Astrid e Soluço Vikings & Piratas escrita por Apenas Criativa


Capítulo 15
Brasa e Nevasca


Notas iniciais do capítulo

O tema musical de Astrid e Soluço foi escolhido! Who we are by Imagine Dragons. Obrigada viking pirataque escolheu esta musica, você é top!!
Leiam ouvindo "Audiomachine - Breath and Live"



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Rumo ao infinito azul, o melhor lugar para se estar, onde não existem limites ou regras para seguir. Uma sensação única, uma pena que não eterna, porém, com toda a sinceridade, o fato de ser limitada a tornava ainda mais especial para certo individuo. Cada segundo era melhor que o outro, melhor sentimento era quase impossível. A visão mais bela que esse mundo tinha a oferecer e que não era preciso palavras para agradecer e expressar o quão bom era estar ali naquela imensidão infinita, um lugar que poderia ser considerado seu, mas também de todos ao mesmo tempo.

Abra os olhos Não os deixe perder um momento.

Respire fundo Deixe os problemas para trás.

Sinta Viva como se não houvesse amanhã para lhe impedir.

Somente os tolos não entenderam que se descrevia o céu. Uma espécie de paraíso para Soluço e Banguela, um lugar só deles, a velocidade não era limitada, ninguém poderia impedi-los de viver cada momento ali, nem que quisesse.

Depois de vários loops, giros, rodopios e inversões já era hora de recriar algo que vinham treinando junto de Valka (sem ela muitas rochas haveriam de cair). O jovem viking, montado em seu dragão em uma velocidade surpreendente, sentia-se pronto para um grand finalle.

– Está pronto amigão? – Perguntou o rapaz para seu melhor amigo reptil.

O dragão pareceu hesitar, mas cerrou os olhos com um sorriso sem dentes.

E o rapaz se lança ao céu, puxando seu equipamento de voo de dragão, em um voo próprio. Eles haviam demorado cerca de alguns meses para deixar este pronto, houvera tombos, quedas, perdas de perna – Oh Soluço – e pedido de reboque, porém, depois de tantos erros, e aprendizado com os mesmos, finalmente começaram a acertar com um empurrãozinho da mãe de Soluço.

Durante seu voo, lembranças vieram à mente do rapaz, lembrou-se de quando salvara a vida de Astrid, algo dentro dele a tirou de tal perigo, relembrou-se da mão se deformando no ar fazendo com que a garota caísse muitos metros ao chão e que, se não fosse por Ignis que a apanhou, ela estaria morta uma hora dessas.

A visão dela abrindo os grandes olhos o incomodava, por um momento, ele quase viu os olhos da garota brilharem como... incomparável era aquilo, mas aquela cena não lhe saia da cabeça, o Caelum a deitou no chão, as pernas da jovem dobradas uma por cima da outra, um braço esticado apoiando a cabeça, o outro deitado sobre a cintura da mesma e a cascata de cabelos grandes, sendo as mechas frontais com contas coloridas, e da sensação que teve ao vê-la daquele jeito, frágil e delicada, era algo difícil de explicar.

Quando esta abriu aqueles grandes e belos olhos, um alívio tomou conta do rapaz, os vikings e piratas pareceram não perceber que ele a salvou, Soluço não queria nenhuma atenção por conta disto, ficou feliz por não ser tão fraco assim comparado a ela que sempre estava sendo o foco em tudo pela força e inteligência, o que o deixava triste, pois, antigamente, ele era o cérebro e ela o pulso. Não funcionava assim faziam-se cinco anos. Desde que ela partira, Soluço se sentia perdido, ele gostava de como ela o apoiava e o protegia, agora ele já se via sem rumo porque já não a conhecia.

Aquele pensamento o pôs em mau caminho, pois, quando Banguela jogou explosões de plasma no ar, o equipamento do viking começara a queimar e este perdeu o controle caindo no ar.

O dragão nem sequer parou, avançou como pode para o mais próximo do rapaz. Estava sendo uma queda difícil comparada às outras porque Soluço não conseguia alcançar a cela de seu dragão, estava quase impossível.

