Loving In The Dead escrita por Miss Jackson


Capítulo 19
Pesadelo desgraçado


Notas iniciais do capítulo

1) Primeiramente eu queria agradecer pela recomendação DIVA de uma das primeiras leitoras de LITD, a Arelia Redbird. Deus, eu nunca pensava que minha fanfic fosse ter uma recomendaçãozinha. Muito obrigada, querida. ♥__♥
2) Sim, o título desse capítulo é inspirado na música "Nightmare" do Avenged Sevenfold. Não idolatro essa música, mas combina bastante com o capítulo rç
3) Boa leitura. Amo vocês! ♥

P.S: Leitores fantasmas, eu adoraria se vocês comentassem. E pessoas que comentam: Sigam o exemplo da Arelia e recomendem a fanfic, uh? Amo vocês do fundo do coração, sério.



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– Todo mundo de pé – ordena Rick em uma voz exageradamente alta, nos acordando. Acordo com um pulo, assustada, e acabo batendo minha cabeça no queixo de Carl. Nós rimos, mesmo que esteja doendo.

– O quê? Tá tudo bem? – pergunta Rochelle.

– Sim. É que os Errantes se afastaram um pouco agora – explica Rick. – É melhor para nós fugirmos.

– Eu vou primeiro – digo, e Carl me olha em reprovação. – Por favor.

Daryl me pega no colo para me ajudar a subir. Eu abro a portinha do tanque e saio, escorregando pelo tanque e acertando os Errantes mais próximos. Meus amigos, um a um, começam a sair. Todos pegam suas armas. Carol coloca Judith, ainda dormindo, em um saco de tecido marrom repleto de furinhos, que serve como uma “mochila”, e o coloca suavemente sobre suas costas.

– Que esperto – comenta Glenn, elogiando-a. Ela sorri em agradecimento. Em silêncio, penetramos na floresta. Eu, Michonne e Rick vamos na frente.

Os comuns chiados dos Errantes estão próximos agora, indicando que há uma horda por perto. Nós desviamos do caminho dos chiados. Quanto menos Errantes encontrarmos no caminho, melhor.

Logo estamos em uma cidadezinha. Há uma pequena horda de Errantes andando pelo lugar, no máximo uns dez. Dividimos nosso grupo; Uma parte vai arrombar uma van para nos locomovermos, e a outra parte vai coletar suprimentos.

A parte dos suprimentos é constituída por mim, Rochelle, Glenn e Daryl.

Entramos em um barzinho simples repleto de quadros de antigas celebridades, como a Marilyn Monroe – especialmente a Marilyn, na verdade. O fedor do barzinho nos atinge como uma pedra.

– Parece que há Errantes que ainda caminham por aqui – sussurra Rochelle para nós enquanto ouvimos alguns chiados vindos dali. Nós concordamos com ela, já em posição de ataque.

– Moço, posso pegar sua mochila emprestada? – pergunto para um cara morto com uma mochila e rio. – Acho que você não vai mais precisar.

Tiro a mochila de baixo do braço dele, e o braço cai pesadamente no chão, fazendo um CRAC e se soltando do corpo. Os chiados aumentam, jogo a mochila vazia sobre os ombros e olho em volta. Meus amigos estão me encarando ameaçadoramente, e percebo a merda que fiz assim que o primeiro Errante aparece.

– Me deem cobertura! – peço em voz alta, pegando a mochila e a abrindo. Sacudo-a para tirar a poeira e jogo todos os suprimentos que podem nos servir dentro dela.

O primeiro Errante me alcança.

Um involuntário grito de susto escapa dos meus lábios. Pego minha espada e corto-lhe a cabeça, voltando minha atenção aos suprimentos enquanto meus amigos me dão cobertura.

Quando consigo tudo que precisamos nós saímos correndo dali. Nossos gritos e os Errantes já atraíram atenção de uma nova horda.

Meus olhos percorrem todo o lugar até eu avisto a van onde nossos amigos estão e aponto.

– Lá – digo. Nós corremos até lá.

– Abre, abre! – Rochelle está desesperada, e ela grita quando um Errante puxa o pé dela. – Socorro!

– Rochelle! – exclamo e corto a mão do Errante, mas ele conseguira arranhá-la e fazê-la sangrar. Todos entramos na van e trancamos as portas. Rick, que está no banco do motorista, liga a van com um pouco de dificuldade e manobra o carro, atropelando todos os Errantes que aparecem por ali – e fazendo um barulho horrível.

– Rochelle... – murmura Zöe, examinando o pé de Rochelle, que está meio sentada, meio dentada, entre mim e Daryl, nos últimos bancos. Mais para frente estão todos espremidos. – Você...

– Ela não tem mais chances – digo, cortando Zöe. Ela me olha furiosamente, mas permanece em silêncio.

– Eu sei que não tenho – sorri Rochelle. – Isso ia acontecer, uma hora ou outra. E vai acontecer com todo mundo. Isso tudo é sorte, nós estamos evitando a morte há muito tempo.

Metade da van agora está encarando-a. Mika está assustada, Lizzie sorri em concordância para ela, os outros também parecem meio receosos.

– Me deixem aqui – pede Rochelle quando já estamos longes da cidadezinha. Muito hesitante, Rick para o carro.

– Saia – diz ele, com a voz rouca. Abro a porta para Rochelle sair, surpresa pela frieza de Rick quanto ao pedido de Rochelle. Me encolho para ela passar.

– Vocês demoram para aceitar a verdade – diz Rochelle, ainda sorrindo. – Boa sorte. – E eu fecho a porta. Antes que eu possa acenar pra ela Rick já está dirigindo novamente.

– Por que você a tratou com tanta frieza? – pergunta Mika. Pobre criança...

