Novos Começos escrita por Tenshikass


Capítulo 31
Capítulo 31 - Vermelho é a cor mais quente.


Notas iniciais do capítulo

AVISO: O cap. contém cena de relação sexual (não é explícita).

Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/500764/chapter/31

Ele saiu pela janela e eu permaneci atirada na cama. Não era só a noite quente ou meu corpo que ferviam, minha alma queimava envolta de uma chama agradável, era a única coisa que me dizia que aquilo não tinha sido um sonho. Seu gosto, seu cheiro misturado à uma fragrância de perfume levemente amadeirado, seu lábios macios, sua língua molhada, o ônix de seus olhos brilhando como eu nunca tinha visto antes, o contato das nossas peles e as lágrimas que derramamos juntos... Eu jamais me esqueceria daquele beijo, mesmo que em minha mente um dia se apagasse, meu corpo sempre se lembraria. Cada fibra do meu ser tinha reagido ao beijo de Sasuke e eu não conseguia imaginar sensação melhor em todo o universo. Imaginei que quando suas lágrimas vieram à tona, ele estava pensando no mesmo que eu: todos os momentos em que passamos juntos, choros e risadas, todos os momentos em que nos negamos e agora aquela paixonite de crianças tinha explodido em amor e desejo. Sim, amor. Em certo ponto eu já tinha desistido de que um dia sentiria que estava amando e sendo amada por ele, mas agora, sem que ele precisasse me dizer isso, eu o amava e se ele estivesse disposto à me amar de volta como eu achava que estava, eu me entregaria por inteira sem recuar sequer mais um passo.

— Eu vou te agarrar e nunca mais vou soltar, Uchiha. — Sussurrei enquanto minhas mãos passeavam em meus lábios e corpo, eu ainda registrava cada pedaço do nosso momento e poderia ficar parada ali até que ele voltasse “E recomeçasse de onde parou”, sorri me lembrando de suas últimas palavras antes de sumir na calorosa noite.

...

— Ele te beijou no escuro do seu quarto, no meio da noite? — Ino se inquietava na carteira da sala como se fosse começar a pular.

— Tecnicamente, eu o beijei antes que ele fosse embora. — A lembrança do meu coração acelerado quando em uma decisão rápida eu segurei sua mão o impedindo de continuar andando para minha janela preencheu minha visão, corei.

— Tudo isso depois de ele contar uma história pra lá de triste, depois de toda aquela confusão no teatro... Droga, como vocês conseguem ser tão absurdamente românticos? — A loira fechou os punhos e fez um bico.

— Shakespeare invejaria vocês dois. — brincou Hinata, estávamos passando a aula livre em sua sala, com a última semana de aula antes das férias se aproximando, esses períodos livres eram maiores.

— Ino, você e o Gaara se beijaram pela primeira vez seminus na piscina da escola depois de você sair aos prantos do palco por achar que ele tinha outra, quando na verdade ele só estava com medo da intensidade do que sente por você. — A Yamanaka corou. — E você, Hina, escreveu um bilhete que enfiou na roupa dele e ele te levou para a paisagem mais linda da cidade para se declarar, te beijando debaixo de uma árvore, que é praticamente o símbolo da amizade de vocês que viviam soltando pipas e subindo nas árvores para desprendê-las. — Hinata ficou mais vermelha que a blusa que estava usando, que, aliás, era do Naruto.

— Com você descrevendo assim. — Ino riu sem graça.

— O romance sempre fica mais interessante quando somos espectadores. — Pisquei para as duas. — Mas pelo menos vocês foram pedidas em namoro logo em seguida. Eu ainda tenho que esperar o último bilhete “secreto” que ele está tramando. — Suspirei e apoiei meu rosto em uma das minhas mãos, olhei pela janela e meu peito se apertou, eu estava com saudades, era estranho não o ver na escola, a suspensão parecia mais um castigo para mim do que para ele.

Mesmo com Sasuke me encontrando de manhã para tomar café e, nessas ocasiões, eu conseguisse roubar alguns selinhos que o deixavam visivelmente perturbado — com cara de que imploraria por mais se fosse menos centrado e orgulhoso — foi a semana mais longa que eu já tive sem a sua presença no colégio.

