Novos Começos escrita por Tenshikass


Capítulo 30
Capítulo 30 - Feridas que não se fecham.


Notas iniciais do capítulo

Só queria dizer que eu chorei escrevendo este capítulo, acho que ando (eu sou) muito emotiva rs.

Boa leitura ♥



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— Como ele está, Sagi? — Sakura perguntou quando eu me aproximei do portão de saída. Naruto, Sasori e eu acompanhamos os irmãos Uchihas para a diretoria antes que os seguranças chegassem ao prédio do teatro.

— Mais calmo agora, vai passar em casa para pegar algumas coisas e disse que ficará com o Naruto por uns dias. Ele e Itachi foram suspensos por uma semana, então só aparecem por aqui depois das férias agora. — Suspirei e cocei minha cabeça.

— Entendo... — Eu odiava ver minha irmã mais nova naquele estado, lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto vermelho de tanto chorar e ela nem fazia esforço para impedi-las, mas eu não podia culpá-la, ver aquela cena tinha mexido com todos nós.

— Não fica assim, Sa. — A abracei forte. — Eu falei com a Konan e achamos melhor desmarcamos nossos planos, ela até pediu uma folga no trabalho para ficar com o Itachi. Naruto vai se encarregar do Sasuke e eu de você. Vamos pra casa, você tá precisando de sorvete de morango, um filme horrível e dormir nos braços do seu irmão mais velho, o que acha?

— Tudo bem. — Foi tudo o que ela me respondeu, sabia que ainda ficaria assim por um tempo, no automático, enquanto seus pensamentos à dominavam e tentavam se organizar. Ela se separou de mim e enxugou as lágrimas, tomamos o caminho para casa.

...

— Se sentindo melhor? — Entrei no meu quarto depois de uma hora, por algumas vezes passei pela porta fechada e ouvi meu melhor amigo chorando lá dentro. Agora ele estava sentado na minha cama com a cabeça enterrada entre os joelhos.

Quando chegamos na minha casa, minha mãe já sabia de toda a história, seu rosto era aflito, ela sentia muita pena pela situação do Uchiha mais novo e acabou que nem recebemos um sermão. Karin correu para contar a ela sobre a fatídica briga enquanto eu levava Sasuke para pegar suas coisas em casa, por sorte, Itachi tinha ido direto para a oficina junto com seus amigos e não o vimos por lá.

— Não sei se tem como eu me sentir melhor em relação a ele, Naruto. — Ele levantou a cabeça para me encarar, sua cara estava péssima.

— Não é verdade, Sasuke. Eu te conheço a minha vida toda, literalmente nascemos apenas com uma semana de diferença de um para o outro e nossos pais já eram amigos. Você e Itachi eram inseparáveis por uns anos e...

— E tudo mudou, cedo demais e esses bons anos foram apagados. — Ele me interrompeu de forma ríspida. Eu não tinha um irmão mais velho, mas considerava Sasuke como um e não acreditava que as coisas fossem tão simples ao ponto de ele simplesmente odiar Itachi e a relação deles não ter mais solução.

— Você nunca me contou o que fizeram nesse último ano em que estiveram fora, achei que teriam se unido. — perguntei mesmo correndo o risco de ele se levantar e ir embora.

— Podemos não falar sobre isso? Me desculpa, Naruto, eu sei como se sente e sei que não devia ter brigado com ele daquele jeito, mas esquece essa ideia de nos reaproximar ou concertar. Na vida existem feridas que não se fecham, que não se curam. Eu perdi a minha mãe há dois anos e o meu irmão mais velho há muito mais tempo do que isso, nem sei se um dia tive um pai...

— Sasuke...

— Mas eu sempre tive você, a Sakura e o Sagi. É o suficiente pra mim e você tem que aceitar isso. — Ele se levantou e me abraçou, eu nem soube como reagir, mas nem precisei porque logo ele se soltou e foi até minha estante mexer nos meus jogos, era a deixa para eu me calar e apenas o fazer companhia com um jogo de vídeo game.

...

— Provavelmente nunca vai me ouvir falar isso de novo, mas eu invejo a relação de vocês. — Eu disse me sentando no parapeito da janela do quarto de Sakura, era por volta de dez horas da noite e ela dormia abraçada em Sagi que estava encostado na cabeceira da cama, acordado.

— Não se preocupe, eu não vou esquecer isso. — Ele sorriu. — Imaginei que viesse. Vou deixar vocês dois a sós, mas cuidado em hein, estou de olho. — disse enquanto fazia um gesto com os dedos indicador e do meio indo dos seus olhos para os meus.

