Loving In The Dead escrita por Miss Jackson


Capítulo 1
Encontro uma prisão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/502207/chapter/1

Prazer, aqui quem vos fala é Lindsey Halter. Tenho quatorze anos. Longos cabelos castanho avermelhados. Olhos verdes-esmeralda. Algumas sardas pelo meu rosto pálido. Tenho uma espada estilo samurai, o que eu uso para matar os Errantes, os zumbis da Praga. Errantes, zumbis, mordedores... Enfim, vocês já devem saber dessa história. Eu nunca tive esperanças de encontrar outros sobreviventes. Para mim era apenas eu e Ruby, minha cadela husky siberiano, contra o mundo.

Mas isso era até eu encontrar a Prisão.

. . .

– Shh, Ruby – chiei, mandando Ruby ficar quieta. Ela rapidamente se calou e nós nos aproximamos o mais silenciosamente possível de uma Prisão que havíamos acabado de encontrar. – Não pode ser... – Murmurei, admirada com a visão à minha frente. Pessoas, várias pessoas normais livres dos Errantes. De todas as idades! Eles haviam conseguido transformar aquela Prisão em um tipo de fazenda da qual aparentemente não entravam Errantes. – Ruby, olhe para isso!

Ruby ganiu, também parecendo admirada (eu era boa com contato com animais). Agora nós precisávamos achar um jeito de entrar sem chamar a atenção dos Errantes ao redor da cerca que protegia a Prisão. Mas isso era aparentemente impossível.

– Certo, Ruby, apenas me siga e faça o que eu mandar – pedi, Ruby me olhou como se concordasse e corremos em direção ao portão que abria a Prisão. Logo de cara chamamos a atenção dos Errantes, e Ruby sabia o que fazer nessas ocasiões, por isso eu não me preocupei muito quando os Errantes começaram a se aproximar rapidamente, loucos para nos devorar. – EI! – Gritei, balançando os braços loucamente na frente do portão. O primeiro Errante nos alcançou e antes que ele pudesse atacar Ruby (que estava mais ao alcance dele) eu desembainhei minha espada e cortei sua cabeça. Um homem me visualizou e pegou uma arma, correndo em minha direção e gritando o que parecia ser “Carl! Abra o portão!”. Enquanto ele corria na minha direção um garoto que parecia ter a minha idade apareceu e começou a arrastar o portão. Eu ainda estava perplexa com tudo, mas entrei. Ruby me seguiu sem hesitar e quando o portão foi fechado completamente todos os zumbis já estavam em volta da cerca, sedentos por sangue.

– Largue as armas! – ordenou o homem. Ele tinha cara de xerife. Usava uma roupa marrom de xerife – o que confirmava minhas suspeitas –, seu cabelo era castanho e cacheado e seus olhos eram azuis. O garoto que fizera o favor de abrir o portão também parecia desconfiado, assim como o xerife, e apontava uma arma para mim. Tinha cabelos pretos e olhos azuis como os do xerife. Como era minha única opção eu larguei todas as armas que eu tinha, Ruby rosnou e o garoto apontou a arma para ela.

– Ela não! – exclamei, aterrorizada quando a cena de Ruby morta se passou pela minha cabeça.

– Carl, abaixe a arma – pediu o xerife, o garoto – Carl – abaixou a arma, mas continuava parecendo desconfiado e pronto para me matar se eu fizesse qualquer movimento brusco.

– Não faremos mal à vocês – garanti antes de qualquer coisa que eles fizessem. – Somos sobreviventes boas. Só queremos refúgio dos Errantes, por favor. Meu nome é Lindsey, Lindsey Halter, e a cadela é Ruby. Ela é totalmente treinada e sabe lidar com os Errantes.

– Antes de deixá-las entrar precisamos fazer três perguntas – disse Carl, franzindo a testa e olhando para o xerife. – Pai?

– Quantos deles você já matou? – perguntou o xerife.

– Não sei, mato eles desde que tudo começou.

– Quantas pessoas normais você já matou?

– Eu... – Engoli em seco. – Até hoje eu só matei minha mãe.

– E por quê?

– Ela estava se transformando. Não queria vê-la sofrer.

O xerife e Carl trocaram um olhar e pareceram chegar à alguma conclusão.

