Libera Me escrita por SakuraHimeT


Capítulo 6
Capítulo 6- Ultima Noite de Verão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Antes de mais volto a pedir desculpas, mas aqui em Portugal as férias sao diferentes do brasil, logo temos quase 3 meses de férias de verao e nao tenho vindo ao pc, logo não posto capitulos novos... x_x perdões! Agora vamos ao que interessa, este é o penultimo capitulo de Libera Me, pois a historia ja está concluída e em breve coloco o capitulo final! Boa leitura!! ^^



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A religião é falha, mas só porque o homem é falho.De todos esses pensamentos era só isso que mais importava. A revelação divina significa simplesmente adaptar o seu cérebro para escurar o que o seu coração já sabe.

Acreditar. Acreditar no seu coração.

E ali estava eu.


O mar antes rebelde, agora estava morto.Toda aquela tensão evaporara, quando encontrei o meu precioso filho, juntamente com a mãe dele.

Palavras? Sussuros? Nada conseguia pronunciar. O sol no horizonte reluzia intensamente sobre aquela criatura ,com o seu ultimo raio de luz desfalecendo num fantastico espetaculo de cores e brilhos, mostrando como aquele ser divino descera à terra.

Minutos se passaram. Nem as ondas do mar ouvi-a. Nem as gaivotas a cantarolarem pela praia. Estava cego. Cego por todo aquele cenário que presenciava.

–Sakura...- sussurei.

–Syaoran...

–Mas.... como?- a pergunta pairava-me na cabeça, querendo urgentemente uma resposta.

Ela acariciou as bochechas rosadas do bebé.

–Ele é lindo...- argumentou baixinho.

Eu nem me lembrava do meu filho.Continuava estático ao chão. Nenhum musculo mexia, muito menos controlava a minha mente.

–É igualzinho a ti quando eras pequeno..- falou para mim.

Eu despertei do meu estado de choque, quando cruzamos o olhar. Os seus olhos verdes, brilhavam juntamente com o pôr-do-sol.

–Sakura...

Aproximei-me dela, com cautela. Receiava se fosse tudo um sonho onde não havia praia, nem sol, nem aquele calor.

Estendi a minha mão, trémula até aos seus cabelos, que balaçavam juntamente com a suave brisa. Sentia-os. Escorreguei a mão até à sua face. Ela fechou os olhos, entregando-se de puro deleite ao meu toque.

É real!! É real! Gritava a minha mente.

Não havia temperatura que designasse aquele corpo. Era um anjo.

–Oh Sakura...- murmurei deixando as lágrimas teimosas caírem.

E sem mais resistir, beijei-a repentimamente. Ela soltou uma exclamação surpresa e depois deixou-se envolver nos meus lábios. Ficamos assim por breves segundos, até sermos despertos por uma risada fofa do nosso filho.

–Syaolin.- ela falou, corada.

Eu curvei-me na direção onde ele estava bem aconchegado no colo da mãe.

–Perdoa-me, meu filho. Eu jurava que estava louco. Perdoa-me, por tudo.- desculpei-me e a criança apenas sorriu e chamou por mim.

–Eu entendo os teus sentimentos, Syaoran.- disse Sakura.- Eu fui avisada que seria dificil para que me visses, contudo, fiquei surpreendida quando foi ele que me viu primeiro.

Com a mão pálida da aliança, acariciou os cabelos do bebé.

–Avisada?- perguntei. Ela não queria dizer que...

–Sim... lá em cima tudo é muito lindo e surreal.. e nem todos podem vir á terra...- falou séria.

–Mas... como? Por favor Sakura...

Ela apenas sorriu ao ver o meu desgosto. Era demasia informaçao para o meu pobre coração. De repente tudo estava mais confuso que o normal e de repente estava a vê-la, como se fosse uma coisa de outro mundo. E definitivamente era.

–Está anoitecer, com certeza ele tem fome.- apontou para o menino, já bocejando.

–Ah! Certamente...- comentei ainda tonto.-Vamos para casa.

Ela estendeu o bebé para os meus braços e nos breves segundos que observei o meu filho, ela desaparecera. Virei-me para todos os lados á procura dela, mas depois percebi que atrás de mim estava um casal de certa idade, observando-me com alguma preocupação.

Os minutos haviam se passado e estamos novamente em casa.Fiquei sem saber o que fazer.Syaolin choramingava com fome e isso despertou a minha mente de tudo o que acabara de ver.

–Sim... já vou.- respirei fundo e lá fui eu cuidar do meu bem precioso.

Após um banho quente e um jantar saboroso,coloquei-o no berço.Ele olhava para mim com os seus olhinhos de sono, cansado pelo grande dia. Contudo um foco de luz fez-se nas orbes verdes que se abriram tão repentinamente para um ponto atrás de mim.

Aquele perfume....

Virei-me para trás. A janela comprida estava aberta e uma briva fresca entrava com o balançar dos cortinados suaves. Rapidamente fui fechá-la e aquele perfume pairou novamente nas minhas narinas.

