Sim, os dias passaram como uma tempestade em um dia de Verão e não era para se reclamar, eram apenas dois dias. E eu esperava algo muito mais poderoso do que a destruição do mundo, apesar de que isso era algo totalmente poderoso, mas quando se trata de esquecimento... Realmente não vejo algo pior do que ser solitário no meu mundo.

Quer dizer, o mundo do qual eu estava indo. A Terra já era algo meio que irreconhecível para mim, algo... Quase que inexplorado mesmo tendo morado tantos anos lá. E com esses anos ali, em Fairy Tale Land, era quase como se eu tivesse crescido minha vida inteira naquela terra mágica. Eu já não me via dirigindo um carro, me via cavalgando em Silver. Já não me via assistir TV, me via lutando de espadas ou lendo alguns livros. Acima de tudo, não me via sem minha família. Ter de dizer adeus para tudo àquilo era torturante.

Eram exatamente três da tarde, como previsto, Mulan chegou montada em seu cavalo avisando que a maldição estava vindo.

— Está aqui! Vi em uma montanha de longe meu reino sendo engolido por uma massa preta de fumaça mágica com alguns raios. — Ela desceu de seu cavalo e, como sua mulher estava junto conosco, abraçou Aurora por um meio de proteção.

— Muito bem, Robin... Chegou a hora. — Rumple se virou para mim, ele tinha sai voz sarcástica habitual, mas era... Triste. Eu nunca tinha presenciado ele realmente triste. Rumple sempre era muito neutro, muito... Bem nunca demonstrou qualquer traço de tristeza em nossa frente.

Eu e Regina nos entreolhamos. Até que, por surpresa, Roland chegou. Nós nos viramos para nosso filho. Emma estava ao seu lado. Eu tinha uma grande tristeza em minha face. Fui até ele e peguei-o no colo.

— Aonde vai papai? Escutei o vovô falando de alguma coisa? Via derrotar o malvado? — O menino perguntou com uma voz toda curiosa.

— Eu... Só vou pegar algo, na sala do Rumple — Menti, pois na sala de Rumple estava o armário. O que iria me levar.

— Oh, vê se vem logo pai. Quero aprender a montar. Que tal na Vinyl?! — Disse meu filho animado, fazendo referencia ao nosso pônei.

— Sim, prometo.

Coloquei-o no chão e fui até Regina. Olhei em seus olhos, estavam cheios de tristeza. Acariciei sua face, sentido que ela estava gelada, depois disse que a amava e ela respondeu o mesmo para mim. Eu sorri e Regina derrubou uma lágrima.

— Não chore. Eu voltarei. Lembra-se de que eu prometi ficar com você até depois do final? — Ela assentiu. — Acha que esse é o fim? Isso é apenas o início de mais uma aventura nessa nossa vida. Eu vou ficar com você. Guarde-me aqui... — Peguei sua mão e levei até seu peito, demonstrando o coração.

— Eu vou...

E então nos beijamos. Foi um beijo fraco, amoroso e carinhoso, um último beijo. E então nos separamos, assim, me virei e fui até o castelo, deixando as crianças confusas.

Subi as escadas rapidamente, queria terminar logo com aquilo. Queria também esquecer que eu iria largar tudo, voltar para um local agora quase que irreconhecível, literalmente voltar no tempo.

Entrei na sala de Rumple, e lá estava ele. Meu passaporte. Era esse o salvamento? Era isso que eu deveria ter? Deveria realmente esquecer? Deveria não ter ninguém mais? Era esse o bem? Ou o mal?

Não sabia de nada, apenas entrei no guarda roupa. Assim, eu apaguei tudo o que eu vi era escuridão. Mas vi cenas marcantes em minha mente. Quando Killian morreu, meu casamento, a aparência de Discord, Regina, a morte de Daniel, o primeiro baile, Ruby correndo pelas florestas, Belle lendo um livro, Rumple ainda mau e o mais importante: O nascimento de Roland. Assim não vi mais nada e apenas escutei uma risada maléfica ao fundo. Era Discord. Eu sabia disso.

E logo... Eu acordei. Era estranho, eu me sentia dolorido e tinha algumas cicatrizes pelo corpo. Eu apenas tinha dormido pelo que parecia muito tempo. Mas as minhas dores ainda estavam ali.

Sentia algo estranho, mas não identifiquei o que era aquilo. Então me levantei, me preparando para outro dia. Determinado a fazer três coisas aquele ano: Conseguir uma namorada, um novo emprego e também um cachorro da raça mais próxima parecida com um lobo. E que ele seja negro. Talvez uma fêmea.

Eu então me vesti e fui para fora de meu apartamento. Tinha um sentimento de estar esquecendo algo, mas ignorei e segui meu caminho.