Virei a noite pensando em tudo o que havia acontecido entre Eddy e eu nos últimos meses e no dia anterior. O celular não havia mostrado nenhuma mensagem ou ligação dele, alguma explicação fajuta do que aquilo poderia ter sido. Eu não conseguia imaginar porque Eddy teria uma namorada escondida de mim. Namorada? Ela não podia ser namorada. Ela não tinha cara de namorada. Nem jeito de namorada. Nem de longe eles pareciam um casal. Ela estava mais para sua prima. Aquela prima gostosa que vive no outro lado da cidade e quando vem visitar a família não desgruda do primo gostoso. E talvez o chamou de amor por ser daquelas meninas mimadas e que tem o costume de chamar todos assim. Minha cabeça latejava e eu não tinha ideia do que pensar sobre Eddy.

Me levantei ás 7h00 sem ao menos ter dormido. Minha mãe e meu pai haviam chego de madrugada, pude ouvir de meu quarto os dois tropeçando atrás da porta para ver se eu já estava dormindo. Mas eu não dormi, nem um segundo da noite. [...] Quando cheguei na cozinha, meus pais já estavam por lá tomando café da manha. Eu não queria que eles me vissem naquele estado, eu estava um lixo.

– Acordados ás 7h00 da manhã em pleno domingo? O que é isso? Um tipo de milagre? - Eu disse enquanto abria a geladeira.

– Nós que te perguntamos. E esses olhos vermelhos? - Meu pai ergueu meu rosto para ver meu olho melhor.

– Acabei de acordar. É normal. -

– Isso é coisa de quem não dormiu a noite inteira... - Minha mãe disse analisando meus olhos também.

– Me deixem... - Eu caminhei novamente para meu quarto e me joguei em minha cama. Eu poderia dormir no momento em que fechei os olhos, mas o celular vibrou debaixo do travesseiro. Mensagem de Eddy.

Mab, hoje vou para a casa da Juliana e depois viajaremos até a casa do seus pais, numa cidade vizinha daqui. Terça estarei de volta. Já estou com saudades.

Eu não respondi, porque simplesmente preferia não ter recebido aquela merda de mensagem. Casa da Juliana? Depois casa dos seus pais? Foda-se Eddy Vizentin, foda-se.