– Sakura preciso saber onde você esteve o e tudo o que você se lembra – disse Sasuke assim que saímos do cemitério.

Enquanto andávamos eu via os mortos andando para longe de nós, nos olhando de modo vago, todos tinham marcas prateadas brilhantes pelo corpo... como uma inscrição rúnica. Eu contei tudo o que me lembrava. Sasuke como sempre me ouviu em total silêncio, até que terminei de lhe contar. Sasuke não me pareceu surpreso com nada que lhe disse sobre a lavagem cerebral e o fato de me lembrar de duas vidas e estar meio confusa com tudo ainda, mas quando lhe falei sobre o palácio cinzento ele mostrou reação diferente, algo breve entre surpresa e aquela sensação de “claro, como não pensei nisso antes?”.

– Então Hinata me contou tudo o que aconteceu depois que eu capturada por Temari e tive certeza que esta era minha vida e não aquela que os demônios tinham criado.

– Mas você realmente se sente bem? Nada de anormal? Nenhuma vontade de quebrar meu pescoço ou de destruir alguma coisa?

O olhei intrigada, Sasuke estava brincando comigo ou o que? Mas não verbalizei isso, apenas neguei com a cabeça e prosseguimos, demos uma volta por toda Konoha. Em todos os lugares que passávamos haviam mortos andando, tanto corpos quanto formas translúcidas e opacas que Sasuke disse serem fantasmas.

– Por que eles agem desse modo? – sussurrei me agarrando ao braço de Sasuke quando passamos por um corpo de mulher que se escondeu atrás de um carro.

– Eles sabem que sou um anjo, podem ver isso e tem medo.

Notei o olhar de repulsa de Sasuke ao virar a cabeça em direção da mulher. É claro, eram renascidos do inferno. Na minha mente fazia sentido eles se esconderem da presença de Sasuke.

– Sakura...

Sasuke usou um tom estranho, como o de uma pessoa que deseja pedir para um desconhecido fazer algo que não deve ser feito. Ele começou umas quatro vezes antes de me incomodar e manda-lo falar logo. Ele me olhou daquele modo superior que me irrita e me diverte ao mesmo tempo.

– Hinata ficou desaparecida por três dias, você disse que se encontrou com ela no lado cinza do purgatório. Ela estava bem?

Não entendi de prontidão que ele queria saber, então me lembrei de como ele ficava na presença da vampira. Sakura sorriu.

– Ela estava bem, na verdade Gaara estava tentando a convencer de voltar para Konoha, mas ela queria ajuda-lo a cuidar de mim. Ino disse que todos acharam que você estivesse envolvido em nosso sumiço, você deve ter ficado muito preocupado, não?

– Minha missão é te proteger e manter a Hinata longe de tentações, mas eu as deixei. Primeiro você foi capturada e levada para o outro lado, depois a Hinata me escapa e vai em busca daquele ruivo satânico...

– Gaara é diferente Sasuke, não sei que tipo de demônios que você conheceu, mas Gaara é bom. Ao menos é bom comigo e com a Hina.

Sasuke resmungou algo em latim e sorriu em seguida. Não sei do que ele estava achando graça e nem perguntei. Estávamos chegando á minha casa novamente quando Hinata nos chamou acenando com a mão. Senti um aperto no peito, Gaara estava estendido na calçada com a cabeça encostada em um muro. Corremos até eles.

– O que aconteceu? – perguntei me ajoelhando ao lado de Gaara que tinha um enorme buraco na roupa e sua pele estava em carne viva e sangrando.

– Que bom que vieram, não estava mais aguentando – disse Hinata com rudeza – Ele está se regenerando, não toque nele.

Olhei para ela, os olhos estavam negros e as íris vermelhos como sangue, as presas a mostra e as veias em torno dos olhos estavam saltados como se ela estivesse fazendo muito esforço, o peito dela subia e descia rapidamente enquanto olhava gulosa para o ferimento de Gaara. Me lembrei que ela era uma vampira. Hinata se virou para Sasuke perguntando:

– Você está bem Sasuke? Parece-me abatido, o que te aconteceu?

Olhei de esguelha para o anjo, ele parecia surpreso por Hinata estar falando com ele.

– Estou bem – disse olhando para Gaara – O que aconteceu?

Hinata continuou olhando para ele com um ar desconfiado, e respondeu o que ele havia perguntado.

