Astrid e Soluço Vikings & Piratas escrita por Apenas Criativa


Capítulo 16
A Ilha da Caveira


Notas iniciais do capítulo

Aproveitam o que puderem da leitura.



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– Mais uns passinhos e você vai ter uma grande surpresa.

As palavras de Soluço faziam Astrid sorrir, mesmo com os olhos cobertos pelas mãos do mesmo, tentava andar com cuidado, calculando cada passo, com os braços erguidos tocando o vazio na esperança de achar algo.

– Faz um tempão que não tenho boas surpresas - Comentou ela.

– Ah, mas essa vai ser especial, um presente de Berk pra você – Respondeu ele.

– Dizendo assim parece que você está me levando para ser esfaqueada em uma floresta – Disse Astrid.

– Você realmente não confia nas pessoas facilmente não é mesmo? – Perguntou ironicamente.

– Quando se é perseguida, é fácil desenvolver um tipo de autodefesa.

Ele parou de andar e sorriu para ela que ainda estava sem visão por conta das mãos dele.

Soluço havia dito que tinha uma surpresa para ela antes da corrida que haviam apostado momentos antes, ela pensou em hesitar, porém mostrou confiança nele, o que o deixou bastante feliz por sinal. Eles planejavam apenas ultrapassar as tropas e um pouco mais, o suficiente para poder ver a fortaleza de Cavery. Ambos estavam em um pedaço de terra alta, bem parecida com um penhasco, cercado pelo mar e onde os navios e barcos estavam perto de alcançar.

Após a proposta da corrida de Soluço, os dois montaram em Banguela para aquele lugar onde o jovem viking disse que uma surpresa aguardava a pirata, durante o caminho, Astrid demonstrou preocupação com Ice, seu olhar estava longe e triste e, do pouco que conversaram durante o caminho, a garota confessou com as palavras que pôde isto. Soluço tentou a consolar, pela primeira vez deu certo, o que fez com que a garota abraçasse ainda mais forte e aconchegante sua cintura durante o voo.

– Está pronta? – Perguntou o viking afrouxando um pouco as mãos dos olhos da garota.

– Estou – Respondeu a garota.

– Traz aqui amigão – Chamou Soluço, obviamente referindo-se a Banguela, deixando Astrid ainda mais curiosa do que gostaria.

Depois de poucos minutos a voz do rapaz foi ouvida novamente, desta vez ele estava de frente para ela, pois queria ver a reação da garota pela surpresa:

– Tudo bem, eu espero que dê certo.

– Como assim espera? – Questionou Astrid finalmente abrindo os olhos.

E bem ali, diante dela, veio à visão do que estava faltando desde que chegara a Berk, a primeira e única amiga da Hofferson:

– Tem... Tempestade? – Perguntou ela erguendo uma sombracelha, com um sorriso de canto e uma andar leve e calmo em sua direção.

A dragão virou a cabeça para observa-la melhor, já que, além dos anos, sua visão era periférica, a mesma demorou um pouco, mas logo abriu um sorriso esquecido há cinco anos ao reconhecer o rosto ainda mais belo de sua dona e amiga, Astrid Hofferson, a pessoa que ela desejava ver mais do que tudo.

– Ela sentiu sua falta sabia? – Comentou Soluço empurrando o braço dela com o seu.

Ela sorriu para ele enquanto acariciava o focinho de Tempestade.

– Então eram dela aqueles barulhos na arena, estava enjaulada – Concluiu – Aquela altura, achei que já tivesse sido esquecida pela maioria de Berk.

– Você é pessoa bem difícil de esquecer...

Ela abaixou o olhar sorrindo um pouco corada e soltou uma risadinha.

– Quer dizer... Espera não é isso... Mas também é... – Soluço tentou se corrigir enquanto punha a mão na nuca e segurava o capacete com a outra.

Astrid se inclinou um pouquinho e o beijou na bochecha, o rapaz arregalou os olhos sem ter tempo de outra reação, era como aqueles cinco anos ainda não tivessem se passado, ela ainda tomava as iniciativas e era distante, cada um com suas prioridades, a diferença era que ela se demonstrava a viking perto dele em alguns poucos momentos.

– Vamos? – Perguntou ela.

– Se estiver pronta para perder – Provocou ele.

A Hofferson hesitou antes de montar em seu dragão, por algum motivo, havia alguma coisa a empatando.

– Você está bem? – Perguntou Soluço.

– É só que... Eu não sei explicar.

