Libera Me escrita por SakuraHimeT


Capítulo 5
Capítulo 5 -Asas de Seda


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas! Peço desculpa por não aparecer durante uns dias, foram exames finais e agora como estou de férias já tenho mais tempo para postar os proximos capitulos! Espero que gostem deste novo e super EMOCIONANTE capítulo porque é agora que tudo vai ficar mais quente! Ehehehe boa leitura a todos! ^^



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O primeiro dia do mês de Julho nasceu com um bonito amanhecer. O céu estava azul e as gaivotas cantavam sobre as ondas calmas da praia. Nessa madrugada, não fiz os meus exercícios matinais. Passei todo o tempo lá sentado na varanda do meu quarto. Era hoje. Um ano depois de toda a tragédia. Mas também um ano que tive o melhor presente da minha vida.

Lá estava ele, remexendo-se nos lençóis suaves. Acordou bem disposto e com um grande sorriso. As bochechas vermelhas como duas maçãs e os olhos mais vivos que nunca.

Nos passados meses, ele deixara de chamar pela mãe. Por vezes pensava se era a minha culpa de ter brigado com ele, por dizer tais asneiras e quase implorar para que ele parasse, uma vez que ela não estava entre nós. Sentia-me doente com esta situação assustadora. Mas com o passar dos dias, Syaolin nunca mais falara ou via, Sakura.

–Bom dia meu amor... feliz aniversário!- exclamei levantando-o ao ar. A criança deu uma gargalhada já muito conhecida.- Um aninho! Sim senhor... vamos ver o que temos de prendas para ti.- sentei-o na minha cama e fomos abrindo as caixas das prendas. Algumas delas, vindas de muito longe.

–Esta é da tia Meiling.- falei observando o bebé tentando rasgar o papel de embrulho com aqueles dedos muito pequeninos. Ajudei-o a matar a curiosidade. Era um conjunto de banho, com brinquedos aquáticos.- Outra da avó Yelan. São de Hong Kong.- A minha mãe não era de oferecer brinquedos às crianças, mas sim objectos valiosos como talismãs que pertenciam ao Clã Li e que nos davam sorte.- E esta... do avô Kinomoto.- murmurei.

Não era um embrulho. Era uma carta. Nela descrevia as lembranças de há um ano atrás. Os acontecimentos e que por sua culpa, de nos convidarem para ir a Tomoeda, sofremos o acidente , ocorrendo a grande morte trágica da filha. O meu sogro sempre culpou-se de tal acto. Eu contrariava sempre. Mas no fundo, quem culpava e vivia sempre naquela mágoa, era eu.


Depois do almoço, saímos os dois em direcção à praia, através da escadaria que fazia a ligação. O sol estava forte, daí proteger o meu bem precioso com um guarda-sol gigante e camadas de protector solar.
Syaolin brincava com a areia e eu ensinava-lhe a fazer pequenos castelos com os baldinhos. Outras crianças vieram ter connosco e juntos construímos um castelo enorme. Syaolin dava palminhas de alegria.

Mais tarde, um grupo de jovens aproximaram-se de nós. Eu estava debaixo do guarda-sol, depois de mudar a fralda ao bebé, quando ouvi os espantos.

–Li?- uma voz feminina chamou-me.

–Oh meu deus é um bebé! Meninas venham ver!- gritou outra.

Antes de me virar, respirei fundo. O que aquelas galinhas queriam agora? Já bastava quando,em outros tempos, vinham meter o nariz nos meus exercícios matinais.

–Olá.- sussurrei seco. Não tinha nenhuma vontade de meter conversa.

–Uau, Li. Estás diferente!- falou uma das jovens.

–Você também, Naoko.

–E quem é essa gostosura?- perguntou uma outra jovem alta e loira.

–É.... bem..

–É seu irmão?

–Não...

–Seu sobrinho?

–Não...

Calma Syaoran.

Respira.

Controla-te.

–Então é...? Seu priminho?-falou outra com uma voz aguda e irritante.

–Oiçam, e se vocês se metessem na vossa vida?- resmunguei para elas.-Detesto essas perguntas de vida alheia!

As moças olharam umas para as outras aterrorizadas. Pois, nunca tinham visto o Li mal disposto.

–Desculpa, hein.. Li. Só estávamos curiosas!- argumentou a loira, chocada com a minha atitude.

