Sad Serenade escrita por Miss Stilinski


Capítulo 3
Ato II


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá, pessoal. Motivem-me a postar!



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Sad Serenade

Ato II

Nós quase acertamos

Uma triste, triste serenata

Triste serenata

Para cada coração partido hoje à noite

Lisa continuava a emocionar a todos com a sua voz, interpretando a música que tocava sua alma. Era como se estivesse revivendo tudo, detrás para frente. E a dor não era menos.

Nem para ela. Nem para Rose Weasley.

*******

Rose Weasley:

Comunicar-me com ele por mensagens de papel era como se eu estivesse em um daqueles filmes românticos que davam um frio na barriga. Já estávamos assim fazia uns bons três meses e não nos cansávamos. Eu gostava daquele jeito, deixava tudo mais diferente.

Scorpius chamou minha atenção com uma lanterna quando passei pela minha janela certa noite, para buscar uma muda de roupa para vestir depois de tomar banho. Abri a cortina e lá estava ele: sem camisa e com apenas uma calça comprida azul de algodão; seus cabelos estavam molhados e ele segurava o caderno de desenho nas mãos. Peguei meus óculos para enxergar a mensagem.

"Ei, eu queria falar com você."

Peguei meu próprio caderno e escrevi: "Aconteceu alguma coisa?" Ele leu e logo depois escreveu: "Nada demais, não se preocupe. Eu só quero falar com você. É importante." O sorriso malandro dele me dizia que não era nada realmente alarmante. "Mesmo assim, estou preocupada." Ele me fitou por alguns segundos e voltou a escrever no caderno. "Vem para o jardim, que eu lhe mostrarei que não deve se preocupar."

"Está bem."

Eu deixei meu pijama em cima da cama e desci as escadas nas pontas dos pés. Se meu pai me pegasse indo para fora de casa a essa hora da noite, eu estaria ferrada. Ele não se dava muito bem com o pai de Scorpius. Longa história.

Abri a porta dos fundos e fui para o muro que separava a minha casa da dos Malfoy. Do outro lado, era o muro que separava a casa dos Potter da minha (mas tinha um portão onde eles e a gente passava para ir um para a casa do outro), cuja a única luz acesa era a do quarto de Albus. Balancei a cabeça assim que ouvi Scorpius pular o muro.

Ele aterrissou, mas perdeu o equilíbrio e rolou na grama bem cuidada da minha mãe. Meu coração parou, temendo que ele tivesse se machucado. Então eu ouvi sua risada e me abaixei, fazendo-o ficar sentado normalmente. Ele me olhou ainda sorrindo, mas com brilho nos olhos.

Oi, Rosie. Está bonita — ele me cumprimentou e eu sentei-me ao seu lado. Scorpius passou o braço pelo meu ombro e me arrastou mais para perto de si. O perfume dele invadiu minhas narinas, fazendo-me estremecer por dentro.

Oi, Scorps — falei, aconchegando-me nele discretamente. — O que quer me dizer?

Quanta pressa — ele riu, empurrando-me de leve com os ombros. Eu o encarei séria e ele revirou os olhos, ainda sem tirar o sorriso do rosto. — Não quer apreciar a vista primeiro? Está fazendo uma bela noite de verão.

Não. Prefiro saber o que tem a me dizer, depois, talvez, eu aprecie a vista — respondi e Scorpius deu uma risada rouca. Meu coração disparou quando ele esticou a mão e acariciou o meu rosto.

Gosto desse seu jeito curioso — ele disse, se aproximando mais de meu rosto. — Na verdade, eu gosto de você toda.

Era isso o que tinha a me dizer? — sussurrei, meus lábios quase encostando nos seus. Nós nunca havíamos nos beijado e aquela proximidade dele me fazia enlouquecer.

Não... — Scorpius sussurrou de volta, primeiro olhando nos meus olhos e depois olhando para minha boca. Ele engoliu em seco. — Quero saber se você... se você aceita namorar... comigo — e voltou a me olhar nos olhos, com a incerteza no olhar.

Acho que a minha respiração falhou ao ouvir aquilo. Meu coração bateu fora do ritmo e meus pensamentos ficaram nublados; eu não conseguia raciocinar direito; eu não conseguia me concentrar direito.