– Você tem um sério problema de confiança – Disse ele sorrindo e pegando a mão dela pondo sobre Tempestade – Viu? Ela acredita em você, confia em você, prove pra ela que é recíproco.

A Hofferson respirou fundo, aquelas palavras serviram de impulso, pois poucos segundos depois já estava montada em seu Nadder Mortal.

– Não me lembro desta cela – Comentou ela.

– Considere um presente – Dizendo estas palavras, o jovem disparou com seu dragão nos céus.

– Ei! – Gritou a Hofferson – Assim não vale! Vamos Tempestade!

Assim, o Nadder, faminto pelo céu, devido ao fato de que seus voos eram apenas em busca de alimento, pois nunca deixou de esperar a jovem voltar para voarem juntas, voou com toda a velocidade e energia armazenada todo aquele tempo.

O céu limpo e claro daquele meio-dia os despertava, a brisa espantava qualquer sensação de calor, a luz os fazia bem e com a boa companhia perdia-se por completa a noção do tempo.

Banguela sempre fora muito rápido e vencê-lo seria um artimanha das grandes, mas era bem complicado, porém a Hofferson tinha um plano, voou em direção as nuvens para de se esconder enquanto avançava e, pouco depois lá estavam os dois outros competidores no mesmo local, o viking parecia confuso procurando a pirata, pois as nuvens cobriam o céu.

E Soluço olhava para todos os cantos a procura da garota, mas ainda nada, tentou seguir em frente, porém sua preocupação era grande e até mesmo Banguela demonstrava o mesmo. Tempestade havia ficado terrivelmente violenta desde o desaparecimento de Astrid, revirava casas e outros lugares tentando achá-la, amansá-la era uma tarefa muito difícil, pois, na mínima distância, ela mostrava as presas e as garras e acabou se tornando perigosa demais para ficar solta pela Berk.

Tentaram coloca-la em uma ilha ao lado do lugar, mas, além de ser difícil para os que eram mais próximos de Astrid, o Nadder sempre voltava e o único jeito encontrado foi enjaulá-la na arena, Valka e Soluço tentaram lutar para abandonar esta ideia obsena, usando de exemplo à época dos dragões e os vários problemas que, às vezes, aconteciam na Academia de Dragões de Berk, porém foi inútil, por mais que mãe filho tentassem nada a amansava. Foi triste para todo o vilarejo o dia em que tiveram de prendê-la, mas Tempestade agiu de uma forma surpreendente, ela abaixou a cabeça, em um olhar tão triste que Bocão teve de ir gritar por uma semana nas florestas para aliviar aquele peso de Berk, seguindo para um cantinho de sua prisão, deitou-se e se envolveu com a cauda como se dissesse “Essa é a prova de que realmente minha amiga não vai mais voltar?”, naquele dia, Soluço teve permissão de ir um pouco mais longe à busca pela garota, achando apenas pouca coisa, mas não o suficiente para desistir.

E se, agora, Tempestade ficasse com raiva por ela ter desaparecido? Ficasse inconsolável? Com muita raiva?

Soluço não conseguiu resistir mais, não queria perdê-la de novo, era tão bom vê-la depois de cinco longos anos, vê-la correr, falar, pensar, sorrir e até mesmo respirar, pois as histórias que Bocão contava sobre o sumiço da garota eram terríveis, uma pior que a outra, suas histórias cabeludas deixavam Berk com o coração na mão e um sentimento fraco de culpa.

Dragão e piloto voaram mais para cima com a finalidade de ir para a parte mais limpa do céu, nada havia por ali, ambos olhavam para todos os lados até que, de repente, o corpo de Astrid foi lançado das nuvens para o alto e, tempo depois, veio Tempestade atrás. Era possível se ouvir o riso da garota nos ares, como uma doce melodia. Quando a mesma chegou ao ponto mais alto, seus cabelos ondulados se espalharam pelo ar, uma das mãos segurava o chapéu e a outra solta no ar acima, esta se virou para uma queda livre, desta vez, com a cabeça paralela ao chão e os pés voltados para cima.

– Ficou preocupado? – Perguntou ela alto o suficiente para que ele pudesse ouvir – Gostou do meu truque?

– Odiei – Murmurou ele rindo e voltando a competição.

Ambos os competidores no céu limpo agora, Astrid montava de pé (NA: Posição de Surf) e mantendo seu olhar fixo no horizonte e, quando bem perto da linha de chegada os olhos verdes encontraram os azuis em meio a sorrisos travessos.

– Desista logo Astrid! Eu vou ganhar!

