Between Light and Dark - Pride escrita por LaraEHTeodoro


Capítulo 5
Nero Shadowing




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Nero estava fazendo mais uma patrulha, ao lado de seu fiel escudeiro Henry. Desde o ataque dos gregos, a segurança em volta do Acampamento Júpiter foi reforçada. Ah, os gregos. Por dezesseis anos eles conseguiram viver em paz.

O ataque foi muito estranho. Depois dos sete grandes semideuses, dos quais haviam três romanos, conseguiram a paz entre os acampamentos grego e romano. Ambos tinham acesso livre entre eles. Um grande erro cometido. “Mais um erro do grande pretor Frank Zhang”, pensou Nero.

Desde o ataque, ele começou a anotar mentalmente todos os erros que Frank havia cometido depois que voltou da guerra contra Gaia. Começou a fazer inúmeros tratados com os gregos, mais especificamente com aquele tal de Percy Jackson e sua namorada, Annabeth Chase.

Mas alguns foram bons. A maior parte das dificuldades que ambos os acampamentos tinham, conseguiram ser resolvidas facilmente, por conta de habilidades que os outros tinham. Muitas práticas novas foram aprendidas. Houve um programa, tipo um estágio que Frank colocou em que um certo número de romanos ia para o Acampamento Meio-Sangue e um grupo de gregos vinha para o Acampamento Júpiter.

Mais ai, de repente, toda a confiança entre os dois foi por água a baixo. Eles atacaram, e acertaram seu ponto mais fraco; o maior pretor romano vivo: Frank. Quando Hazel, esposa de Frank, foi falar com os gregos, disseram que também foram atacados pelos romanos. E mataram não só um, porém dois dos sete grandes semideuses: Jason Grace e Piper McLean.

Percy visitou o acampamento romano, junto com Hazel mas não foi ouvido e quase morto. Desde então as coisas mudaram. Todo grego que aparece, é preso e executado em praça pública. Nero ainda via Percy como um grande herói. No acampamento, histórias sobre a jornada dos sete eram contadas.

Nero, mesmo com raiva dos gregos, não podia deixar de admitir que Percy era um dos maiores, se não o maior semideus de todos os tempos. Ele não percebeu, mas parou no meio do caminho.

– Ei, você está bem? - perguntou Henry com seus cabelos loiros balançando conforme o vento soprava.

Nero tinha inveja disso. Quer dizer, claro que o cara é filho de Apolo, mas um cabelo loiro perfeito não é pedir demais, certo? Ainda mais com aqueles olhos castanhos que combinavam, de uma forma que Nero não sabia explicar, com os cabelos. Ele também podia ter herdado um pouco de beleza em vez daqueles cabelos escuros e olhos castanhos sem graça.

– Sim, estou. - respondeu.

Henry não acreditou, mas não respondeu e os dois continuaram caminhando rente ao muro, observando e aguardando. Já era a terceira patrulha que Nero e Henry faziam essa semana e ainda não havia acontecido nada. Nero ainda esperava alguma emoção.

Ele nunca tinha saído para uma missão, mesmo sendo um Opitio, nunca foi selecionado. “Eu sou filho de Mercúrio, eles precisam de mim. Eu sou muito útil, não sou?” pensou Nero, essa pergunta vivia o atormentando. Será que era mesmo útil?

Alguns dias antes de Frank morrer, quando Nero estava de guarda pessoal de Frank, fez essa pergunta. Mesmo Frank sendo um cara novo, já havia passado por muita coisa. Ele era um homem sábio. Nero de repente começou a lembrar desse dia:

– Senhor? - perguntou Nero.

– Diga.

– Se eu não for incomodar, gostaria de lhe fazer uma pergunta.

– Pergunte.

– Bom, é que o senhor já passou por tanta coisa, conheceu tantos semideuses, tanto gregos quanto romanos, então, eu queria saber: eu sou útil?

– Bom, você tem razão, conheci muitos mesmo. Quando eu estava a bordo do Argo II, Percy me contou uma história. Bom você já deve ter ouvido a história da guerra contra os Titãs, certo?

– Sim, senhor.

– Ele me contou, que uma filha de Afrodite, o lado grego de Venus, se vestiu como uma filha de Ares, o lado grego de meu pai, e comandou a tropa de Ares contra um Drakon, e morreu lutando. Moral da história, todos os semideuses são úteis, mesmo sendo filho de Netuno, Venus ou Somnus.

– Obrigado, senhor.

Nero estava meio que num transe, o que sempre acontecia quando lembrava disso. Ele e Henry estavam andando pelo portão principal, aquele lugar era por onde os gregos haviam entrado.

– Nero, olhe! - disse Henry.

Ele apontava para um movimento anormal que existia. Quando Nero prestou a atenção viu dois semideuses sendo perseguidos por cerca de vinte monstros.

– MONSTROS SUBINDO A COLINA. DOIS SEMIDEUSES EM PERIGO! - gritou Nero.

Logo os portões se abriram e a Décima Segunda Legião Fulminata estava lá, pronta para atacar. Augustus Bates, O Pretor, apareceu.

– Nero, qual o problema? - perguntou Augustus.

