Certa vez, durante uma conversa qualquer, Harry ouvira Hermione recitar um ditado trouxa: Os olhos são as janelas da alma.

Aquela frase, naquele momento, não havia feito muito sentido para o moreno nem tido muita importância. Por isso ele deixou passar e guardou em sua mente, pois sabia que, assim como várias coisas que Dumbledore havia lhe dito, faria sentido quando ele estivesse preparado para entendê-la.

E o momento chegou.

Harry estava nervoso; suas mãos suavam e seu coração batia tão rápido que ele achou que teria um ataque cardíaco. Correu os olhos pelo pequeno salão, vendo rostos amigos e alguns colegas de trabalho. Viu ao fundo Rita Skeeter e sua pena de repetição rápida, ao seu lado o jovem Dennis Creevy tirava fotos de tudo e todos.

Virou para o lado e, suplicante, perguntou para Ron se ele poderia fugir.

— Se fizer isso, você morrerá e eu também, por ter deixado que fugisse.

Harry suspirou, respirou fundo e perguntou se aquilo que estava fazendo era certo. Ronald, que já estivera no lugar do amigo, sorriu abertamente e disse que logo saberia a resposta, pois seu loiro estava vindo.

O moreno então se virou e o viu. Elegante, altivo, lindo. Draco, de vestes negras e esverdeadas, aproximou-se de onde ele estava; sorrindo, sendo acompanhado por Narcissa, parou ao seu lado.

Tudo então parou. Harry já nada ouvia e via, além de seu loiro. E Draco já nada via e ouvia além de seu moreno. Falavam quando deviam como se tivessem sido programados pra isso.

E, quando os verdes fitaram os cinzas, foi que Harry entendeu o que aquele ditado queria dizer.

Pois os olhos de Draco diziam — gritavam — tudo o que ele sentia e queria. Harry viu nos olhos de Draco o amor que tanto almejava.

E foi nesse mesmo instante, que Harry soube que jamais se arrependeria, porque o que ele mais queria era poder ver os olhos de Draco todos os dias, pelo resto de suas vidas.