Te amar não estava nos meus planos escrita por Ana Bobbio


Capítulo 2
Mexendo com a pessoa errada.




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— Vou... Vou comprar um lanche e depois venho, amiga. — Avisei.

— Tá, mas não demora. — Apenas assenti. Peguei minha carteira, meu óculos e minha saída de praia com pressa e corri em direção a lanchonete do clube. Que ficava mais afastada. Eu não queria que ele me visse por dois motivos. Primeiro: Porque eu ainda sentia vergonha do ocorrido na sala de aula, também o vi rir do meu comportamento na frente da turma. Segundo: Eu não me sentia bonita a ponto de fazê-lo se interessar. Me achava sem graça e poderia vacilar mostrando meu terrível interesse por ele. Eu não queria ser chacoalhada por mais um motivo. Se acontecesse, eu queria ser defendida por ele, mas eu sabia e tinha me conformado que isso nunca iria acontecer. Porque ''amar'' alguém tão distinto de você tem dessas coisas. É como se um abismo se formasse e nos separasse totalmente. Afastando-nos completamente e não houvesse nenhum tipo de comunicação. Enquanto o meu lado era solitário, minúsculo e confortante. O dele havia diversas possibilidades dele se manter entretido, rodeado de pessoas e constantemente alvoroçado. Nossos abismos não poderiam se preencher, era impossível sendo que o meu não havia nada a oferecer. E por mais que eu devesse procurar um não tão distinto do meu, esse desejo de algo tão mais apropriado, correto, parecia ser inalcançável.

Bianca

Havia encontrado um antigo amigo, Gabriel. Fazia muito tempo que não nos víamos. Tinha ficado feliz por revê-lo.

— Engraçado, você não mudou nada, Bianca. Quer dizer, só está mais... Gostosa. — Olhou-me de cima a baixo. Fazendo-me ficar sem graça.

— Não fale isso, Gabriel. Me deixa sem jeito. — Disse com um sorriso no rosto. Ele riu e assentiu como se prometesse. Ouvi Antônia me chamar, levei minha atenção até ela.

— Vou... Vou comprar um lanche e depois venho, amiga. — Avisou.

— Tá, mas não demora. — Disse, ela apenas assentiu e saiu. Eu soube o real motivo da sua saída quando vi Bruno e seu amigo insuportável ao lado das putinhas da escola se aproximando de onde estávamos. Ela tinha uma neura com o corpo dela que, merda, não fazia sentido. Não digo só porque é minha melhor amiga, mas porque realmente seu corpo era invejável. Sempre achei-a linda por fora, e qualquer um percebe que é mais linda ainda por dentro. O que me fazia ter certeza que Bruno jamais chegaria aos pés dela, não tinha sentido essa paixão platônica que Antônia insistia nutrir por ele. Eu não apoiava, apesar de saber que nisso minha opinião não mudaria nada.

— Olha quem tá ali, a amiguinha da estranha. — Pude escutá-la, era Jéssica, esforcei-me para fingir que não era comigo. Provavelmente estavam falando isso perto de mim de propósito.

— Estranho as duas não estarem juntas. — Fechei meus olhos tentando segurar a vontade de ir até elas e socar a cara de cada uma. — Ah, deve ser porque a outra tem o corpo tão acabado que é capaz de todos do clube fugirem de susto. — Era notável o tom debochado de Patrícia. Quando acabou de falar, as duas riram. Os meninos estavam com elas, não disseram nada, estavam tão concentrado na bunda das garotas que passavam que era capaz de nem terem as escutado.

— Me segura, estou a ponto de ir arrancar o silicone delas.— Disse ao Gabriel, que olhou-me sem entender o que estava acontecendo.

— Calma, Bia. Não vale a pena se estressar. — Gabriel orientou-me.

Faltava apenas mais um pouquinho para eu perder totalmente o controle.

E se elas atiçassem mais, eu perderia. Porque a paciência que me restava era mínima, e a raiva, já crescia descontroladamente.

— Ao menos nisso sua amiguinha se manca. — Jéssica constou, riram. Sem pensar duas vezes, sai da piscina e fui em direção a elas. Deixando minha raiva evidente. Se tinha uma coisa que eu não permitia, era que falassem mal de amigas minha. Principalmente Antônia, minha melhor amiga. De mim podia até ser, mas de pessoas que gosto já é outros quinhentos.

— Ao menos, os peitos dela são de verdade. E em plena juventude não tem rugas na cara. — Disse depois de dar as costas as duas, deixando-as estáticas. Torcendo pra que se aquietassem. Caso estivessem atrás de briga, encontrariam.

— Quem você acha que é garota pra me insultar desse jeito? — Jéssica perguntou indignada. Virei-me ficando em sua frente e sorri debochada.

— Sou alguém que vai fazer você pensar duas vezes quando falar da minha amiga assim. — Rosnei indo em sua direção e puxei seu cabelo fazendo-a gritar. Descontei toda minha raiva no seu rosto o quanto pude, dando socos e chutes, até que ela caiu no chão e eu sentei em cima dela e lhe dei um tapa na cara que deve ter doido pra caramba. Meus olhos estavam bem abertos, ela apenas se debatia tentando se soltar, e se a amiguinha dela viesse, levaria também. Sabendo disso Patrícia não se moveu e deixou que a amiga apanhasse sozinha. Senti alguém me puxar, tirando-me de cima dela. — Me soltem! Ainda não acabei com essa vadia! — Gritei sem me preocupar com o meu cabelo todo jogado na cara.

— Tirem essa selvagem de cima de mim! Mantenham ela longe de mim! —gritou com medo enquanto protegia o rosto. Depois me olhou com raiva. — Você e sua amiguinha vão se arrepender disso! De terem nascido! Não deveria ter feito isso! — ameaçou.

Apenas ri, demonstrando que poderia sentir tudo, menos medo do que dizia.

(...)




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