Nosso passado,nosso futuro.. escrita por Gabriella War of Darkness


Capítulo 11
Cap. 11


Notas iniciais do capítulo

Estão gostando???..



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Flashback em

Eram três e meia da manhã. Ela estava com sono, se sentia fraca e desanimada. Precisava de um banho. Precisava de uma noite de sono. Fechou os olhos com força, mas sabia que isso não ia afastar a realidade. Não iria diminuir o ruído agudo que ouvia.

Ela finalmente se levantou, dando os três passos que a separavam do moisés. Nicholas não chorava, berrava. E mesmo na situação desesperadora que estava, ela não pôde fazer nada além de mirá-lo com carinho. Ele tinha o hábito de acordar ao menos três vezes durante a noite, mas ultimamente as madrugadas andavam piores, com a rodada de cólicas. Tudo que ela queria era poder tirar aquela dor do menino, mesmo que tivesse que tomar para si.

Sabia que as cólicas eram causadas pela imaturidade do sistema digestivo do bebê, e que não havia nada que pudesse fazer a respeito. No máximo, usar de calor para ajudar a liberar os gases que as provocavam. Ela o virou de barriga para baixo, da forma que havia visto Fariza fazer, de modo que o calor do braço ficasse junto da barriguinha dele. E baixinho, ela murmurou palavras de conforto. Antes que se desse conta, estava cantarolando uma canção. E ao forçar a mente para lembrar de onde a conhecia, tomou consciência de que era uma canção que sua mãe costumava cantar para ela quando pequena, para fazê-la dormir depois de um pesadelo. Ela sorriu.

Faltava uma semana para voltar. E se fosse refletir, a pessoa que chegara à Indonésia e a pessoa que ia embora eram duas distintas. Ela sabia como ser uma mãe. Ela tinha um coração aberto o suficiente para acolher aqueles sentimentos irracionais que tantas vezes afirmara não passarem de simples reações químicas.

Ela finalmente estava pronta.

Flashback off

Booth tomou uma decisão. Se virou, caminhando até o quarto.

Brennan estava sentada em sua cama, o bebê estendido ao seu lado, balançando os bracinhos. Ela mirava os olhos castanhos do filho com a testa franzida, pensativa.

–Só me responda uma coisa. – ela levantou os olhos, se sobressaltando levemente. Booth não parecia bravo, mas estava com os braços cruzados, de forma defensiva - Por que você ficou lá mesmo depois de saber da gravidez?

–Eu já expliquei. Tomei o tempo para realmente pensar.

Ele se aproximou, se agachando ao lado dela.

–Temperance, você sabe exatamente como eu me sinto. Eu disse para você, e repito se quiser. Mas eu não sei o que passa por sua cabeça. Você me magoou ao esconder de mim que tenho um filho, mas estou disposto a me esforçar e te compreender se você me explicar que não fez isso tentando me afastar, que havia uma razão mais plausível do que 'eu precisava de tempo'.

Ela ainda estava sentada na cama mirando-o, determinada. Era a hora do tudo ou nada.

–Eu não me arrependo de ter ido, e de ter tirado este tempo para pensar. O Nicholas foi... o melhor presente que eu já recebi, Booth. No tempo que passei com ele, acho que finalmente entendi o significado de amor incondicional. De milagres. Tudo que você tentou me ensinar mas eu teimosamente não ouvia. Eu tinha medo de me entregar a algo tão grande, porque tinha certeza que iria perder, que cedo ou tarde iria estragar tudo. Mas Booth, algo tão imenso e intenso... vale a pena arriscar. E eu sei... agora eu sei que consigo.

Um sorriso bobo surgiu no rosto dele. Seria possível que ouvira o que achava que ouvira?

–Desde sábado que venho tentando te contar, Booth. Estou disposta a dar aquele passo, atravessar aquela linha. Não garanto que vá dar tudo certo, ou que eu não vá estragar tudo. Mas estou disposta a tentar.

