Continuação P.O.V Austin

De início não respondi nada á Dez. Faltavam-me palavras para descrever a burrada que fui me meter.

Só quando o ruivo sentou-se ao meu lado, colocando a mão em meu ombro, perguntando novamente, mais calmo, respondi:

–Kira. Aquela víbora. Ela sabe sobre a mãe de Ally. Tudo. E ela vai falar para todos se eu não aceitar ser seu... namorado. – Engoli a seco antes de continuar. – O pior, foi que ela após dizer isso, me beijou e Ally viu tudo. Eu assisti o seu rosto se contorcer quando eu não tirei Kira de cima de mim. – Digo me levantando. – E eu nem posso falar com ela sem estragar tudo.

Dez estava vermelho de raiva, mas apenas disse que iríamos concertar tudo.

Rosa me abraçou, me consolando:

–Ah, querido, vai ficar tudo bem. Eu sei que vai.

Mesmo em dúvida sobre as previsões dos dois, não respondi. Subi para meu quarto com Dez a minha cola. Peguei meu violão e fiquei fazendo acordes diversos. Depois de um tempo, Dez diz:

–Ah cara, sinto muito, sei como é brigar com namoradas.

–Ela não é minha namorada. Amigos. – Respondo, cansado.

E antes que pudesse perceber, Dez começa a brigar comigo:

–Ah cara, para! Você gosta dela!

–Não. – Respondo.

–Vai me dizer que não gosta de nada sobre ela?

–Não, eu gosto de muitas coisas sobre Ally: Gosto de quando usamos apelidos para nos chamar, que eu posso falar sobre qualquer coisa com ela... e eu gosto do seu sorriso, da risada, e principalmente de quando estamos tocando piano e nossas mãos se tocam, é um sentimento incrível, que eu jamais senti... – Olho para Dez que sorri, óbvio. Paro por um momento e olho para ele. – Cara... eu gosto da Ally.

–Não. Isso foi quando eu cheguei. Agora, você está apaixonado por ela, cara.

Sorri.

–Por isso que eu fico tão bobo perto dela? Por isso que amo seus sorrisos, abraços, beijos...?

–Sim... Espera ai! Beijos?! Vocês já se beijaram?!

–Sim... algumas vezes. – Falo constrangido.

–Se você tivesse me dito isso antes teríamos tido essa conversa antes, mas mesmo assim, você tá mais lerdo que eu em Austin?!

Começamos a rir, mas paro quando percebo que a situação não mudou.

–Ainda está tudo errado, Dez. – Digo.

–Relaxe, cara, vamos dar um jeito! – Diz confiante. Assinto.

P.O.V Ally

Cheguei em casa leve, como se tivesse tirado um peso das minhas costas. Não estava feliz, mas leve. Tentei dormir a tarde toda, mas sempre que começava a cochilar, Austin invadia meus sonhos.

Sem ter paz mesmo em sonhos, desci á cozinha e pedi a Maria para que me prepara-se chocolate quente, por favor. Sempre atenciosa, atendeu meu pedido.

–Triste, querida? – Pergunta, já sabendo a resposta.

–Como pode saber disso, Maria? – Digo, sorrindo fracamente.

–Realmente Ally, te conheço muito bem, porém é só olhar para a sua cara para perceber.

–Está tão óbvio? – Falo preocupada.

–Sim. Cristalino.

Suspiro, derrotada.

–Foi o garoto, não foi?

–Está dando uma de adivinha hoje? – Digo rindo.

–O que foi que aconteceu, querida?

–Ele está com outra garota, Maria. – Digo rápido. – Mas a vida é dele. Faz o que quiser, não é?

–Não quando sai com outra garota, no caso você! – Fala, como se fosse a coisa mais explícita do mundo.

–Não estávamos saindo... só... ah, sei lá.

–Só saiam não oficializando o fato de estarem saindo?

–É, deve ser.

Por um momento não dizemos nada, porém Maria logo sugere uma solução:

–Talvez se vocês conversarem, as coisas se resolvam. – Diz confiante.

–Não... se isso aconteceu, tem um motivo. Vou seguir em frente. Não quero me prender a ele novamente.

–Mas...

–Não Maria. Assim está bom. Obrigada.

Saio sem deixa-la terminar. Não posso voltar atrás. Simplesmente não posso.

No dia seguinte...

Faltavam alguns minutos para o primeiro ensaio da peça começar. Cheguei antes ao teatro e procurei o velho piano. Precisava descarregar meus sentimentos antes de encarnar os de outra pessoa.