– Continue sonhando! – Provocou ela.

Faltava realmente pouco, muito pouco, a linha de chegada denominada pela Hofferson fora os pedaços de terra que ficavam próximos o suficiente para poder se observar o lar de Cavery.

Neste momento, os dois estavam na mesma linha, os dragões pareciam estar com a mesma velocidade.

– Vai Tempestade – Incentivou a Hofferson acariciando a cabeça da mesma sem perder o equilíbrio.

Banguela tomou um pouco a liderança, mas Tempestade não queria decepcionar a garota, não depois de tanto tempo e de tantos novos dragões que ela possuía, ou devia possuir na percepção de dragão dela.

De repente, uma sombra negra passou por Astrid, ela mal teve tempo de raciocinar e outra passou depois outra e mais uma. Já haviam se aproximado demais, poderiam ser vistos se mais um pouco.

– Tempestade, é uma emergência, alcance Banguela, eu confio em você vamos! - Pediu ela.

A Dragão avançou ainda mias rápido conseguindo chegar perto do seu objetivo.

– Soluço!- Chamou Astrid – Soluço pare!

– O que...

Banguela pressentiu o perigo antes de o viking completar sua frase, o impulso foi tão grande que Soluço caiu do mesmo e, como o Fúria da Noite estava sem controle da cauda, caíram juntos.

– Soluço!

Astrid pulou de Tempestade sem pensar, na esperança de alcançar Banguela que estava distante demais de seu amigo para fazer algo. Ela estava em um distância favorável do Fúria da Noite.

– Vire pra cá Banguela! Só mais um pouquinho...

Depois dos segundos mais demorados de sua vida, o dragão finalmente conseguiu ficar em uma posição em que a garota pudesse tomar as rédeas para montá-lo.

– Consegui! – Disse ela após tal ato – Cadê o Soluço?

Pouco depois puderam avistá-lo perto de cair no oceano.

– Vamos lá Banguela! – Incentivou ela posicionando a cauda.

O dragão mergulhou no ar o pegando antes que seu dono submergisse por completo.

– Pegou ele Banguela? – Perguntou Astrid aproximando a cabeça da sua.

O Fúria da Noite olhou para baixo, vendo o dono pendurado pelas pernas seguradas pelas suas patas e mostrou seu sorriso sem dentes com a língua para fora.

– Valeu amigão! – Agradeceu o jovem completamente encharcado.

– Podemos considerar um empate? – Perguntou Astrid alto para que ele ouvisse.

– Depende... Eu já estou molhado demais para pular de uma prancha, não é? – Insinuou Soluço irônico.

Astrid apenas riu e se preparou para pousar junto com Banguela para pousar em um penhasco que estava próximo.

Chagando ao chão, a Hofferson foi ao encontro de Tempestade que não pareceu nem sequer enciumada com o fato de ela ter voado em outro dragão, mas foi detida pelo corpo do rapaz deitado ainda imóvel caindo sobre o mesmo.

– Desculpe – Disse ela tentando se levantar, mas sem sucesso, pois o equipamento de voo dele prendeu-se prendera na sua espada – Não consigo levantar.

– Calma... Espera... – Disse ele tentando desprender a espada dela.

Soluço viu um sorrisinho brotar dos lábios de Astrid enquanto a mesma observava suas mãos trabalhando, logo após ela começou a rir e ele também.

– Pare de rir, por que estamos rindo?

Ela tentou mover os quadris para desprender a espada, mas ele foi levantado junto e ela não hesitou em cair na gargalhada sobre o ombro dele.

– Fica quietinha... – Disse ele finalmente os desprendendo.

Astrid, depois de meros segundos, levantou-se e estendeu a mão.

– Ajuda?

– Por que não? – Questionou segurando sua mão.

Ao se levantar, ele percebeu que a encharcou também e soltou um riso.

– Olha o que eu fiz com você?

– Filho da mãe – Praguejou a Hofferson.

Ela apenas sacolejou um pouco os braços para depois encolher os ombros em sinal de não haver mais jeito mesmo.

Eles obervaram os dragões brincando com nostalgia.

– Senti muita falta disso enquanto estava no mar – Disse ela abaixando os olhos e se sentando na grama verde e pouco macia.

Soluço sentiu um pouco de pena dela, porém ela logo pareceu normal novamente, como se, com o simples fato de ela respirar, ela pudesse afastar isso.

– O que era aquilo que passou pela gente?