– Lilith queria que ele voltasse com ela para o submundo, mas Gaara se recusou. Acho que ela não esta acostumada com um “não” e se virou contra mim, disse que eu pertencia ao filho dela. Gaara e ela discutiram sobre a quem eu pertencia e ela enfiou as unhas nele, disse que uma guerra está vindo e que Konoha permanecerá banida até que Gaara... te entregue á eles, Sakura.

Hinata me olhou com olhos marejados e totalmente humanos. Depois olhou para Gaara que estava muito pálido e sem vestígio do ferimento.

– Não vou entregar ninguém á Lilith ou aos seus filhos – começou Gaara segurando minha mão – Já escolhi um lado, e infelizmente será contra minha família.

– Tudo isso apenas para que lute ao lado deles? – perguntei incrédula

Gaara desviou os olhos para Hinata que ainda lançava olhares curiosos á Sasuke.

– Tudo isso por que Konoha é o nosso lar – disse ela – Lilith esta usando nossos amigos te manipular Sakura, independente do que Gaara escolha. Você é metade anjo.

– Mas eu não...

– Você é muito mais forte que pode imaginar Sakura, não é apenas a filha de Arel, você é também filha de um anjo.

– E isso faz de mim o que? Uma marionete?

Para isso Hinata não tinha resposta, ela olhou de Gaara para Sasuke e depois para mim.

– Não importa filha de quem você é Sakura, você não é uma marionete e não vou permitir que te usem – disse Sasuke começando a andar – Vamos, Ino deve estar enlouquecendo os outros.

Me senti de repente grata por eles, meu anjo arrogante, minha doce vampira e meu ruivinho demoníaco. Meus guardiões. Quando chegamos em minha casa Hinata e Gaara ficaram sete passos longe da porta. Os olhei apreensiva.

– Podemos dormir aqui fora – disse Gaara piscando para mim ao notar meu olhar – Hinata ainda precisa caçar antes de dormir.

Ela concordou com a cabeça.

– É claro, Neji, Hinabi, Ino e Naruto serão muito compreensivos quando dizermos que vocês vão dormir aqui fora – falei rolando os olhos.

– Vou abrir passagem para vocês, mas só poderão permanecer dentro da casa quando eu estiver junto – informou Sasuke parecendo chateado com algo.

– Mas eu ainda tenho que caçar algo, estou com muita sede – disse Hinata – Quando eu voltar eu jogo uma pedra na janela.

– Vamos Hinata – chamou Gaara – Quanto mais rápidos voltarmos, mais tempo teremos para encontrar uma solução para o que está acontecendo.

Sasuke enfiou a mão no bolso e baixou a cabeça. Definitivamente ele estava escondendo algo. Hinata havia dado alguns passos quando gritou para Gaara a esperar e voltou, deu um beijo em Sasuke e sussurrou algo em sua orelha que o deixou ligeiramente rubro. Ele sorria de modo bobo enquanto observávamos a dupla desaparecer em uma velocidade sobrenatural.

– O que ela te disse? – perguntei quando ele batia na porta

Sasuke ficou mais vermelho que tomate e foi salvo de me responder por Ino que abriu a porta.

– Sakura! – gritou ela como se ainda não tivesse me visto.

Me puxou para dentro me abraçando e me arrastou até o sofá.

– Por que você saiu sem avisar? Eu quase tive um ataque quando notei que não estava mais na sala. Te procuramos na casa inteira...

– Ela estava comigo Ino – começou Sasuke que foi logo interrompido.

– Claro que estava – a loira olhou o anjo indignada – Nós você prende nesta casa e a Sakura que acaba de voltar você arrasta lá para fora, para junto daquelas coisas. E se acontecesse algo com ela assim como aconteceu com o Sai?

– Ino respira – falei dando tapinhas nas costas dela – Como o Sai está?

Ela me olhou suavizando a expressão.

– Ele está bem, mas perdeu muito sangue. Tentei falar com seu tio no hospital, mas os telefones ainda não funcionam.

– Vou ver como ele está – disse Sasuke se levantando, Ino o seguiu com os olhos ate sumir no corredor.

– Me conte a verdade Sakura – sussurrou – O que está acontecendo? O Sasuke não nos diz nada, depois você reaparece depois de tanto tempo no meio dessa confusão e age como se estivesse tudo bem, nem venha me dizer que esteve em Suna por que eu sei quando você mente.

Trinquei os dentes, como ia mentir para Ino? Ela era quase um detector de mentiras em forma humana, pelo menos era quando se tratava dos amigos

– Não posso dizer...