– Só mais um pouco Banguela, força amigo! – Incentivou.

O vento pareceu dar uma forcinha aproximando os dois, porém, muito perto de cair no mar logo abaixo. O Fúria da Noite suspendeu as asas no ar antes dos dois caírem ferozmente entre as ondas.

– Essa foi por pouco – Murmurou Soluço.

– Então vuuuuuuush a fera engoliu a bala me deixando apenas com uma em minha única pistola, cercada na floresta pelos japoneses e chineses que se aliaram contra mim na floresta, eles possuíam minhas armas e minha tripulação...

– E o que você fez Astrid? – Perguntou Perna de Peixe com Valka ao seu lado com os olhos arregalados que afirmou com a cabeça.

A jovem sorriu, um sorriso amável e bonito, como há tempos ninguém havia visto.

– Eu sabia que precisava sair dali, mas com aquela desvantagem eu me pus a pensar, eles me atacaram, porém eu fui mais rápida, peguei o chifre de um dos iaques de estimação de um soldado que estava abandonado ao chão, tomei todo o fôlego que pude e soprei formando um som que quase me deixou surda – Ela fez uma pausa dramática coma as mãos em sinal de pausa e os olhos arregalados olhando para cada um ali na cabine de seu navio – Foi aí que eu vi, um Ying Yang saiu do nada dentre as árvores, quebrando-as como lápis, voando em direção aos céus e, ao chegar lá, olhou para nós até me avistar. Seus olhos grandes e negros se cravam em minha memória até este momento, com um sopro gelado da morte os congelou a ponto de deixa-los imóveis por tempo o suficiente para sairmos dali rumo ao meu navio.

– E você morreu? – Perguntou Cabeça Dura.

Astrid fez uma cara emburrada.

– Não, mas aquele dragão me jurou lealdade e me deixou ser a primeira a montá-lo em mais de séculos...

– Ah, eu já vi um deles certa vez – Comentou Valka com um sorriso ao lado do marido – O coitadinho estava perdido pelo sul eu o achei muito rápido.

– Dizem que esse dragão é tão rápido – Começou Perna de Peixe animado – Que se você tentar acompanhar seu voo com os olhos fica completamente cego!

A gangue dos vikings, juntamente dos líderes e seu filho, Dribs e a Capitã estavam no “Olho de Dragão” rumo ao encontro de Cavery em uma cabine utilizada para refeições e outras coisas. O lugar era apenas uma mesa retangular grande cercada de cadeiras de madeira, uma escada se encontrava em um canto escondido, percebia-se um pequeno sofá em frente à mesa – onde o casal líder da aldeia dos vikings estava com o filho que acabara de chegar de certo voo – e a única luz vinha da janela em um canto e do lampião acesso mesmo naquela hora do dia.

A Hofferson contava histórias de suas aventuras pelo mundo contando os vikings com novas espécies de dragões, truques e façanhas feitas em sua vida até aquele momento. A mesma estava de pé em cima da mesa e falava com vários gestos com as mãos e outras partes do corpo tornando tudo ainda mias realista e encantador ainda, suas palavras mão foram ignoradas por um segundo se que, não era como as aulas chatas que Soluço dava na academia, mesmo que fosse algo chato, ao ver deles, ela poderia transformar na coisa mais interessante do mundo. Estes sentados nas cadeiras almoçavam em paz algo que o cozinheiro do navio preparara. Astrid disse que eles tinham de sorte de Berk terem os reabastecidos, caso o contrário a comida não estaria boa assim.

– Deve ser uma vida muito boa ser pirata Astrid – Começou Melequento com seu velho tom zombado e preguiçoso – Viver aventuras por aí, ter tesouros, riquezas, podem conhecer todo o mundo, vivendo soltos por aí sendo os maiorais...

Soluço notou que a expressão boa no rosto de Astrid sumiu.

– Sem falar que podem ser temidos, atracar e saírem quando bem quiser – Completou Perna de Peixe ao lado do viking abusado.