Então eu percebi que ele esperava a minha resposta. Eu olhei bem em seus olhos azuis cinzentos, vendo que ele hesitava e que estava quase voltando atrás... Antes que ele formulasse a frase, eu abaixei meu rosto e encostei meus lábios nos dele, sugando levemente seu lábio inferior em seguida.

Pego de surpresa, Scorpius demorou apenas alguns segundos para retribuir o beijo. Ele me abraçou, meio sem jeito naquela posição desconfortável, e caímos sobre a grama, rindo. Não me importei. Eu estava com ele e eu tinha mais certeza do que nunca que Scorpius Malfoy era o cara para mim. Ele era o certo.

Ele enrolou os dedos nos meus cabelos e aprofundou o beijo, fazendo-me sorrir entre seus lábios. Scorpius puxou-me pela cintura e eu me encaixei direitinho nele, como se cada curva dele fosse moldada para o formato do meu corpo. Eu sentia mais calor do que nunca deitada ali, na grama. Nossos pés se enrolaram, enquanto a mão de Scorpius queimava a pele exposta de minha cintura, apertando-me mais contra si. Naquele momento, eu não pensava em mais nada. Só no beijo e nas reações do corpo dele contra o meu.

*******

Lisa Carter:

Eu não quero ver você nunca mais com aquela LockWood, está me entendo, James Sirius Potter? — Eu estava fula da vida com ele. Minhas mãos estavam na cintura, a raiva crescia em meu peito e eu estava totalmente vermelha.

Você fica linda com ciúmes — disse ele, se divertindo à minha custa. Eu parei de andar de um lado para o outro para encará-lo, boquiaberta. — Não me olhe assim, gracinha.

Eu estava em seu quarto, brigando com ele, e esse ser estava rindo de algo sério? Ok, olhando-o deitado naquela cama, com os braços atrás da cabeça e com aquele olhar sacana, James estava mais gostoso do que nunca. Dava vontade de esquecer o que eu estava falando e pular em cima dele.

Mas eu não podia fazer isso enquanto ele não entendesse que aquilo, para mim, era sério. Nós havíamos começado a namorar há uns quatro meses, mas as garotas continuavam dando em cima dele como se não estivesse. Não que eu me importasse que ele falasse com algumas; porém, as vadias se jogavam em cima dele como cachorras no cio. E James não percebia ou se fazia de burro.

Então, eu me aproximei da cama, subindo na mesma enquanto ele me olhava fixamente. Fiquei com o meu rosto a apenas alguns centímetros do seu, sentindo sua respiração falhar. Dei um sorriso malicioso e sussurrei:

Se você não der um jeito de afastar aquelas vadias, terá suas consequências. Ficará sem meus beijos... — inclinei-me, beijando-lhe os lábios, e mordendo o inferior. James gemeu. — Ficará sem as minhas carícias... — passei minha mão em sua perna torneada e forte, subindo e subindo. Ele se retesou, me olhando. — E o principal: ficará sem mim — sussurrei com firmeza em seu ouvido e depois me afastei. Ele me olhou com dor. — Você quer isso? Pois você sabe que eu sou a única que te ama por completo, a única que lhe dá prazer de verdade, porque me entrego de corpo e alma.

Eu quero ficar contigo para sempre, garota. — Ele disse, se levantando e ficando sentado na cama. — Se eu não conseguia passar um dia sem perturbá-la, ficar sem seus beijos, suas carícias... sem você, eu acho que morro.

Eu o encarei. Ele sorriu e abriu os braços, convidando-me a aconchegar em seu abraço. Revirei os olhos e fui até ele, apagando a luz no caminho. James me pegou e eu me aninhei ao seu corpo, sentindo cada músculo meu relaxar, como se ele fosse meu guardião e que fosse me proteger de tudo. Com ele, eu estava segura.

Eu nunca fui uma garota romântica, daquelas que adoravam flores e surpresas com um monte de corações decorados. Para mim, só o gesto de um abraço ou um beijo na testa, já era o suficiente. Naquele momento, estar apenas abraçada com James daquele jeito íntimo, me bastava.

