Embriagado de Chá escrita por Gabriela Cristina


Capítulo 5
Capítulo 5 - Castelo de Mirana


Notas iniciais do capítulo

Então, depois do reencontro, eu decidi escrever a história sem ponto de vista específico, e mais ao todo mesmo, já que agora os dois estão juntos. Espero que não confunda nem atrapalhe. E muito obrigada por todos os comentários e os elogios. Eu fico cada vez mais feliz com eles :3



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– Oh, veja quem chegou - disse uma voz sem corpo, vinda de um sorriso parado no meio do nada...

– Olá Gato! - Alice sorriu ironicamente - Não vai aparecer pra mim?

– Meu sorriso não basta?

O Chapeleiro enrolava uma mecha de seu cabelo bagunçado. Ele e o Gato não eram muito amigos, uma antipatia bem antiga, de quando a Rainha Vermelha tomou o poder e que continuou mesmo após ele se mostrar mais que correto.

– Ah Gato, mas é claro, seu sorriso é maravilhoso! Mas gostaria de vê-lo por inteiro, faz tanto tempo... - Alice fingia que estava triste e que precisava ver mesmo o gato.

O sorriso do gato estava menor, como se estivesse pensativo. Então, ele apareceu. Começou pelo rabo, foi subindo pelas costas até que seu rosto repleto de seu enorme sorriso, surgiu em meio a escuridão da floresta.

– Olá!

Alice se aproximou e tocou a barriga do gato, fazendo carinho. Ele ronronava gostosamente.

O rosto do Chapeleiro corava, aos poucos e seus punhos cerravam. Não sabia o que estava sentindo, era diferente de tudo que já havia sentido.

– Gato, estamos indo ver a Rainha Mirana, você nos acompanha?

– Ah senhorita, seria um enorme prazer, mas tenho que resolver alguns assuntos com aqueles dois irmãos baixinhos idiotas.

– Fala dos Tweeds?

– Mas é claro, aquelas duas pestes...

– O que eles fizeram dessa vez? - O Chapeleiro finalmente disse alguma coisa.

– Ah Chapeleiro, você estava aí? - o Gato sorria, sarcástico e o rosto do Chapeleiro corava ainda mais.

– Você não respondeu a minha pergunta... - ele se controlava, sabia que ia explodir, mas não queria demonstrar tal fraqueza perante Alice.

– Os dois pularam em cima de um dos meus cogumelos gigantes favoritos e acabaram quebrando uma das pontas. Eu sinceramente não entendo que parte de que estavam proibidos de chegar perto eles não entenderam. Mas dessa vez eu não vou deixar passar! - o sorriso do gato estava cerrado, e seus olhos esbugalhados.

– Gato, não faça mal aos garotos. Eles não sabem o que fazem e há muitos outros cogumelos por aí, tenho certeza de que você achará um melhor que o antigo! - Alice nutria um carinho enorme pelos Tweeds, não queria que ninguém os fizesse mal. Eles eram como crianças e ela se preocupava com eles.

– Ok senhorita, mas ainda vou pedir satisfações. Eles merecem um pequeno susto...

Alice virou os olhos e percebeu que não adiantava insistir, o Gato era teimoso. Se virou para o Chapeleiro e tocou seu braço. Ele pareceu imergir de seus pensamentos e abriu um sorriso para Alice:

– Vamos?

– Podemos seguir nosso caminho, o Gato é teimoso demais para esquecer esse bendito cogumelo e nos acompanhar...

– Mas que pena! - ironizou o Chapeleiro - Adoraríamos sua companhia...

Passou seu braço pelo de Alice e começou a caminhar, quando estavam longe o suficiente, Alice virou o rosto e sorriu para o Gato mas agora só havia um sorriso pairando pelo ar:

– Até...

Continuaram caminhando como antes, Alice olhava por tudo e o Chapeleiro olhava para Alice.

– Sentiu minha falta? - o Chapeleiro disse, quase como um sussurro, como se tivesse se arrependido da pergunta.

– É claro Chapeleiro, todos os dias, desde que fui embora - Alice corou ao dizer aquilo, porque sentia vergonha se já tinha dito o mesmo á todos os outros. Porque com ele era diferente? - Fiz muitas pinturas no tempo em que fiquei fora, muitas de você. Era uma forma de matar a saudade que sentia...

– Depois que você foi a Rainha Mirana voltou para o castelo e tratou de desfazer todo o mal que a Cabeçuda havia feito. Eu voltei para o chá da tarde, mas não tinha vontade de tomar chá algum. Aliás, já faz muito tempo que não tomo um chá de verdade!

– Depois da visita a Rainha, podemos tomar um chá com a Lebre de Março e com a Mallymkun... você quer? - Alice perguntou, sorrindo para a altitude do Chapeleiro que a obrigava a olhar pra cima para que pudessem conversar.

– Mas é claro minha querida! - seus olhos brilharam com a pergunta.

Chegaram então no fim da floresta, podiam ver um pouco mais ao longe o castelo com toda sua brancura. As árvores estavam aprumadas e cheias de pequenos frutos, e filhotes de cachorro corriam em meio os arbustos do jardim.

Dois cães maiores com os focinhos encostados estavam sentados em um dos degraus da entrada. Eram Bayard e sua esposa.

– Senhorita! Finalmente chegou, a Rainha lhe aguarda ansiosa desde cedo. - encostou seu focinho na mão de Alice e a garota lhe acariciou as orelhas caídas.

– Tive alguns encontros pelo caminho Bayard, não pude chegar antes. Você sabe onde ela está?

– No jardim dos fundos, colhendo rosas brancas.

Alice agradeceu e puxou o Chapeleiro que quase caiu no chão. Rindo, Alice continuou sua caminhada. Ele então, correu ao seu encontro e puxou seu braço, fazendo-a descer dois degraus. Ficaram como se abraçados, tão próximos que sentiam o calor da respiração um do outro. Alice corou e o Chapeleiro coçou a cabeça.

– Vamos? - disse ele cortando o silêncio constrangedor.

Alice pegou sua mão e juntos entraram no castelo.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do capítulo, tentei fazer maior que o normal. :)