– O.k, vamos deixá-la ficar – disse o xerife. – Meu nome é Rick Grimes e esse é meu filho, Carl. Durante um mês ficaremos de olho em você, certo, Lindsey?

– Claro, claro – abri um meio-sorriso.

– A cadela não pode vir junto – disse Carl, eu arregalei meus olhos.

– Oh, não – agora eu já estava nervosa novamente. – Eu já disse, Ruby é totalmente treinada, não há porque se preocupar com ela, e ela fica comigo, pode até servir de ajuda. Mas não posso abandoná-la.

Ruby grunhiu, olhando com tristeza para Carl.

– Ela entende os seres-humanos – suspirei. – Vamos lá, deixem-na ficar.

– O.k, a cadela fica, mas não nos certificamos pela segurança dela – disse Rick. – E se ela nos trouxer algum problema você pagará junto com ela.

– Ela não trará nenhum problema, Sr. Grimes, garanto – garanti.

– Carl, pode apresentá-la para os outros? Tenho assuntos a tratar com Hershel – pediu Rick.

– Claro, pai – assentiu Carl, guardando sua arma. – Venha comigo, garota.

– Lindsey, senhor...

Carl riu baixinho enquanto Rick se afastava com a minha espada.

– Senhor? Ah, fala sério – disse ele em tom de deboche. – Me chame de Carl, “Lindsey”. Os únicos senhores aqui são os do Conselho, o que inclui meu pai, óbvio.

– O.k, como quiser – ergui uma sobrancelha e ele começou a me guiar. – A quanto tempo vocês estão aqui?

– Não sei, acho que já vai fazer um ano, não contei – respondeu ele. – Quantos anos você tem?

– Quatorze.

– Eu também.

– Legal.

Ruby rosnou para Carl, como se dissesse: Aproxime-se dela e eu acabo com você.

– Ei, Ruby – ri, coçando-lhe atrás da orelha. – Ele é amigo, o.k? Não vamos causar problemas por aqui. – Olhei para Carl. – Desculpe, ela é ciumenta.

– Tudo bem – ele fez uma careta.

– Ela fica com ciúmes de garotos – e completei mentalmente: Garotos bonitos. – Acho que ela os quer somente para si.

Carl abriu um sorrisinho.

– Não quero que você ache que eu sou uma ameaça – comentei. – Se quiser eu fico bem longe de você.

Ele me ignorou e gritou:

– EI, MICHONNE!

Uma mulher negra se aproximou de nós. Simpatizei com ela antes mesmo de ela dizer uma palavra. Eu sempre simpatizei com negros que usam dreads. Simpatizo com todos os negros, mas simplesmente eu me encanto com negros que usam dreads. E ela tinha uma espada igual a minha, cara.

– Oi – disse ela, olhando para mim. – Quem é?

– Essa é a Lindsey, chegou agora pouco. – Carl apontou para Ruby. – E a cadela é Ruby.

– Oi – acenei.

– Michonne – disse ela, acenando levemente. – Já estou de saída.

– Mas já? – questionou Carl, desapontado.

– Trarei quadrinhos novamente – sorriu Michonne. Carl retribuiu o sorriso. – Mais algum pedido especial?

–Acho que só quadrinhos – respondeu ele, Michonne assentiu e saiu caminhando.

– Você gosta de quadrinhos? – perguntei, ele assentiu. – Eu também.

– Uau, que raro.

Dei de ombros.

– Na minha família não era tão raro assim... – Murmurei.

– O que seus pais faziam?

– Minha mãe era enfermeira no centro de Atlanta. Já meu pai era um carpinteiro, mas ele morreu de acidente de carro quando eu tinha dez anos.

– Ah. Lamento.

– E os seus?

– Meu pai era policial em uma cidade vizinha de Atlanta – respondeu. – E minha mãe era simplesmente dona de casa.

– Não quero ser insensível, mas onde está sua mãe? – perguntei. Ele passou a encarar o chão.

– Morta – sussurrou.

– Desculpe – disse. – Eu não imaginava...

– O.k, não se explique – ele me interrompeu. – Antes que me pergunte, ela morreu dando a luz à minha irmã mais nova, já faz alguns meses. Agora não faça mais perguntas. Te apresentarei para mais algumas pessoas.

– Como quiser, Carl.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!