Astrid e Soluço Vikings & Piratas escrita por Apenas Criativa


Capítulo 3
Os desconhecidos


Notas iniciais do capítulo

GENTE essa manutenção do Nyah foi horrível para mim, sinto avisar que não postei antes porque aguardava contato da minha co-autora (que eu amo de paixão e a saudade vem a porta) e que postaremos o próximo capítulo com o prazo do dia 10 ao 19. está bem pertinho de lançar o Como Treinar Seu Dragão 2, quem está ansioso??? EU ESTOU MUITISSIMA



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“As ondas em meio às nuvens negras refletiam o medo estampado nos olhos de Astrid, era como se a morte estivesse ali com eles, a escuridão havia chegado e parecia que não iria embora. Astrid se sentiu burra por não ter percebido a tempestade chegando, engolindo o barco e destruindo tudo com sua força. O barco estava aguentado o peso da fúria das ondas mais tempo do que esperado, o vento sussurrava pedindo para quem estivesse em meio a tempestade se fosse, os trovões gritavam nos ouvidos de Astrid e a correnteza levava o que estivesse perdido embora. O casal Hofferson e sua filha estavam ajoelhados juntos no barco porque não havia jeito de se salvarem, a mãe de Astrid a olhou tirando um medalhão e o colocando em volta do pescoço da filha que naquela hora tinha com os olhos perdidos e assustados.

– Astrid, minha filha, nos desculpe – A pobre mãe estava de mãos entrelaçadas com o pai da garota – Você vai conseguir se salvar minha filha, mas nós teremos de seguir um caminho oposto...

– Não diga isso mãe, pode haver uma saída no meio disso tudo – Disse Astrid procurando com os olhos marejados luz no meio de uma tempestade.

– Nos prometa uma coisa minha filha... – Disse o pai pegando na mão da filha com lágrimas nos olhos -... A luz é sua amiga, não cometa o erro que acabamos de cometer, siga a luz e não tenha medo. Nós sentimos muito orgulho de você, se seu futuro será de uma heroína ou não, saiba que estaremos com você na vitória e nas derrotas.

– Nos prometa que você vai seguir a luz e sempre irá se lembrar do que é mais importante – Implorou a mãe com a mão no peito do pai de Astrid.

As ondas batiam mais fortes a cada segundo, a correnteza e o vento se aliavam formando pequenos redemoinhos na água. Essa era a pior tempestade em décadas, parecia ter sido criada pela própria morte, ninguém aguentaria tamanha ira nem mesmo as criaturas marinhas.

– Eu...

O chão se rompeu sobre os pés dos Hofferson, a tempestade havia vencido o barco, todos estavam em alto mar. Astrid tentava se manter na superfície, mas algumas ondas tinham o peso de árvores, ela lutou o máximo que pode e, se por obra do destino ou não, uma correnteza a levou para terra firme.

Ela não teve muito tempo para observar o local, mas era realmente grande, com muitas árvores, os animais deviam estar escondidos por conta da chuva que parecia estar chegando ao local com as nuvens negras que escondiam a lua, o lugar parecia realmente desabitado e exótico.

Astrid sentiu a areia começar a tocar em seus pés, ela nadou o máximo que pode e quando chegou ao raso, já sem forças, começou a engatinhar tossindo uma boa quantidade de água. Ela só parou ao chagar na terra, um pouco longe, á uns sete metros da água onde se deitou de bruços, ela sentiu algo preso em seu braço e viu ali o medalhão que sua mãe havia lhe dado em meio a sua luva. Ela o tirou cuidadosamente do braço e o observou, um medalhão realmente bonito, de um lado uma bússola e do outro um desenho do sol e a lua, havia escrito “luz” na parte inferior da pintura e sua corrente fina e delicada era feita de ouro. Astrid não entendeu de primeira, mas depois viu que a bússola sempre apontava o caminho e, tanto o sol como a lua, são os seres de mais luz existentes no mundo.

– Siga a luz – Sussurrou Astrid ao vento.

Ela abraçou as pernas e colocou sua cabeça apoiada nos joelhos. A tempestade havia rasgado um pouco de sua calça, levado uma bota, uma ombreira, e sua headband estava seriamente danificada. Lágrimas rolaram, ela jogou todo o medo para fora e a chuva que ali começava a cair acompanhava o ritmo de suas lágrimas. Ela ergueu a cabeça depois de um bom tempo percebendo que o local não havia luz se lembrou das ultimas palavras de seus pais:

Prometa-nos que você vai seguir a luz e sempre irá se lembrar do que é mais importante”

Mas o que seria o mais importante? – Sussurrou ela.

