Somos um só escrita por Sadie


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que esse capítulo ficou curtinho, eu sei, eu sei, mas os próximos serão maiores - só to iniciando a história.
17 VISUALIZAÇÕES O PRIMEIRO CAPÍTULO HAHAHAH valeu gente



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Jack relutara em voltar ao castelo da princesa no dia seguinte – afinal, havia acabado de conhecê-la, e o gelo em suas mãos poderia ser apenas uma peça de sua cabeça querendo mostrar que ele não era o único espírito de inverno após tantos anos sozinho, tendo apenas as crianças que nem sequer podiam vê-lo como companhia.

Mesmo assim, voltara na noite seguinte como havia prometido. Se realmente fosse uma peça de sua cabeça, o máximo que aconteceria seria absolutamente nada – a garota, não sendo outro espírito de inverno, não acreditaria em Jack Frost.

Bateu no vidro da janela do quarto de Elsa e esperou. Bateu de novo, e nenhuma resposta. Aproximou-se mais do vidro e percebera que estava tudo escuro como se algo tapasse a sua visão – talvez as cortinas estivessem fechadas.

Jack estava quase convencido de que realmente era uma peça de sua mente quando vira algo azul brilhante - um feixe de luz muito rápido atravessar o quarto. O feixe de luz iluminou por alguns milésimos o aposento, e Jack percebera que as cortinas não estavam fechadas e que havia alguém ali. Aproximou-se da janela e encostou a mão suavemente – como se fosse para se apoiar. A janela se abriu, e Jack estava no quarto.

Sentiu a temperatura cair em relação à de fora. O grande quarto estava coberto de neve – o piso de madeira, a cama com colcha rosa, o baú de madeira com a tampa aberta. O que escurecia sua visão era a neve que cobria o lugar – estava nevando dentro do quarto.

Sentada no chão e encostada na cama, estava Elsa. Ela envolvia seus joelhos dobrados com os braços, como se chorasse, mas Jack percebera que não havia uma lágrima sequer.

Viu então que a maioria dos móveis em seu quarto estava congelado. Andou até a porta do quarto da garota, e vira que as trincas da porta estavam congeladas – assim, a porta não se abriria.

Em alguns lugares do quarto havia estacas de gelo no chão – provavelmente foram feitos do feixe de luz.

Andou até a garota no chão e sentou-se ao seu lado. Imediatamente ela se afastou.

– Vá embora. – ela mandou, e pelo tom da voz da menina Jack sentira a sua dor. Ele chegou mais perto dela. Sentiu-se tão responsável pela desconhecida naquele momento que sentiu vontade de abraçá-la, dizer que estava tudo bem e que ela podia confiar nele, como ele fazia com sua irmã - mas ele não o fez. Ao invés disso, ele criou flocos de neve tão perfeitos que pareciam ser de vidro; miniaturas de boneco de neve e pequenas aves que voaram ao redor da menina.

– A neve, com toda a sua violência, também tem a sua beleza. Você pode destruir... – Jack faz um movimento com um cajado e desmonta todos os bonecos de neve, como se ele os esmagasse. A garota o encarava. – Como você também pode criar. – Ele remontara o boneco de neve e, dessa vez, eles estavam mais reais que antes. – Ela tem os seus defeitos... – Jack iniciara uma pequena tempestade de neve no grande quarto da princesa, cobrindo tudo com uma nova camada de neve. – como também tem suas qualidades. – Os flocos de neve eram delicados, precisos e gelados. Eles pousavam com suavidade no cabelo louro-esbranquiçado de Elsa, derretendo ao contato. A tempestade cessara. – Quer me contar o que aconteceu?

A menina hesitou por alguns instantes - estava prestes a desabafar com um estranho.

– Eu só não entendo por que sou assim... Eu não posso tocar minha família sem simplesmente congelá-los. Ou brincar com alguém sem machucar a pessoa, como fiz com a minha irmã Anna... – a simples lembrança parecia machucar a garota, fazendo com que nevasse novamente. – Vá embora. Por favor.

Jack entendia a dor da menina – a dor de ver crianças e não poder jogar com elas, apenas fazendo truques e mais truques que, ao longo dos anos, perdiam a graça.

– Elsa. Olhe para mim. – Jack se sentara na frente de Elsa, olhando diretamente em seus olhos, pelo menos o que ele podia ver com a fraca iluminação da lua lá fora. Segurou então seu cajado e, em sua ponta, uma leve luz branca azulada brilhava. – Se você não souber controlar as suas emoções, você vai congelar tudo o que ver pela frente. Isso vai te consumir. Respire comigo. Vamos, se acalme.

Ela o encarou e respirara lentamente.

– Por que congelou o trinco da porta? – Jack perguntou calmamente.

– Para meus pais não entrarem. – ela respondeu.

– Descongele o trinco – Jack pedira. – não há o que temer.

– Não sei como. – ela respondeu, constrangida. – Eu nasci com os poderes e ainda não sei como descongelar.

Ela nasceu com os poderes. Jack se sentira estúpido por não ter pensado nisso antes – explicava como ela ainda tinha família e era tão nova. Isso não seria impossível, já que ele foi um escolhido da lua para representar o inverno.

– Elsa? – Jack chamou. – Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.

– Eu não quero os poderes, e nem essa responsabilidade. – Ela reclamara, quase que se desesperando.

– Não se preocupe, Elsa. – ele levantara. - Vamos ter um pouco de diversão antes.

A menina sentiu a bola de neve atingindo o seu rosto, e ouvira a risada de Jack Frost. O encarou e, pela primeira vez, reparara no garoto - parecia ter dezesseis anos, ou algo em volta disso. Seus cabelos eram tão brancos quanto a neve, e Elsa achara o fato divertido. Vestia apenas um casaco azul e uma calça marrom - estava descalço. Ela se perguntou mentalmente se ele não sentia frio nos pés.

A guerra de bolas de neve se iniciou quase que instantaneamente, e Elsa pela primeira vez desde que se afastara de sua irmã à força teve um pouco de diversão.


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