Nero apenas apontou. Augustos arregalou os olhos e disse:

– Nero, leve os dois para dentro em segurança. Henry, vá com ele. - Nero assentiu e ele e Henry foram descendo em direção aos dois.

– DÉCIMA SEGUNDA LEGIÃO - continuou Augustus - ATACAR!

Nero conseguiu pegá-los a tempo, pois a Legião descia a colina correndo em direção aos monstros. Nero ajudou-os e os levou para dentro. Os dois estavam sujos, machucados e cansados. Nero os levou para a enfermaria e lá eles foram curados e limpos.

– Sou Nero, prazer - disse Nero estendendo a mão para o garoto.

– Sou John. John Shellwave. Essa é minha namorada Sophie Highwind. Muito obrigado.

Nero fez uma pequena reverência com a cabeça, mas não pôde prolongar muito a conversa, pois Augustus adentrou a enfermaria, a procura dos dois.

– Então esses são os dois azarados - disse Augustus rindo - Augustus Bates, Pretor filho de Belona. E vocês são?

– John Shellwave. E essa é minha namorada Sophie Highwind. Não sabemos de quem ela é filha, mas eu sou filho de Poseidon. Tivemos uma viagem difícil até chegar aqui.

Augustus mudou totalmente de humor quando John mencionou ser filho de Poseidon.

– Nero, leve esses dois gregos aqui para a cela.

– Sim, Senhor. Vamos. - disse Nero puxando os dois.

No caminho John perguntou, confuso:

– O que fizemos de errado?

Nero continuou calado, por um lado queria prendê-los pois eram gregos, por outro não conseguia, afinal, John era filho de Poseidon e filhos de Poseidon tendem a ser grandiosos.

Nero sabia o caminho exato para o Acampamento Meio-Sangue. E se os ajudasse a fugir? Se os levassem até lá, será que seria morto pelos gregos? Ou até mesmo ficar lá com eles e poder conhecer Percy Jackson?

– Me escutem, os ajudarei a sair daqui, hoje de madrugada, estão me ouvindo?

– Mas se sairmos daqui não teremos para onde ir.

– Eu os levarei até o acampamento grego.

Nero percebeu a gratidão nos olhos de John. Levou-os até a cela e saiu. Foi atrás de Henry tentar convencê-lo a entrar nessa junto com ele.

– Nero! - era Henry - Te achei!

Nero olhou para o amigo por um instante tentando decidir se ele parecia disposto a ir com ele ou se ele negaria e contaria ao pretor. Como Henry e Nero eram amigos há muito tempo, decidiu que muito provavelmente o outro aceitaria.

– Henry, eu tenho uma ideia.

– Ideia? Vindo de você isso nunca é bom.

– Cale a boca e me escute. Você nunca quis conhecer o acampamento grego?

– O quê? Ah, já, claro que sim. Mas por quê?

– Que tal levarmos os dois gregos recém chegados até lá? - Nero deu uma pausa esperando o amigo absorver a pergunta.

– Nero, se fizermos isso nunca mais poderemos voltar ao Acampamento Júpiter.

– E se ficarmos por lá?

– Acha que aceitariam a gente?

– Acho. Aliás, levamos dois novos campistas para lá em segurança.

– Nero, não acho que isso será uma boa ideia.

– Escute. Irei fazer isso com ou sem você. Sempre quis conhecer o Acampamento Meio-Sangue e Percy Jackson. Essa é a minha chance.

– Conhecer Percy Jackson? Você ficou louco?

– Você vem comigo ou não?

– Claro que vou. Ia concordar de qualquer jeito e você sabia disso. Só fiz aquelas perguntas pra ter certeza se você queria isso.

– Idiota. - disse Nero dando um soco de brincadeira no braço de Henry.

– Vamos, qual é o seu plano?

– É um plano muito elaborado. Não sei se você vai compreender muito bem.

– Desembuche.

– Certo. É o seguinte: vamos à sala de armaduras, pegamos o mínimo necessário para nós quatro e partimos quando todos estiverem no jantar.

Henry esperou Nero falar mais alguma coisa, mas quando este não o fez, suspirou e perguntou em tom de deboche:

– Esse é o seu “plano muito elaborado”?

– Vamos, temos que nos apressar. O jantar começa daqui uma hora.

– Certo, vamos.

***

Após pegar as armaduras, Nero e Henry voltaram até a cela para perguntar se Sophie precisava de uma arma e para devolver a espada de John.

– Certo... Sophie né? - perguntou Nero

– Sim

– Certo, sabe manusear uma espada?

– Mais ou menos.

– Bom, se for assim, temos um pequeno problema.

– Por quê? - perguntou John

– Pelo simples fato de que possa ocorrer uma pequena resistência se descobrirem que vocês estão tentando fugir.

– Ah, certo.

– Sophie.

– Sim, John?

– Tem certeza de que quer a espada?

– Amor, claro que tenho. Desde que a gente fugiu a única coisa importante que eu fiz foi ter jogado um raio. Eu quero fazer mais que isso.

– Mas você faz mais do que isso. Você está aqui comigo, isso é importante.

