Hey Brother escrita por Katara


Capítulo 8
Don't You Worry Child


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, por conta da época de provas, só posso postar um capítulo por semana, espero que entendam :)
Ps: Minha tecla "i" está com problemas, então ela sai por vontade própria, logo alguns "mais" foram transformados em "mas", eu dei uma revisada, mas pode ter me escapado algum.
Don't You Worry Child - Swedish House Mafia



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— Se divertiu? — Rafael pergunta a irmã, enfurecido.

— Até você me envergonhar, e envergonhar todo mundo... — Rebecca finge pensar — Sim.

— Bem — O irmão retruca — se você não fosse a vadia particular de algum marmanjo eu não teria como te envergonhar.

— Olha o jeito que você fala comigo — Rebecca esbraveja.

— Você perdeu todo o respeito próprio — Rafael rebate — não tem como eu te envergonhar.

— Cresça e pare de ser idiota — Rebecca grita com o irmão gesticulando freneticamente.

— Você poderia ter me contado — Rafael responde franzindo as sobrancelhas com falsa calma — Eu teria lhe arrumado um bordel.

— Talvez seja por isso que eu não tenha te contado nada — Rebecca grita a beira das lágrimas — Porque você é um babaca, idiota, hipócrita e...

— Talvez seu namoradinho te ajude a achar adjetivos — Rafael responde ainda cínico — ele parece bem mais velho... Vem cá? Ele não tem vergonha de ir te buscar no fundamental?

— Por que você está sendo tão ridículo? — A garota pergunta frustrada.

— Por que você acha? — Rafael responde perdendo a calma e abrindo os braços, irritado — Talvez porque você não só tenha escondido algo dessa magnitude, como ficou se atracando com ele como uma vadia bem debaixo do meu nariz. Você deve rir da minha cara pelas minhas costas! Mas eu não serei tão idiota novamente.

— Eu sabia que você agiria assim — Becca sussurra.

— É... Bem, pense melhor da próxima vez que for fazer seu irmão de otário — Rafael se dirige ao quarto e bate a porta irritado atrás de si.

...

— Pense que você não fosse mais ficar fora de casa até tarde — o pai de Fernanda comenta ao vê-la entrar na sala.

— Eu nunca disse isso — Fernanda responde cansada.

— Ah, que bom... — seu pai rebate em um tom frio — agora tudo faz sentido.

— Eu liguei pra vocês — a garota contesta — deixei duas mensagens.

— Hum... — O pai replica sarcástico — tudo está certo agora.

— O que você quer de mim? — Fernanda pergunta enfastiada.

— Talvez um pouco de respeito — seu pai lhe responde.

— Eu respeito — ela retruca — respeito cada decisão sua, até aquelas que você não deveria tomar.

— O que você está insinuando? — Seu pai pergunta ríspido.

— Nada — ela responde — estou cansada, vou dormir. Depois nós conversamos — ela sai da sala sem esperar respostas.

...

— Vocês ainda estão brigando? — Fernanda pergunta sentada ao lado de Rafael na beira da piscina.

— Depois daquele show de ontem, teria como eles não brigarem até no mínimo semana que vem? — Ian rebate sem esperar pela resposta de Rafael.

— Eu não estou brigada com ninguém — Rebecca responde — para eu brigar com alguém o primeiro requisito é ter a mesma idade mental que eu tenho — Becca sorri afetada.

— Foi isso que você disse para servir de prostituta? — Rafael responde também sorrindo falsamente.

— Parem de ser ridículos — Fernanda repreende os dois.

— Vamos aproveitar esse dia de sol — Larissa acrescenta.

— E apenas nos divertir — Ian conclui.

— É o que eu pretendo — Rafael responde — A propósito... Lucas, aquela viagem ainda está de pé?

— Não sei — Lucas responde se jogando na piscina — Alguém vai?

— Eu vou — Rafael responde.

— Se o Rafael for, eu também vou — Nicolly acrescenta.

— Bem... — Ian argumenta — eu não tenho nenhuma objeção.

— E eu nunca tive — Larissa conclui.

— Eu não vou ficar em casa — Rebecca rebate — se é isso que você acha. Pode anotar meu nome no pacote.

— Fer...? — Lucas pergunta quando a garota se cala.

— Eu não posso — Fernanda responde — Não posso mesmo, cada dia tem sido pior em casa, minha mãe se mataria sem mim.

— Fer — Larissa sacode a amiga — Não vai ter graça sem você.

— Todos já viajaram sem mim — Fernanda responde — não é grande coisa.

— Esse é um passeio de amigos — Nicolly objeta — Fernanda é uma amiga, vai faltar uma amiga... Logo o passeio está arruinado.

— Não seja tão dramática — Fernanda rebate — Vão! Se divirtam sem mim.

— Eu ainda não me dei por vencida — Nicolly contrapõe antes de pular na piscina.

