Unbroken escrita por Angel


Capítulo 26
A Proposta




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— Você não sabe arrancar corações... — foi tudo o que saiu dos lábios de Snow, que estava completamente trêmula

— De fato, eu nunca arranquei um — deu de ombros — mas eu dei uma lida sobre... e depois, se der errado... a prejudicada será você. Logo, eu não tenho porque me preocupar — sorriu, e ficou diante dela

— Não, por favor... — pedia, mas foi inútil. Marissa colocou a mão sobre o peito de Mary, e puxou seu coração de lá, com tamanha força que fez a mesma cair no chão de dor. Marissa soltou uma risada, e observou o coração em sua mão.

— Olha só — apontou para uma grande parte escura que dividia espaço com a vermelha — falou tanto que minha mãe tinha o coração negro, e está ficando com o coração igualzinho — amava soltar seu sarcasmo

Mary chorou. Aquilo definitivamente não estava acontecendo. Marissa apertou-o com força, fazendo-a se contorcer de dor. Ela ria, e se divertia com a situação.

— Machuca, não é? — jogava seu veneno — pois foi exatamente o mesmo que minha mãe sentiu a vida toda. Seu coração sendo esmagado — fez o mesmo movimento — mas acho que mata-la de uma vez seria muito fácil... que tal, um pouco de tortura? — deu uma alta risada

— Marissa, por favor... — as lágrimas escorriam pela sua face

— Que tal começarmos tirando de você, aquilo que adora deixar sempre solta e sai por ai espalhando o que não deve?! — falou, e aproximou o coração dos lábios, falando sobre ele — vá até a gaveta da cozinha, pegue uma faca e corte sua língua fora! — ordenou, seguida de um grito desesperado de Snow, que impulsivamente caminhou até a gaveta, contra sua própria vontade.

— Não faz isso comigo... — continuava a implorar. Não sabia o que estava acontecendo, seus pés caminhavam desobedecendo seus comandos. Seu corpo agia mesmo ela querendo ficar parada. Viu sua vida passar toda diante dos seus olhos — por favor, não me machuca... — continuou a pedir

— Porque não?! — ela percebeu todo o sarcasmo e irônia da menina irem embora, falando em um tom mais triste e amargurado — machucaram Regina a vida toda! — afirmou, fazendo a consciência dela pesar mais ainda — agora, faça o que te mandei! — continuou a dizer

Mary abriu a gaveta, e tomou a faca em suas mãos. Marissa deu um extenso sorriso, finalmente Regina seria vingada. Snow foi aproximando o objeto da boca, e nesse exato instante, ela sentiu algo puxar o coração de sua mão, fazendo Mary parar no mesmo instante.

— O que aconteceu? — virou-se e deu de cara com Gold

— Procurando algo?! — ele sorriu, vitorioso

— MARISSA! — a voz de Regina ecoou pelo ambiente, e ela pode ver a mãe entrando rapidamente e correndo até ela, a abraçando — o que você fez, minha filha? — indagou

— MÃE! — Emma correu até Snow, que largou a faca no chão e abraçou a filha, aliviada

— O que pretendia? — Gold questionou, observando a cena

— Vingança! — respondeu, completamente fria

— Não... — Regina se deu conta do que ela queria fazer — por favor, você não é assim. Você é melhor que isso! — se dirigiu até ela

— E acredito que não precise — Gold mostrou o coração de Mary á todos, que observaram o mesmo escurecendo aos poucos — parece que nossa amiga está fazendo isso sozinha!

Mary deixou novamente as lágrimas lhe escorrerem.

— PARA DE CHORAR! — Marissa gritou, completamente irritada. Nesse instante, o prédio todo tremeu e as luzes piscaram, assustando todos — você não passa de uma princesinha mimada que sempre que faz algo de errado, todos passam a mão na sua cabeça. Por sua causa a nossa vida tá assim. Você sempre se viu de vítima, mas eu tenho certeza que o seu coração não tá ficando negro de agora. Olhe para trás e veja o que já fez, você não tem nada de vítima. É tão culpada e sombria quanto eu, Regina e Gold. A diferença que adora se camuflar. Mas quer saber? Minha mãe tá certa, eu sou melhor que isso — se dirigiu até a saída — você vai cair com seu próprio peso. Só evite de cruzar comigo — piscou — passar bem! — saiu, batendo a porta com força. Regina foi atrás dela.

