Between Light and Dark - Pride escrita por LaraEHTeodoro


Capítulo 8
Henry Sunrise




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Em um primeiro momento, Henry tentou se desvincilhar do guarda, mas quando percebeu que não daria certo, desistiu.

“Uau, esse cara é mesmo rápido.”, pensou Henry. “e por sinal é forte e musculoso. Imagino que há um tanquinho aqui… Espera. Por que estou pensando nisso?”

– Calma aí, nervosinho. - disse o moreno alto, que por sinal se chamava Thomas e tinha sentado na base do grande pinheiro ao lado da entrada para o acampamento. - Pare de se debater.

– Nunca me deixarei ser preso sem resistência! - disse Nero, fazendo esforços em vão.

– Ta, ta. Tanto faz, Nero. Já estamos rendidos mesmo, então tanto faz. - falou Henry

Thomas começou a rir.

– Nero? Esse é o seu nome? Como o imperador que queimou Roma?

– Sim, o que isso tem de engraçado?

– Ei, Arthur, acho que já podemos confiar nesse cara! - disse Thomas, ignorando Nero.

Então ele e Arthur - que era um pouco mais baixo que Thomas, e vários quilos mais pesado, com pele que tendia mais para a pálida, e cabelos e olhos castanhos - , começaram a gargalhar e nem Henry pôde deixar de conter um risinho.

Então, um centauro bem alto com sua metade cavalo sendo branca, uma mulher loira de olhos cinzas e um homem moreno de olhos verdes chegaram à entrada. Automaticamente os cinco guardas levantaram e ficaram de prontidão. Henry já sabia quem eram: Quíron, Annabeth e Percy.

Ele notou que Nero se esforçava para não parecer admirado por Percy Jackson estar bem na sua frente. Na verdade, Henry pensava que todos haviam notado aquilo.

– Ora ora, não é todo dia que recebemos visitas dos inimigos. - disse Percy.

– Não somos visitantes, Perseu. - disse Nero, se recompondo - Viemos trazê-los para o Acampamento certo.

– Isso é mais estranho ainda. O que os faz terem uma atitude tão bondosa?

– Não sei. - disse Nero -, acho que imaginei que ele poderia ser meu passaporte para conhecer um herói que eu apreciava. Mas acho que a guerra torna isso um pouco mais difícil não é?

Percy pareceu surpreso com o possível elogio, mas permaneceu calado.

– Certo. Vamos interrogar esses dois na Casa Grande. - disse Quíron apontando para John e Sophie. - Quais são os seus nomes?

– John Shellwave e Sophie Highwind, senhor. - disse John parecendo uma anta paralítica de tão nervoso que estava.

– Certo. Nos acompanhem, por favor. E vocês, romanos, por ora, permaneçam aqui, por favor. Já chamaremos vocês. Thomas, fique aqui com eles.

– Sim senhor, Quíron. - respondeu Thomas.

– Já mandei vocês pararem com essa história de senhor isso, senhor aquilo. Nem sou tão velho assim.

E assim, Quíron, Percy, Annabeth, Sophie e John desceram a colina em direção à uma grande casa azul e branca que devia ser a Casa Grande. Logo que os cinco partiram, os guardas relaxaram e voltaram às suas posições de antes.

– Vocês não irão nos soltar? Sabe, minhas mãos estão doendo. - disse Henry.

– Hm, não, agora não. - disse Thomas.

– Por quê?

– Primeiro que vocês podem fazer alguma merda. E segundo que eu não estou a fim. Gosto de ver romanos indefesos.

– Não estamos indefesos. - disse Nero.

– Não? Tente se mexer.

– Sei que não conseguirei fazer isso.

– Então pronto. Está indefeso. Posso te matar a qualquer momento.

“Ai, caramba.”, pensou Henry.

– Ainda bem que mostrou sua covardia logo. - replicou Nero

– Covardia?

– Sim, ué. Você é covarde o suficiente para me matar enquanto estou preso. Nem para me soltar e garantir uma luta justa.

Os outros guardas ficaram alarmados.

– Alguém chame Lauren e Annabeth. - disse Arthur. - E rápido. Antes que dê merda. Muita merda.

O guarda que estava sentado embaixo de outra árvore logo se levantou e saiu correndo para chamar essa Lauren. “Quem será que é?”, pensou Henry.