— Não achei que seria tão fácil — Fernanda sorri antes de pular na água.

— E então — Ian pergunta boiando — Como foi a noite? — Quando Rafael e Rebecca fazem menção de falar ele adiciona — estou excluindo Rebecca e Rafael da minha pergunta.

— Normal — Nicolly responde deitada na boia.

— Nada de mais — Larissa acrescenta.

— Eu comi sardinha — Ian responde a própria pergunta.

— Grande coisa — Larissa rebate irritada.

— Me beije — Ian pede fazendo biquinho.

— Me obrigue — a garota responde jogando água no namorado.

— Parem de ser nojentos — Fernanda reclama — seus... Beijoqueiros.

— Uau! — Larissa replica — estou ofendida.

— Tenham respeito pelas amizades — Lucas apoia Fernanda — Suas... Crias de... Satanás.

— Cara — Ian finge estar impressionado — Se casem logo.

— Não — Ela responde simplesmente — Encontre alguma coisa pra fazer.

— Olha — Ele responde se virando para Larissa — que eu encontro...

— Tudo menos isso — Fernanda acrescenta rapidamente.

— Isso sim — Larissa sussurra se aproximando de Ian.

— Isso não — Lucas grita pulando em Ian e Larissa.

— Você precisa de uma moça — Ian aconselha o amigo — Não o leite condensado. Uma garota sabe? Daquelas bem pegáveis... Cheirosas... E dessas que leem livros como você... E usam óculos.

— E você precisa aprender a hora certa de falar as coisas — Lucas sorri.

— Hum — Larissa suspira em direção à Rebeca, Rafael e Nicolly — trio da depressão está deprimido.

— Ian está te influenciando para o mal — Rebecca retruca.

— Tenho certeza de que sim — Larissa responde dignamente — Espero que isso tenha sido um elogio.

— É claro que... — Rebecca começa — Não.

— Hum — Fernanda nada pensativa — Vocês me envergonham, me deixem em paz.

— Também me envergonho de vocês — Rebecca se une a ela.

— Eu acho — Larissa caminha até as amigas — Que elas estão merecendo ser batizadas.

— Ei — Becca responde indignada — eu já fui, Fernanda anda não foi, ela merece isso.

— Eu sou uma dama — Fernanda argumenta — Vocês não podem me machucar, se tentarem eu vou gritar, e dizer que estão tentando me “estrupra”.

— Batismo? — Nicolly pergunta.

— Batismo! — Ian grita pulando na garota.

...

— Vai sair de novo? — O pai de Fernanda pergunta ao vê-la vestida.

— Não — Ela responde.

— Não minta pra mim — Seu pai pede já irritado.

— Não estou mentindo — Fernanda senta no sofá.

— Você quer ser como sua mãe — Seu pai responde bebendo Whisky — Saindo por aí como os outros, bebendo... Chegando à madrugada.

— Pai, eu não vou a lugar algum — ela responde.

— Não minta pra mim! — Seu pai grita com ela — Eu sei que você faz isso! Vocês duas fazem!

— Pai — Fernanda pede — Se acalme!

— VAI EMBORA DAQUI! — o pai grita — EU ODEIO VOCÊS! ODEIO VOCÊS DUAS!

— Pai! — Fernanda implora confusa.

— Fernanda... Eu não posso mais fazer isso, fingir que estamos em uma família quando não estamos. Por favor, vá embora — Seu pai pede derrotado sentando na poltrona com mais whisky.

Ela pega o casaco e a carteira e sai pela porta, confusa, com lágrimas nos olhos, corre para o elevador, meia hora pensando no que fazer, decide andar, para algum lugar que ela não reconhece de imediato, seus pés apenas fazendo uma rota que ela não se lembra de ter feito algum dia sem o auxilio de um carro.

Sobe com certa dificuldade o muro alto, e depois com mais dificuldade ainda as paredes, até a sacada do segundo andar, bate no vidro, seus dedos tremem ligeiramente, ela então bate com mais força, seus dedos deslizam pela porta quando ninguém atende, já é tarde da noite.

— Fernanda? — Lucas pergunta ao sair pela porta — o que exatamente você está fazendo na minha sacada?

— Lucas — Ela sussurra ao se jogar nos braços do amigo.

— O que aconteceu? — ele pergunta assustado.

— Podemos não falar disso? — ela pergunta — eu só preciso de um lugar para passar a noite.

— Pode ficar aqui — Lucas convida, guiando-a pra dentro — Use a cama de baixo — ele oferece.

— Podemos... Conversar um pouco? — ela pede receosa.

— Claro — Lucas responde sentando no colchão de baixo e convidando Fernanda a sentar ao lado dele — Então... Sobre o que quer falar?

— Sobre banalidades — ela responde se aconchegando ao garoto — de toda espécie.

— Que bom que estamos de acordo — Lucas aquiesce — Então... O que você achou do último jogo da Copa?

