Bônus: O Poder do Olho Negro

Kichirou estava parado em meio à densa névoa cinzenta. A névoa o envolvia como se estivesse querendo possuí-lo. Ele olhava para todos os lados tentando encontrar algum modo para escapar daquele lugar. Porem, não via para onde fugir. Ele via o medo e a incerteza tomarem conta de seu corpo e mente. Sentia-se fraco e incapacitado. Tudo o que via em volta e dentro de si era o imenso vazio que o consumia a cada segundo.

Contudo, o garoto ficou paralisado ao ver a figura obscura de um homem surgindo pela densa névoa. O que via era apenas uma imagem negra esfumaçada. Os olhos da misteriosa figura possuíam algo como argolas prateadas em sua íris. Que pareciam brilhar em meio à névoa. Dando contraste a escuridão que envolvia seu corpo.

No momento em que Kichirou abriu a boca para indagar algo para o homem. Seus olhos começaram a arder dolorosamente. Uma dor incessante. Que passou a envolver todo o seu corpo. O garoto gritava em meio ao nada. Suas mãos tremiam. Reunindo todas as suas forças, ele abriu os olhos que ainda ardiam, e olhou para o ser a sua frente.

Apenas havia o silêncio. E depois a Escuridão. Logo, o garoto se viu fitando os raios de Sol. Concluindo que uma nova manhã havia despontado. E tudo não havia passado de um sonho.  

O dia amanheceu em Getsugakure. A vila da lua minguante mais uma vez acordara para contemplar o novo amanhecer. Os Pássaros cantarolavam muito, e a brisa do vento tocava as árvores levando delas várias folhas verdes. Kichirou havia acordado com uma horrível dor de cabeça. O garoto não se lembrava de nada e nem do porque de estar ali. As imagens de seu sonho iam desaparecendo a cada segundo. Ele se levantou do banco onde estava e viu que um pequeno papel havia caído de sua roupa.

 Ele analisou o bilhete e viu que estava escrito:

 ”Procure a Mercearia de Aiaka. Entre lá e siga até o porão. Lá você encontrará todas as respostas. Boa Sorte"

 Kichirou olhava para o bilhete atentamente e pensava em como havia chegado ali e quem poderia ter escrito o tal bilhete. A sua dor de cabeça estava passando. O garoto começou a andar sem tirar os olhos do bilhete. Até acabar esbarrando em uma velha senhora.

 - Menino olhe por anda! Tão jovem e tão desatento...

 - Oh! Desculpe-me. Mas, senhora, por favor, você sabe-me dizer onde é a... Mercearia do Aiaka? 

 - Hum... Sei sim. Bem, é só você seguir aqui em frente e virar na primeira Rua a direita é bem na esquina.

 - Obrigado – o garoto acenou coma cabeça em agradecimento.

 - Por nada. Mais não fique lerdeando por aí ouviu... E...

 Kichirou saiu correndo sem nem deixar a velhinha terminar de falar. Ele virou a primeira rua à direita e viu a Mercearia. Como um forasteiro silencioso ele entrou sem ser notado e foi até o porão.

 O mesmo abriu a porta de madeira. E desceu as escadas. O porão era um tanto organizado. Havia uma pequena janela que iluminava o local. Junto com algumas velas presas a parede. Havia várias caixas de bebidas empulhadas em um canto. Mas foi o outro canto que lhe chamou a atenção.

 Encostada na parede havia uma grande mesa de pedra. Parecia estar hipnotizado pelo objeto de pedra. O garoto se aproximou em passos lentos. Sobre a mesa havia um grande rolo de pergaminho sobre ela. Kichirou abriu o pergaminho sem hesitar. Ele fitou o rolo perplexo com as palavras contidas ali. E principalmente com as cinco primeiras palavras escritas em uma letra mais forte.  

"O PODER DO OLHO NEGRO"

 O garoto começou a ler a cada coisa ali escrita. Surpreendendo-se com as palavras ali contidas. A leitura durou até o começo da tarde. O mesmo apesar de estar encabulado, havia realmente encontrado todas as respostas que precisava. Por fim, ele leu a ultima frase do pergaminho.

”O Poder está em seus Olhos"

Use-o com Sabedoria.

Ele fitou a frase mais uma vez. Ele sabia que já havia ouvido aquela frase antes. Mas não sabia nem onde, nem quando. Não se lembrava de muita coisa. Não se lembrava de praticamente nada. Ele suspirou fundo e fechou os olhos tentando colocar seus pensamentos em ordem. Forçando sua mente ao máximo. E como se uma pequena luz tivesse aparecido em meio à escuridão. Foi que a resposta apareceu em sua cabeça.

“Rikudou Sama” 

Todas as imagens de sua vida foram se reunindo em flashes e mais flashes que surgiam cada vez mais. Ele fitou aquela frase e viu que realmente encontrara um objetivo em sua vida. O garoto enrolou o pergaminho e com uma corda o prendeu em suas costas junto a Katana prateada. Ele se viu parado em pé no meio do porão. Suas mãos se fechavam em punhos. Seus olhos permaneciam-se fechados. Ele respirava e inspirava parecendo se concentrar.

 Depois de alguns breves segundos. Seus olhos foram abertos. Revelando a herança deixada por seu mestre. O poder do Olho Negro. O surgimento de um novo Doujutsu no mundo Shinobi.

  “O Poder esta em meus olhos. Eu posso senti-los em mim. Era isso que Rikudou Sama queria de mim. Que eu me tornasse forte. Que eu usasse seu poder com sabedoria. Ele sabia que me deixar causaria um sofrimento muito grande em mim. Por isso, ele deixou um pouco de seu poder para mim. Agora eu entendo... Obrigado. Rikudou Sama! Não o decepcionarei...”

O porão da mercearia se encontrara vazio agora. As velas que iluminavam o local se apagaram. Deixando que a escuridão consumisse o lugar. O que havia agora era a perspectiva de um novo futuro. O futuro em que Rikudou depositou todas as suas esperanças. Deixando o poder que poderia mudar o rumo de toda uma história.