Thomas começou a avançar para Nero sacando sua espada. Arthur se adiantou e colocou-se em sua frente, tentando impedí-lo.

– Thomas, qual é. Deixa pra lá. É só um romano perdedor que garantiu sua morte ao vir aqui.

– Então vou eu mesmo matá-lo. Ninguém me chama de covarde e sai vivo.

– Ah cara, eu já te chamei de covarde enquanto brigávamos e ainda to aqui.

– Você é meu amigo, dãr. É diferente. - disse Thomas revirando os olhos.

– Me devolva Bloodlust, me solte e lute como um homem de verdade. - disse Nero. - Ou você vai ficar de maricagem mesmo?

“Não cara, não piore as coisas.”, pensou Henry.

Então tudo pareceu acontecer em uma fração de segundos. Thomas levantou o braço para desferir um soco em Nero, mas foi impedido por uma garota baixinha e pálida - mas que mesmo assim parecia mortal - , de longos cabelos negros e olhos verdes que o abraçou por trás.

– Thomas! - gritou ela, com uma voz angelical. - Não faça isso, amor!

“Amor?”, pensou Henry.

Na hora Thomas congelou e virou para trás após alguns segundos. Olhou para o rosto da garota e pegou-o entre suas mãos.

– Lauren? Eu te machuquei?

– Não, eu to bem.

– Ótimo. Agora se afaste para que eu possa esmurrar esse romano de merda.

– Não, amor. Não hoje. Se acalma - disse ela enquanto se esticava para afagar os cabelos de Thomas.

“Que intimidade é essa?”, pensou Henry que não queria se tocar do que estava prestes a acontecer.

– Ele me chamou de covarde! Isso não pode ficar assim!

A expressão de Lauren ficou séria.

– E é mesmo se vai “matá-lo” sem ao menos deixá-lo lutar.

– Vai defender um romano? - perguntou Thomas demonstrando total incredulidade.

– Ah, cale a boca. - disse a semideusa e o puxou para um beijo bem melado.

Todos os guardas desviaram o olhar na hora, como se fosse um acontecimento cotidiano, mas Nero e Henry estavam ocupados ficando incrédulos e boquiabertos.

– Certo. Obrigado por me impedir de levar um soco completamente idiota, mas vocês precisam mesmo ficar se pegando aqui? - disse o senhor-quero-arranjar-briga-de-qualquer-jeito. Vulgo Nero.

Eles se desvincilharam do beijo e Lauren disse com uma expressão um tanto quanto raivosa:

– Cale a boca e me agradeça, romano.

– Calma aí, gatinha. Não vou agradecer, de novo só porque você me impediu de levar um único soco. Logo me desvincilharia e acabaria com ele.

– Você a chamou de...

Thomas não conseguiu terminar a frase, pois o chão começou a tremer. Primeiramente de leve, mas começou a ficar mais intenso.

– Ei, ei, ei. Se eu não vou matá-lo, você também não tem esse direito. - disse Thomas logo o tremor parou.

Lauren respirou fundo.

– É melhor deixar essa arrogância de lado por aqui, romano. Se quisermos, podemos atear fogo em você agora mesmo ou sacrificá-lo aos deuses. Ou os dois.

Nero ficou quieto e Henry, surpreso. “Ele vai desistir tão fácil assim? Ah, sim. Estamos em território inimigo.”

– O que está acontecendo aqui? - disse Annabeth que surgiu da Casa Grande. Depois de dois dos guardas contarem o ocorrido, a filha de Atena ficou um tanto quanto surpresa ao ouví-lo, e disse:

– Certo, não importa. Venham vocês dois. Já interrogamos seus amigos. Agora é a vez de vocês.

– Posso ao menos ficar com a minha espada por perto? - disse Nero, com uma voz leve. - E talvez queiram queimar uma mortalha para o antigo dono da kopis que encontrei por aí.

– O que quer dizer com isso? - perguntou Annabeth

– Olhem por si mesmos minha espada grega.

Arthur pegou a espada e leu as inscrições em grego.

– Ah não.

– Vamos, me dê logo isso. - disse Annabeth impaciente.

Quando leu aquilo, a mulher loira desabou de joelhos no chão, sujando sua calça de grama e lama, e os guardas que não estavam segurando Nero e Henry, foram ampará-la.

“Sinceramente, o Nero sabe como arranjar inimigos muito bem.”, pensou Heny.