— Marissa! — a voz da morena ecoou pela rua, fazendo-a virar. Ela então, se dirigiu até ela — eu não quero parecer uma mãe chata, que diz o que você tem ou não que fazer. Muito menos quem você deve ser. Eu só não quero passe o mesmo que eu passei! — explicou

— Eu sei — assentiu — mas eu sou compulsiva, não consigo controlar o que sinto. Ajo sempre pelo que sinto. Mas, você está certa... ela vai ser ferrar sozinha. Não vou perder meu tempo com uma princesinha inútil! — respondeu

— Ei... eu sei que pode parecer cedo mas... quando você quiser, tem um quarto lá em casa esperando por você! — sugeriu, esperançosa

Marissa sorriu.

— Não me entenda mal, mas eu ainda preciso de mais um tempo. Eu tô meio confusa, principalmente depois de hoje. Porém, eu prometo que vou pensar! — sorriu, e ambas se abraçaram.

— Ei, parece que está tudo bem... — David se aproximou

— Sim... — Marissa sorriu, e Regina apenas o observou — acho que vocês tem que conversar... principalmente depois de hoje — foi direta, fazendo Regina corar — Boa Noite! — se afastou, mas virou-se novamente — ah, e a propósito: não é porque são meus pais, mas vocês fazem o casal perfeito! — riu, sobre um olhar de reprovação da mãe. E em seguida, sumiu em uma fumaça azul.

Regina voltou-se para David, e ambos ficaram se encarando por vários minutos. Em seus olhos, podia-se notar a vontade de correrem pros braços um do outro e se abraçarem para nunca mais soltarem-se. Na verdade, palavras não eram necessárias. Dentro de seus corações, ambos sabiam disso, apesar de não quererem admitir. David resolveu então, quebrar o silêncio.

— É, eu soube do que ela queria fazer... — sua voz soou

— Sim, mas Gold conseguiu chegar a tempo. Snow está bem! — respondeu, nervosa. Toda vez que estava na presença dele, suas pernas ficavam bambas.

— Ela me lembra uma pessoa... — deixou no ar

— Eu há uns anos atrás, eu sei. Mas ela não precisa ser assim, ela é bem melhor que isso. E acho que ela percebeu isso! — afirmou

— Eu não tenho tanta certeza... — respondeu — não é a primeira vez que ela encarna você e tenta prejudicar alguém! — elucidou

— O que está querendo dizer com isso? — questionou, se alterando

— Ora, Regina. Todo mundo já percebeu que ela puxou a você em todas as atitudes! — falou, também se alterando

— Quer dizer então que agora, a culpa é minha? — perguntou, cruzando os braços, irritada

— Pera lá, eu não disse isso! — respondeu, também num grito

— Mas foi o que deu a entender, e depois, quem pensa que é pra falar assim comigo, "princípe"?! — devolveu o grito na mesma intensidade

— EU RESPONSÁVEL PELO QUE DIGO, NÃO PELO QUE VOCÊ ENTENDE. E EU POSSO SER O PRÍNCIPE, MAS VOCÊ É A EVIL QUEEN! — devolveu

— VOCÊ TÁ ME JULGANDO? — a essa altura, metade da cidade já estava ouvindo

— AGORA EU DIGO: ENTENDA COMO QUISER!

— Que barraco é esse aqui? — Hook se aproximou, rindo

— Tá dando pra ouvir lá de cima! — Emma desceu

— O que aconteceu? — Snow indagou, agora mais calma

— SINCERAMENTE MARY, EU NÃO SEI COMO VOCÊ AGUENTOU TODO ESSE TEMPO. ELE É INSUPORTÁVEL! — Regina gritou

— FALOU A MÃE DA MINHA FILHA! — David também gritou, irritado

— AQUILO FOI UM ERRO, E VOCÊ SABE DISSO. A ÚNICA COISA BOA NESSA HISTÓRIA FOI A MARISSA, PORQUE VOCÊ É UM ATRASO! — atacou

— JÁ SE OLHOU NO ESPELHO? NÃO FUI EU QUEM NÃO ARRANJOU NINGUÉM TODO ESSE TEMPO! — também atacou

— E OLHA SÓ QUEM ESTÁ DIZENDO, O HOMEM QUE FOI CASADO COM KATHRYN E A SNOW AO MESMO TEMPO, QUE NÃO DEU CERTO COM NENHUMA, E AINDA TROCOU CARTÃO DO DIA DOS NAMORADOS, ENQUANTO ESTAVA COM AS DUAS AOS MESMO TEMPO, E AGORA, ENCONTRA-SE SOZINHO! — sorriu, sarcástica

— EU SÓ TIVE A KATHRYN PELA SUA DROGA DE MALDIÇÃO!

— E DAÍ? ASSIM QUE COMEÇASSE A NAMORAR A SNOW, VOCÊ PODERIA TÊ-LA DEIXADO, MESMO SEM MEMÓRIAS, JÁ QUE A AMAVA TANTO ASSIM. MAS PARECE QUE VOCÊ NÃO GOSTA DE NINGUÉM, PORQUE QUIS TODAS AO MESMO TEMPO E NO FINAL SE SEPAROU DAS DUAS!