— Pode deixar.

Sagi a afastou com cuidado e se levantou, quando ele saiu e fechou a porta atrás de si, ela despertou com o barulho.

— Sasuke? Então você veio... — Tentei não me distrair com aquela voz suave e rouca despertando, seus olhos cor de esmeralda brilhavam, o quarto estava escuro, iluminado apenas pela luz da lua entrando pela janela.

— Eu vim, precisava me desculpar... Só de olhar para você sei que por pelo menos um momento se sentiu culpada, mas no fundo você já sabe que tudo aquilo não teve nada a ver com você... claro, ver vocês dois atuando juntos foi um gatilho e tanto para mim, mas tudo que se seguiu só foi o de sempre, só entre ele e eu. — Decidi ser o mais sincero possível, eu não ligava mais para a briga àquela altura, eu só me importava em tê-la magoado.

— Entre você, ele e o seu pai. Naruto e eu soubemos que você tinha perdido o controle quando comparou os dois. — Ela se sentou e me olhou de um jeito terno, senti vontade de abraçá-la, mas não achei que o momento era propício.

— É, por aí... — Me encostei na janela e olhei para fora, meus pensamentos voavam por lembranças não tão agradáveis de família e aquilo me deixava desconfortável. — Acha que pode me perdoar por toda essa confusão? — perguntei e não a olhei.

— Eu não tenho o que perdoar, você sabe, só fiquei preocupada com você, com vocês.

— Obrigada por se preocupar conosco, mesmo que um mereça mais que o outro. — Me virei para ela e sorri tentando aliviar o clima.

— Dá pra ver na sua cara que não para de remoer alguma coisa... Depois de tudo o que aconteceu, seria sobre o ano em que vocês passaram fora com o seu pai? Você nunca contou detalhes. — E lá estava aquele olhar curioso e certeiro, ela e Naruto me conheciam como ninguém e raramente deixavam pontas soltas, exceto pelo fato de que ela deixou passar despercebida minha paixão avassaladora por ela.

— Tem certeza de que quer saber? — Suspirei e me aproximei da cama, sentei-me ao seu lado e toquei seu cabelo.

— Só se você sentir que isso vai te aliviar um pouco.

Ela me encarou e com nossa proximidade senti vontade de beijá-la, contudo, me contive, não era justo fazer isso agora depois de tê-la deixado tão aflita. Sakura tinha razão, eu precisava botar um pouco dos meus pensamentos para fora, então decidi contar-lhe o que se passou no último ano em que estive fora do país.

...

Fazia um ano da morte da minha mãe naquele inverno, dali a poucos meses também faria um ano da trágica morte do tio Kizashi, pai dos irmãos Haruno. Minha relação com a minha, até então, melhor amiga e paixão secreta, Sakura Haruno, já não era a mesma há três anos, quase nunca passávamos algum tempo juntos e quando isso acontecia, Naruto e Hinata estavam conosco e ela usava a presença deles para não ter que ficar sozinha comigo. Depois que nossos pais morreram, tudo ficou ainda mais distante e frio na nossa relação e eu já não sei mais o que fazer, mas quero conseguir fazer algo. Não aguento perder mais ninguém.

— Sasuke? O que está fazendo? — Itachi abriu a porta do meu quarto e se aproximou, eu estava sentado em frente à minha escrivaninha. — Você escreve um diário? — perguntou olhando por cima do meu ombro.

— Não exatamente, são só anotações. O que você quer? — tentei manter o tom indiferente e menos ríspido para que não iniciássemos mais uma de nossas trocas de farpas.

— Entendi... Nosso pai quer falar conosco, desça agora. — Seu tom era extremamente sério e aquilo não poderia significar algo bom.

Na nossa primeira infância, éramos muito próximos do nosso pai, mas logo depois que Itachi completou sete anos e eu cinco, as coisas mudaram. A rotina de trabalho do nosso pai era intensa, apenas o víamos algumas vezes por semana no jantar, aos domingos ele nos treinava em alguns estilos de artes marciais por cerca de três ou quatro horas e depois nos ensinava sobre o ramo de negócios da família Uchiha. Assim sendo, a convivência com nossa mãe era bem maior, mais simples e carinhosa, eu preferi seguir mais próximo aos ensinamentos dela, porém, para o meu irmão era diferente. Itachi sempre se envolvia em brigas e confusões, mas nosso pai nunca o repreendia porque Itachi era obcecado por ele, nunca deixava de treinar, estudava o tempo inteiro sobre carros e negócios, tinha ótimas notas na escola e na frente do grande Uchiha Fugaku era a pessoa mais responsável do mundo, então nosso pai não se importava com o que ele aprontava em seu tempo livre ou fora de sua vista. Depois que mamãe morreu, nós três quase não nos falávamos mais e quando isso acontecia, geralmente discutíamos e eu era o alvo principal por não querer seguir os planos do chefe de família.

