Overdose de Poesia escrita por Rodrigo Lemes


Capítulo 3
O garoto que escrevia com tinta azul


Notas iniciais do capítulo

Escrito a papel em 30/4/2014, numa hora decepcionantemente amorosa.



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Em uma folha de papel branco com tinta azul,
ele escreveu um poema,
e o intitulou solidão,
porque era aquilo que ele via em todos os lugares.

O céu estava azul,
depois ficou nublado,
e então a chuva caiu,
sob seu coração alagado.

As pessoas antes cheias,
agora eram vazias,
e o garoto que escrevia com tinta azul,
tentava entender porque o mundo estava cru.

O mundo então não era azul,
também não era cinza,
e muito menos era preto,
talvez ele fosse um vermelho,
que daltônicos não pudessem enxergar.

Ou talvez ele fosse perfeito,
mas olha aí: a perfeição não existe,
e a imperfeição sim,
porque afinal, o que somos nós sem nossos erros.

O garoto que escrevia com tinta azul,
Não era azul,
parou e pensou então,
porque ele escrevia assim,
tão mórbido e frio,
como sua vida estava.

E foi nesse mundo de ilusões,
que ele simplesmente injetou com uma agulha,
as soluções de todos seus problemas.

É bem provável que o nome daquela vacina,
fosse “para nunca mais se apaixonar”,
e mal saberia o garoto,
que ele havia levado consigo,
a fórmula da eterna felicidade.


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