Pra alguns, era uma segunda feira comum, pra mim não. Eu tava cansada de viver apenas conversa com o Stefan e com a Quinn. Eu precisava de amigos, e além disso, eu ainda não tinha contado para o Stefan que agora eu não precisava mais de um guarda-costas. Peguei a minha mochila, e fui para a escola.

Eu precisava escolher com quem me socializar, e decidi tentar com a Mercedes e o Kurt. Mas, alguma coisa boba, me dizia que era errado, que eles poderiam entender que eu queria ocupar o lugar da Rachel. Mas, fala sério, é só uma amizade! Sem nenhum plano diabólico por trás. E os dois parecem simpáticos, divertidos e engraçados. O que tem de errado?

–Oi. –falei chegando perto dos dois.

Stefan olhava de longe, pra variar um pouquinho.

–Oi. –falou Mercedes, olhando para o chão.

–Então... Nos diga princesinha loira. –começou Kurt. –O que fazes saindo do conforto de seu castelo ao lado do príncipe Stefan e vindo pra cá?

–Que eu saiba, você nunca saiu de perto do seu príncipe, muito menos pra falar com a gente. –disse Mercedes.

–Nós não somos namorados.

–Não? –perguntou Kurt assustado.

–Não. Mas de qualquer forma, eu vim aqui para tentar ser amiga de vocês, mas se não quiserem, eu posso ir. –falei dando as costas.

–Não! –disse Kurt me segurando pelo braço. –Espera aí, amiga! Conta tudo! Como assim vocês não são namorados? A escola toda acha o contrário.

–Sério? –perguntei vermelha.

–Ah, fala sério! Bem que você, queria né? Namorar aquele lindo, rico e misterioso... –disse Mercedes.

–É, vamos concordar que ele é o maior partidão dessa escola. –disse Kurt.

–Talvez eu quisesse, mas idaí? Ele ainda gosta da Rachel. –falei meio chateada.

–Nós também gostamos, mas estamos falando com você, nossa nova amiga, isso se chama seguir a vida em diante. –disse Kurt.

–E o que vocês sugerem? Que eu vá até lá e diga: “Stefan, eu gosto de você desde a primeira vez que te vi!”?

–Ah, que fofo. Mas não precisa. É pra isso que existem os amigos. –falou Mercedes.

Kurt e Mercedes atravessaram o corredor, atropelando algumas pessoas, enquanto eu olhava e ouvia do outro lado. Eles cercaram o Stefan, e sem nem falar oi, Kurt logo disse:

–O que acha da July?

–Como assim? –ele perguntou sorrindo.

–Acha que ela é bonita, feia, legal, chata...?

–Acho ela bonita, doce, forte, leal, simpática, legal, uma ótima amiga?

–Tefinho, meu querido... –falou Kurt. –Você é gay?

–O que?! –ele perguntou assustado.

–Porque tem uma menina bonita, doce, forte, leal, simpática e legal que sempre anda com você e te adora, e você acha que ela é simplesmente uma boa amiga? Fala sério.

–Do que vocês estão falando?

–A July se amarra em você! Queremos saber se a sua corda também se amarra na dela. –disse Mercedes.

Ele ficou vermelho. Nem sabia que um vampiro ficava vermelho.

–Ta... Se ela te chamasse para um encontro, você iria? –perguntou Mercedes.

–Sim. –ele falou rindo.

Nessa hora, eu não me segurei, pulei de alegria. Mas antes que ele me visse, entrei na multidão e fingi que não tinha ouvido nada. E foi assim o dia todo. Eu não sabia de nada. E foi assim na aula de geometria, álgebra, biologia, almoço, física, inglês, espanhol... Até chegar no carro. O carro era o único lugar que realmente conversávamos. Sobre o dia, a noite... Tudo. Odiávamos aquele silêncio, ou as músicas do rádio. Eu me sentei logo depois dele, jogando a mochila para trás, como sempre fazia. Eu tinha quase certeza que ele citaria a conversa com o Kurt e a Mercedes, mas estava enganada.

–Como foi a aula? –perguntou Stefan.

–Como sempre, e a sua?

–Também.

Silêncio.

–Comeu o que no almoço? –ele perguntou.

–Macarrão a bolonhesa, e você?

–Carne. E um coelho, mas isso porque ele deu mole no estacionamento vazio durante o intervalo.

Silêncio. Normalmente era eu quem puxava o assunto, mas queria que pra variar fosse ele, me contando da conversa ou algo do tipo, mas não. Chegamos em casa em silêncio, até que eu cansei, e resolvi puxar o assunto de uma vez por todas.

Ele estava sentado no sofá, lendo um livro, quando eu cheguei e disse tudo de uma vez.

–Adeus. –falei, enquanto ele ainda lia.

–O que? –ele perguntou pondo o livro em cima do sofá.

–Adeus.

–Por que?

–O Klaus me liberou. Não preciso mais fugir. Não preciso de guardas. Não preciso de Salvatore.

–Mas você não tem pra onde ir.

–Ah, eu devo ter uma tia em algum lugar.

–July...

–Stefan, não tem motivo pra eu continuar aqui.

–Tem um. –ele falou se levantando.

–Qual?

–Eu. –ele me falou me agarrando.

Ele me deu um longo beijo, e então me soltou dando um belo sorriso.

–Desculpa se eu não disse antes, mas eu não levo jeito pra isso. –ele falou rindo.

–Tudo bem. O que importa é que agora estamos juntos. –eu disse contente.

Ficamos ali, abraçados por um tempo, até ouvir alguém bater na porta. Eu pulei do sofá para atender, enquanto Stefan vigiava em pé quem era. Quando abri a porta, levei um susto.

–Klaus, o que faz aqui? –perguntei assustada.

–Eu vim fazer uma surpresa. Você está ocupada? –ele perguntou olhando para o Stefan.

–Mais ou menos, mas pode falar.

–Eu queria saber se você quer dar uma volta. Eu posso te falar da sua mãe, seu pai, ou seja lá o que quiser saber.

–Pode ser outra hora?

Klaus olhou bem para o Stefan, e depois voltou a me encarar.

–Espera... Você e ele estão juntos? –ele perguntou bravo.

–Como é que é? –perguntou Damon, aparecendo atrás dele.

Seus olhos azuis decepcionados, e com um pouco de raiva penetraram nos meus.

Será que eu era que nem a Katherine? Ou a Quinn? Uma hora estava apaixonada pelo Stefan, e outra pelo Damon? E o Klaus? Ah meu Deus...