–É.. acho que já são curiosas há imenso tempo. Desde que vinha treinar para a praia.- respondi com todo o desprezo, revirando os olhos de seguida.

Elas voltaram a exclamar, vermelhas.

–Nã.. não era bem isso! Nós vínhamos fazer praia, s-só isso!

–Sim, Li! Não é nada do que tu estás a p-pensar!- gaguejou outra.

Eu soltei um bafo, sarcástico.

–Vou repetir, metam-se na vossa vida. E deixem-me em paz. Aliás, deixem-nos em paz.- segurei Syaolin ao colo , tirei o seu chapéu e saímos do guarda-sol.- Agora se nos dão licença...- passei por elas, levando o bebé até à água do mar quando o mesmo chamou por papá. Foi então que ouvi-as novamente horrorizadas e a voz da loira em pleno delírio.

–Ele é pai?!

Só me faltava mais esta.

Coloquei devagar o meu filho na areia molhada. Ele gargalhou salpicando a água com os pés. Depois sentou-se, ensopando todo o fato de banho e a fralda. Olhei sorrateiramente para trás. As galinhas já tinha ido embora, para minha felicidade.

Segurei Syaolin ao colo e avancei mais um pouco pelo mar calmo. As pessoas nadavam à nossa volta, pais e filhos também contentes, aproveitarem a chegada do Verão. Quando a água dava-me pelos ombros, virei o meu filho para mim.Com a minha mão direita, molhei-a e passei no seu cabelinho castanho como o meu, depois lavei o seu nariz e os olhos. A água salgada fazia sempre bem à pele e aos ossos das crianças.

–Mergulhos?- perguntei.

O bebé remexeu-se na agua, soltando gritinhos e dizendo que sim. E fizemos o mesmo que fazemos na banheira, lá em casa. Mas desta vez, fomos os dois ao fundo. Syaolin controlava muito bem a respiração e depois de umas sete vezes seguidas, ele já boiava sozinho no mar.

–Isso filho!- exclamei feliz.- Mais uma vez.

O menino mexia-se nas águas e já ia ao fundo sem a minha ajuda. Mas claro, as minhas mãos grandes estavam sempre abaixo da sua barriguinha. Temia sempre que ele engolisse o liquido salgado.

–Que bom! Já consegues boiar sozinho.- falei para ele.

–Papá...- disse.

–Sim, meu amor. Isto é água. Diz...á-gu-a.

–Agá!

–Á-g-u-a.

–Agá!

Voltei a gargalhar. Alguns casais paravam para nos verem, os dois ali no mar. Obviamente nunca ninguém suspeitava que éramos pai e filho.

Pequenos peixinhos também passavam por nós e explicava para ele o que eram. Depois, girava com ele no meu colo, pelas águas e mergulhávamos de novo.Para ele era um festival, para mim era melhor que isso. Percebi como a minha aliança brilhava tanto no meu dedo esquerdo, assim como os olhos esmeraldas dele.

Eu estava feliz. Era esta a minha vida, a minha felicidade.


O resto da tarde foi calma. Depois das horas perigosas expostas ao sol,saímos da sombra e voltamos a fazer castelos na areia. Syaolin jogava-me areia para o corpo e eu fazia-lhe o mesmo, tendo como final irmos os dois novamente à água para nos lavarmos.

O sol já ia no horizonte. Escondendo-se lentamente. Sequei e vesti o menino. Sentei-o num canto na areia enquanto eu arrumava todos os seus brinquedos e as toalhas da praia. Foi apenas uns dez segundos que tirei os olhos dele, quando voltei a observá-lo e ele não estava ali.

–Syaolin! gritei.

Avistei-o a poucos metros de mim. Estava em pé. Estava andando devagar...com os seus próprios pés.

–Syaolin... o que...- fiquei sem fala. A boca seca, o coração a palpitar por todos os cantos do meu corpo. As mãos frias.-Não... ele está... andando...

Larguei tudo o que tinha nas mãos e o que estava a fazer. Corri atrás dele, pois ele ia em direção a umas rochas lá perto.

–Syaolin!- gritei novamente.- Espera!

Tarde demais, ele desapareceu a meio das rochas. Suei frio. Voltei a gritar por ele. Procurei por entre as rochas, como é que aquilo tinha sido possível? Ele desapareceu em milésimos de segundo, sem deixar um pingo de rasto. Uma criança, com apenas um ano de vida.

