Unbroken escrita por Angel


Capítulo 43
Let It Go


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu queria pedir desculpas pela demora, é que estava atarefada e sem criatividade. Passei uma boa parte do dia tentando escrever o cap, então... espero que gostem. Aliás, espero que gostem da minha ideia pra música também kkk enfim, boa leitura



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— O QUE? — David não consegue esconder sua surpresa ao ouvir tal suposição

— Não seria espanto se Cora tivesse tido um caso com Gold. Acho que de todas as possibilidades, essa seria a mais provável! — Emma concluiu

— Como podemos ter certeza? — David indagou

— Vou eu mesma tirar essa história a limpo... — afirmou, retirando sua jaqueta da cadeira

— Não vai dar em nada. Ele mesmo disse que não faz a miníma ideia de quem seja... mas se é o pai da Regina, porque não nos disse nada?

— Porque não quer que ela saiba... e talvez porque não a quer — suspirou, tentando ser suave — como filha!

— É o que mais ela teme... — David sentiu uma pontada em seu coração

— Vamos fazer o seguinte: eu vou interroga-lo, e não conte nada á ela até que eu esclarecer tudo!

— Mas Emma, eu não posso. Tudo o que ela mais deseja é encontrar o pai. Não posso esconder isso dela! — argumentou

— Não esqueça que há a possibilidade de ele não ser o pai dela. E acredite, por mais que doa essa dúvida, esperanças falsas doem muito mais. Eu tenho certeza que se conversar com ele, vou saber a verdade. Mas precisa me prometer que não vai contar nada pra ela! — pediu, e David assentiu.

Pouco depois, na loja de Gold...

— Olá, Srta. Swan. O que te traz á minha humilde loja? — perguntou, se pondo de pé, com Belle ao seu lado, escondendo a caixinha com os fios.

— Sem irônias, Gold. Eu sei a verdade! — foi direta, ficando diante dele

— Que verdade? — perguntou

— Você é o pai da Regina! — afirmou, fazendo Gold estremecer. O mesmo soltou uma falsa risada em seguida, tentando disfarçar.

— De onde tirou essa ideia, Srta. Swan?

— Essa é a frase mais usada por mentirosos, acredite. Você sabe mentir melhor! — usou seu famoso dom, vendo a feição de Gold se desmanchar em seguida — sabe que não adianta nada mentir pra mim. Posso ser péssima com magia, mas sou ótima em descobrir as coisas. Principalmente com quem está mentindo! — cruzou os braços, e após Gold olhar silenciosamente para os pés, e Belle pôr sua mão sob a dele delicadamente, o mesmo respirou fundo e confessou:

— Você está certa... Regina é minha filha! — admitiu

— Porque não conta pra ela? Está louca atrás do pai! — Emma questionou

— Porque depois de tudo oque fiz pra ela, se souber que sou o pai dela, nunca vai me perdoar. Menos ainda olhar na minha cara. — argumentou — e você não vai contar nada pra ela, Emma. Nem para o seu pai, nem para a sua irmã ou Henry. Isso deve ficar entre nós! — falou

— Gold, talvez ela não fique. Talvez chocada quando se deparar com a verdade sim, mas depois te aceite. Eu acho que deixa-la sem respostas, é pior. Não saber é a pior coisa, acredite. Tenho experiência com isso! — rebateu

— Não quero correr o risco. Prefiro ter a conexão que tenho agora com ela do que não ter nada. Espero que não contrarie meu "pedido" e diga algo á ela. Sabe o que pode acontecer... — lançou-lhe um olhar ameaçador, e Emma assentiu.

— Você deve saber o que faz. Só certifique-se que ela não descubra por conta própria! — afirmou, deixando a loja. E como Gold havia "pedido", ela mentiu para o pai e disse que não havia descoberto nada. Regina continuou sua procura incessantemente, enquanto isso a data do casamento se aproximava. Belle finalmente conseguiu convencer Marissa de cantar sua música, Emma continuava sua pesquisa por apartamentos em NY e Marissa finalmente se mudou para casa de Regina. E claro, o casamento de Regina e David finalmente chegou. A cidade em peso estava presente. Finalmente Regina se casaria como sempre sonhou. Usou o tradicional vestido branco, tomara que caia, e o véu estava preso em um coque. David a esperava no altar. Ela entraria sozinha. Até pensou em colocar Henry para acompanha-la até o altar, mas achou melhor não. Queria tanto que seu pai estivesse consigo, segurasse sua mão e pudesse compartilhar tal alegria com ela. Não pode deixar de pensar em seu pai "adotivo"... ele sempre estaria em seu coração, de alguma forma. Foi puxada de seus pensamentos por uma voz conhecida.