– Dá para entender o porquê de você ter escolhido essa vida mansa Astrid, fora os inimigos, até que é suave – Finalizou Melequento se espreguiçando na cadeira.

Astrid levantou uma sombracelha e trincou os dentes rosnando.

– Então vocês acham que é assim? Fácil não é?

– É – Responderam ao mesmo tempo.

Ela andou sobre a mesa com passos lentos e firmes que demonstravam uma tentativa de autocontrole prestes a fracassar.

– Pois eu vou lhe informar de algo. Piratas passam dias sem comida se não atracarem, somos caçados, torturados, nos matamos para conseguir tesouros... A vida no mar é muito árdua, vivemos aqui em baixo em cabines escuras, malcheirosas, úmidas e sentimos falta de ar e, se não fossem as boas ideias para se projetar esse navio, estaríamos sufocados aqui dentro – Ela respirou fundo – A distração para sanguinários como nós são lutas e confusões, quando saímos de uma guerra o navio tem de ser reparado, pois não consigo abandonar o meu navio... – Ele olhou para cima e depois voltou o olhar para os dois – Eu luto todos os dias para transformar este lugar em uma espécie de lar para minha tripulação, faço mudanças em sua estrutura para evitarmos muitos problemas comuns, tento entretê-los, diverti-los, alimenta-los e defende-los com a minha vida – Ela se agachou chegando bem perto dos dois – E vocês chamam isso de vida fácil? Eles seguem minhas ordens pintando, limpando, preparando este navio para defender e guerrear em nome de quem eu mandar, minha palavra é lei! Se pretenderem ficar hospedados em nossos navios até chegarmos a Cavery aprenda que...

– Seus olhos brilham... – Murmurou Perna de Peixe.

– O quê? – Perguntou Astrid confusa.

– Dragão... Caleidoscópio...

Astrid surpreendeu-se saindo de perto do mesmo, tentou disfarçar antes de sair pela porta, segurando a mesma entreaberta.

– Ser um pirata pode ser a melhor coisa em muitas questões, mas, só estamos aqui, vivendo a cada dia, porque temos esperança, acreditamos em uma chance melhor para todos nós – Com essas palavras ela saiu da cabine indo para o convés superior.

~~O~~

– Que brisa boa esta.

Astrid virou a cabeça surpresa, ninguém a interrompia quando estava mergulhada em seus pensamentos, preferiam deixá-la quieta mesmo que, ás vezes, ela só precisasse de um pouco de companhia. Os bons momentos com os cães sarnentos vinham a cabeça da jovem com tamanho impacto, porém seu passado ainda tentava bater a porta com força mesmo ela tentando impedi-lo. Uma sensação difícil e impotente, algo forte como bater a cabeça ou acordar depois de um desmaio.

– Olá Valka – Cumprimentou ela.

– Sabe, eu adorei suas histórias, eu não sei como seria essas aventuras no meu lugar. Percebe-se que você ainda tem seu lado viking, você tenta esconde-lo, mas te vendo agora não parece bem.

Era verdade, Astrid estava com uma postura de derrotada, dedos entre os cabelos loiros, cotovelos apoiados a proa do navio e corpo inclinado para frente.

– Só... Não sei, não sou muito do tipo que sai expressando minhas emoções por aí... nem mesmo devia tê-las, são apenas problemas que me exaustam, eles estão vindo com muita rapidez ultimamente, mais do que o normal.

– Entendo Hofferson, me falaram assim de você, uma garota forte, durona, competitiva e que sabia aconselhar, porém nunca sendo aconselhada a tomar suas decisões. Por que não tenta comigo? Pelo menos não sou chata, não farei um discurso que vai lhe deixar sonolenta – Falou Valka gentilmente – Até por que, esse negócio de discurso é com Soluço e o pai.

Ambas riram.

