Unbroken escrita por Angel


Capítulo 17
Mãe




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— Eu estava tentando fazê-la se acostumar com a gente, se acostumar com Storybrooke e me familiarizar com ela. Quem sabe assim ela parasse de te ver como inimigo e pudéssemos conviver em paz. Fora que é a milésima amizade que você me espanta. Obrigada, Rumple! — Belle afirmou

— Eu fiquei preocupado, temi por você. Eu sinto muito! — tentou se desculpar — todos que me tem como inimigo te usam pra me atingir! — explicou

— Eu sei, mas ela não vai me fazer nada, e nem a ninguém. Só está com raiva e confusa com tudo o que está acontecendo. Precisa se aproximar dos pais, se acostumar com a cidade, e se sentir parte daqui. Se você força-lá a tentar gostar de você será pior. Afaste-se, confie em mim que eu tenho certeza que com o tempo, ela vai parar com essa ideia! — Belle explicou

— Acha que pode funcionar? — arqueou a sombra-celha

— Acho, mas precisa confiar em mim, e deixar que ela se adapte a tudo aqui. Quero fazê-la se sentir á vontade, e sei que quando isso acontecer ela vai te perdoar! Me promete que não vai mais tentar interferir em nada? — pediu

— Eu prometo. Mas se algo te acontecer, eu serei obrigado a interferir! — sorriu, segurando a mão dela

— Nada vai me acontecer! Obrigada por entender — sorriu de volta — Te amo! — o beijou

Não muito longe dali...

Marissa caminhava pelas ruas da cidade, de novo. Era incrível como aquela cidade, mesmo sendo pequena, era resumida em apenas confusão. Andou por alguns minutos, até que viu Regina vindo em sua direção.

— Oi, de novo — sorriu divertida — como foi a "conversa"? — perguntou, curiosa

Regina sorriu. Marissa era direta como ela.

— Não teve nada de mais... — deu de ombros

— Ah, qual é. Eu deixei vocês tem mais ou menos uma hora e meia, deu tempo pra fazer bastante coisa — sorriu maliciosa, fazendo Regina arregalar os olhos — é brincadeira — riu — mas falando sério, vocês se acertaram?

— Não tem o que acertar! — respondeu

— Você o ama, Regina. E eu acho que ele também te ama. Vocês estão perdendo tempo! — incentivou

— Você tá parecendo a Tinker, andou conversando com ela? — indagou

— Não! — riu — é a verdade. Mas me conta, o que ele queria dizer? — refez a pergunta

— Disse que está confuso, e perguntou se eu o amava! — soltou

— E você disse sim, não? — falou, animada — ele também disse que te ama?

— As coisas não são tão simples assim, Marissa! — justificou

— Mas podem ser. E o que mais?

— Nos beijamos! — falou, quase num sussurro, arrancando um sorriso largo de Marissa

— E você ainda diz que não teve nada de mas? Se isso não for nada, eu não sei o que é alguma coisa, então! — falou, animada

— Acontece que realmente não foi nada, não deu em nada! — respondeu — a verdade é que eu nunca disse o que deveria ter dito, só guardei pra mim! — falou

— Ei, espera — Marissa observou a última frase — "but I never told you, what I should have said. No, I never told you, I just held it in" — cantou

— Uau, você canta bem mas... o que é isso? — perguntou, sem entender

— A sua frase, é exatamente o mesmo trecho de uma música que eu compôs mas não consegui terminar... é isso — estalou os dedos — você vai me ajudar a terminar de compor a música! Tem um piano? — perguntou, animada

— O que? Como assim? — indagou, confusa

— Vamos compor uma música pro David, aproveitando a parte que já tenho pronta que por sinal é a mesma coisa que você acabou de dizer. Você vai expressar o que sente por ele e disso vamos terminar a composição. Tem ou não tem um piano? — refez a pergunta

— Você ficou maluca? Uma música pro David? Não! — negou com a cabeça

— ME RESPONDEEE! — ignorou a última fala da mãe

— Tenho mas... — Marissa a cortou

— Ótimo, não temos tempo a perder. Me leve até sua casa! — a puxou pelo braço

— Pera ai, quem disse que eu vou escrever alguma coisa?

