7 de junho de 2032

“Senhor Capitão, preparar para a decolagem” falou a voz em sua orelha.

Preparar para a decolagem. Preparar para a decolagem.

Ele tentou abrir a boca mais nada saía. Decolagem. Finalmente. Depois de anos de trabalho até tarde da noite, de pesquisas sem fins, de tanta dedicação que a família dele começou a se preocupar, oferecendo delicadamente um descanso em forma de uma viagem de dois meses para o Caribe. Senhor Capitão. Eu sou o Capitão. Capitão da aeronave para Marte. Quando foi que isso aconteceu? Num dia ele era um menino, olhando para as estrelas, com imensa vontade de descobrir os asteróides e planetas, aliens e buracos negros. No outro ele estava mesmo fazendo isso. Eu vou para Marte. Outro planeta. Um planeta nunca habitado antes, um planeta que perdeu suas formas de vida muito tempo atrás. Que agora era só imensidão de pó vermelho. E ele, Paul Willians Johnson, absolutamente nada de extraordinário, iria ser o primeiro ser humano a pisar nessa imensidão vermelha. Ele não podia amarelar agora. Todos da equipe contavam com ele. Todos da NASA. Diabos, todo o mundo contava com ele.

“Sim, prepare a decolagem. Tudo pronto na aeronave.”