PoV – Sasuke

Hinata estava parada na porta olhando para mim enquanto seus pais entravam na casa. Eles a mandaram entrar e só depois da mãe dela a puxar pela mão foi que ela desviou os olhos dos meus. Hinata entrou á passos lentos e indecisos na sua casa e ficou parada olhando os garotos dormindo.

– Que aconteceu? – perguntou ela em um sussurro de voz

– Estávamos esperando pelos seus pais – respondi no mesmo tom para não acorda-los

Ela deu um sorriso triste e sacudiu a cabeça como que concordando com o que eu disse. Ficamos em silêncio, ela observando Naruto que dormia como uma criança e eu a observando. Havia algo diferente no modo dela olhar.

Fomos tirados de nossos pensamentos pelo grito apavorado de Ino que estava encostada na porta olhando de boca aberta para Hinata com a mão entre os seios, no coração. Os garotos levantaram em um pulo cada um esboçando uma reação ao ver Hinata.

Sai olhava sem entender a sua presença ali.

Neji surpreso e ligeiramente atordoado.

Naruto esfregou os olhos reclamando

– Espero que não seja outra unha quebrada – resmungou ele olhando para Ino e depois para Hinata – Bom dia, por que estão todos com essas caras?

– Bom dia – respondeu Hinata para Naruto tirando todos do transe e despertando o nosso amigo avoado para os acontecimentos da noite anterior.

Neji abraçou a prima que por um segundo pareceu não entender o motivo, depois ela fechou os braços em torno das costas dele. Ino se aproximou ainda confusa e tirou Hinata a força do abraço do primo e a abraçando. Naruto, Sai e Ten Ten abraçaram a garota também cada um de uma vez com um pouco de cautela.

Eu pisquei quando senti um toque suave em meu ombro, olhei surpreso para Sakura que realmente não havia notado chegar.

– Hinata? – perguntou ela ao meu lado

Hinata afirmou com a cabeça nos olhando um de cada vez como se fosse a primeira vez que nos visse e sorriu.

– Mas eu te vi... você... como? - Sakura me olhou confusa e se aproximou da amiga, tocou a mão no rosto pálido de Hinata e a abraçou – Não é um sonho? – perguntou cautelosa

Hinata deu um sorriso para a pergunta apertando mais Sakura, por um segundo senti vontade de abraça-la, mas algo me conteve e mantive distancia. Após os abraços e lagrimas – Ino, Ten Ten, Naruto e a senhora Hyuga. Hinata sentou no sofá cercada dos amigos e baixou os olhos para os pés.

– Eu... me disseram que eu estava meio morta – disse ela em voz tão baixa que os outros tiveram de se aproximar mais dela para ouvi-la – acordei lá na sala de necropsia. Fiquei apavorada. Ai o legista chegou, nós dois gritamos quando ele me viu viva. Depois mamãe e papai apareceram. Fizeram vários exames em mim para saberem que eu estava bem. Disseram que eu tive catalepsia. Foi uma experiência de quase morte e que terei que fazer mais exames e tratamento psicológico.

Ouvimos sua versão do que havia acontecido desde que acordara em uma mesa em uma sala gelada e cheia de cadáveres em silêncio depois de algumas perguntas a maioria sem sentido lógico porem muito bem pensadas de Naruto eu tirei minhas próprias conclusões.

Hinata mentia melhor do que me disseram.

PoV - Sakura

Hinata estava viva, isso era ótimo, não isso era perfeito. mas o modo com que Sasuke a olhava enquanto ela contava seus momentos de horror no necrotério, eu comecei a duvidar se a presença de minha amiga ali era algo bom. Ela respondia uma das perguntas sem noção do Naruto “você viu uma luz branca e um túnel?” a pergunta dele tirou risos de todos, mas Hinata parecia feliz em responder a ele. Me levantei e puxei Sakuke para fora.

– O que foi? – perguntei a ele quando considerei uma distancia bom o bastante para não sermos pegos de surpresa caso nossa conversa fosse para o assunto vampiros.

– Achei que a Hinata não soubesse mentir – respondeu ele mais para si mesmo que para mim

– E não sabe, ela fica nervosa, vermelha, gagueja e troca o sentido das pala...vras...

A Hina comumente estava vermelha e gaguejava quando estava nervosa, acordar em um necrotério e descobrir que foi dada como morta, receber uma torrente de perguntas dos amigos e responde-las sem ao menos gaguejar não era normal, não se a pessoa fosse como a Hinata Hyuga. Olhei para Sasuke, ele estava com um olhar sombrio e um pouco maníaco.

– Que acha que aconteceu? – sussurrei

– Acho que ela foi transformada

– Transformada! – falei em tom normal – em que?

Sasuke fungou impaciente me lançando um olhar frio

– Ela foi mordida por um vampiro, em que acha que ela se transformaria?

Senti... senti... na verdade eu não sei dizer o que senti, apenas neguei com a cabeça enquanto Sasuke olhava para a casa de minha amiga com um jeito estranho. Ficamos assim por um tempo, eu o olhando e ele olhando a casa.

– Sabe o que fazem contra os vampiros? – ele sussurrou.

É claro que eu não sabia, mas não alterei minha voz. Fiquei mais que assustada ao ver os olhos do meu anjo da guarda se encherem de lagrimas.

– Eles não devem existir pelo bem da raça humana, é por isso que foram banidos, é por isso que á mais de 400 anos nenhum vampiro é visto entre os humanos, é por isso que eu pensei que aqueles vampiros não representavam perigo.

– Vão mata-la de novo? – perguntei me desesperando

Sasuke negou com a cabeça.

– Hinata agora é uma criatura sem alma, condenada a eternidade. Ela sofrerá ao ver todos que ama morrerem e acabará enlouquecendo e perdendo a essência que a permite ser tão... parecida com a Hina que conhecemos.

Sasuke secou uma lagrima que correu pelo seu rosto se virando para que eu não visse.

– Então ela vai beber sangue humano?

– Isso depende dela e a meia-vida dela também. Do contrario caçadores de demônios a matarão como tem feito com tudo o que eles consideram demoníacos ou difíceis demais para compreender.

Eu instintivamente abracei Sasuke.

– Hmmm – ouvi um som tipicamente maldoso de quem pensa bobagem e me virei me separando do abraço confortador do anjo. Sai nos olhava com um sorriso bobo que eu nunca havia visto nele.

– Que foi? – perguntei me irritando com aquele sorriso cínico

– Fomos convidados para almoçar. Vão ficar?

Olhei para Sasuke e concordamos com um aceno. Eu estava sendo caçada pelo inferno, pelo céu e agora para minha vida ficar mais perturbada minha amiga doce e inocente havia virado uma vampira sem alma que provavelmente seria caçada por humanos assim que descobrissem sobre sua condição de morta-viva semi-imortal. Comer era tudo o que eu não queria.