— Queria nos ver? — perguntei entrando na sala de estar junto com meu irmão.

— Sim. Arrumem as malas, para muito tempo, vamos viajar. Saímos amanhã pela manhã. — Meu pai disse enquanto lia um jornal sentado em sua poltrona favorita, ele sequer deu-se ao trabalho de nos olhar.

— Viajar? Para onde exatamente? As aulas começam semana que vem. — disse Itachi.

— Vou precisar passar um ano imerso no escritório da filial dos Estados Unidos. Itachi, você já perdeu o último ano do colégio, então para compensar isso, quero que se dedique exclusivamente à empresa nesse um ano e isso não está aberto à discussão, você pode terminar o colegial quando voltarem, assim terminará os estudos junto com o seu irmão. — Ele finalmente tinha tirado os olhos do jornal e eu preferi que tivesse continuado sem nos mostrar aquele semblante duro. — Sasuke, eu já te matriculei em uma escola para que não perca o seu ano letivo, então não se preocupe, nos horários livres quero que nos acompanhe na empresa para nos observar.

— Claro, a escola é o único problema, eu não vou ter que ficar um ano longe do meu país e amigos, da minha casa, do túmulo da minha mãe. Obrigado, pai. — disse no tom mais sarcástico que eu consegui antes que o nó que se formava na minha garganta cortasse minhas palavras de vez. Ele não se deu ao trabalho de me responder.

— Por mim tudo bem, mas você sabe que eu escolhi me dedicar a parte manual do nosso trabalho, não é? Me deixe pelo menos passar um período nas oficinas de lá, não só no escritório. — pediu meu irmão e eu senti meu sangue ferver, ele não se apegava a nada emocionalmente então bancar o adulto na frente do poderoso Uchiha era fácil.

— Faça como quiser, mas vai ter que dar conta das duas coisas.

Foi tudo o que meu pai disse antes de voltar a encarar o seu jornal tão mais importante do que os seus filhos. Voltei para o meu quarto e me joguei na cama, pensei em sair e me despedir dos meus amigos, mas algo me impediu, eu não queria ter que lidar com despedidas e principalmente não queria ir bater na porta da casa da Sakura para dizer “Oi, estou indo passar um ano fora por decisão do meu pai autoritário e inflexível, sei que não conseguimos nos resolver ainda, mas se puder esperar meu retorno, preferencialmente solteira, seria muito bom”. Peguei meu celular e decidi ligar para o Naruto.

((( Uzumaki Idiota chamando )))

— E aí, Sasuke, qual é a boa?

— Oi, Naruto, eu vou ter que sair da cidade... Por um ano, achei que devesse saber.

— O QUE? O QUE É ISSO AGORA DO NADA?

— Você poderia não gritar?

— Foi mal, dattebayo, mas como assim? Pra onde?

— O meu pai precisa passar um tempo nos EUA... Acho que você já entende o resto.

— Então quer dizer que você não tem opção, ttebayo.

— Sim...

— Você já contou pra ela?

— Não... Você poderia fazer isso por mim?

— Tudo bem, mas seria melhor se você-

— Eu não quero me despedir, tá legal? Por isso te liguei, vai ser mais difícil ainda pra mim se eu vir vocês.

— Okay. Droga, o que eu vou fazer sem você por aqui esse tempo todo? E a escola?

— Vou cursar o ano por lá. Você vai arrumar o que fazer, tenho certeza.

— Não esquece de mandar notícias de vez em quando.

— Pode deixar, nos falamos depois, tchau.

— Ok, fica bem, ‘ttebayo.

((( Chamada encerrada )))

No dia seguinte os homens da família Uchiha saíram cedo para o aeroporto e após quase 16 horas de voo, desembarcaram no local em que Sasuke jamais iria querer botar os pés novamente. Nas primeiras semanas, tudo ocorreu da mesma forma com a qual estavam acostumados: Sasuke passava o dia na escola e depois voltava para o apartamento; Itachi passava parte do dia em uma oficina da empresa e depois se juntava à Fugaku no escritório. Os três pouco se falavam quando se encontravam.

