto do dia? — ele propôs, depositando um beijo delicado nos lábios da loira

— Eu tenho que trabalhar... — ela respondeu, com uma carinha desanimada

— Eu posso ficar lá e levar umas rosquinhas, o que acha? — questionou

Mas antes que Emma pudesse responder, foram interrompidos por um grito de Leroy, que apareceu correndo seguido de alguns habitantes de Storybrooke.

— ESTAMOS SENDO ATACADOS! — avisou

— O que aconteceu? — Emma perguntou

— Acho que aquilo explica melhor! — apontou para um grande monstro de gelo que vinha na direção deles

Não muito longe dali...

Rumple levantou-se delicadamente da cama, para não acordar Belle. Sabia que era errado, mas não pode evitar e caminhou até a caixa que viu na mesinha da sala da casa onde ele estava passando a lua-de-mel com ela. Pegou, e respirou fundo. Depois de muitos anos ele tinha aquilo novamente. Usou a adaga para abri-la e de lá saiu o chapéu azul, repleto de estrelas. Sabia bem o poder que aquilo havia, mas não queria sentir-se tentado por aquilo. Foi interrompido de seus pensamentos com o celular no tocando e o nome de Regina brilhando no visor.

— Filha, oi. O que aconteceu? — atendeu. Sabia que para Regina estar ligando aquela hora sabendo onde ele estava algo serio havia acontecido.

— Pai, não tenho tempo de explicar direito. Tudo o que precisa saber é que a Zelena pegou uma das poções da Marissa para usar na Marian, porque o Robin escolheu ela ao invés da minha irmã. Precisamos encontra-la e impedir. Eu sei que você não liga pra ela, mas por favor, ela é minha irmã e não quero que regrida pra esse caminho de novo! — finalizou. Mas Rumple permaneceu intacto ao ouvir as palavras dela — Alo? Você me ouviu? — Regina chamava do outro lado, percebendo que ele estava mudo.

— O que você disse? — ela pode ouvir as lágrimas do outro lado e ficou sem entender

— O que aconteceu? Porque você está chorando? — questionou

— É a primeira vez que você me chama de pai!


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