Taylor Grace escrita por PewDieSky


Capítulo 4
Chalé na Praia


Notas iniciais do capítulo

Escrevi o capítulo de madrugada, então por favor perdoem erros ortográficos hahahah
~PewDieSky



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O ingresso foi mais caro do que eu esperava. Mas ele insistiu em pagar tudo. Ele era mesmo muito educado, havia conquistado minha vó de primeira. Ela até tinha ficado feliz, apesar da ideia de sua neta sozinha com um estranho em uma cidade desconhecida. Na hora de falar com ela foi estranho, eu simplesmente apareci com ele e disse que ia ao cinema! Ela quase teve um ataque, mas depois que ele se apresentou ela ficou bem mais calma e acho que até curtiu a ideia.

Ele parecia vidrado no filme. Só olhando para a tela, quase sem piscar. Ria bastante nas cenas engraçadas e ficava sério nas tristes. Eu fiquei meio desconfortável, ele não mostrava sinais de que queria ficar comigo, somente ás vezes eu o pegava olhando para mim. Eu teria que agir logo, o filme estava quase no final e eu nem tinha trocado um olhar com ele. Tentei me mover discretamente para o seu lado, mas obviamente, como sou desastrada, derrubei a pipoca no chão.

Ele se abaixou para me ajudar a juntar a pipoca para posteriormente jogar fora. Enquanto nós dois estávamos abaixados, parecia que éramos só nós naquela sala. Me senti tão a vontade que lancei um sorriso sedutor. Ele pareceu entender a mensagem e me lançou o conjunto de dentes mais lindos do mundo. Então era isso? Eu teria que viver sabendo que ninguém que eu conhecesse seria mais lindo que ele, que mais ninguém me daria aquele frio na barriga?

Me sentei novamente e voltei a ver o filme, no qual eu nem tinha prestado tanta atenção. Era sobre um garoto deficiente que se apaixonava por sua professora, 10 anos mais velha que ele. Senti algo no meu pescoço. Ai meu deus ele tinha envolvido seu braço nos meus ombros! Eu olhei pra ele e sorri, levemente colocando a minha cabeça no ombro dele. Ele virou a cabeça bem lentamente, quase em câmera lenta, e encostou seus lábios suavemente nos meus. E ficamos assim por um tempo, sentindo o calor do outro. Até que aquilo que eu achei que nunca poderia melhorar, melhorou. Virou um beijo. Um beijo perfeito. Lento, que me fazia esquecer tudo, a morte da minha mãe, o medo de não se adaptar na escola, a vontade de conhecer meu pai, tudo foi embora. Por que agora eu estava segura. Agora eu estava com ele.

...

Algumas pessoas dizem que a o sonho delas é de que o namorado faça uma cena romântica, como fogos de artifício na torre Eiffel, ou uma noite iluminada no Big Ben. Mas eu acho, que agora, andando de mãos dadas com o Aaron, com Oslo toda enfeitada para o Natal, enquanto nevava e eu ria de suas piadas, era a cena mais perfeita e feliz que eu poderia imaginar. Eu literalmente não queria que acabasse! Quando chegamos no meu prédio, eu disse que não queria subir, queria ficar ali com ele. Ele me deu um beijo e um sorriso, que me derreteram, e seu telefone.

– Me liga, viu Aage?

– Não me chama assim! – Disse pela centésima vez.

– Tudo bem, Aage.

Tentei fazer cara de brava, mas simplesmente não dava! Era impossível conter o sorriso quando estava com ele!

Sentei-me no sofá ao lado do meu avô, ele assistia atentamente ao jornal. No Brasil, jornal é feito para anunciar mortes, aqui, era para anunciar mortes em outros países! Parecia que não tinham mortes suficientes para contar, tanto que faltava-se notícias. Alguns blocos eram preenchidos por: ‘’Homem pesca peixe de 15 quilos!’’.

Mas ele olhava para o repórter com muita atenção, como se cada detalhe fosse de extrema importância. Mas eu não tinha paciência para isso, abri a geladeira e peguei uns morangos, que comi caminhando pela casa.

Foi ai que eu me toquei. Não tinha dado notícias para minha ‘’família’’ do Brasil! Nem avia ligado para avisar que cheguei! Corri até o notebook e cai na real. 26 emails não lidos( 22 da Lia), 5 mensagens no Facebook, e várias no WhatsApp!

Todos os e-mails diziam o mesmo: Como foi a viagem???????Porque não me avisou????O que aconteceu??????

Resolvi entrar no Skype e falar com ela.

– Desculpa Lia! É que foi um estresse todo quando cheguei, dai fui logo pra cama! E hoje eu tive que sair com a minha vó.