Ela ficou calada por alguns segundos e se levantou olhando para o horizonte coberto por uma névoa um pouco densa e fez sinal para que ele fizesse o mesmo.

Astrid apontou para o horizonte indicando para onde Soluço deveria olhar.

– Corvos, eles vem da Ilha da Caveira - Apresentou ela – O lar de Cavery.

– Que original hein? Cavery e caveira. Estou tentando descobrir de onde ele tirou essa conclusão.

Ela socou o seu ombro.

– Não brinque com isso mocinho – Disse ela tentando dar uma bronca em Soluço – Isto é sério.

– Astrid, os navios já estão perto, é melhor irmos.

– Você tem razão, foi ma boa corrida, obrigada por me tirar daquele navio e pela Tempestade – Disse ela acenando para montar no Nadder.

~~.~~

– Capitã Hofferson, é necessário repassar o plano?

Astrid havia acabado de pousar no convés superior quando ouviu aquelas dolorosas palavras, era uma sensação muito ruim sair daquela diversão e voltar as responsabilidades, de ter sempre alguém para te cobrar.

– Pergunte a todos se estão informados, se, por acaso, houver alguma duvida ignore – Comandou ela correndo em direção ao Timão – Atenção homens, estamos chegando perto, fiquem preparados, informem aos vikings e, acima de tudo, tentem seguir o plano bando de ogros do pântano!

Os navios avançaram devagar e escondidos pela Ilha da Caveira. Uma rocha colossal em forma de Caveira, também havia uma floresta por trás onde habitavam canibais evitando qualquer chance de ataque pelas costas, rochas pontiagudas cercavam o local pelos mares e, nas mesmas, podia-se ver rastros de barcos e navios já afundados. O Sol da tarde não iluminava aquele lugar, apenas nuvens escuras e corvos.

– Sr. Dribs! Assuma o timão!

Astrid correu para as escadas de corda para ver aquele lugar melhor, subiu até o ponto mais alto e se equilibrou nas velas de seu navio. Do alto ela viu todos os barcos vikings, os navios de Ice e Ignis e os dragões em voo.

Valka, montada em Pula Nuvem, desceu o voo se estabilizando ao seu lado.

– Está pronta? – Perguntou Astrid pegando seu telescópio.

– Vai dar tudo certo Hofferson, tenha fé.

– Ice é minha irmã, pode até não ser de sangue, mas faço tudo para salvá-la.Estou com pena de Cavery.

– Te encontro em terra – Despediu-se Valka.

Astrid sorriu acenando para ela.

– Até.

A Hofferson puxou uma das cordas e desceu dali em um salto rumo ao convés superior.

Wendy logo veio novamente, a garota já estava ficando irritante, virando uma espécie de sombra, se a mesma via a Capitã, ia logo para perto tagarelar um milhão de coisas.

– Todos já sabem o plano, resta, agora, torcer muito.

– Até parece que não confia em mim – Disse tentando encerrar o assunto.

Os navios começaram a entrar na enorme Cavery, ali dentro parecia ser o único lugar onde a luz do sol batia. Felizmente, se atracassem ali, os navios não seriam vistos.

As tripulações desembarcaram em terra firme, mais exatamente, rochedos que levavam para... Não se pode chamar de vilarejo, nem de esconderijo ou de covil porque era uma mistura dos três.

Astrid conhecia bem o lugar, já havia sido torturada ali uma vez, o que a deixava preocupada com Ice. Ela se voltou para os líderes repondo o plano:

– Tudo bem, vamos acabar logo com isso, já sabem o plano, iremos eu, Ignis e Soluço para a sala de torturas, onde Ice com muita probabilidade está. Stoico, você e Valka irão com os guerreiros e a maioria da minha tripulação acompanhada de alguns das de Ice e Ignis, enrolem eles o máximo que puderem, depois mandarei um sinal.

As tropas foram divididas e logo Astrid, Ignis e Soluço estavam a cominho da sala de torturas, porém, para a infelicidade da Hofferson, Wendy também quis vir, o que a fez subestimá-la já que a garota atrapalhava muito em missões silenciosas, além de ser um pouco medrosa e ficar cutucando a garota o tempo inteiro.

Os quatro seguiram pelas pedras até chegarem ao ambiente principal daquela ilha esquecida, havia uma espécie de muralha por lá, com muros altos de pedras, elevações de madeiras, pontes em quase todo o lugar, que interligavam abismos de pedra e a luz era bem exposta ali, não se via escuridão sem serem as milhares de sombras.