Passado um tempo, o pai dos irmãos Uchihas começou à cobrar a presença de Sasuke no escritório e o Uchiha mais novo decidiu se recusar à ir e foi quando tudo piorou. Fugaku e Sasuke discutiam aos menos duas vezes por dia, pessoalmente ou por telefone. Itachi começou à sair para noitadas e se envolver com inúmeras mulheres, expulsando Sasuke do apartamento toda noite em que decidia levá-las para casa. Nessas ocasiões, Sasuke sem muitas opções, vagava pela cidade sozinho noite adentro, carregava consigo sua câmera fotográfica para registrar alguns lugares pelos quais passava e só voltava para o apartamento duas horas antes de ter que ir para o colégio. Na escola, suas notas pioraram consideravelmente já que em grande partes das aulas ele apenas dormia. Durante todo o ano em que passou com o pai e o irmão, o Uchiha mais novo não fez novos amigos, ligava ou mandava mensagens de textos esporádicas para Naruto e nos momentos mais sombrios, tentava se apegar à lembrança de sua mãe e ao desejo de reencontrar sua paixão mais uma vez para se declarar de uma vez por todas, mas em alguns dias, o vazio e estresse das discussões com seu pai e seu irmão o preenchiam de tal maneira que ele não sabia se ainda sobraria algo bom dentro de si para compartilhar com ela.

Em uma noite, nove meses depois de estar longe de casa, Sasuke tentou ter uma conversa familiar com o irmão mais velho, mas tudo o que recebeu de volta foi “Sasuke, você precisa crescer. Invista em mulheres e trabalho, deixe seu pai orgulhoso e isso bastará”. Sasuke não conseguia entender por que Itachi sequer conseguia falar da própria mãe, ou tratá-lo como seu irmão mais novo, a conversa logo virou uma discussão e a discussão uma briga física. Sasuke passou dois dias sem ir até o colégio por conta das marcas daquele conflito; seu pai soube do ocorrido e apenas repreendeu a atitude de Sasuke, alegando que o irmão dele já tinha muitas coisas com as quais se preocupar e não tinha tempo para lidar com o gênio intempestivo de uma criança. Dali até o dia em que embarcariam de volta para casa, o Uchiha mais novo não trocou mais nenhuma palavra com Itachi ou o pai, apenas amenidades, assentia quando precisavam que ele fizesse algo, indo algumas poucas vezes à empresa para que os atritos diminuíssem.

Uma semana antes da viagem de volta para sua cidade natal, Sasuke recebeu uma mensagem do seu melhor amigo, era uma foto e não uma foto qualquer. Sakura estava em pé em seu quarto próxima à janela, estava sorrindo e havia duas coisas diferentes nela, uma eram seus longos cabelos rosa que estavam cortados pouco abaixo das orelhas.  A legenda da mensagem dizia “Ela acabou de cortar o cabelo e a Hinata chorou quando recebeu a foto, então me enviou hahaha to repassando”. O coração de Sasuke acelerou, ele tentou focar no que Naruto dizia na mensagem, mas a outra coisa diferente o deixou ansioso e para ter certeza, com um movimento de pinça com os dedos deu um zoom na imagem, especificamente no pescoço, foi descendo a imagem e antes de chegar ao decote da blusa dela, lá estava: o pingente com a metade de um coração partido, a imagem estava borrada pelo zoom, mas se parecia muito com o dele. Então ela ainda o tinha e o estava usando. A cabeça do Uchiha mais novo girou e ele teve que se sentar, quando seus pensamentos se organizaram, ele sorriu, fazia tempos que não sorria, que não sentia aquele calor dentro do peito. Ela estava usando o colar, será que estava pensando nele? Era uma joia muito especifica para estar sendo usada apenas por coincidência. Foi ali que Sasuke se decidiu, quando voltasse para sua cidade na próxima semana, tentaria fazer o que pudesse para se aproximar da Haruno e deixaria seus problemas familiares longe de sua vida.

...

— Bem, foi isso... — disse depois de concluir meu relato e encarar uma Sakura atônita.

— Sei que não é o ponto principal aqui..., mas quer dizer que o tempo todo eu escondi meu colar atoa? — seu rosto estava vermelho.