“A luz é sua amiga, não cometa o erro que acabamos de cometer, siga a luz e não tenha medo”.

A luz – Continuou Astrid – O medo...

Se seu futuro será de uma heroína ou não, saiba que estaremos com você na vitória e nas derrotas”.

– Heroína...

Prometa-nos que você vai seguir a luz”

– Eu prometo.

Astrid começou a caminhar pela praia, mas as lágrimas a acompanhavam, ela achou seu machado estava caído perto de onde ela havia chegado antes do naufrágio. Ela andou rodeando a praia e evitando a floresta até começar a ouvir vozes, depois músicas e finalmente ver um grande navio ancorado. Na praia havia uma tripulação em volta de uma grande fogueira, eles contavam histórias, riam e cantavam. Astrid observou as roupas dos indivíduos e percebeu pelas as mesmas que aqueles deviam ser piratas ou ladrões, mas não pareciam durões ou ameaçadores quando estavam ali em volta da fogueira.

Ela se aproximou um pouco mais, mas alguém deve ter a visto, uma mulher se levantou e dali, mesmo com uma grande distância entre os mesmos ela gritou:

– Quem é esta que se aproxima? – Ela gritou começando a andar na direção de Astrid que estava confusa se ficava, corria ou se escondia. Em um ato tolo de coragem levantou a voz.

– Meu nome é Astrid Hofferson, eu sou uma Viking de Berk – Gritou ela.

A mulher parou de andar, de modo que ela estava a uns vinte passos de distância da viking, a pirata de cabelos negros gritou:

– Matem-na – Ordenou ela. Astrid teve certeza de duas coisas: aquela mulher era a capitã e que estava encrencada.

Astrid ergueu seu machado decidida a lutar. Poucas pessoas sabem, mas um coração partido como o da garota por perder os pais é o motivador mais valente de todos. Ela extravasaria toda a sua raiva nos piratas.

Três deles vieram em sua direção ela desviou arrancando suas espadas com o seu machado, mas dois vieram em seguida e ela teve de colocar seu machado contra a espada de um enquanto chutava o outro para longe. Ao longo do tempo vieram mais alguns, mas Astrid foi valente e acabou com todos. A capitã observou tudo ali de pé e se impressionou com a garota que após chutar o último pirata para longe a encarou com um olhar mortal. A capitã andou em sua direção calmamente e fez uma reverência:

– Eu sou a Capitã do navio caveira de prata, Angélica.

– Olha, eu não sei o que vai acontecer agora, mas eu acabei de naufragar, perder meus pais e lutei com uma tripulação de piratas na mesma noite eu só estava querendo um pouco de ajuda, todavia se não pudessem me ajudar era só ter me avisado – Disse Astrid irada com a adrenalina correndo em seu corpo.

– Você me parece uma jovem interessante, lamento pelos seus pais e me desculpe pela falsa primeira impressão, se importaria de me contar o acontecido? – Perguntou Angélica se sentando novamente em volta da fogueira enquanto a tripulação estava desmaiada.

Astrid se sentou meio desconfortável com a situação, mas se ela não contasse a verdade Angélica poderia mata-la. Ela começou a contar sua história desde os vikings contra os dragões até o momento presente.

– Astrid, não irei mentir, mas você assistente aprendeu um pouco sobre como treinar dragões, tem um estilo de luta viking que não possuo na minha tripulação e ainda tem uma bela e trágica história para contar...

– O que você quer dizer com isso? – Disse Astrid olhando com raiva para Angélica de canto de olho.

– Pelo o que me disse, se você voltar a Berk e se a Anciã estiver certa muitas mortes ocorrerão... – Disse Angélica pensativa.

– E... – Interrompeu Astrid.

– Que tal você não voltar para Berk minha querida? Eu estou precisando de uma aprendiz e você me parece perfeita para este cargo – Continuou ela.

– Eu? Uma pirata? Eu sou uma Viking! – Gritou Astrid.

– Acorde para a vida, é claro que não pode ser mais uma Viking garota! Você machucaria todos, se tornou uma órfã agora e precisa de alguém que lhe guie para algum lugar. Eu sei que está assustada, mas não pode colocar todos os que ama em perigo garota! – Gritou sendo a Capitã que ela é dando ordens.

– Olha, eu sei o que acabou de acontecer, mas e se você estiver me enganando? – Disse Astrid cerrando os olhos.

