Brennan abriu os olhos quando sentiu um início de turbulência. Estavam para pousar. Depois de um ano longe, ela estava voltando a solo americano. Olhou para seu companheiro de viagem. Ele dormia, como havia dormido grande parte do trajeto. A visão trouxe um sorriso aos seus lábios. Nos últimos três meses ele havia sido seu mundo, e ela já não podia imaginar sua vida sem ele. E voltar para casa junto com ele a fazia imensamente feliz.

Flashback em

Ela havia chegado à Indonésia há 26 dias. Faltavam 339 dias para a volta. Sim, ela contou. Diariamente.

Fora difícil de se acostumar ao clima no início. Mas ela gostava da alimentação. Era fresca, natural, sempre acompanhada de arroz.

O hotel em que ela ficara, o único da região, era simples e aconchegante. Todas as manhãs ela tinha que dirigir quase 100 km pra chegar à área de escavações, mas com a estrada livre e a paisagem tropical, era um prazer.

Tudo ia bem, as escavações iam bem, os estudos iam bem. Mas ela não podia deixar de sentir uma sensaçãozinha estranha, que estava sempre lá. Como se algo estivesse faltando. Como se algo tivesse ficado para trás.

E ela não percebeu o que havia ficado para trás, ou não quis perceber. Falando para si mesma que era besteira, ela se forçou a focar em seu trabalho e deixar aqueles pensamentos pouco produtivos de lado.

Flashback off

Angela olhou no relógio pela quinta vez.

-O vôo está atrasado.

Hodgins observou a impaciência da esposa quase com diversão.

-Ela está bem, Angie. Você falou com ela antes que embarcasse, lembra?

-É, e foi a primeira vez em o quê, cinco meses?

-Quatro.

-Ela tem que reaprender algumas lições sobre amizade, Jack.

Ele passou a mão pelo ombro dela, sorrindo. Haviam voltado à DC há apenas uma semana. Uma semana difícil, já que Angela mal podia controlar a ansiedade em rever a amiga.

-Cam!

Angela se virou ao ouvir a exclamação de Hodgins. A morena vinha andando pelo saguão lotado, um sorriso imenso no rosto.

-É tão bom rever vocês. – disse ela, abraçando-os – Estão ótimos.

Os três falavam sobre as coisas que haviam acontecido no último ano quando uma voz no sistema de som anunciou a chegada do vôo de Brennan. Eles se aproximaram do portão de desembarque, observando os passageiros descerem. Hodgins teve que pedir paciência para Angela quando mais da metade dos passageiros desceu e eles não viram nenhum sinal de Brennan.

Então, dentre os últimos passageiros, ela surgiu.

-Oh, meu Deus! – murmurou Cam. Hodgins estreitou os olhos.

-Aquela é realmente a Brennan?

Angela estava surpresa demais para pronunciar qualquer palavra que fosse.

Brennan se aproximou deles sorrindo, indiferente a toda surpresa. Sua pele estava em um tom levemente mais escuro, seu cabelo com um corte diferente, mas não era aquilo que mais surpreendia os três.

-Olá. – ela deu um beijo no rosto da amiga, e Angela finalmente se mexeu.

-Brenn, isso que você está carregando...

-É um bebê. – respondeu Brennan, proclamando o óbvio.

Os três se entreolharam, um mais surpreso e confuso que o outro.

Continua...