– Não, tudo bem, só tava preocupada. E ai? Como foi? Tô louca pra saber! Você sabe que eu sempre quis sair do Brasil!

– Ah, foi ótimo. Tirando o fato que foram as piores 15 horas da minha vida!

– O que? Como assim? Tay, seu sonho é morar na Noruega!

– Não é isso. É que foram 15 só para refletir no por quê eu estou indo!

Ela ficou séria.

– Como é ai?

– Tudo é lindo! As ruas são tão fofas! E dá pra fazer tudo a pé, ou de transporte público rapidinho! Meus avós nem usam o carro deles.

– Que bom!

– Ah, eu tenho novidades! Conheci um garoto!

– Achei que você tinha saído com a sua vó.... – Ela olhou desconfiada.

– Sim, encontrei ele na rua e fomos no cinema!

Eu contei tudo pra ela, sobre o livro Bibo&Bie, o cinema, a pipoca derrubada e o beijo. Ela pareceu meio indiferente, como se não fosse nada demais. Fiquei meio brava. Poxa, eu tinha tido a noite mais feliz da minha vida e ela estava agindo assim?! Eu disse isso pra ela e ela ficou furiosa.

– Ah! Coitadinha da Tay! Foi morar na N-O-R-U-E-G-A, o MELHOR país do mundo pra se viver, mora com avós super ricos e já ficou com um menino! Tadinha!

Ela pareceu se arrepender. Eu quase chorei.

– Desculpa, Tay. É que eu só estou com inveja de você, por ter ido. E eu ter que acordar amanhã e ver as mesmas pessoas, os mesmos prédios feios, os mesmos postes, e você estando num país de primeiro mundo, numero 1 de IDH! Só fiquei com inveja.

Eu a entendia perfeitamente. Eu sempre quis morar aqui, desenhava no meu caderno um avião com eu dentro, escrevia histórias sobre uma menina que se mudava para Oslo. De um jeito, era meu sonho. Se não fosse o motivo da minha vinda, eu estaria vomitando felicidade.

– Tudo bem Lia. Tô com saudades de você! Posso te ligar amanhã? Aqui é nove horas, e eu já tô com sono.

Fui dormir com um pijama com desenho de porco. Era fofo. A gata da minha vó estava na minha cama, mexendo o rabo. Ela piscava os olhos lentamente, como se estivesse quase dormindo. E foi assim, o meu primeiro dia de verdade na Noruega. E eu não via como o segundo pudesse ser melhor.

– Mas eu disse para arrumar a mala! Porque não o fez? Eu disse claramente!

– Eu esqueci completamente! Desculpa vó!

Um fato: Não dá pra discutir com alguém em outra língua. Simplesmente não dá, você demora demais pra pensar e nunca usa a palavra certa. Eu acabei jogando umas roupas na mala, mas nem íamos dormir lá. A viagem foi de carro e silenciosa, mas ocasionalmente meu avô me perguntava algumas coisas, tipo: Andou praticando seu norueguês com alguma professora? ou Eu não acredito que sua mãe falava português com você em casa! Acho que ele só estava querendo quebrar o silencio, e ás vezes parecia que ele discutia com minha vó propositalmente para fazê-lo.

A casa parecia um chalé luxuoso, bem pequeno. Tinha dois quartos e 3 banheiros, um deles na área do quintal. Possuía uma grande mesa de jantar de madeira escura, já preparada com taças de vinho e pratos. Eu troquei de roupa e coloquei o vestido azul que havia ganhado, eu não queria me gabar, mas estava linda! Resolvi ir ao quintal tirar uma foto com ele, para dar sinal de vida no Facebook, mas estava ventando muito! O céu estava da cor dos meus olhos, cinzas profundos.

O jantar foi realmente bom, conversei bastante com meus avós e me senti em casa, já que agora, eu estava em casa. Depois eu resolvi dar uma volta na cidadezinha que ficava a casa. Tinha uma praça bem bonitinha, com uma fonte, lá tinham vários jovens reunidos. Eles usavam camisas laranjas vibrantes. Que horror. Quem usaria isso?

Me sentei em um banco e pude ler o que havia escrito em suas camisas: Grupo de Excursão 11.

Interessante, deviam ser turistas. Percebi que um garoto olhava fixamente em minha direção. Ele sequer piscava. Resolvi sair dali. Fui caminhando até a praia, por lá eu chegaria fácil até o chalé. Continuei andando e olhei para trás. Meu coração quase parou! O menino estava me seguindo! Ai meu deus! Aumentei o ritmo até perceber que estava correndo, e logo, ele também.

Bum. Eu cai na areia, pelo visto não se pode correr de salto! Tentei me levantar, mas vi que o menino estava parado bem na minha frente.

– Taylor Aage Grace. Estou te esperando a tanto tempo....


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Comentem!