Havia uma espécie de porta dos fundos atrás dos muros que rodeavam a terra, se passassem por esta dariam direto em uma sala utilizada para guardar seda e outros materiais caros. Obviamente, aquela porta era bem vigiada.

– Alguma ideia de como vamos despistar aqueles guardas ali? – Sussurrou Astrid atrás da fenda onde haviam se escondido.

Todos se puseram a pensar.

– Já sei! Você por acaso teria um daqueles apitos para Terrores Terríveis? – Perguntou Soluço.

– Gosto do seu espírito – Respondeu Astrid com aprovação.

Ela puxou de sua bota esquerda uma pequena bosinha e se abaixou a abrindo transformando a bolsa do tamanho de sua mão em um painel enorme, o viking abaixou-se também para ajudá-la.

– Procure o símbolo de um Terror Terrível – Instruiu a Hofferson.

Ambos percorreram os olhos pelo painel, existem muitas espécies de dragões para serem contadas e, com o tempo apertado como estava, seria difícil de achar, mas logo o viking apontou para um pequenino no canto superior à esquerda.

Astrid guardou tudo rapidamente, se pôs de pé de novo e puxou o fôlego para soprar o pequeno apito de metal. Em menos de dois minutos, um bando de Terrores Terríveis vieram e começaram a bagunçar e estragar tudo até os guardas saírem para pedir reforços e, no meio daquela confusão, os quatro conseguiram entrar na porta dos fundos.

O lugar era frio, com caixas lotas cercando e empatando a visão do centro do ambiente, o solo era de terra sem nenhum revestimento, dava até para se vir rochas, poderiam se ver dragões enjaulados. Eles se dividiram em dois lados Astrid e Ignis em um lado e Soluço e Wendy do outro até que, de repente ouviu-se um grito.

– Ice - Murmuraram Ignis e Astrid ao mesmo tempo.

– Vamos lá Aaron! Mostre algum sinal de dor! – Disse um dos piratas que a torturavam – Estamos aqui há um dia inteiro, eles não virão para buscá-la.

–Eu duvido muito disso! – Gritou Ignis saindo do esconderijo.

Astrid bateu na própria testa e desceu a mão até o queixo com ódio e saiu também puxando seu arco que atravessava seu corpo, preparando uma flecha. Soluço puxou sua espada em chamas e Wendy pegou uma pedra que achara ali perto.

Os piratas de Cavery quebravam instrumentos musicais no corpo de Ice Aaron, a aparência desta estava pedindo piedade, suas roupas possuíam rasgos, sem ombro era o que sangrava mais, vencendo de sua boca e perna, sua pele estava pálida e os olhos fixos em Caelum que possuía os olhos marejados ao vê-la com tanta dor. Ela estava presa pelos pulsos por correntes e sua expressão era vazia e provocadora, como se seus olhos estivessem dizendo que nada daquilo doía e que você era m covarde, mesmo com destruída, Ice continuava bela, principalmente com seus longos cabelos castanhos cobrindo um lado de seu rosto, para Caelum, aquilo a deixava irresistível.

Havia apenas dois piratas ali, eles quebraram um violão nas costas de Ice, esta não reagiu.

– Não sente dor não é? Quer bancar a durona? Vamos ver como reage se acabarmos com seu namoradinho.

Dizendo isso, os dois piratas avançaram com tudo para cima de Ignis.

– NÃO! – Gritou Ice, seu rosto ganhou lágrimas e desespero ao ver tal cena.

Astrid se adiantou pegando suas espadas e pondo contra o pescoço de cada um.

– Vamos lá amigos, vocês obviamente não querem fazer isso não é? Somos da mesma raça, se quiserem jogar do lado do vilão, quem sou eu para impedi-los de sentirem este prazer, mas se tocar em algum dos meus aliados nesta sala vocês não sairão daqui com vida.

Wendy os amarrou de costas um para o outro após deixá-los inconscientes com pó de hibernação.

– Soluço, acha que consegue dar um jeito nessas algemas?

Em pouco tempo Ice estava livre e, já sem forças, caiu nos braços do Caelum que a abraçou.

– Nunca mais me deixe tão preocupado assim! – Implorou ele.

Ice sorriu com a cabeça no ombro de Ignis.

– Não posso evitar – Respondeu ela.

Astrid cutucou Soluço que assistia a cena com tamanha atenção e olhou para a porta, logo mais os guarda viriam novamente, precisavam sair dali logo para encontrar Stoico.

Ignis segurou o corpo de Ice nos braços e ambos partiram.


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