– Para Sakura, você some e aparece. Mente para seus amigos. A cidade está um caos. As pessoas estão morrendo, minha mãe está no hospital e eu não posso vê-la por que se sair desta casa posso morrer. Eu quero ajudar você e o Sasuke, mas não posso fazer nada se vocês não confiam em mim.

– Ela está certa rosada – me virei, Naruto e Neji estavam vindo em nossa direção – Sasuke não nos conta nada e Sai parece ser de repente o único em quem ele confia para ajuda-lo com seja lá o que for que estiver acontecendo na cidade.

Era raro ver Naruto falando daquele modo, sereno e serio, e isso me fazia sentir mais traidora do nunca.

– Onde estão Hinata e o seu amigo ruivo? – perguntou Neji

De repente minha mão ficou tão interessante. Hinabi entrou na sala acompanhada de Tenten que estava rindo de alguma piada.

– Sakura – disse a menor animada – Cadê minha irmã?

Hinabi olhava para os lados como se Hinata fosse se materializar do nada. Me levantei e disse que precisava ir ao banheiro. Me tranquei no meu quarto, por que aqueles dois demoravam tanto? Acabei adormecendo.

Sasuke

Ele sentou na frente de Sai adormecido, ele realmente parecia estar mal. Sasuke se concentrou um pouco, suspirou profundamente. Ele estava á um fio de ser banido do céu, perder sua graça de se tornar um renegado, mas não podia deixar seus amigos humanos sofrerem consequências pelas escolhas erradas que anjos – ou demônios – fizeram no passado.

Colocou a mão sobre o jovem caçador e aguardou que ele recuperasse sua cor saudável, Sai se moveu e abriu os olhos aos poucos. Fitou Sasuke curioso, mas logo as lembranças do que aconteceu lhe invadiu os pensamentos, ele o amigo misterioso estavam saindo da escola de Konoha onde o outro fizera alguns rabiscos estranhos com uma tinta que se incendiou e desapareceu. Haviam pessoas dentro da escola, á maioria crianças e adolescentes que estavam preocupados com os pais. Na saída da escola foram cercados por mortos, caiu e bateu a cabeça.

– Como estão todos? – perguntou

– Bem, a Sakura voltou e a Ino está tendo um ataque de nervos.

Sasuke havia contado algumas coisas sobre o que estava acontecendo á Sai, ele sabia que era bruxaria o que estava acontecendo em Konoha, que demônios estavam envolvidos, que Sakura sofrera lavagem cerebral, que Hinata era uma vampira e que Sasuke estava preso á cidade sem poder receber ajuda de fora. E por que tudo isso não fez que Sai achasse que o moreno era louco?

Sai sofreu uma experiência de quase morte quando criança, depois de vinte meses em coma ele recebeu a marca do corvo e retornou á vida. Ele foi treinado por caçadores do sobrenatural, mas decidiu que não queria ser um caçador e fugiu para Konoha onde acreditava que ninguém ia se importar com ele. Mas assim como Sakura ele também via quem estava do outro lado, quem pertencia ao mundo dos mortos.

Sasuke sentiu a presença de Hinata em seguida ouviu pedras batendo contra uma janela. Ele se levantou acompanhado de Sai que insistiu em estar bem demais para ficar deitado. A sala estava vazia, mas assim que eles colocaram o pé fora do quarto Ino saiu da cozinha apressada.

– Que está fazendo fora da cama? - começou a ralhar com Sai.

Sasuke abriu a porta Hinata e Gaara entraram quando ele mandou.

– Irmã! – Hinabi pulou nos braços da irmã que pega de surpresa caiu.

Depois dos abraços – até mesmo Gaara fora abraçado por Ino que o puxou – começaram as perguntas, Hinata olhava desesperada por uma saída alternativa e foi um grito vindo do segundo andar que a tirou de sua paralisia momentânea de pânico. Todos correram para o segundo andar, a porta do quarto de Sakura estava trancada e uma luz cor de fogo vazava pelos espaços da porta.

Sakura

Senti um toque úmido, áspero, quente e incrivelmente suave em meu rosto, abri os olhos. Um grande cão preto estava deitado ao meu lado, ele me olhava com seus olhos heterocrômicos, amarelo e rosa. Me sentei admirando aquele animal, não senti medo dele e por alguma bizarrice achei aqueles olhos acolhedores e amigáveis.