Ela estava ali. Linda com o seu vestido branco e os pés descalços. As mãos delicadas segurando o berço e a sua expressão suave como um verdadeiro anjo.Observava, pasmado, a minha esposa cantando uma canção de embalar para Syaolin, que adormeceu logo de seguida.

–Sempre imaginava-o assim.-comentou.

–Assim, como?

–Lindo, como tu. A tua expressão séria, os teus cabelos rebeldes, as tuas mãos fortes....

–Mas os olhos são os teus.- afirmei, vendo-a sorrir.

Que saudades daquele sorriso, daquela boca. Avançei para voltar a beijá-la, sentindo-a apertar-me pelo pescoço.

–Espera...- interrompeu o nosso beijo.- Isto não está certo...não antes de falarmos..

Senti uma ligeira indesposição repentina.

–Não está certo?Como assim? Sakura...

Ela fez um sinal de silêncio com o dedo indicador, de seguida apontou para o berço.

–Vem...

Segurou na minha mão e fomos para a varanda do nosso quarto. Sentamo-nos nas cadeiras de praia.
As estrelas parecia que brilhávam mais que nas outras noites.

Depois de alguns minutos , ouvi-a suspirar.

–Eu não posso ficar aqui muito tempo, Syaoran...Um dia terei de voltar lá para cima.- apontou para as constelações.- Mas eu precisava vir, precisava ver.... ver-te a ti e a ele.. Foi um desejo muito intenso, que pedi à Deusa.

–À Deusa?- perguntei.

–Sim, Syaoran.Lá em cima, é tudo muito diferente da terra, lá em cima, todos somos crianças inocentes.

–Anjos...?

–Sim... somos anjos. Anjos protectores. Por isso, sempre desejei que me visses, ao contrario do nosso filho. Contudo, ela disse que assim que chegásse à terra, as coisas poderiam acontecer de outra maneira.- fez uma pausa breve.- E aconteceram.

Eu limitei-me a ficar calado, observando-a. Gravando cada detalhe do seu corpo, do seu rosto, do seu olhar para mim.

–Quem me viu foi ele. Quem precisava de mim, era ele.- confessou, chorando levemente.- Por isso eu pedia, para que ele demonstrasse para ti, o quanto eu desejava que me visses, que acreditasses nele.

–Sakura... - limpei-lhe as lágrimas com os meus polegares.- Desculpa-me... eu estava tão assustado, tão nervoso... eu temia pela segurança dele.

–Eu sei. Eu via isso. Eu sempre estive ao teu lado, nos bons e nos maus momentos. Eu desejava imenso e iria pagar por um preço para conseguir entrar nos teus sonhos...

–Preço? Que preço?- perguntei ligeiramente assustado.

–Não importa agora... porque não foi concebido.É difícil pedir certos desejos, quando és um anjo.. nem sempre conseguem entrar nos sonhos das pessoas. Por mais que sejas guardião delas.

Eu apertei os lábios.Se ela não pagou preço, então como estava aqui?

Cuidado com o que se deseja, dissera Watanuki.

–Assim, no primeiro aniversário do nosso bebé, foi quando consegui aparecer novamente para ele.Chamei por ele... e ele começou andar, afastando-se de ti.- tornou a derramar lágrimas brilhantes como as estrelas.

–Eu quase morria com isso....- sussurrei lembrando do momento.

–Mas ele estava fora do perigo, eu estava com ele.- sorriu levemente.- Segurei-o para ele não cair.

Deixei escapar uma admiração.

–Então... eras tu? Todo aquele tempo, eras tu que o ponhas a andar na areia?- perguntei surpreendido.

–Sim..- ela riu, corada.- Desculpa meu amor. Porém, ele já andava sozinho.

–Claro... mas eram só uns passos..- afirmei meio azedo.- Assustei-me Sakura..

–Fora a única hipotese de conseguires acreditar nele... e em mim.O meu tempo está acabar, Syaoran...um dia irei embora para sempre. Estou a um passo do céu eterno.

Observava tudo em silêncio. Eu amaldiçoava-me ,por nunca ter acreditado no meu filho. Syaolin tinha razão, Watanuki tinha razão.

–Perdoas-me?- implorei.

–Sim... claro que sim..- ela respondeu.

–Por tudo.... tudo...

Ela percebeu que me referia ao acidente e que me culpava eternamente por aquilo.

–Sim.. sempre.

Levantei-me da cadeira e puxei-a para os meus braços, onde ela coube perfeitamente.

–Syaoran.... eu..

–Sh... não digas mais nada. Por favor.- voltei a beijá-la.

E ficamos assim, sentindo apenas a presença um do outro, debaixo das estrelas, numa noite de Verão.

Fim do capitulo


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Notas finais do capítulo

E pronto! Penultimo capitulo feito! Espero que tenham gostado, pois está acabar preparem-se para uma grande final! ;) Beijinhos a todos!!



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