Embriagado de Chá escrita por Gabriela Cristina
Notas iniciais do capítulo
Sim, sumi, Desculpem. Sério. '-'
Mas estou tentando voltar, de verdade.
Tive umas idéias novas e quero usá-las e também estou com mais dois projetos pendentes então, ignorem minha falta de vergonha.
O castelo branco delicadamente bordado de prateado se estendia cada vez mais. Era como se não tivesse fim e a caminhada até os fundos, onde se encontrava o enorme jardim, era cansativa.
Alice olhava para todos os lados, lembrando de quando viera aquele lugar pela última vez. Tudo parecia igual, no lugar, limpo, alvo. O Chapeleiro parecia pisar no chão com cuidado, com medo de sujar o lugar.
Passaram pelo saguão de entrada com uma enorme escada de marfim adornada com rosas douradas que Alice nunca sequer imaginara existir. A escada levava para os outros 7 andares de quartos, salões de jogos e salas de descanso e banheiros. Na última vez, Alice tinha ficado no 3º andar, em um quarto azul e prata cheio de pássaros de papel pendendo do teto e uma cama de casal de encosto de ferro cheia de floreios.
Passaram por várias portas de salões de jantar e por pelo menos 3 cozinhas. De uma delas provinha um barulho ensurdecedor de panelas batendo e talheres sendo jogados no chão. Alice imaginou ser a Lebre de Março.
Depois de andar por certo tempo, dobrar vários corredores e passar por inúmeros cômodos, chegaram á uma pequena porta, diferente de toda a grandeza do resto do local.
Era dourada e adornada com flores em sua madeira. A maçaneta era negra e redonda como uma jabuticaba. Estava entreaberta e de trás dela ouvia-se um canto bonito e distante: "De onde me puder ouvir, pra ti sempre estarei aqui..."
Os dois passaram pela porta e foram andando em direção a voz.
O jardim era lindo. Parecia um labirinto e era cheio de moitas em formatos diferenciados. As rosas brilhavam alegres e algumas falavam como as do jardim de entrada do País das Maravilhas. Haviam margaridas, lírios e tulipas do mais alvo branco e dos mais variados tamanhos. Pelo jardim eram espalhados bancos de ferro brancos e jogos de mesas e cadeiras com guarda-chuvas em cima para se tomar chá. Haviam centenas de rosas brancas por todos os lados e árvores brancas de folhas prateadas do tamanho de carvalhos.
Em um corredor lateral que levava para o jardim na frente do castelo havia um estábulo com pelo menos 9 cavalos brancos de crinas cinzas. Seus cascos negros brilhavam no feno opaco. Ao lado dos estábulos estavam estacionadas 3 carruagens meio quadradas. Devia suportar 7 ou 8 pessoas por dentro e mais 3 fora guando-a. Outra carruagem estava sendo lavada e os três cavalos responsáveis pro ela estavam sendo limpos também.
O canto estava ficando mais alto e próximo. Ouvia-se também um farfalhar de folhas, como se alguém dançasse.
Havia um paredão branco de heras que impedia a passagem. No chão, do lado deste paredão havia um alçapão com portas de madeira que abriam para fora e que davam passagem para uma escada.
O Chapeleiro e Alice se entreolharam e como se soubessem o que o que outro havia pensado, se dirigiram para as portas.
– Quer ajuda? - o Chapeleiro estendeu a mão para Alice que aceitou a ajuda e foi descendo as escadas até chegar em um degrau mais seguro. Continuou segurando sua mão:
– Pode descer, eu te seguro - disse sorrindo.
Quando estavam juntos, Alice pensou e soltar sua mão, mas pensou melhor e viu que não poderia perder essa chace.
Continuou descendo, puxando-o por trás já que o espaço era estreito demais para que andassem lado a lado.
O canto se aproximava cada vez mais e agora podia ouvir nitidamente a letra da música:
Saudades sinto de ti, elas não me abandonarão
Bem diferente de ti, que me deixou sem meu chão
Esqueceu de devolver, quando embora foi então
Desejei sorte a você, e fiquei sem coração...
Era uma voz doce e encantada, como a da Rainha Mirana.
A escada que descia e subia como uma montanha-russa acabou, dando para um salão de árvores e folhas secas. Por entre as árvores e rosas, dançava uma mulher branca como a neve, de cabelos tão brancos quanto a pele e olhos negros de cílios fartos. A boca rosada se mexia murmurando agora, docemente, uma música triste. E em seu rosto pálido rolava uma pequena gota prateada que significava saudade.
Alice acompanhou-a, e derramou uma lágrima.
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Espero que tenham gostado! Comentem ok?
E desculpa mais uma vez...
:)