POV ALICE
Ainda estávamos no navio. Eu estava enjoada, e levantei-me para ir vomitar e quase cair, se não fosse por um rapaz, moreno de cabelos negros.
–Do chão não passaria- brincar ele.
–Acho que não.
–Prazer, Henrique.
–Alice Williams.
–A PRINCESA?-ele pareceu espantado.
–Acho que sim...
Logo os olhos dele brilharam.
Eu voltei pro meu lugar e fiquei lá, até adormecer.

Acordei com Henrique dizendo que chegamos.
–Finalmente- eu disse pegando Mel no colo e cutucando Erika.
–Chegamos?- pergunta Erika
–Sim.
–Meninas, querem que eu leve vocês ate o palácio?- pergunta ele
–Seria ótimo!
Então fomos de cavalo até o reino de meus avós.
Chegando lá, os guardas me acompanharam até o salão central, onde eles com certeza estavam.
–ALICIA É ALICE- gritou meu avô, que correu ao meu encontro.
–Vovô- eu disse o abraçando-Que saudades.
Ele estava chorando, e minha avó provavelmente sim também.
–Como você cresceu pequena, os rumores sobre Sérgio é verdade?- perguntou minha avo com a voz falhando.
Respondi que sim com a cabeça.
–E Annabeth onde está?
Minha avó abaixou a cabeça.
–Infelizmente não apareceu ainda.
Jurei que minha irmã estaria lá, que eu poderia abraça-la e pedir perdão por todo mal que já fiz.
–Vovó e vovô, estes são, Erika, Henrique e Mel- eu disse.-Henrique precisa de um emprego e Erika de uma casa, ela é minha amiga...
–Estavamos precisando mesmo de novos guardas, e sua amiga, poderá ser nossa nova convidada, e essa cadelinha?
–É minha, a Mel.
–Levem ela ao pet shop real- ordenou minha avó.
–Vovó vou descansar um pouco, estou exausta. Vamos Erika.
Fizemos reverencia e fomos ao meu quarto, que estava como eu tinha deixado aos meus 7 anos...
Entrei e me joguei na cama gigante rosa, havia duas dentro do quarto, que mais parecia uma casa. Era uma minha e outra de Annabeth, mais agora, seria minha e de Erika.
–Vou dormir Eri, fica a vontade.
–Obrigada.
Deitei na cama e continuei acordada, pensando, em como eu queria que tudo isso fosse um pesadelo, queria meu lar, minha vida chata e mimada. De todas as coisas que vivi, queria levar comigo Raphael, Anna Julia e Guilherme...eu o amava, mesmo sabendo que era errado, era doloroso olhar nos seus lábios e saber que eu nunca poderia tocar neles. De repente, adormeci.

Quando acordei, era ainda tarde, 15hrs, minhas servas estavam no meu quarto esperando que eu acordasse para me arrumar para o jantar. Caminhei com elas ate o banheiro onde meu banho já estava pronto. Elas retiraram minhas roupas e eu entrei no banho. Minutos depois, eu estava de banho tomado escolhendo minhas roupas. Escolhi um vestido até os joelhos vermelho sangue com rendas lindas, e um salto básico branco, amarraram meus cabelos em coque.
–Esta linda- disse uma das servas.
–Obrigada- eu agradeci.
Caminhei no para o salao onde Erika esta se servindo, era hora do café da tarde real.
–Alice venha até aqui- pediu minha avó.- Sentem-se, alguém veio te conhecer- ela cochichou algo no ouvido do guarda, que abriu as portas dando entrada a uma senhora e um rapaz lindo e novo, olhos azuis céu, terno bem engomado, e cabelos lindos como os cabelos de Zeus.
–Bem vindos- disse minha avó e meu avô se levantando, eu e Erika levantamos também.
–Obrigado.
–Alice esse é o principie Charles e a rainha Glauci.
–Prazer- eu disse- Encantada.
–O prazer é todo meu.
–Seu futuro marido- disse meu avô.
Fiquei imóvel, achei que aquilo que eu escutei era alucinação, ou brincadeira, mais então, eu me viro e digo.
–MEU FUTURO O QUE?
–Marido.
–E QUEM DISSE QUE EU VOU ME CASAR?
–Nós, seus responsáveis!
–EU NÃO VOU ME CASAR COM NINGUEM, EU NEM CONHEÇO ESSE HOMEM, EU NEM MESMO SEI DE ONDE ELE É, NÃO VOU ME CASAR SEM AMOR- sai correndo tropeçando e me cortando a fivela do meu salto. Ignorei o corte e fui ao meu quarto.
Chegando lá agarrei Mel e comecei a chorar. Como eu queria um colo, queria ele, apenas, ele, Guilherme.
–Posso entrar?- perguntou Erika.
–Claro, esse quarto é nosso.
–Desculpe. Lice não chore por favor.
Ela se aproximou e me abraçou, me joguei nos braços dela e chorei tudo o que tinha para chorar, sentia ela como um porto seguro, como alguém que eu queria para sempre.
–Esta chorando somente pelo principie?- ela pergunta pensativa.
–Não, queria meu Guilherme, queria meu Raphael, queria entender o que eu sinto.
Henrique entra pela porta rápido.
–Esta doido? Bata!- eu disse.
–Desculpe, mais, ouvi você chorando.
–Ata, entre então, pode se sentar.
Ele senta na beira da minha cama, e fica ali, parado, brincando com Mel.
–O que você quer doido?
–Ver você bem.
–E eu quero minha vida de volta. Posso ficar sozinha um minutinho gente?
–Claro- responderam.
Assim que eles saem, vou ate a sacada de meu quarto, subo nela, como eram antigas eram bem fortes e revestidas, e faço a posição de namastê. Alguem me pega no colo me tirando da minha meditação. Quando olho, Raphael, meus olhos enchem de agua, eu estava sonhando?
–Isso é um sonho?
–Felizmente, não meu amor.
Eu beijo ele como se nunca mais fossemos nos ver.
–O que faz aqui?
–Sou guarda aqui, logo que vi você, e pude entrar, entrei.
–E Anna Julia?
–Esta bem, morando com nossos tios agora, com saudades de você. Agora ela canta em pequenos eventos.
–Que bom meu amor.
Ele revira o bolso, e tira uma aliança fajuta. Mais eu amei. Se ajoelha:
–Alice Williams, quer namorar comigo?- ele pede sem graça- não posso te dar muito, não posso te dar nada, só posso te dar as estrelas do céu e a lua.
–Eu te amo, mais, eu não posso.
O sorriso no rosto dele se desfez. Eu o amava, mais, eu amava Guilherme também... Que jeito mais vadio.