— Não chore, dear. Vai borrar a maquiagem! — era Gold, se aproximando. O que ele queria? Pensou.

— Não finja que se importa — proferiu — o que quer? — questionou, preparando-se para entrar

— Vou te acompanhar! — pôs-se do lado dela, a surpreendendo

— O QUE?! — a igreja inteira deve ter ouvido o grito dela

— Quem mais você tem com tal proximidade?! — a encarou — vamos, dear. Acabará antes que veja. Qual o problema? Não te conheço desde menina, e ensinei praticamente tudo o que sabe? Sou o mais próximo que tem de um familiar por aqui! — deu o braço, e apôs vê-la pensativa por um instante, a mesma envolveu sua mão do braço dele

— O que vai querer em troca? — questionou, vendo a marcha nupcial começando a ser tocada

— Nada, estou fazendo isso para provar a Belle que mudei. É por conta da casa! — respondeu, vendo as portas da igreja se abrirem e em seguida ambos começaram a caminha lentamente até o altar. Não é preciso dizer que houveram inúmeros olhares curiosos sobre o acompanhante da noiva. Regina porém, passou a se concentrar só no fato de que finalmente seu sonho estava se realizando. Seu coração batia alegre no peito ao ver David a esperando no altar, e claro, a maneira como ele a olhava. De um jeito que nem mesmo Daniel havia a olhado. Rumple, por sua vez, estava emocionado como nunca antes. Não conseguia conter o orgulho ao ver sua menina finalmente realizando seu sonho, e não deixava de admirar o quanto ela estava linda. Por outro lado, sentia-se triste por não poder apoia-lá e compartilhar tal alegria da forma como queria. Ambos finalmente chegaram ao altar, e ao entregar á mão de Regina á David, sentiu um enorme aperto no peito. Afastou-se e foi para perto de Belle, assistir a cerimônia.

— Está tudo bem, Rumple? — Belle sussurrou, vendo-o assentir em seguida.

David e Regina entrelaçaram as mãos, e ajoelharam-se diante do altar, enquanto o padre dava início á cerimônia. Regina deixou algumas lágrimas rolarem, e não conseguiu deixar de sorrir ao ouvir David sussurrar: Você está linda. Ambos ficaram de pé, para proferir os votos. Henry trouxe as alianças, e David pegou delicadamente uma delas de cima da pequena almofada.

— Regina Mills, receba essa aliança como prova do meu amor. Eu recebo-te como minha esposa, e prometo amar-te e respeitar-te, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de minha vida até que a morte nos separe! — proferiu, colocando a aliança delicadamente no dedo da morena, que segurava ao máximo as lágrimas

— David Nolan, receba essa aliança como prova do meu amor. Eu recebo-te como meu marido, e prometo amar-te e respeitar-te, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de minha vida até que a morte nos separe! — repetiu o gesto dele, e após a benção final do padre, ele se aproximou delicadamente os lábios dos dela, e selaram sua união com um beijo, em meio aos aplausos de todos.

— Parece que agora eu sou a Sra. Nolan! — Regina não pode deixar de sussurrar

— Mais do que isso: você é minha. — ele sussurrou de volta, arrancando um sorriso dela — somente minha! — a beijou novamente

Na festa...

— Está chegando a hora, Marissa! — Belle falou, se aproximando de Marissa

— Ainda to pensando se devo ir! — Marissa respondeu, observando o palco receosa

— Porque? Você preparou tudo, ficou tão lindo, sua mãe iria amar, todos iriam, porque esse medo de subir no palco? — Belle questionou, ainda não compreendia o medo de Marissa

— Belle, uma coisa é ensaiar. Outra é cantar em um palco na frente da cidade inteira. Acredite, não sou tão boa assim como você acha! — rebateu, com a voz baixa

— Então me diz o porque dessa certeza toda! — pediu

— Porque da última vez que subi em cima de um palco as coisas não terminaram bem... — suspirou

— Porque não me conta? Vai te fazer bem... — falou calmamente — sabe que pode confiar em mim pra qualquer coisa! — reforçou

Marissa suspirou fundo, e buscou em sua mente antigas lembranças.