– Estou sendo caçada desde que, praticamente, saí de Berk Valka, eu não tenho levado nada fácil desde aquela noite. Eu nunca fui realmente... não sei dizer, eu sempre estive fazendo tudo com o intuito de me salvar e aos outros também, está se tornando difícil para mim suportar, mas daí eu lembro daqueles que me ajudaram e me reergueram do fundo do poço, lembro que existe gente boa pelo qual vale a pena viver e morrer. Eles que me dão forças para que eu me dê a chance de ter momentos felizes, sei que gostariam que vivesse os mesmo, torna-se da vida algo belo.

– Isso foi profundo Astrid, nunca havia se aberto com ninguém?

– Na verdade, o que eu falei foi quase a mesma coisa que nada para você, é só o motivo de eu ainda estar respirando.

Valka se pôs a pensar observando os dragões e quando abriu a boca para falar algo Wendy a interrompeu:

– Capitã, temos assuntos a resolver antes de nossa chegada e a senhorita me pediu que eu a lembrasse de rever os mapas que é, basicamente, o principal item de nossa lista aqui. Nossas cabines terão de ter espaço para vikings, sem falar nos dragões, planos e...

– Eu já entendi – Disse ela suspirando em um tom sério e depois, voltando seu olhar para Valka, fez uma reverência – Com licença, tenho de ir agora, foi ótimo falar com a senhora.

Valka apenas deu aquele magnífico sorriso que derrete até as geleiras mais frias e apontou com a cabeça para a imediata Wendy e respondeu:

– Capitã Hofferson.

A jovem sorriu timidamente e se juntou a imediata para cumprir seus afazeres.

~~O~~

– Mas eles podem ser muito úteis Capitã, já é hora de tirar essas luvas! Confie neles, eles confiam em você! – Insistiu Wendy.

– Eu nunca os usei, não tenho muita prática, somente em emergências – Questionou a Capitã pensativa andando com um compasso pelo o mapa na sua escrivaninha.

– A senhorita é alquimista, fazer testes e experimentos é com você mesma, se os tivéssemos ao nosso lado ficaríamos mais temidos, pensa só! Seriamos lendas, temerão nosso nome, “Cuidado com a tripulação Olho de Dragão, eles possuem dons além do que a sua mente pode imaginar”.

– Eu... não sei não.

– Olha, pelo o que você me disse eles poderiam te ajudar, o que eu sei é muito pouco se, ao menos, pudesse me cont...

– NÃO, VOCÊ NÃO VAI OUVIR ESSA HISTÓRIA, NÃO AINDA... – Firmemente Astrid.

A imediata era curiosa, não tinha limites, inventava histórias, corrigia muito as pessoas, sabia ser irritante quando queria, mas, quando todos a deixavam, era ela quem lhe fazia companhia, pois Ice muitas vezes estava ocupada com suas próprias emoções para poder incluí-la de modo geral. A Aaron faz muita falta no coração de Astrid, sente falta dela quando tudo está quieto, quando se sente só, quando perde seus sentidos, ela era o equilíbrio da Hofferson. Somente graças a Ice, a Hofferson conseguia não se deixar abater, não baia onde estaria sem ela.

Astrid encarou suas luvas, fazia tempo que ela não as tirava que não fosse para se lavar, a pele por debaixo deveria já estar pálida e fina como nuvens em uma manhã de primavera.

– Já terminamos por hoje? – Perguntou a Capitã tentando ser gentil como desculpas.

– Sim Capitã.

– Ótimo, tire o resto desse entardecer e noite de folga, relaxe, treine, se abasteça, faça o que achar melhor, o que seu corpo pedir.

– Obrigada Capitã.

A garota saiu pela porta da cabine de mapas de Astrid deixando para trás um olhar de “Você sabe que é o certo a fazer”. Astrid odiava muito aquele olhar.

Aquele velho compartimento era calmo, podia se ouvir o barulho das ondas batendo no casco do navio, cheirava a fim de tarde e batatas cozidas, um cheiro bom para falar a verdade. Havia uma escrivaninha inclinada em frente a ma cadeira, um armário branco parecido com uma espécie de guarda roupa com duas portas e maçanetas de bronze, Na maior e mais vaga parede havia um gigantesco mapa, pintado a mão, mostrando todo o mundo.