— JÁ CHEGA! — Gold interviu — acabem com essa palhaçada. Todo mundo já sabe que vocês se odeiam e não vão chegar perto um do outro, e eu tenho certeza que se os vizinhos da Snow não sabiam disso, agora sabem — observou — o trabalho por aqui acabou, está na hora de cada um ir pra casa. Concordam? — sugeriu, impaciente

— Emma, Mary, eu já vou. Nunca pensei que diria isso, mas Gold está certo, não vale a pena perder tempo com esse ai — Regina lançou-lhe um olhar de desprezo — não liga pra o que o David disser, eu tenho certeza que a Marissa não vai voltar. Bom, é isso! — falou, amigavelmente

— Mãe, posso dormir com você? — Henry pediu, e Regina assentiu, contente.

— Mary, amanhã terminamos de resolver a papelada do divórcio! — David lembrou e ela assentiu

— Sozinho... — Regina sussurrou

— Eu ouvi isso, "prefeita"! — David respondeu

— Não comecem! — Emma advertiu

Ambos sorriram irônicamente um para o outro e foram embora.

No dia seguinte...

David e Snow finalmente conseguiram o divórcio, e apesar de tudo ser um tanto repentino, foi bastante amigável. Gold ficou o dia inteiro pensando, e lhe surgiu uma ideia, que parecia ser perfeita. Ligou para David e Regina e combinou de se encontrarem no Granny's. Ambos vieram com pressa, e acabaram esbarrando.

— Não olha por onde anda?! — Regina adivertiu, entrando na frente.

— Eu até olho, mas não ando olhando pra baixo pra enxergar anões na minha frente! — respondeu, entrando atrás dela

— Eu prefiro ser anã, do que ser um poste. Cuidado pro Hook não te confundir com o mastro do Jolly Roger! — amava soltar seu sarcasmo, e procurando Gold, sentou-se na mesa em que ele estava, ficando diante dele

— E eu acho que você deveria largar a prefeitura e trabalhar na mina com seus irmãos anões! — sentou-se ao lado dela

— Querem parar de serem ridículos e prestar atenção? — Gold chamou a atenção dos dois, que se fuzilavam com os olhos — o assunto que tenho pra tratar é sério! — afirmou

— Porque nos chamou aqui? — Regina questionou — suponho que não quer apenas colocar o assunto em dia!

— Eu tive uma ideia pra resolvermos o problema da filha de vocês! — elucidou

— Que problema? — David indagou

— Ora, não se façam de tontos. Marissa ainda não aceitou vocês, e quando aceitar, nunca vai trata-los da mesma forma que trataria se tivesse crescido com vocês! — falou

— Onde quer chegar com isso? — Regina perguntou, conhecia bem as voltas que Gold dava quando queria algo

— Eu poderia muito bem votar o relógio até ela se tornar uma recém-nascida novamente. Suas lembranças seriam descartadas, e ela cresceria com vocês! — sugeriu

— E o que ganha com isso? — David indagou

— Ela não teria mais raiva de mim, e assim que tivesse idade, eu poderia finalmente ensina-la. Ela está perdendo tempo, pode fazer muito e desperdiça seus poderes por completo! — explicou

— Só que eu não aceito! — Regina afirmou

— Dessa vez serei obrigado a concordar com ela, essa ideia é estúpida! — David completou

— Isso seria bom pra todos, até pra ela! — insistiu — sua dor, seu sofrimento, tudo, ela não se lembrará de mais nada e cresceria ao lado dos pais. Ela vai ama-los por completo!

— Mas eu não quero assim — Regina falou — não nego que queria tê-la criado, acompanhado cada passo dela, mas se tivesse sido. Não foi. Ela cresceu, tem suas próprias experiências, sua personalidade, e eu quero que ela me ame do jeito dela. Temos que respeitar isso! — explicou

— Ela já tem uma vida, talvez pudéssemos apagar a dor que sentiu, mas ela deixaria de ser o que é, de aprender o que aprender, de viver as boas experiências que deve ter vivido, e principalmente, talvez não se torne tão forte como se tornou. Eu compartilho da mesma opinião da anã, quero que me ame da maneira dela! — David completou

— Conversar com vocês é perca de tempo. Então vão, e boa sorte porque até as coisas fluírem como deve vai demorar, isso se acontecer. Boa sorte! — disse e se levantou, indo embora.

Marissa porém, estava disfarçada e sentada no balcão, de costas para eles, ouviu a conversa toda. Resolveu então, seguir o Gold, com uma proposta em mente.


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