Nós deitamos em sua cama e ele passou um braço debaixo da minha cabeça enquanto o outro abraçou meu corpo. Seus dedos traçavam caminhos pela lateral do meu corpo, parando em meu quadril e refazendo caminho depois. Eu o olhei e vi que ele tinha os olhos fechados; sorri e encostei os meus lábios nos seus. James abriu os olhos, surpreso. Depois me abraçou com mais força e aprofundou o beijo, sua mão, que segurava minha nuca, levantou a minha cabeça, entrelaçando os dedos em meus cabelos ondulados.

Enlacei minhas mãos em sua nuca, puxando levemente seus cabelos. James gemeu entre meus lábios e eu rolei para cima dele. Ele sorriu e suas mãos foram para minhas coxas, subindo e descendo, sem ultrapassar os limites. E foi quando ele interrompeu o beijo.

Ofegante, eu o olhei, tentando decifrar por que ele ter parado o beijo. Eu ia voltar a beijá-lo, mas ele interrompeu de novo.

Você não ouviu isso? — perguntou num sussurro e eu neguei com a cabeça, agora, tentando prestar atenção no que quer que seja que ele tenha escutado.

James franziu a testa e me tirou gentilmente de seu colo. Eu o olhei, intrigada. Eu já ia falar que ele estava louco, quando ouvi uma risada baixa. Eu arregalei os olhos e James concordou com a cabeça. Ele se levantou e me puxou pela mão, guiando-me até a janela.

Vimos sombras passarem pelo jardim da casa de Rose e troquei um olhar com James. Abrimos a porta do quarto e fomos até a janela do corredor, que dava para ver toda a parte dos fundos da casa da senhora Weasley. Estava escuro, mas estava tão quente, que o céu estava totalmente desprovido de nuvens. A lua e as estrelas iluminavam tudo sem nenhum esforço, portanto, deu para ver uma cabeleira ruiva e outra loura.

Se ela continuar rindo desse jeito, o tio Ron é bem capaz de acordar e esse Scorpius Malfoy ter os testículos arrancados fora — disse James, apoiando a mão em minhas costas expostas (eu não tinha percebido que minha blusa estava levantada).

Virei-me para encarar meu namorado idiota. Ele tinha a expressão brincalhona no rosto, como se esperasse que Ronald Weasley acordasse. Bati em seu braço e ele me olhou indignado. Sorri inocente para ele e encostei-me na parede, vergando meus quadris para frente.

James estreitou os olhos, mas colocou suas mãos em cada lado do meu quadril e beijou-me apaixonadamente. Suas mãos traçaram o caminho de volta e pararam na barra da minha camiseta, pedindo permissão com o olhar. Eu pisquei um olho e ele sorriu, tirando a minha blusa.

Coloquei um dedo na boca, indicando silêncio. Ele retirou a minha mão da boca e me pegou no colo, levando minha blusa nas mãos enquanto eu o beijava. Ele abriu a porta de seu quarto e a fechou logo em seguida.

*******

Não lembrar-se dos momentos felizes doía mais do que lembrar deles. Lisa sabia disso e Rose também, porque as partes felizes eram apenas pequenos sinais de que tudo iria acabar, que tudo iria ruir, que tudo o que era bom, dura pouco...

As lágrimas tentaram escapar dos olhos de Lisa; Rose, contudo, não lutou contra elas. Rose sabia que ainda não era o momento de Lisa chorar, que ela lutava para que não chorasse na parte que mais doía: as lembranças boas. As lembranças boas de Lisa. As de Rose, começaram a ruir antes que Lisa tivesse o próprio coração partido.

Todo o amor que fizemos

Aumente o volume, deixe tocar

Uma triste, triste serenata

Triste serenata

Yeah, yeah

Enquanto cantava, as imagens vinham como torrentes em sua mente, avisando-as de que a pior parte se aproximava, como uma cobra que espera para armar o bote e pegar a sua presa. Pois eram aquelas memórias que as assolavam antes de tudo acontecer, antes de tudo ser revivido outra vez.

Como o beijo que precede o adeus.

Como dois casais que foram separados de forma brusca pelo destino.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!



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