E, mais uma vez, Astrid Hofferson estava ente outra decisão difícil dos milhares que teve nos últimos tempos. Era algo completamente peculiar usá-los, mas... Não sabia exatamente o porquê, porém ela estava confusa.

Nunca os havia usado, não sabia o que fazer, era algo realmente poderoso e que poderia ajudar naquela guerra? Sim e muito, mas também poderia ferir inocentes. Se tivesse realmente de usá-los teria de aprender a usá-los.

Astrid encarou sua extensa janela retangular podendo ver um pouco de seu reflexo, já havia tempos em que os mesmos se escondiam por debaixo de suas luvas.

Brasa e Nevasca.

Era isso que escondia por debaixo daquele couro que lhe escondia da palma das mãos aos cotovelos, ela observou o símbolo pirata em sua blusa – chamado Jolly Roger, mas, como vocês são piratas, claro que sabiam disto - e pensou no que seria certo a fazer como viking, pirata e ela mesma.

Sendo vencida pela curiosidade, a garota tirou uma luva revelando um pequenino dragão enrolado do seu pulso ao cotovelo, sendo que, a cabeça deste quase batia na palma de sua mão. Ele poderia ser facilmente confundido com uma cobra se não fosse pelas asas e a face, sua cor poderia ser vermelha ou alaranjada, seu focinho era parecido com o de banguela, olhos totalmente negros e dentinhos afiados.

Uaaaaah bocejou o pequenino dragão cerrando os pequenos olhos negros Quem acendeu as luzes?

– Lembra-se de mim Brasa? – Perguntou Astrid abrindo um velho e bom sorriso de nostalgia, daquele que os mais velhos ou jovens fazem ao se lembrar do passado, de boas coisas nele.

Cabelos de sol! Exclamou o dragão se referindo a jovem feliz depois soltando uma fumacinha em formato de coração Que saudade da senhorita! Que dia feliz! Finalmente poder acordar e ajudar a cabelos de sol! Onde está Nevasca? Ela virá conosco em uma nova aventura?

– Bem que eu queria uma nova aventura – Disse ela demonstrando tristeza com o olhar – Vamos ver a Nevasca agora.

Astrid retirou a outra luva devagar revelando um dragão idêntico a Brasa, porém era em um tom de azul escuro e claro e com olhos brancos. Esta já abriu os olhos de uma vez, grandes e brancos olhos, belos como a neve cintilando sobe a luz do sol.

Olhos do céu! Há quanto tempo minha cara amiga, senti saudades durante o meu leito.

Nevasca era educada com uma voz doce e serena, tão bela e acolhedora quanto a de qualquer humano, ela poderia persuadir qualquer um com aquela magnífico timbre.

. Olá Nevasca!

.Olá Chama, tem dormido bem?

.Acho que tenho sido alimentado demais, tenho tido pesadelos.

.Você parece mais gordinho.

.Ei!

Astrid riu sentando-se em uma pequena cadeira apoiada de costas na parede, seus olhos já estavam calmos e serenos. Como sempre deveriam estar.

Finalmente chegou a hora de lutarmos cabelos de sol?

Astrid contou toda a história para os pequeninos dragões, falou sobre absolutamente tudo, como um desabafo, pensou ela.

Os dragõesinhos não demonstravam fraqueza, ficaram empolgados por poderem lutar e serem usados para o bem. Poderiam usar seus dons nativos para ajudar a garota que mais amavam no mundo, Astrid Hofferson, ser úteis e poderem voltar a ver o mundo.

Estou louco para queimar as pessoas novamente! Não lembro mais do que sou capaz depois de tanto tempo de hibernação debaixo dessas luvas! E você brisa?

Vou congelar os corações meu bem!

– Eu precisarei começar a treinar, acho mais seguro começarmos com gelo, não quero incendiar meu navio.

E porque ninguém pode deter gelo e neve.

Eu posso! Eu lhe derreteria feito um sorvete de iaque Zombou Brasa.