Ele desceu da cama e me olhou, deu alguns passos e parou me olhando novamente, compreendi que ele queria que eu o seguisse. E assim eu fiz. Estava em um jardim de azáleas, o campo de flores púrpuros desapareciam no horizonte, o ar tinha um perfume agradável e o céu azul estava tão limpo e claro que me senti tranquila e feliz. O cão de olhos desiguais me levou até uma arvore com um balanço pendurado próximo á uma lagoa, me sentei no balanço e fiquei o olhando.

Senti uma mão tocar meu ombro e me empurrar de leve, olhei para trás, minha mãe estava ali, os olhos castanhos claros e os cabelos loiros platinados, ela parecia muito mais jovem e bela do que eu me lembrava. Ao seu lado estava meu pai, os cabelos escuros e o rosto de expressão forte. Eles estavam ali, felizes como eu não vira por muitos anos.

– Eu morri? – perguntei

– Não meu amor – respondeu mamãe – Você ainda pertence ao mundo dos vivos

Então eu estava sonhando, ou tendo uma ilusão, ou estava recebendo a visita deles assim como eu recebia a do Gaara quando era menor.

– Não temos muito tempo querida – disse papai – Você precisa escolher uma posição, uma guerra está vindo e você está no centro de tudo.

– Você não á um anjo – continuou mamãe – Tampouco é um demônio. Você nos foi entregue por uma mãe desesperada que apenas queria de manter segura, você é e sempre será antes de tudo Sakura Haruno, nossa menininha.

– Não tenha medo da morte querida, e nem da vida. Seus amigos e seus guardiões estarão com você não importa o lado que escolher.

O cão latiu e os dois me abraçaram.

– Acorde Sakura, seus amigos te chamam – sussurrou mamãe e eu abri os olhos.

A porta do meu quarto foi chutada com tanta força que uma lasca de madeira acertou a parede do lado oposto, olhei para o grupo na porta que me fitavam entre constrangidos e assustados, Gaara e Sasuke olhavam para todos os lados e Hinata veio me perguntar por que meu quarto estava pegando fogo.

– Fogo? – perguntei olhando para os lados.

Fora o fato de minha porta estar destruída e do meu quarto ter mais pessoas que areia no deserto, não tinha nada de errado.

– Vimos fogo por debaixo da porta – justificou Tenten

– Hã... eu realmente não entendo – comecei, mas Naruto me interrompeu

– Bom já que ninguém está sendo queimado vivo, vamos matar minha fome? Souji fez o jantar.

Todos – felizmente – concordaram e saíram do quarto animados com a palavra jantar. Todas as perguntas que evitamos responder a tarde toda foram refeitas á mesa, Gaara e Hinata responderam a tudo de modo muito convincente, explicando desde a minha estadia no hospital em Suna, o sumiço de Hinata que foi atrás de Gaara para me ajudar, até o nosso retorno á Konoha. Sasuke foi mais uma vez interrogado sobre o que estava acontecendo, e Sai respondeu por ele dizendo que quanto menos soubessem menores seriam as chances de se ferirem.

Minha casa era grande, mas ainda assim não tinha espaço para todos. Gaara dormiu comigo em meu quarto, a porta estava apenas encostada e mesmo assim nossa noite foi muito agradável. Mas temo pelo que vai acontecer, ainda não tivemos tempo de pensar no que fazer. E eu ainda preciso escolher pelo que lutar.

Acordei com Gaara me observando, ele sorriu e continuou ali imóvel me olhando.

– Eu posso ir tomar banho? – perguntei

– À vontade, te espero aqui. A menos que queria que eu tome banho com você.

Senti meu rosto queimar e me escondi debaixo do travesseiro, o ouvi rindo e logo me senti sendo carregada em seus braços. Tomamos banho juntos o que para mim foi muito estranho, mas me sinto tão bem quando estou com Gaara que nem mesmo percebi que ficamos horas dentro do banheiro, até e resmungar algo e dizer que Hinata estava pedindo para descermos.

– Não sabia que era telepata – falei surpresa.

– Não sou – me informou ele calmo – Dei a Hinata a capacidade de invocar sempre que ela precisar, assim como você pode chamar o Uchiha e ele aparece.

Senti uma pontinha de ciúmes e me virei vestindo minha roupa. Confio no Gaara, mas isso dele estar sempre ao dispor da Hinata me incomoda um pouco. Descemos e encontramos apenas Hinata na cozinha, os outros estavam aproveitando a piscina. Notei Gaara fazendo uma careta ao se aproximar de Hina como se estivesse sentindo um cheiro ruim.