– Eu também tenho minha história Astrid, com o tempo você irá entender isso, mas eu darei minha palavra de que se não gostar estará livre – Ela disse andando ao redor de Astrid, depois parou e estendeu a mão – Então Astrid, você gostaria de ser uma pirata?

Astrid apertou a mão de Angélica.

– Sim eu gostaria.”

Com tudo isso, Astrid estava com a guarda baixa, e foi pega de surpresa com uma visita inesperada.

Astrid ouviu um passo atrás de si, mas em um ato de reflexo para batalhas, ela empurrou a pessoa contra a parede e posicionou a espada contra a garganta do individuo.

– Soluço? – Perguntou ela um pouco surpresa tirando a espada de sua garganta e a sua mão do peito do rapaz de cabelos castanhos. Ela andou um pouco para trás se distanciando do garoto – O que está fazendo aqui?

– Eu só... – Ele não sabia responder. Ele estava meio tonto pela defesa de Astrid.

– Bem que escutei alguém me seguindo, não deveria ter ignorado minha audição – Disse ela pensativa.

Soluço se perguntou como ela teria ouvido ele a seguindo, mas se lembrou de sua perna e continuou a falar com a loira.

– Eu só... Precisamos conversar Astrid – Disse Soluço passando a mão nos próprios cabelos.

– Pois bem – Disse ela guardando espada em seu cinto – Fale o que quer.

– É que eu não sei nem por onde começar, você virou a Capitã de um navio pirata, desapareceu, já se passaram cinco anos... – Disse ele caminhando pelo quarto que pertencia à garota – Por que não manteve contato? Avisou que estava viva? Qualquer coisa?

– Soluço onde eu estava e o que eu estava fazendo se passou, se eu desse alguma notícia de que estava ao menos respirando você iria fazer alguma loucura ou algo do gênero – Ela limpou com as mãos a beira da cama e se sentou sua luva havia ficado suja com a poeira, mas ela nem se importou apenas segurou o retrato apagado com uma de suas mãos - O que acontece agora é que estamos mudados, eu sou a capitã do navio mais temido dos sete mares e você esta cada vez mais perto de se tornar o próximo líder do vilarejo, não nos conhecemos mais – Disse ela erguendo uma sombracelha e mostrando um pequeno sorriso travesso.

– Você não parece nada mal com isso – Disse Soluço um pouco bravo por ela levar algo que ele pensava ser tão sério na brincadeira. Ele limpou uma ponta da cama ao lado dela e estendeu a mão – Posso? -Ela deu de ombros e entregou o retrato apagado para ele, que sorriu meio torto por lembrar que aquele retrato era seu – Sabe, eu vinha muito aqui, não tanto quanto hoje em dia ,mas ainda sim eu vinha várias vezes. Eu ficava me perguntando onde você estaria se ainda estaria viva, se ainda respirava e se algum dia me perdoaria por todos os erros – Disse ele suspirando a poeira do local – Até que eu vi esse retrato aqui, eu fiquei curioso, por que você tem isso?

– Pelo mesmo motivo que a marca do seu escudo é um fúria da noite, por admiração Soluço, o que você fez ficará para sempre na história de Berk foi simplesmente marcante e você sabe disso – Ela disse ajeitando seu chapéu de capitã.

– Você gostaria de ir até a arena comigo? –Soluço perguntou timidamente, olhando para baixo e juntando as sombracelhas.

– Essa poeira não deve fazer bem a ninguém – Disse Astrid se levantando e esperando alguma ação de Soluço – Mas eu preciso falar com minha tripulação.

Soluço se levantou rapidamente e respondeu.

– Você não quer ir ver os outros?

– Outros? – Disse saindo do quarto sem mudar sua expressão facial vazia.

– Não se perguntou onde estarão Perna de Peixe, os gêmeos e Melequento? Afinal, você era a líder deles.

– Eu não era líder de ninguém, meu caro viking – Respondeu ela seriamente olhando no fundo dos olhos de Soluço.

– Como preferir – Disse ele – Mas faça esse favor para mim, acho que eles ficariam contentes em vê-la respirando depois de tudo que fizemos para tentar acha-la.

– Realmente não gosto de ficar com uma dívida com ninguém – Disse ela abrindo a porta em direção ao vilarejo e depois revirou os olhos para Soluço – Espero que não esteja esperando um convite, vamos logo com isso.

Ele sorriu e saiu da antiga casa da antiga viking que ainda carregava consigo o retrato dela e dos pais. Soluço tinha várias dúvidas sobre ela, tentou formular uma boa pergunta para começar o assunto.