— Pare de perguntar, e vamos logo. Quer se aproximar de mim, não quer? Vou te dar uma dica: um bom atalho pra isso é a música. Amo tocar, cantar, compor... aproveita e não perde tempo. Vamos! — conseguiu finalmente convencê-la. A ideia era louca mas de fato, era uma boa pra ela conseguir se aproximar da filha, pensou. A levou até sua casa.

— Eu só não sei se tá afinado. Eu não sei tocar e ninguém nunca mexeu nele! — apontou para o piano preto de calda que havia no canto da sala de sua casa

— Como você tem um piano lindo desse e não sabe tocar?! — Marissa perguntou, deslumbrada. Sentou-se rapidamente em frente ao instrumento e começou a tocar uma leve melodia

— Não fui eu quem comprou. Foi a maldição que o trouxe! — explicou, sentando-se num banco próximo á filha

— E fez um bom trabalho. Ele não tem só beleza, tem um som perfeito. Está bem afinado! — comentou, continuando a tocar inúmeras notas no instrumento, como criança que ganha um brinquedo novo e não para de brincar — eu nunca tive um piano, nem mesmo um teclado... o casal que me adotou mal me sustentava... — comentou, triste

— Bom, agora tem. Já que gostou tanto dele, é seu! — Regina afirmou, com um extenso sorriso. Marissa virou-se para ela e abriu um largo sorriso, deixando uma lágrima rolar pela sua face

— Mesmo? — perguntou, sem acreditar em tal coisa

— Claro. É meu presente pra você! — disse, sorrindo. A menina quase deu um pulo e a abraçou fortemente.

— Obrigada, obrigada! — era tudo o que conseguia dizer.

Regina sentiu seu coração se encher de alegria. Não só por tê-la feito sorrir, mas pelo abraço espontâneo que ela havia lhe dado.

— Não há de que, minha princesa! — sussurrou

Marissa voltou-se ao piano, e enxugando algumas lágrimas retomou ao que iriam fazer.

— Bem... voltando... — passou a mão pelo rosto — vamos terminar de fazer a música. Eu tenho a parte tocada pronta, olha — falou, deslizando os dedos sob o instrumento e tocando uma suave música — só falta mesmo a letra. Aquela parte que eu cantei, é a passagem das estrofes pro refrão. Precisamos criar o refrão e as estrofes! — afirmou — assim que estiver pronta, eu vou tocar e você vai cantar!

— Eu não sei cantar! — argumentou

— Ora, vamos lá. Deve saber alguma coisa, e depois, eu te ensino um pouco. A música é pro seu amado, e pra ser especial, você vai ter que cantar! — piscou

— Não está pensando em mostrar pra ele, está? — perguntou, cruzando os braços

— Não sei de nada. O que eu sei, é que temos que fazer essa música acontecer! E acho que tá na hora de começar! — disse, fazendo uma partitura aparecer na sua mão, e junto com Regina, começou a tentar encaixar a letra. Passaram a tarde inteira montando a tal música. Regina achava tudo aquilo uma estupidez, mas se era o único jeito de ficar perto da sua filha, que assim fosse.

Assim que terminaram de encaixar a letra na música, Marissa teve de ajudar a mãe com o canto. Regina tinha uma voz bonita, mas não entendia nada de música e cantava totalmente fora de tempo, compasso e etc. Passou-se algumas horas, até que...

— É essa nota! — Marissa afirmou, impaciente batendo em uma tecla

— Olha eu disse que não daria certo, eu sei nada de música, não gosto muito dessas coisas e... — disparou a reclamar, ignorando os chamados de Marissa.

— MÃE! — ela gritou, conseguindo finalmente a atenção de Regina — presta atenção. Não é tão difícil. Tenta seguir o mesmo som do piano. Vamos de novo! — explicou, ainda sem perceber Regina paralisada com o que acabara de ouvir.

— O que você disse? — perguntou, com um brilho nos olhos e um sorriso tímido no rosto

— Pra você seguir o som do piano, é só prestar atenção na tonalidade que ele está e tentar fazer o mesmo com a voz!

— Não, você me chamou de mãe! — perguntou, deixando uma lágrima escorrer pelo rosto. Só então Marissa se deu conta do que havia falado.


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