– Que foi? – perguntei curiosa

– Hyuga está fedendo á anjo – sussurrou ele me fazendo cócegas na orelha ao ouvi-lo tão perto

– Já esqueceu que posso te ouvir demônio? – olhei para Hinata, ela parecia ter se ofendido com o comentário de Gaara

– Não eu não esqueci. E onde está o seu namorado?

Está conversando com Sai, aliás, ele disse que quando saíssem da cama era para você ir falar com eles. Me virei para Hinata depois que Gaara saiu da cozinha. Minha amiga estava com um sorriso curioso nos lábios eu ia perguntar, mas Ino entrou na cozinha já dando bronca por nós duas ficarmos de segredinhos e a deixar de fora das fofocas.

– Quero saber de tudo – disse ela após nos chamar de amigas traidoras – Quem é Gaara, onde o conheceram, por que eu nunca soube que você tinha um namorado gato como ele e detalhes da noite do casal SasuHina que fizeram minha amiguinha ficar com esse sorriso apaixonado no rosto.

Felizmente ouvimos passos entrando na cozinha e nos viramos para olhar quem entrava. Hinata fora salva de responder o interrogatório – por hora.

– Vamos – chamou Gaara me estendendo a mão

Fiquei alegre achando que íamos sair de casa, mas em vez disso fomos para a piscina. Hinata veio ao nosso lado usando Gaara como escudo ao sol, Sasuke e Sai foram na frente sendo bombardeados pelas perguntas de Ino.

– Vamos sair, quem quer vir? – perguntou Sai sério

Todos queriam é claro.

– Hinabi você não vai sair daqui – disse Hinata olhando para a irmã – Lá fora ainda é perigoso demais

– Eu quero ir Hina, prometo não sair de perto de você.

– Ótimo, assim eu não fico sozinha em casa – retrucou a vampira triunfante e sussurrou para mim – O sol às vezes é bastante incomodo.

– Eu também vou ficar – disse Souji – Lá fora é... assustador.

– Sakura também vai ficar – informou Sasuke me irritando

– Não vou não, quero ir ver como estão as pessoas no hospital e ajuda-los...

– Ajudara melhor estando aqui dentro segura – disse o anjo ríspido – Você fica!

Olhei para Gaara, mas ele concordou com Sasuke e disse que eu ia ficar – francamente gosto mais quando eles discordam – mas não tive tempo para discutir. Ino que discutia com o namorado o empurrou furiosa para dentro da piscina.

– E caso se machuque mais uma vez vá pedir para os mortos cuidarem de você – gritou a loira entrando irritada em casa.

Naruto estendeu a mão para Sai que saiu da piscina emburrado e foi atrás de Ino. Tenten também ficou em casa depois de uma rápida discussão – civilizada – com Neji. Resolveram que cobririam uma área maior, separados. Nossos amigos iam do centro para a escola, Gaara e Sasuke iam para os lugares mais afastados.

– Não – começou Hinata quando estávamos na sala ouvindo eles se dividirem para sair – Nem em sonho que vocês dois ficarão sozinhos.

– Não vou fazer nada contra seu amigo – falou Sasuke indiferente

– Não Sasuke, não quero vocês dois juntos e sozinhos.

– Ok – interrompeu Naruto – Gaara, Kiba e eu vamos em uma direção. Sai, Shino e Neji vão em outra. Sasuke e Karen vão em outra direção.

– Neji vai com o Sasuke – disse a vampira decidida

Ino a chamou de “ciumenta” a fazendo baixar a cabeça e esconder o rosto, Sasuke olhava pra a namorada interessado. Por fim levaram mais tempo para sair que o planejado. Assim que eles atravessaram o portão, Hinabi, Ino e Tenten nos puxaram para o quarto, onde Hinata e eu fomos obrigadas a falar mais coisas que elas precisavam saber.

Não sei se é pelo fato de eu ter sido torturada e sofrer uma lavagem cerebral causada por fúrias ou por eu agora saber sobre outro mundo existente em paralelo ao meu mundo, mas francamente achei que a Ino era muito habilidosa quando se tratava de persuadir as pessoas. Ela fez Hinata falar sobre seu relacionamento com Sasuke, a vampira até admitiu que o amava – eu fiquei aliviada quando escutei ela disser isso – mas Hinata não pareceu muito contente ao pronunciar isso em voz alta, pareceu-me que ela ainda não tinha se dado conta disso. Ino se virou para mim com aqueles olhos azuis brilhando maliciosos. Me senti absurdamente feliz por estar de volta.