– Você realmente salvou a vida de todos da sua tripulação? Como?

Eles andavam pelo vilarejo deserto, Soluço com as mãos nas costas e Astrid com a mão do lado oposto de Soluço no quadril e a outra estava apenas baixa. Antes do banquete do meio dia Astrid havia vestido seu sobretudo novamente, ela usava aquele chapéu de capitão que Soluço nunca havia descoberto tal significado, tinha uma argola de ouro com três pedrinhas pequenas no meio na orelha direita, parecia mais livre com os cabelos dourados caindo sobre os ombros e os olhos refletindo o sol daquela tarde.

– Acredito que tenha sido mais o destino e não eu que os tenha salvado. Eu já fui presa várias vezes, mais do que muitos sabem contar, eu fugia toda vez e levava quem eu achava inocente comigo, sempre ouvia a história da vida de cada um. Tenho piratas com sede de sangue, é verdade, mas todos estão muito bem – ela olhava para Soluço de canto de olho.

– Isso é muito impressionante, como conseguiu fugir várias vezes? – Perguntou ele surpreso.

– Simplesmente, quando se tem paixão pelo o que faz e acrescenta loucura, nada pode te deter – Ela disse erguendo uma sombracelha e com um sorriso de lado - E quando se tem um motivo para continuar as coisas só melhoram.

– Você está realmente mudada Astrid – Confirmou Soluço.

– Não faltou um “Capitã” aí nessa frase? – Respondeu Astrid ironicamente em um tom brincalhão. Ela nunca gostava quando alguém de fora não a chamava de Capitã.

– Como alcançaram o título de mais temidos dos sete mares?

Ela parou e encarou Soluço ferozmente.

– Você é curioso demais...

– Eu sou o Soluço, pode confiar em mim, acabamos de assinar um tratado de paz na sua terra natal. Conte-me o que quiser – Respondeu ele com um sorriso maroto.

– Planejamos ataques, fizemos boas alianças, derrotamos os mais fortes, saqueamos os mais ricos e temos as melhores estratégias.

– Vocês costumam saquear? – Soluço ficou surpreso.

– Reis, Rainhas, nações e tantos outros... Meu próximo alvo será Londres, esnobes de marca maior, vou me infiltrar por lá, eles estão planejando alguma coisa.

– Acabaram de chegar e prometeram ficar não lembra? – Falou Soluço.

– Isso será mais tarde Soluço, por enquanto, vamos resolver os problemas de Berk – Respondeu ela – E você? Seu pai deve estar forçando a barra para você ser o líder do vilarejo não é?

Soluço coçou a nuca, olhou para o chão por um tempo e suspirou profundamente.

– Você não sabe como! Ele faz o mesmo discurso toda dia, sinceramente...

Ela soltou um riso o que fez Soluço sorrir:

– Sabe Soluço...

– Chegamos à arena – Interrompeu Soluço.

A arena não tinha mudado nada, as mesmas paredes altas e cinzas continuavam por ali, havia correntes no lugar do teto, uma espécie de corredor rodeava a arena por cima para quem quisesse assistir o que esta acontecendo sem atrapalhar, com jaulas de portas abertas, marcas de sangue e fogo por todo o lugar. Um grupo de pessoas estava tentando domar um Pesadelo Monstruoso que estava em chamas, eles tentavam acalma-lo e molha-lo todos com baldes enormes nas mãos supôs que os outros estavam tentando acalmar Dente de Anzol o dragão de Melequento. Eles pararam em frente aos portões da arena.

– Fique aqui que eu vou resolver isso – Disse Soluço.

Soluço foi até ao grupo de vikings ali, eles pareciam nervosos, eles ainda não tinham visto os piratas.

– O que aconteceu? – Perguntou Soluço.

– Acho que os dragões estão percebendo que estamos com medo – Disse Perna de Peixe – Como eles são?

– Vocês tinham que ter visto com os próprios olhos, eles são assustadores, cheios de cicatrizes, marcas de guerra e a parte mais surpreendente disso tudo é a Capitã deles...

Astrid entrou na arena com uma mão nos quadris e a outra erguia sua espada de prata. Todos ficaram absolutamente chocados. Perna de Peixe derrubou o balde que estava segurando.

– Por Odin – Disse cabeça Quente.


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Notas finais do capítulo

Boas provas para todo mundo, já que as escolas de todo o Brasil vão parar por causa dos jogos e teremos prova durante esse intervalo de tempo. Bjs! E não desistam de ler!!!