Loving In The Dead escrita por Miss Jackson


Capítulo 20
Época de Verão


Notas iniciais do capítulo

E essa quinta temporada, gente? Tá muito foda ♥_♥
Ah, eu terminei The Last of Us recentemente (terminei de assistir os gameplays porque eu sou pobre e só tenho um PS2 :v), estou em uma depressão profunda. :')



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/502207/chapter/20

Acordo chorando em um estado crítico. Daryl está dormindo no lugar de Carl e Rick está dirigindo, Judith está novamente no colo de Carol, isso quer dizer que...

– Você tá bem? – pergunta Carl ao meu lado, me observando com ar de preocupação. Ele tampa minha boca com uma das mãos, me impedindo de gritar de susto. – É, não está. O que aconteceu?

– Tive um pesadelo – sussurro, chorosa, quando ele tira a mão da minha boca. Ele gesticula para mim prosseguir, então conto todo meu pesadelo. Quando termino ele me encara por um tempo, compreensivo, e depois me abraça. – Não fique tão assim, ao menos não foi o que aconteceu de verdade.

– Mas foi ruim. Pesadelos são ruins.

Sorrio, ainda chorosa.

– Obrigada por se preocupar comigo.

– Faço mais do que me preocupar – diz ele, desviando o olhar e me fazendo corar. – Volte a dormir.

Ruby, que estava no colo de Lizzie e Mika, ergue a cabeça e nos encara, se afastando delicadamente das meninas e me separando de Carl, ficando entre nós e roçando seu focinho em meu braço direito. Coço atrás de suas orelhas e ela fecha os olhos, deixando sua cabeça cair sobre meu colo. Ela solta um suspiro e parece adormecer. Carl coça atrás de suas orelhas também. Por um momento, enquanto observo a cena – Carl e Ruby, as coisas que eu mais amo –, penso que ainda há esperança.

– Durma – sussurra Carl perto de mim. Eu fecho os olhos e acabo por adormecer novamente. Dessa vez com um sono mais tranquilo.

. . .

– Bom dia.

Não tinha coisa melhor do que acordar com a voz de Carl me desejando bom dia e ouvir também todos os meus amigos cantando “Summertime” de Janis Joplin. Sorrio para Carl, ele está sorrindo feito bobo também. Quanto tempo será que fazia que ele não tinha um momento assim?

Ruby está novamente com Mika e Lizzie, de forma que Carl e eu estamos novamente um do lado do outro. Ele passa um braço pelos meus ombros, me puxando para mais perto.

– Sem pesadelos hoje? – pergunta ele em voz baixa, para somente eu ouvir.

– Sem pesadelos.

– Ei, vocês aí atrás – chama Daryl, com um sorriso malicioso. – Por que não estão cantando?

Então nos juntamos à música.

Honey, n-n-nothing's going to harm you now – cantamos juntos. – No, no, no, no, no, no, no, no, no. – Muitos “não, não, não”. – Don't you cry. Cry.

Mika aplaude, e Lizzie segue seu exemplo. Ruby late, animada.

– Teremos nossa época de verão um dia, certo, Linddie? – sussurra Carl no meu ouvido. Arregalo os olhos, meu coração dá um salto mortal. Ele ri e balança a cabeça. – Nós, Ruby e o que tiver por vir. – Ele sorri. – Certo?

– Do que... Do que você está falando, Carl?

– Ora, você sabe – ri ele. Faço uma careta confusa. – Ok, desculpe.

Tenho vontade de dizer “eu sei do que você está falando”, porque está muito explícito, mas prefiro ficar quieta. Abro um pouco a janela, sentindo a brisa daquele dia lindo bater em meu rosto. Ao longe consigo ver alguns Errantes se alimentando, mas não vou dar bolas para isso – não hoje.

– É solstício de verão – digo.

– É – concorda Carl. – E desde que isso começou não vejo um solstício de verão tão belo como esse. – Ele para por um momento. – Consegue ouvir?