— Foi há mais ou menos três anos e meio atrás... eu tinha de 11 pra 12 anos. Foi a primeira vez que fui no acampamento de música que contei. Nós estudamos e trabalhamos durante o verão inteiro e no final, há uma audição e o melhor leva um prêmio do verão. Eu estava animada, trabalhei duro em uma música. Queria deixa-la perfeita... criei a letra, trabalhei em todos os instrumentos, criei coreografia e tudo. Era pra ser um sonho... mas foi tudo diferente do que eu imaginava. Eu era novata, e lá já havia muitos campistas "experientes"... e claro, havia a top, a maior, a melhor do lugar. E claro, era a mais rica também. O nome dela era Brittany, e ela levava todos os verões desde que havia entrado ali. Eu era invisível pra ela, até a noite da fogueira. Pediram pra que eu tocasse uma música, e como o violão era o único que sabia bem na época, eu cantei acompanhada do mesmo. E adivinha quem se aproximou de mim? Isso mesmo, a Brittany. Por incrível que pareça, ela se tornou minha amiga por uns dias. Sim, eu fui amiga de uma patricinha egocêntrica, riquinha e mandona — Belle tinha uma feição de completa surpresa no rosto — é difícil de acreditar, eu sei! — deu de ombros

— Mas o que aconteceu? —Belle questionou

— A Brittany era, ou melhor, fingia ser minha amiga por um motivo: ela não gostava de competição. E ela sentiu isso em mim... viu que eu poderia ser uma ameaça pra ela naquele verão, e fingiu ser minha amiga pra me pôr no coral da apresentação dela. Claro, eu neguei. Eu queria ser solista, e não cantora de coro. Mas é claro, as coisas não pararam por ai. Com aquela garota a única estrela por perto sempre tinha que ser ela, e eu deveria ser "eliminada" logo. Eu não sei como, mas ela me viu ensaiando a minha música quando estava pronta. E adivinha só? Ela roubou. Cantou ela em uma aula dizendo que ia ser sua música da audição, e eu aleguei ser minha, óbvio. Mas ninguém acreditou... e adivinha só? Ela não só roubou a música pra ela, como ganhou o prêmio com ela. E ai você me pergunta: mas você não tentou outra música? Tentei, é ai que entra a razão pela qual eu não quero subir no palco. Eu também sei não como até hoje, mas ela armou novamente pra mim. Todos se apresentaram naquele palco, e só na hora em que fui me apresentar a ferragem cedeu e eu cai. E vale ressaltar que o microfone estourou na minha mão. Nunca vou me esquecer das inúmeras risadas que deram da minha cara. Eu nem quis cantar com todo mundo no final... e claro, me tornei a piada do acampamento no ano seguinte. Ainda acha que não vou travar na frente de todo mundo? Agora não é só uma plateia de meia-dúzia de pré-adolescentes. É uma cidade inteira e o casamento dos meus pais. É melhor desistir, Belle. Se alguma coisa der errado, eu vou travar! — desabafou

— Marissa, isso já faz muito tempo. Você cresceu, e amadureceu. Aquilo aconteceu por culpa de uma pessoa que você provavelmente nunca mais vai ver na vida... vai mesmo deixar de homenagear a sua mãe por causa de uma patricinha estúpida que te fez chorar por conta de uma audição de acampamento? Fala sério, Marissa. Você sempre se demonstrou superior á isso. Você mesma disse que ela fez tudo isso porque sabia que podia derrubar ela num vale tudo. Porque está se importando?

— Porque assim que eu encarar toda essa gente eu vou me lembrar do que aconteceu.

— Você vai lembrar do que te fez compor a música: Regina. Só isso. Sobe naquele palco, e mostra pra todo mundo a cantora incrível que você e faça todos sentirem a história da sua mãe. Anda! — Belle insistiu, e Marissa a abraçou, convencida.

Não muito longe dali...

— O que ela está fazendo aqui? — Leroy chamou a atenção de todos para Mary Margaret, que adentrava o local

— Eu a convidei! — Regina respondeu rapidamente, indo até ela em seguida — fico feliz que tenha vindo! — sorriu

— Se eu fosse você teria cuidado com o que comesse a partir de agora, majestade. Nunca se sabe onde o veneno pode estar! — ele mirou Snow de cima á baixo, antes de se afastar

— Não liga pra ele! — Regina a confortou

— Não, está tudo bem... — ela forçou um sorriso

— Mary Margaret! — Emma se aproximou, dando um abraço na mãe

Nesse instante, todos tiveram suas atenções voltadas para um som vindo do palco.