– Mika – suspira Rick. – Ela pediu pra sair, eu apenas a deixei sair.

– Não se preocupe, Mika – ri Lizzie, feliz. – Rochelle vai ser feliz agora. Aposto que ela vai encontrar uma família.

Carol solta um suspiro de frustração, mas não retruca Lizzie, como eu pensei que faria. Ninguém a retruca.

Depois de um tempo em silêncio, Glenn pergunta:

– Então... O que conseguiram no bar?

– Uma mochila velha – começo. – Garrafas de água mineral, analgésicos, antibióticos e outros remédios que eu consegui de uns mortos aí, enlatados... – Carl bufa, me fazendo rir. Ele tem trauma de enlatados de tanto que ele tem que comer. – ... Também tem umas coisas para fazer curativos.

– E eu consegui um litrão de água mineral – anuncia Daryl, apontando para um litrão no colo dele.

– Vocês se saíram muito bem – elogia Maggie, com a voz chorosa. Glenn a abraça, dando-lhe um selinho rápido como conselho. Eu e Carl trocamos um olhar muito rápido, mas eu desvio primeiro, corando; E coro mais ainda ao perceber que ele continua me encarando.

– Obrigada – agradeço, sem contato visual. Judith, então, acorda e começa a resmungar.

– Ah, meus braços... – choraminga Carol, brincando com Judith.

– Carol, quer que eu fique um pouco com ela? – ofereço. Carol assente e entrega Judith para Zöe, que entrega para mim. – Oi, Judith! – Faço uma careta e uma voz bobinha. Ela abre um sorrisinho. – Ah, sua fofa. – Esfrego meu nariz na testa dela, e ela ri. – Boba!

Continuo brincando com ela por um bom tempo, parece que ela gosta de mim. No fim da tarde ela já está com sono. Eu fico ninando-a e cantando baixinho até ela dormir, então deixo-a dormir no meu colo.

Quando já é noite Rick troca de lugar com Daryl para tirar um cochilo. Bocejo, já com sono.

– Boa noite... – murmuro para Judith, mesmo que ela ainda esteja dormindo – e metade da van também – e fecho os olhos, adormecendo pouco tempo depois, esperando ter um sono tranquilo.

Apenas esperando...

Eu estava de volta à minha antiga casa em Atlanta. Tudo era como antes; Os vizinhos, minha mãe e Miles, meu irmãozinho. Éramos uma família normal outra vez.

– Bom dia, mamãe – cumprimento ao chegar na cozinha quando acordo. Mamãe está tomando café da manhã e Miles está sentado na sua cadeirinha de bebê comendo papinha.

– Bom dia, querida – cumprimenta minha mãe. Miles solta um “dadá!”. Brinco um pouco com Miles, depois disso tomo meu café e vou para a escola.

No caminho parece que subitamente o céu começa a ficar cinzento, ameaçando chuva. “Melhor eu me apressar, mamãe me busca de carro quando eu voltar se chover”. A chuva me alcança quando estou entrando no portão da escola, me fazendo correr.

– Desculpe o atraso, Sra. McGold! – digo ao chegar na sala de aula. Meus colegas me encaram antes de voltar a estudar. McGold, minha professora de literatura inglesa, não me dá ouvidos. Ela está de costas para mim. “Estranho...”.

Começo a copiar normalmente o que está escrito no quadro, às vezes ouvindo uns chiados e gemidos, mas considero ser coisa da minha imaginação.

“Acho que preciso ir ao banheiro”.

Me levanto e vou até a professora

– Sra. McGold, posso ir ao banheiro? – pergunto. A Sra. McGold não responde, apenas geme. Franzo a testa. – Sra. McGold? – Ela geme e chia. – Hã, Sra. McG... – Ela se vira para a frente e solta um grunhido. Caio para trás, assustada, ao ver que ela não é a minha professora de literatura inglesa. Ela está deformada, parece que foi morta e continuou viva. Seu rostoestá pela metade, sangrando. A boca está costurada, com sangue pingando também. Solto um grito quando ela parte para cima de mim. – SRA. MCGOLD, PARE COM ISSO! SOCORRO! – Berro, mas de repente meus colegas são iguais à ela. Pego uma cadeira e jogo em cima dela, acertando também meus colegas, e saio correndo dali. – SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA! – Grito, mas todos que saem para me ver são como eles. Nos cantos dos armários posso ver os monstros comendo pessoas normais, seus órgãos para fora, e isso me dá uma tremenda repugnância. Saio da escola. Está chovendo e o sangue em mim começa a escorrer. Preciso correr até em casa. A Sra. McGold é rápida, ela está na metade do caminho até mim quando estou dobrando a esquina da minha casa. – Mamãe! – Chamo ao entrar em casa, mas não há resposta. Tranco a porta com uma cadeira, como se vê nos filmes. – Mamãe... Cadê você?! – Então eu vejo uma trilha de sangue. – M-Mamãe...? – Sigo a trilha de sangue, que vai até o quarto de Miles. Minha mãe está de joelhos na frente do berço de Miles, chorando, com as mãos tampando o rosto. No berço Miles está deitado, sangrando. – Ah, meu Deus... – Vou, trêmula, por trás da minha mãe. – Mamãe, está tudo b...

– GAAAAH! – É o que sai da boca dela ao sentir meu toque em seus ombros, e ela me derruba no chão. Ela está no mesmo estado de todos que eu vi, transformada em um monstro. Começo a chorar desesperadamente, tentando me soltar dos braços dela.

– NÃO, MAMÃE, NÃO! – berro. De algum jeito a Sra. McGold consegue entrar em casa e agora está atrás de mim. Meu pai, deformado também, surge ao meu lado. Ele está podre e sujo de terra, como se tivesse saído de seu túmulo. – NÃO! NÃO!

[...]


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