...

Não era incomum estar chovendo um pouco mesmo estando na primavera, daqui poucos dias estaremos no final de junho e começo do verão, essa instabilidade no clima era natural. “Mas tinha que chover logo agora?” Eu já estava quase toda molhada e pensei em voltar para casa, mas não queria dar um bolo em Neji. Desde que ele tomara a iniciativa de me convidar para sair, meu interesse nele aumentou consideravelmente. E ele era lindo, cara, como era lindo. Eu esperaria mesmo encharcada, talvez ele percebesse o quanto estou disposta a conhecê-lo melhor, ou só se desse conta de que eu realmente sou maluca.

— Karin. Acho que demorei um pouco demais. — Ele disse se aproximando por trás de mim, colocando um guarda-chuva sobre minha cabeça.

— Oi, Neji. Acho que eu que me adiantei demais, confesso que esqueci o horário certo da sessão e preferi sair mais cedo de casa. — Respondi apontando para o cinema. — O que não faz diferença agora, preciso voltar pra casa para me trocar. — Afirmei suspirando.

— Eu tenho uma sugestão, que já antecipo, poder ser um pouco estranha, ou você pode achar... rápido demais. — Ele não parecia nervoso, mas algo nos seus olhos me diziam o contrário.

— Hm, e o que seria?

— Poderíamos passar no mercado, comprar algumas coisas e ir para sua casa, talvez assistir um filme lá... O encontro não precisava terminar aqui, assim. — Ele sugeriu e virou o rosto em direção ao cinema, percebi que era para que eu não o visse corando, mas vi, meu coração pulou dentro do peito. “O encontro não precisava terminar aqui, assim!!!”

— Ok. Perfeito, vai ser bom ter um convidado naquela casa mal-assombrada. — Tentei soar o mais natural possível, sendo direta e irônica como sempre, mas o meu corpo se arrepiou e não era por estar toda molhada.

— Certo, vamos rápido, pra você não acabar pegando um resfriado. — Ele disse e com um gesto delicado colocou meu braço por cima do seu, que estava dobrado enquanto ele segurava o grande guarda-chuva e o comentário mais bobo e clichê passou bela minha cabeça “Você anda malhando? Tem dado bons resultados”, mas não o fiz, começamos a andar juntinhos até o mercado mais próximo, depois até minha casa.

...

— Não repara a bagunça, tia Kushina me faz passar a maior parte do tempo na casa dela. — Falei enquanto ele passava pela porta e eu colocava seu guarda-chuva encostado ao lado da parede.

— Caramba. Que incrível.

O Hyuuga disse e parou no meio da minha sala — era um cômodo espaçoso, com uma mesa de centro no meio, uma lareira no canto e dois sofás, um próximo à janela que dava vista para rua e o outro em seu lado oposto do outro lado da mesa, no fundo o espaço ainda se estendia com um pequeno móvel do lado direito e todo o espaço livre ao redor estava cheio de quadros, pendurados, no chão, ou apoiados em cavaletes de madeira. Meus pincéis e tintas estavam espalhados por uma pequena mesa branca no lado esquerdo da sala. Para além disso, duas grandes portas de vidro no lugar de uma parede, davam acesso à uma pequena área nos fundos da casa, com um piso de madeira, uma jacuzzi, três cadeiras do tipo “esteira de praia” e uma mesa com um guarda-sol fincado no meio.

— É, você descobriu meu segredinho sujo. — Falei rindo.

— Não imaginava que você fosse uma pintora, você nunca disse nada. — Ele me encarou curioso.

— Eu não costumo falar desse meu lado, só quem sabe é quem vem até aqui, no caso minha família e agora você. — Dei de ombros. — Eu não posso me dar ao luxo de que descubram que eu posso ser sensível, você sabe. — brinquei.

— Claro, coisa de artista. — Ele brincou de volta e me surpreendeu, será mesmo que eu despertava um outro lado no Hyuuga?