— Bom... olá pra todos! — Marissa disse pelo microfone, ainda trêmula por estar novamente em cima de um palco — todos vocês me conhecem, então acho que não preciso me apresentar — forçou uma risada, em uma tentativa falha de se acalmar. Observou seus pais na frente do palco, a olhando atentamente, seguidos da multidão aglomerada diante do palco, a observando. Fitou Belle no canto, lhe transmitindo um olhar de segurança — eu preparei uma surpresa especialmente pra hoje. Não é nada sobre amor, nada romântico, uma valsa de casamento ou coisa parecida. Na verdade, é uma música que eu compus em segredo. Eu não queria canta-la, mas uma amiga me incentivou e eu acabei me convencendo. Como eu já disse, não é romântica. Na verdade, é uma homenagem. É sobre uma pessoa que mesmo que eu tenha conhecido há pouco tempo, a admiro e amo mais do que qualquer um. Eu tentei expressar os sentimentos dela da melhor forma. A história que eu vou cantar aqui hoje, é a da Evil Queen. Espero que gostem e mãe... — respirou fundo, sorrindo — eu te amo! — falou, dando sinal para a banda em seguida. Ela se aproximou nervosa do microfone, e fechando os olhos, começou a cantar embalada pelo som leve do piano.

https://www.youtube.com/watch?v=kHue-HaXXzg

Deixe ir, deixe ir...

Não posso mais suportar

Deixe ir, deixe ir...

Dou as costas e bato a porta

Abriu lentamente os olhos e fitou uma Regina incrédula e emocionada. Sorriu para ela, e após ouvir os leves acordes da guitarra, continuou.

A neve branca cai na montanha esta noite

Não é uma pegada para ser visto

Um reino de isolamento e parece que eu sou a rainha

Se lembrou da história, e não pode deixar de formar a imagem de Regina presa naquele castelo na cabeça.

O vento está uivando

Como essa tempestade rodopiasse dentro de mim

Não consegui segurá-la

Deus sabe que eu tentei

Regina também deixou as lembranças lhe invadirem a mente... sua mãe a obrigando se casar, suas inúmeras tentativas de fuga, e até a vez que tentou se jogar.

Não os deixe entrar, não os deixe ver

Seja a boa menina que você sempre precisou ser

Esconda, não sinta, não deixe que eles saibam

Bem, agora eles já sabem

Marissa soou, apontando para todos. Finalmente sentiu-se segura, e após ouvir o embalo da banda inteira entrando no refrão, continuou com a voz firme.

Deixe ir, deixe ir

Não posso suportar mais

Deixe ir, deixe ir

Dou as costas e bato a porta

E aqui estou

E aqui eu vou ficar

Deixe ir, deixe ir

O frio nunca me incomodou mesmo

Sorriu após alguns aplausos, e retirando o microfone do suporte, caminhou pelo palco.

É engraçado como alguma distancia

Faz tudo parecer pequeno

Não resistiu á fazer um feitiço de imagem, e criar a placa de Storybrooke e em seguida a do castelo de Regina ao seu lado.

E os medos que me controlavam

Não podem mais chegar até mim

Bem aqui no ar frio, eu posso finalmente respirar

Eu sei que deixei uma vida inteira pra trás

Mas estou aliviada demais para reclamar

Dessa vez criou a coroa, o livro de feitiços, e tudo que podia lembrar o passado de Regina em transição, e em seguida os estilhaçou no ar.

Deixe ir, deixe ir

Não posso suportar mais

Deixe ir, deixe ir

Dou as costas e bato a porta

E aqui estou

E aqui eu vou ficar

Deixe ir, deixe ir

O frio nunca me incomodou mesmo

Segurou a nota alta por alguns segundos, e em seguida abriu-se algumas cortinas atrás do palco e surgiu um coral cantando com ela.

Uma vida congelante foi a que eu escolhi

Você não vai me encontrar, o passado está atrás de mim

Enterrado na neve

Ela voltou em seguida para o refrão, soando baixando por alguns instantes, até a banda e o coral voltarem junto com ela.

Deixe ir, deixe ir

Não posso suportar mais

Deixe ir, deixe ir

Dou as costas e bato a porta

E aqui estou

E aqui eu vou ficar

Deixe ir, deixe ir

O frio nunca me incomodou mesmo

Sorriu enquanto o coral fazia a base, e após tudo se calar, soou delicadamente encerrando.

Let It Go...


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Notas finais do capítulo

Ps: me baseei um pouco em Camp Rock na história na Marissa.