I let it fall, my heart

And as it fell, you rose to claim it

It was dark and I was over

Until you kissed my lips and you saved me

My hands, they're strong, but my knees were far too weak

To stand in your arms without falling to your feet

But there's a side to you that I never knew, never knew

All the things you'd say, they were never true, never true

And the games you'd play, you would always win, always win

But I set fire to the rain

Watched it pour as I touched your face

Well, it burned while I cried

'Cause I heard it screaming out your name, your name

When I lay with you I could stay there

Close my eyes, feel you here forever

You and me together, nothing is better

'Cause there's a side to you that I never knew, never knew

All the things you'd say, they were never true, never true

And the games you'd play, you would always win, always win

But I set fire to the rain

Watched it pour as I touched your face

Well, it burned while I cried

'Cause I heard it screaming out your name, your name

I set fire to the rain

And I threw us into the flames

Well, I felt something died

'Cause I knew that that was the last time, the last time

Sometimes I wake up by the door

The heart you caught, must be waiting for you

Even now when we're already over

I can't help myself from looking for you

I set fire to the rain

Watched it pour as I touch your face

Well, it burned while I cried

'Cause I heard it screaming out your name, your name

I set fire to the rain

And I threw us into the flames

Well, I felt something died

'Cause I knew that that was the last time, the last time, oh

Oh, no

Let it burn, oh

Let it burn

Let it burn

Eu deixei cair, meu coração

E quando caiu, você se levantou para reivindicá-lo

Estava escuro e eu estava acabada

Até que você beijou meus lábios e me salvou

Minhas mãos eram fortes, mas os joelhos eram muito fracos

Para estar em seus braços sem cair aos seus pés

Mas há um lado seu que eu nunca conheci, nunca conheci

Tudo o que você diria, nunca era verdade, nunca é verdade

E os jogos que você jogaria, você sempre ganharia, sempre

Mas eu ateei fogo à chuva

Vi a chuva cair enquanto eu tocava seu rosto

Bem, o fogo queimava enquanto eu chorava

Porque eu ouvi gritar seu nome, seu nome

Ao estar contigo, eu poderia ficar

Fecho meus olhos, sinto você aqui para sempre

Você e eu juntos, nada é melhor

Mas há um lado seu que eu nunca conheci, nunca conheci

Tudo o que você diria, nunca era verdade, nunca é verdade

E os jogos que você jogaria, você sempre ganharia, sempre

Mas eu ateei fogo à chuva

Vi a chuva cair enquanto eu tocava seu rosto

Bem, o fogo queimava enquanto eu chorava

Porque eu ouvi gritar seu nome, seu nome

Eu ateei fogo na chuva

Eu nos joguei nas chamas

Bem, eu senti algo morrer

Porque eu sabia que era a última vez, a última vez

Às vezes eu acordo, passo pela porta

O coração que você ganhou deve estar esperando por você

Mesmo que, quando já não estamos mais

Eu não posso me impedir de procurar por você

Eu ateei fogo na chuva

Vi a chuva cair enquanto eu tocava seu rosto

Bem, o fogo queimava enquanto eu chorava

Porque eu ouvi gritar seu nome, seu nome

Eu ateei fogo na chuva

Eu nos joguei nas chamas

Bem, eu senti algo morrer

Porque eu sabia que era a última vez, a última vez

Oh, não

Deixe queimar, oh

Deixe queimar

Deixe queimar

Eu cantava meus gritos sem perder o tom. A música que era adorada por mim, tocava de olhos fechados. Tão verdadeira.

Conforme finalizava a música, ouvia palmas secas.

–Parabéns, monstrinho. – Disse Kira na entrada do teatro, agarrada ao braço, de quem imaginava, Austin. Ela me encarava sorridente, enquanto ele, boquiaberto, porém, parecia triste. – Só não é pior que um grilo cantando. Não é mesmo, amor? – Ele me olhou culpado com a última palavra e nada respondeu. Meus olhos seguravam lágrimas que não queria que existissem. – Vem Austin, vamos sentar, só tome cuidado com os cacos do coraçãozinho partido dela. Voaram longe quando ela ficou ali em cima, rugindo para si mesma. – Disse, andando como se tivesse medo de pisar em algo. Olhava para Austin estático. Estava chorando. Algumas lágrimas escaparam sem que notasse. As limpei e fui me sentar longe dos dois.

Sou ima idiota.