— Então, logo ali fica a cozinha. — disse apontando para uma porta no lado direito. — E o único quarto da casa junto com o banheiro, ficam naquela porta. — Apontei agora para o lado esquerdo. — Eu vou tomar um banho e me trocar, você vai ter tudo o que precisar na cozinha.

— Ok. — Ele respondeu e pegando nossas sacolas do mercado se dirigiu à cozinha, quando ele sumiu de vista, eu corri para o meu quarto.

Eu estava nervosa, era estranho estar tomando banho com um garoto do outro lado da porta do quarto, me esperando. Bem, é claro que eu inclusive já tinha tomado banho junto com outra pessoa, mas era diferente, Neji não era só mais um que eu peguei em uma balada só para me divertir. Sua presença me deixava nervosa e eu oscilava entre o querer e a apreensão. Éramos opostos, eu falava alto, na maior parte do tempo era cínica, a garota rebelde emancipada que fazia o queria com quem queria, como ela diria, a Rainha Jalapeño e, nas horas vagas, pintava umas coisas. Já o Hyuuga bonitão, era reservado, focado, um tremendo esportista que mal falava com seus amigos próximos e se você o encarasse por tempo demais, se sentiria desconfortável com seu olhar um tanto sombrio, indiferente. Talvez fosse o enigma que ele representava que me atraía, mas eu não sabia se ia valer à pena o desvendar.

— Servida? — o moreno me ofereceu um copo de vinho quando me viu saindo do quarto, ele havia preparado metade das coisas que compramos e colocado na mesa de centro, aberto uma das garrafas de vinho e disposto duas almofadas grandes no chão para que nos sentássemos.

— Claro, por favor. Acho que eu não tenho taças né. — Observei enquanto ele enchia meu copo e eu me sentava.

— Não, não tem. — Ele riu e pensei que poderia passar a noite inteira contando piadas só para ver aquele sorriso. — O que foi? — perguntou, eu passei muito tempo o encarando em silêncio e com certeza minha cara estava vermelha.

— N-Nada, nada, acabei viajando sobre ter que comprar mais coisas pra casa. — Dei um gole no vinho e quase tomei metade do copo, eu precisava me controlar.

— Não entendo muito de decoração ou coisas assim, mas se precisar de ajuda.

— Já está marcado nosso segundo encontro então, em uma loja de departamentos. — Não me aguentei e ri.

— Combinado. — Ele sorriu e levantou o copo para brindar comigo.

A chuva não caía mais lá fora e a casa estava abafada. Conversamos sobre muita coisa durante horas, desde o nossos desentendimentos familiares aos assuntos mais triviais, planos para o futuro, namoros. Para minha surpresa, quando a conversa ficou mais íntima ele revelou que havia estado com apenas duas mulheres, que era difícil ele se interessar por alguém.

— E você, Karin? — perguntou me olhando intensamente, parecia um cara totalmente diferente do que eu conhecera no colégio.

— Eu o que? — Ele apenas riu e balançou a cabeça de um lado para o outro. — Ah, não importa, quer dizer, se foram um ou dez... — Respondi por fim, olhei para cima tentando disfarçar, eu sentia meu rosto queimar, devia estar corando violentamente, mas pelo menos fui sincera.

— Realmente não importa, mas assim eu sei que vou ter que me esforçar um pouco mais então...