— Hum... Não sei... — Fernanda responde — Argentina me faz lembrar o meu primeiro beijo.

— Por quê? — Lucas pergunta curioso — Foi com um Argentino?

— Longe disso — Fernanda ri.

— Me culpa por estar curioso? — o garoto pergunta.

— Não — ela responde receosa — Só que... Não sei, às vezes é embaraçoso lembrar, mas eu não consigo esquecer, porque foi bom.

— Não pergunte pra ela o que isso significa. Não pergunte... — Lucas repete para si mesmo sorrindo.

— Você não quer que eu conte a história do meu primeiro beijo? Não é? — a garota pergunta na defensiva, com um sorriso fraco nos lábios.

— Se você quiser contar — Lucas oferece.

— Hum — Fernanda faz uma pose pensativa, senta com as costas apoiadas na quina — Você primeiro!

— Tudo bem — ele responde após pensar um pouco, sentando-se do outro lado da cama — Mas não vá de maneira alguma rir de mim.

— De maneira alguma — a garota repete séria, acenando com a cabeça.

— É segredo — Lucas continua e Fernanda faz um movimento como se passasse um zíper pelos lábios — Ok... Foi ano passado. Nada de demonstrar surpresa — Ele acrescenta quando Fernanda faz menção de falar algo — Foi ano passado, com a Jéssica...

— Aquele de aparelho sujo? — Fernanda não se contém e corta Lucas.

— Sim, mas ela não estava com o aparelho sujo — Lucas rebate dignamente—, ficamos até mais tarde na aula de Física guardando o material, e quando saímos ela me pediu para acompanha-la até a parada de ônibus, conversamos, rolou um clima e... Ela me beijou— Conclui constrangido por ter “sido beijado” e não “ter beijado”.

— Eu não conseguiria beijar — Fernanda comenta — sabendo o que esteve lá...

— Que bom que o beijo foi meu não seu — o garoto responde fingindo ressentimento — Nem todos tem a sorte de só andar com a nata do Colégio.

— Eu só ando com a nata mesmo — Fernanda responde — vocês.

— Você me entendeu — Lucas retruca — Todos gostam de você, todos os garotos querem você.

— Como se fosse diferente pra você — Fernanda contrapõe — A maioria das garotas quer ficar com você — ela responde indignada olhando para os olhos claros e cabelos escuros de Lucas.

— Porque por alguma razão elas me acham bonito — Lucas responde —, mas não se dão ao trabalho de me conhecer. Eu não quero ficar com uma garota superficial.

— Esse foi um bom ponto — Fernanda sorri — e quanto a este argumento não posso discutir — ela se rende.

— Sua vez! — Lucas comanda.

— Tudo bem — Fernanda responde depois de revirar os olhos — Foi na Copa de 2010, eu e esse garoto tínhamos um lance, eu jurava que era apaixonada por ele, coisa de criança, se quer saber. Bem, nós fizemos uma aposta... Se o Brasil ganhasse a Argentina nas eliminatórias com uma diferença mínima de dois gols, eu beijava ele.

— E aconteceu? — ele pergunta confuso.

— Obviamente — Fernanda responde — Foi meio mágico na época — ela sorri com a lembrança.

— Com quem foi? — ele indaga abruptamente.

— Como assim “Com quem foi”? — ela pergunta na defensiva.

— Ora, eu te falei o meu. Sua vez!

— Não acho que haja necessidade disso — ela responde ainda na defensiva, mas Lucas revira os olhos e ela cede — Foi com o Ian.

— Tá brincando? — Lucas pergunta se esforçando para não rir.

— Foi mágico na época — Fernanda se defende —, mas nós dois éramos meio babacas até então, acho que por isso nós não damos a mínima pra isso atualmente.

— Caramba — Lucas repete sem acreditar — perder o BV com o Ian.

— Ah, cale a boca — Fernanda joga um travesseiro nele — Falando nisso... Cadê seu pirralho?

— Meu irmão — Lucas corrige — Está na casa de um amigo, vai passar a noite.

— Ah, ele finalmente acho alguém pra jogar Call of Duty? — ela questiona deitando.

— Como você sabe disso? — Lucas indaga confuso.

— Você já me falou sobre isso — ela responde bocejando e se aconchegando debaixo das cobertas.

— Quando? — Lucas ainda confuso.

— Ora “Quando”... Faz tempo, eu presto atenção nas coisas que você fala, baby — ela replica brincalhona, já de olhos fechados.

— Hum — é a resposta de Lucas, que também se deita, do lado oposto da cama, seus olhos observam as estrelas pintadas no teto. Alguns minutos depois ele ouve a respiração suave de Fernanda, indicando que ela está dormindo. E com esse som, ele cai no sono também.


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Notas finais do capítulo

Espero que eu tenha melhorado!
Comentem se estiverem afim, lembrem que isso motiva a autora!



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