– Ouvir o quê?

– Isso. Preste atenção – diz ele. Coloco minha cabeça para fora da janela e então eu ouço e os vejo, em cima das árvores, cantando. Pássaros de todas as espécies e cores, aqueles que tem asas e não morrem por conta dos Errantes. Aqueles que são livres do nosso sofrimento. E eles cantam, felizes, saudando o verão e, talvez, nos saudando. – Está vendo? – Carl me puxa para dentro da van novamente.

– Sim. É tão lindo...

Ele beija minha bochecha, me fazendo corar.

– Qual o motivo dessa aproximação toda dos dois aí atrás, hein? – pergunta Zöe. Pelo visto até ela acordou de bom humor. Carl se afasta, e eu dou risada do tom avermelhado que seu rosto toma. – Estamos de olho.

– MEU FILHO SÓ VAI NAMORAR DEPOIS DOS QUINZE! – grita Rick lá da frente, e todos nós gargalhamos da carranca que o Carl fez.

– PAI! – grita ele, emburrado.

– TE AMO, FILHO!

– Mas ele já tem quinze, Rick – digo, lembrando-me do meu aniversário. Só Deus sabe quanto tempo faz que eu fiz quinze anos. – Ele pode namorar.

– Eu disse depois dos quinze – intervem Rick.

– Deixe o menino viver, xerife – gargalha Glenn. – Mulheres estão escassas, caso contrário eu...

Maggie o interrompe com um beliscão.

– Ai, Mag! – resmunga Glenn. – Como você é forte.

– Sabe que eu sou, engraçadinho. Também amo você.

– A questão é: Carl e Lindsey tem um caso secreto? – pergunta Daryl.

– CARL E EU O QUÊ? – grito, envergonhada. – É claro que não, Daryl! Jesus, que isso.

– Então pronto. E não se fala mais nisso – ri Daryl. – Mas lembrem-se de nos avisar quando decidirem o que sentem um pelo outro.

– Vá se fuder, Daryl – resmunga Carl.

– Olha a boca suja! – repreende Carol.

– Vamos parar, vocês? – diz Michonne. Me surpreendo, nesse tempo todo a única vez que ouvi a voz da Michonne foi enquanto cantávamos Summertime.

– Isso aí, Michonne, bota ordem nisso aqui.

Michonne dá um meio-sorriso.

– Michonne arrasa! – elogia Carl.

– Eu sei – diz Michonne, e todos caímos na gargalhada novamente. Paramos, certa hora, perto de um riacho. Saímos todos para nos lavar e fazer coisas mais profundas (n/Aut: As necessidades, gente). Quando voltamos há alguns Errantes rodeando a van, famintos. Derrubo eles sem nem me preocupar. Todos entramos na van e saímos novamente. Rick inventou de cantarmos Hold On, e todos cantamos, menos Maggie. Ela deveria ter algum motivo pessoal para isso, e Glenn pareceu entender, porque era o que menos cantava. Preferi não perguntar.

No fim, foi um dia feliz. Talvez um – o melhor – dos dias desde que tudo começou.

Summertime, time, time

Child, the living's easy

Fish are jumping out

And the cotton, Lord

Cotton's high, lord, so high

Your daddy's rich

And your ma is so good-looking, baby

She's looking good now

Hush, baby, baby, baby, baby, baby

No, no, no, no, don't you cry

Don't you cry!

One of these mornings

You're gonna rise, rise up singing

You're gonna spread your wings

Child, and take, take to the sky

Lord, the sky

Until that morning

Honey, n-n-nothing's going to harm you now

No, no, no, no, no, no, no, no, no

No, no, no, no, no, no, no

No, no, no, no, no, no, no, no

No, no, no, no, no, no, no, no

No, no, no, no, no, no, no, no, no

Don't you cry

Don't you cry

Cry


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!