O comentário me pegou de surpresa e ele se aproximou. Primeiro, colocou uma mexa do meu cabelo solto atrás da minha orelha deixando meu rosto livre. Depois passou o polegar nos meus lábios, nossos olhos se encontraram e foi como se eu mergulhasse na via láctea. Aquelas nuvens não estavam mais nubladas, pelo contrário, me pediam para dar mais um passo e eu cedi. Num impulso me joguei para frente e o beijei — e a resposta foi imediata. Ele passou uma mão pela minha cintura e a outra pelos meus cabelos, nos aproximando. O contato dos nossos corpos me fez esquentar ainda mais, àquela altura todo o efeito do vinho tinha desaparecido e os meus sentidos estavam mais despertos do que nunca. Nossas línguas pareciam dançar juntas, nossas bocas se devoravam como se fossem feitas uma para a outra, um beijo nunca tinha me deixado tão acessa, eu não queria parar, mas depois de um tempo nos afastamos um pouco, ofegantes em busca de ar. Neji corava intensamente, minha cabeça começou a pensar em várias coisas ao mesmo tempo “O que estou fazendo?” “Não estamos indo rápido demais?” “O que realmente sabemos um do outro?” “O que eu sinto por ele?”, mas apenas uma permaneceu quando nossos olhos se cruzaram mais uma vez “O que eu quero?”, foi fácil saber o que, aproveitando que ele estava sentando e tinha se recostado no sofá, subi em cima dele, sentando-me em seu colo, o prendendo com minhas pernas dispostas uma de cada lado. Ele segurou minha cintura e deslizou suas mãos por dentro da minha blusa até chegar na base dos meus seios. Seus olhos não se desgrudavam dos meus e finalmente eu tinha achado algo em comum com o Hyuuga — o fogo. Me inclinei e passei a mão pelo seu pescoço afastando seus cabelos, os prendi com as mãos para trás e depositei um beijo em seu pescoço, seguido de uma lambida, ele se arqueou para frente e soltou um gemido contido, subi meus beijos até tomar novamente sua boca e comecei a me mover suavemente, sentindo o roçar dos nossos corpos. Ele retribuiu o beijo ferozmente, apalpou meus seios por cima do sutiã e tornou a descer as mãos para baixo, apertando minha cintura.

— Podemos parar por aqui, se você quiser... — Eu disse ofegante enquanto dava leves mordidas em seus lábios.

— Eu adoraria continuar, se você quiser... — Ele respondeu e então segurou meu pescoço, o colocando levemente de lado e começou a lambê-lo.

— Vamos nessa. — Foi tudo o que consegui responder enquanto delirava com aquela língua quente umedecendo a minha pele e outra áreas que ele ainda nem tinha tocado. “A conversa pode ficar para depois”

Com muito esforço o deixei por um instante e voltei do quarto com um pacote de camisinhas. Em poucos segundos nenhum de nós dois estava mais vestido e agora fomos para o sofá, a posição era a mesma — ele sentado e eu em cima. Nossos beijos eram mais intensos e nossas mãos exploravam todos os lugares, nossos corpos pulsando um no outro. Suas mãos apoiaram minhas costas me segurando do jeito mais sexy e firme que eu já tinha sido tocada, seus lábios beijavam o meu pescoço, minha clavícula e iam descendo até me enlouquecer. Com um movimento suave, ele me ergueu um pouco e nossos corpos se encaixaram devagar — AAAAAHN — gemi alto, não conseguia mais me controlar. Me inclinei em sua direção e comecei a me movimentar, subindo e descendo, o apertando com as minhas coxas — HMMMM KARIN — ouvi-lo gemer meu nome alto com aquela voz rouca me fez jogar o dorso para trás, meus cabelos reagiram ao movimento e se espalharam no ar, suas mãos me trouxeram para perto do seu peitoral, me abraçando. Ele colou a boca na minha orelha enquanto se movimentava embaixo de mim, cada vez mais fundo e mais rápido, então disse com a voz embargada:

O vermelho... simboliza a chama que mantém vivo o desejo... o amor... e a paixão... e... — Ele aumentou a velocidade enquanto me prendia ao seu corpo, eu me movia sincronizada com os seus movimentos, o ar me faltava nos pulmões e meu coração parecia que pularia para fora do meu peito, mas eu estava em êxtase e todo o resto parecia trivial. Neji aumentou ainda mais seus movimentos e juntos, enterrados um no pescoço do outro, chegamos ao ápice com um grito abafado por nossos cabelos.

Nos separamos um pouco e nossos cabelos estavam entrelaçados, nossos corpos suados. Recuperando o fôlego, o moreno segurou o meu rosto e me beijou de um jeito terno. Se afastou dos meus lábios e colou sua testa na minha, olhou no fundo dos meus olhos e completou o que sussurrara no meu ouvido alguns momentos antes.

...e o vermelho é a cor mais quente.

Pela primeira vez desde que havia me mudado para aquela casa, eu decididamente usaria aquela jacuzzi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Novos Começos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.