–Não! Syaolin, por favor. Anda cá ao pai! Syaolin!- gritei por entre as rochas, cobertas de musgo verde e água do mar.Não havia sinais dele.

As grandes ondas rebentavam perto de umas rochas. O desespero tomou conta de mim.Voltei a gritar por ele, saltei as rochas correndo contra as ondas fortes da costa. Joguei a minha camisa para um lado qualquer e mergulhei. Nada. Não o via. Voltei para a praia. Cada passo era como um peso enorme no meu peito. Sentia-me pálido, quase sem forças.

–SYAOLIN!- tornei a gritar.- Alguém.... por favor!

Nada. Ninguém havia, ninguém viria. Deixei-me rastejar, cansado e ferido pelas rochas. Era o fim. A minha única esperança.

– Não... não me faças isto.. por deus. Sakura.. ajuda-me..- sussurrei para o céu, desesperado. As lágrimas já prontas para caírem. -Tudo o que eu tinha... eu.. ajuda-me Sakura.. por favor.... eu imploro... eu imploro!- gritei erguendo as mãos feridas.

Num flash vi e revivi todo aquele sofrimento. O acidente, a pele pálida dela, o bebé recém nascido, o sorriso dele, a tensão gerada entre nós sobre aquele que diriam ser o anjo que Syaolin via.Era o fim. A minha única esperança. Jamais esqueceria toda aquela vida que tivera. Jamais esqueceria que ela existia. Que ela estava ali.Jamais.


Perdoa-me Sakura....


Confessei por fim.As lágrimas caiam em direcção ao mar salgado juntamente com todo o meu desespero e deixei-me deslizar devagar até que sentisse o necessitado forte embate de uma onda contra uma rocha qualquer, tirando de vez a minha vida. Mas foi então que tudo aconteceu.

Foi então que ouvi um gemido ali perto.Um gemido surpreso de alguém.

Syaoran....

–Onde...?

Syaoran....

A voz chamou-me repetidamente, acompanhada com a brisa da maré.

O meu coração voltou a bater. As forças voltaram e em segundos desviei-me de uma onda que preparava-se para a minha morte.Respirei fundo. A voz chamava-me outra vez. E outra vez. Corri até ela. Saltei as grandes rochas como um gato e caí, ajoelhado numa planície de areia fofa. E quando me ergui, todo o tempo naquela hora parou .

Não podia acreditar. Não conseguia crer.

Não podia ver.

Numa rocha mesmo à minha frente, estava ela.Sentada numa das rochas com um vestido branco até ao joelho, com os seus lindos e curtos cabelos ruivos que brilhavam com o por do sol e nos seus braços, estava Syaolin com um sorriso no seu rosto e os olhos mais vivos que nunca.

–Sakura...

Ela olhou pela primeira vez para mim. Aquele contacto só com o olhar que transpareciam tanta saudade, tanto amor. E abriu o seu mais belo e doce sorriso.

–Esperei tanto por este dia, Syaoran...-sussurrou com as lágrimas nos olhos.- E esperei muito que acreditasses, que eu estive sempre ao teu lado.- falou.- Ao vosso lado.- concluiu, abraçando o nosso filho contra o seu peito.

–Sakura...

Eu vi-a. Eu podia vê-la. Agora tudo fazia sentido. Eu acreditei com o meu coração. Acreditei no meu filho e ali estava ela.

A minha esposa. A minha Sakura. O meu anjo, com asas de seda.

Fim do Capitulo.


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Notas finais do capítulo

Eheiiiiiiiiiiiiiii espero que tenham gostado!! :D Que tal? Mudou a vossa opinião sobre a historia? Devo confessar que tive pessoas que vinham me dizer que nao queriam ler ou porque não tinha piada ser o Syaoran a narrar ou porque eu tinha matado a Sakura... pois bem não falem sem saber porque agora é que as coisas estao ficando mais claras e logo vão ver porque a minha fanfic chama-se "Libera Me". Fiquem atentos, pois já está conluída e até Setembro eu posto tudo aqui no site! Não hesitem os comentários, gosto sempre de recebê-los! ^^ Obrigada a todos que acompanham! Beijinhos, até o próximo capitulo dentro de uma semana! **



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