A Hofferson tomou coragem respirando fundo e se levantou da cadeira. Seu primeiro passo congelou o chão, no segundo as derreteu, terceiro as paredes começaram a congelar, quarto uma sauna, quinto uma chuva...

Calma olhos do céu! Se ficar nervosa só irá piorar as coisas. Cérebro e não coração lembra? Cérebro e não coração.

Astrid só os usava para emergência e estava, particularmente, nervosa. Desde que havia salvado a vida desses dois dragõesinhos, eles deviam a vida a ela de acordo com o código do dragão.

As caudas de ambos atravessavam a pele de Astrid, se dividindo ao meio e conectando-se com uma veia e uma artéria para que ela pudesse os controlar através de cérebro, coração e disposição física. O veneno do Caleidoscópio Mortal não os atingia por motivos além da compreensão da jovem alquimista, mas eles agiam com que a controlasse, se estivesse com medo os resultados eram alarmantes, porém, se conseguir se concentrar, pode materializar algo e fazer coisas incríveis.

Eles só poderiam ser livres, de acordo com o código o dragão, se salvasse a vida da garota. Brasa e Nevasca estavam ali, escondidos, cerca de dois anos inteiros, esperando por aventura e emoção e ela finalmente havia chegado. Ambos amavam a garota como irmãos caçulas, ela não tinha coragem de deixá-los lutar porque tinha medo de que se machucasse, porém algo dentro dela mesma dizia que já era a hora.

Astrid Hofferson esticou o braço direito – Onde Nevasca ficava – e tentou se concentrar em alguma coisa, algo bom... mas é justo nessas horas que vem um branco a mente. Depois de certo tempo pensou em um garfo, concentrou-se na imagem deste na mente e apontou para sua escrivaninha, mas tudo que conseguiu foi metade.

Rajadas de neve são mais fáceis para treinar Sugeriu Nevasca.

– E você só avisa agora?

Os dragões riram maliciosos.

A dragoa tinha razão. Era bem mais fácil e bonito fazê-las comparadas a algo material. Ela jogava a mão para um lado e uma energia forte se espalhava pelo corpo indo para a ponta de seus dedos e dela saiam neve e flocos de gelos formando ondas. A garota riu e rodopiou fazendo curvas geladas, preenchendo o ar com uma brisa fria e úmida. Os olhos de Nevasca ficavam azuis quando usava suas habilidades, a mesma ficava imóvel, já que seus “poderes” saiam da palma da mão e pontas dos dedos da Hofferson.

Tudo bem, lindo, já se divertiu, podemos esquentar um pouco as coisas? Pelo o bem da minha pele? Perturbou Brasa ciumento.

A garota riu e fez com que da ponta de seus dedos saíssem pequenas chamas, dando formas e as dançando por entre os dedos e a palma da mão, ela conseguiu até colori-las de uma mais azul, outra mais amarela e amarelada.

– Porque nunca tentei fazer isto? – Murmurou.

Com batidas na porta ela se assustou fazendo neve e gelo se espalhar por todo lugar, depois de tentar consertar com os mesmos, pôs as luvas e sentou-se diante da escrivaninha.

– Está aberta! – Gritou ela.

Era Soluço, ele abriu a porta e segurando a maçaneta fez uma cara de surpreso com o estado do lugar e antes que pudesse abrir a boca, Astrid respondeu:

– Um experimento que não deu muito certo.

– Ah... Ok. Vim te fazer um convite – Disse ele – Acho que você está trancada já a tempo demais, eu tal uma corrida com nossos dragões?

E os olhos verdes encontraram os azuis.

Ela sorriu com o rosto quente.

– Porque não? E se eu ganhar você vai ter que pular da prancha para dar um mergulho! – Disse ela brincalhona.

– Fechado, mas se eu ganhar... Vai ter que me mostrar um de seus experimentos.

Ambos riram.


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Notas finais do capítulo

Galeriam vocês são demais, até o próximo capitulo e rumo aos 100 comentários!