O sorriso se alargou no rosto dele. Um sorriso de orgulho. Se aproximou dela devagar, deixando os seus rostos no mesmo nível.

–Isso é um sim?

–Booth, não fui clara o suficiente? Quer que eu repita?

Ele riu, pousando uma mão em seu rosto.

–Não precisa repetir. Me mostre.

Ele se aproximou devagar, tocando seus lábios suavemente. Ela correspondeu, seguindo o ritmo ditado por ele. Carinhoso, sem pressa. Uma demonstração de tudo que sentiam, do cuidado que tinham um pelo outro. Ela subiu a mão para os cabelos escuros dele, sentindo a maciez, bagunçando-os levemente. Sempre se perguntava se Nicholas teria o mesmo tom escuro e bonito que tanto adorava.

Booth passou a língua pelo lábio inferior dela e quando estava para aprofundar o beijo, os dois ouviram um ruído perto. Ele descolou os lábios dos dela com certa resistência, sorrindo, sem se afastar.

–Você só pode estar brincando. – disse, olhando para o bebê que começava a reclamar – Será que não pode dividir a mãe nem um pouquinho?

–Deixa eu pegar ele, Booth. Deve estar com fome.

–Eu também estou com fome.

Ela rio delegado da máscara criança.

–Desculpe... sabe o que as leis da natureza dizem: a prole vem em primeiro lugar.

Ele ainda segurava o pescoço dela, a impedindo de se mexer. O burburinho de Nicholas se transformou em reclamação e ele viu os olhos de Brennan escurecerem de preocupação.

–Booth, não gosto desse tipo de brincadeira. – ela se livrou dos braços dele, e pegou o bebezinho no colo murmurando palavras de conforto. Ele sorriu.

–Bones, você é uma ótima mãe.

Ela levantou os olhos, ainda zangada.

–O que foi isso, algum tipo de experiência comigo?

–Não, me desculpe, me perdi no momento. – disse ele, se erguendo da posição desconfortável que estava e se sentando ao lado dela na cama. – Mas olha só, nosso garotinho está ótimo, devia ser só manha.

–Já falei que é fome, está na hora dele mamar.

Ela desabotoou a camisa, oferecendo o seio ao menino. Sentiu algo quente em seu pescoço, os lábios de Booth deixando um beijo leve. Ele se aproximou mais do corpo dela, observando o garotinho mamar, não conseguindo acreditar que aquele momento não era um sonho.

–Nicky, amigão, vamos ter que combinar algumas coisas por aqui. – disse Booth depois de algum tempo, passando suavemente um dedo sobre os cabelos castanhos da criança.

–Ele não vai entender você. – disse Brennan, o mirando divertida.

–Senhora, estou tendo uma conversa com meu filho, com licença? – ele disse, em um tom brincalhão – Quando for seu tempo com a mamãe, é só seu. Mas eu também tenho direito, então você vai ter que ficar quietinho enquanto for o tempo do papai com ela, está bem?

Brennan manteve a cabeça baixa, para que Booth não visse seu rosto. Nunca antes havia sido 'mamãe' e ele nunca havia usado a palavra 'papai'. Por que queria chorar? Seus hormônios já deviam ter voltado ao normal para que não mais se emocionasse à toa, não?

Ela conseguiu se controlar, e ouviu quando o tom de voz dele mudou, não mais usando a forma brincalhona.

–Você sabe o que eu quero, não sabe?

Ela ergueu os olhos e o encarou. Booth estava sério, os olhos brilhantes, naquela mesma expressão que ela já havia visto algumas vezes.

–Eu quero uma família. Percebe a grandeza disso? Quero estar com você quando Nicky tiver sua primeira namorada, quando entrar para a faculdade. Quando ligar avisando que o filho nasceu.

Ela o olhou nos olhos. Sim, sabia daquilo. Alguém para compartilhar os próximos 30, 40, 50 anos. Sabia que para ele, era tudo ou nada. Mas estaria ela pronta para esse imenso passo?

Continua...


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Notas finais do capítulo

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