– O que aconteceu com o Lian? - disse ela, com a voz fraca.

– Foi decapitado por falar muita merda durante uma batalha. - Disse Nero. - Falar merda sobre Roma. E sobre ter algo a ver com Mercúrio.

– Você. Simplesmente. Não tem esse direito! - gritou Annabeth avançando para cima de Nero - Eu espero que Hermes, Mercúrio tanto faz quem, eu espero que algum deles te de uma ótima punição, pois o que você merece é a morte!

– Parece que o clima esta ficando tenso aqui - disse Henry tentando acalmar os nervos.

– Lian… - disse a semideusa segurando o choro - Alguém peça para que Quíron ou Percy venham interrogá-los. Eu não estou me sentindo muito bem.

– Annie, o que faremos com a espada? - perguntou Arthur.

– Devolva para ele se Percy permitir. Posso até querer não dar para ele e colocar no porão. Talvez faça isso, depende de Percy. - disse ela, voltando para a Casa Grande.

“Uau parece que esse Lian era importante pra ela” Pensou Henry.

– Então. Quem é era esse tal de Lian? - perguntou Henry

Por um instante, Arthur pareceu hesitar em contar para Henry.

– Ah, você não tem permissão para falar. É isso?

Arthur olhou para Henry e olhou para frente novamente.

– Vinte e dois de dezembro de dois mil e vinte e dois - disse Arthur

– O que tem esse dia?

– Foi o dia em que Lian chegou junto com seu irmão acompanhado de Percy e Annabeth.

– Por quê?

– Percy e Annie estavam visitando a mãe de Percy em Nova York. Quando estavam descendo do metrô viram dois garotos andando, com olhos arregalados e carregando pedaços de madeira na mão. Pareciam famintos. Annie puxou Percy e os dois foram até eles.

“Ela perguntou se eles estavam bem e se precisavam de ajuda. Lian, o mais velho porém não tão velho, apenas seis anos, disse que ela poderia ajudar matando os monstros que estavam atrás deles. Annie olhou para Percy e os dois os levaram para a casa da mãe de Percy onde tomaram banho e comeram.

“Annie e Percy nunca tiveram filhos. Até porque se tivessem eles não poderiam morar aqui, pois aqui é um lugar só para semideuses. Ela os trouxe para cá, e meio que ‘adotou’ os dois. Com o passar do tempo começaram a chamar Percy e Annabeth de Pai e Mãe, mesmo sabendo que eram filhos de Hermes.

“Quíron permitiu que os dois morassem na Casa Grande, junto com Percy e Annie, fazendo com que a proximidade dos quatro fosse ainda maior - Arthur fez uma pausa e suspirou - Sou filho de Ares, mas Lian era meu melhor amigo, e conselheiro do seu chalé. Ele..

– Tinha saído a procura de Leith, seu irmão, que havia sumido junto com alguns outros semideuses. - era Percy Jackson que havia chegado na entrada do Acampamento - Há uma semana atrás, no dia que vocês disseram ter o encontrado, ele havia acabado de mandar uma mensagem de Íris para mim e para Annabeth. Lian tinha dito que estava voltando sem sucesso. Ele havia chorado por não ter encontrado seu irmão.

“Por isso seus olhos estavam vermelhos” Pensou Henry.

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Percy, fazendo com que Henry se arrependesse de ter perguntado.

– Eu poderia matá-los, mas isso além de ser contra meus princípios, não o traria de volta.

Henry olhou para Nero, que não demonstrava nenhuma emoção, muito menos um pingo de piedade. Essa era uma das coisas que Henry não gostava em Nero.

– Ai meus deuses, me perdoem por ter perguntado. - disse Henry.

– Tudo bem. Vamos começar o interrogatório logo, já está escurecendo e se forem condenados indignos de ficaram aqui, serão executados no Jantar, como oferenda aos deuses.

– Percy? - disse Lauren, finalmente se pronunciando após ter soltado algumas lágrimas.

– Diga, Lauren.

– Gostaria de ver o interrogatório deles. Principalmente desse aqui. - disse ela apontando com certo tom de desprezo para Nero.

– Claro, maninha.

– Certo, vamos. - disse Lauren com a voz ligeiramente embargada.

“Aquele Lian deveria ser muito querido entre todos mesmo.”, pensou Henry. “E bem, já que Nero o matou, acho que seremos dificilmente aceitos aqui.”


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