— Mais ou menos, eu não tinha certeza de que o que estava usando quando cheguei era o mesmo, o zoom borrou a foto e você não o deixava à vista...

— E eu achando que o seu era um presente da Karin... Naruto tem razão, somos ridículos. — Ela sorriu sem graça e eu também. — Mas, Sasuke, a ideia de você tão sozinho lá... — seus olhos lacrimejaram.

— Agora você sabe o quanto essa viagem piorou as coisas entre mim e Itachi... Não é algo que eu goste de lembrar...

— Me desculpe por nunca ter ligado, nunca ter mandado uma mensagem, eu...

— Você estava magoada comigo, eu sei o porquê.

— Foi infantil da minha parte, eu devia simplesmente ter gritado com você e resolvido as coisas depois. — Ela segurou minha mão e meu coração acelerou com a proximidade.

— Nada foi culpa sua, eu nunca enfrentei meus problemas, sempre preferia deixar passar... Eu tinha que ter me esforçado mais, me desculpado diretamente, sido sincero com você. — Tentei fazê-la se sentir melhor.

— Somos mesmo ridículos. — Ela suspirou e agora riu. “como eu amo quando você ri assim”

— Acho que eu vou indo agora, não quero preocupar a tia Kushina. — Me levantei e soltei sua mão.

Andei alguns passos em direção à janela e foi quando ela se levantou de súbito e segurou novamente a minha mão. Me virei para olhá-la e assim que meu corpo completou o movimento, ela levou uma mão ao meu rosto, se colocou nas pontas dos pés e me beijou. Nossos lábios se tocaram e um choque atravessou o meu corpo, nossos olhares fixos um no outro como se tivéssemos a necessidade de se perder em um mundo só nosso — e foi isso que aconteceu. Passei meu braço pela sua cintura e a trouxe para mais perto, fechamos os olhos. Sua boca se entreabriu na minha e sua língua pediu passagem. Cedi. Seu cheiro, seu gosto, seu calor, tudo para mim era inebriante. O beijou começou calmo, as línguas se explorando dentro das bocas que se abriam e fechavam sincronizadas, nossos corpos tão colados que eu podia sentir seus batimentos cardíacos acelerados. Ela deslizou a mão devagar para o meu pescoço. Tornei o beijo mais ávido, mais suplicante. Minha mente começou a reviver os momentos vividos com ela desde que a conheci até aquele instante. Cada sorriso, cada lágrima. Cada vez que eu deixei de falar o que eu sentia, que eu simplesmente fingi que ela não estava ali só para amenizar meu próprio receio de ser rejeitado. Uma lágrima involuntária escorreu pelo meu rosto e se juntou ao enlace dos nossos lábios, um toque salgado em um beijo tão doce. Logo outra lágrima se juntou àquele beijo e dessa vez era dela. Nossos sentimentos estavam conectados mais uma vez. Nossas respirações ficaram mais pesadas e aprofundei ainda mais o beijo, meu corpo queimava de paixão. Eu apertava sua cintura e ela agora agarrava o meu cabelo. Deslizei minhas mãos para suas coxas afastando um pouco o tecido da sua camisola e com um puxão de leve, a peguei no colo, automaticamente ela entrelaçou as pernas no meu quadril, o movimento fez minha camisa levantar-se com o atrito, pude sentir a pele da sua coxa e o tecido fino da sua calcinha tocar meu abdômen exposto, arfei. Dei alguns passos para frente e deitei seu corpo na cama, sem parar de beijá-la, deitei meu corpo sobre o dela e o pressionei, ela gemeu com o contato da minha ereção, meu lábios sorriram nos seus, afastei o meu rosto e encarei sua face corada, ela abriu os olhos e aquela imensidão verde ardia de desejo, me aproximei novamente dos seus lábios e passei minha língua por eles, ela tremeu. Beijei seu pescoço e cheguei até o seu ouvido.

Não esqueça de onde paramos. — Sussurrei.

Ergui o rosto para olhá-la e ela assentiu, depositei um selinho em seus lábios em forma de despedida — uma extremamente difícil, meu corpo queria mais. Quando saí pela janela, a brisa quente que soprava na noite atingiu meu rosto, a sensação foi agradável, mas nem se comparava ao que eu senti momentos antes. Era a melhor sensação do mundo dentro do melhor beijo do universo.


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Notas finais do capítulo

AHAHAHA eu estou me odiando, vocês também? hahahaha fiquei relendo esse final e........ enfim, seguindo o enredo kkkk

Obrigada por ler ♥



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