– Ok, chega vamos parar de melação - disse Nero chamando a atenção deles e pensando sobre a parte do “jogar um raio” - Temos trinta minutos até dar a hora da fuga. Sophie, quer tentar aprender o básico?

– Sim.

– Ok, então aí vamos nós.

– Nero? - disse uma voz vinda da saída. Era Mark, o guarda da cadeia.

– Oi, estou aqui - disse Nero indo na direção da voz - Diga Mark.

– Então cara, é que eu to morrendo de fome e deu o horário da janta, então eu queria saber se você podia ficar no meu lugar.

– Claro que sim, Mark. É pra isso que os amigos servem, não?

– Sim. Valeu mesmo.

Nero então voltou para a cela de John e Sophie.

– Certo, graecus, vocês tem muita sorte, muita sorte mesmo.

– Se você considera ser atacado por um monstro a cada segundo, somos extremamente sortudos então.

– Não estou falando disso, aliás, isso é extremamente normal. Estou falando sobre fugir. O cara que estava de guarda, saiu para comer, e me pediu para tomar o lugar dele. Vocês entendem como isso é bom?

– Claro que sim. Podemos ser novos em tudo isso mas sabemos o que é uma boa oportunidade quando vemos uma. - respondeu Sophie, ligeiramente irritada.

– Como por exemplo entrar clandestinamente num navio - disse John olhando para ela e rindo.

– Certo - disse Nero - É agora ou nunca.

Nero destrancou a cela e deu-lhes as armadura. John parecia não ter dificuldade em colocar a sua, mas Sophie não demonstrou o mesmo. Estava olhando confusa para as amarras laterais.

– Ajuda? - Nero perguntou.

– Não, estou bem.

– Não é o que parece. Deixe que eu coloco em você.

Sophie enrubesceu e John, que já havia acabado de colocar a sua, logo elevou a voz ligeiramente irritado:

– Não precisa, eu ajudo ela.

– Ok cara, calma. Eu só ia colocar a armadura nela.

– Eu sei, mas eu faço isso.

– Ta bom então, mas vamos logo.

Sophie lançou a John um sorriso de agradecimento que Nero achou patético. Não havia tempo para sentir ciúmes agora.

Depois de John terminar, Henry começou a ensinar técnicas de luta básicas à Sophie, enquanto Nero explicava a John um resumo de tudo que aconteceu no passado, desde a guerra contra os Titãs até a atual segunda guerra entre os acampamentos.

– Mas para que guerra? Vocês todos são semideuses! Deviam confiar mais uns nos outros. - questionou John com um ar incrédulo.

– Nem todos pensam como você. Lembre-se que há muitas eras os gregos e romanos têm essa rivalidade entre si. Não é uma coisa atual.

John não parecia ter se convencido, mas ficou calado sobre o assunto.

– Certo. Mas então quer dizer que sou irmão de um semideus super famoso, legal e poderoso?

– Bem, sim.

– Isso é muito legal.

Nero revirou os olhos. “Ele é patético.Tomara que Percy Jackson não seja assim também”, pensou ele.

– Bom, vamos indo. Fiquem bem atrás de mim e de Henry - disse Nero fazendo sinal para que John e Sophie os seguissem.

Eles saíram andando. Ao chegarem na porta de saída, Nero olhou para os lados afim de ver se vinha alguém, quando percebeu que não, disse:

– Ok, coloquem os elmos.

John e Sophie os colocaram.

– Vamos - disse Nero sinalizando para que os dois o acompanhassem novamente - Henry você fica atrás deles, caso eles resolvam nos sacanear.

– Espera, quem pensa que nós somos? - disse John parando de andar.

– Cara, vocês não tem senso de humor? - disse Nero rindo - Vamos.

Os quatro continuaram andando, passaram por algumas pessoas. Nero não podia negar que tinha algum medo, mas não o demonstrava. Seu pai nunca tivera medo, e ele nunca o demonstrava. Alguns Legionários passaram por eles, mas nenhum fez perguntas. De repente Mike, outro Opitio passou.

– Ei Nero, ta indo pra onde? - perguntou Mike.

– Estou levando esses dois lá pra fora pra treinarem patrulhamento.

– Posso ir?

– Não, melhor não.

– Ah, ok. Parabéns por prender aqueles gregos miseráveis.

Nero percebeu que atrás dele, John cerrou os punhos.

– Ah, obrigado. Já vamos indo.

Mike se despediu e continuou a andar. Os quatro logo saíram em direção ao portão e, quando chegaram, Nero mandou outros romanos abrirem-no. Logo o obedeceram e os quatro saíram. John e Sophie nunca estiveram tão felizes por estarem a mercê dos monstros.

– Continuem andando, não tirem os elmos, ainda não - disse-lhes Nero.

– Porque? - Questionou John.

– Vocês não querem ser reconhecidos, querem?

– Claro - disse John revirando os olhos.

– É, você é muito mais burro do que eu pensei. Podem tirar os elmos se quiserem.

– ELES FUGIRAM! OS PRISIONEIROS FUGIRAM! - gritou o sentinela.

– Tudo bem. Agora corram - disse Nero.


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