Vida de casado não é fácil. Quem disser o contrário deveria ir ao St. Mungus, terceiro andar, Danos causados por magia.

Harry, que deveria ter prestado mais atenção nas queixas de Ron, agora sabia bem o que era estar casado com alguém. Antes, quando Draco e ele só namoravam, o loiro quase não implicava com coisas relacionadas à casa e sentimentos!

Onde, em que maldito universo alternativo, ele poderia imaginar que o sonserino poderia ser tão sensível?! Ou que ele fosse, malditamente, tão obsecado por arrumação?! Draco deveria ser um cara mimado que não sabia nem ao menos fazer comida! Mas ele sabia. E como sabia!

Aparentemente, a única coisa que Draco não sabia fazer, era parar de reclamar.

“Harry, você deixou a toalha molhada em cima da cama de novo! A propósito, você tem parentesco com um troll ou só não sabe comer sem fazer bagunça? Já não disse para não deixar suas roupas jogadas no banheiro?! Casou comigo achando que eu era um elfo doméstico?! Eu não sou seu empregado!”

E no final do discurso o loiro saía de casa, choroso, sabe Merlín pra onde. E Harry não sabia nem um terço do que ele dissera.

Porque, como Ron havia lhe aconselhado, começara a “tapar” os ouvidos quando Draco começava a reclamar de algo. No começo ele captava algumas frases soltas, depois de um mês ele sou ouvia uma palavra e outra. Agora, era o loiro começar a reclamar, que Harry ignorava tudo e respondia no piloto automático.

“Uhum. Sim. Claro amor, tudo o que você quiser.”

E parecia funcionar.

Naquela noite, por tanto, não deveria ter sido diferente. Não deveria. Mas foi, pois Draco, possesso, passou a encantar várias coisas e atira-las em Harry e ele nem sabia o motivo! Saiu de casa batendo porta e, para o desespero do moreno, com uma mala em seu encalço.

“Você deve ouvir seu esposo, Harry, não os conselhos do Ronald! Sinceramente, qual o problema de vocês?!”, fora o que Hermione dissera durante uma chamada, desesperada, pela chaminé.

Poucos minutos depois, Ron apareceu com uma maleta na mão e dizendo que a esposa o havia botado pra fora de casa até que aprendesse a lição.

Naquela noite nenhum dos dois dormiu, passaram a madrugada pensando.

Deveriam mesmo aprender a ouvir.