Infringente escrita por RB


Capítulo 8
Capítulo oito


Notas iniciais do capítulo

*LUMOS*

Aqui vai um cap cheio de surpresa pra vcs! Boa leitura!
PS: Vamos rezar para o Neymar pq ele merece galera! VAI BRASIL!!!

*NOX*



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TRIS
A noite chegou, rápida e fria. Típica de Outono, se não me engano. Estávamos no apartamento de Yulla novamente, discutindo novas teorias sobre os planos de Marcus. A senhora me obrigava a tomar diversos chás, coisa que me intrigava. Como apenas tomar chá em um dia foi capaz de curar meu corpo dolorido e constantemente machucado por três anos?
– É uma antiga técnica da Amizade. Eu nasci lá e sempre me interessei muito por medicina, estudava apenas técnicas naturais. Achava extremamente errado da parte da Erudição depender da tecnologia para curar as pessoas. Nenhum remédio fabricado é melhor que a natureza. Na Abnegação eu ajudava aqueles que precisavam de médico, como os sem-facção.- ela suspirou, se perdendo em lembranças.- Enfim, é passado...
Ela se levanta e leva o resto do chá em direção à cozinha. Me dei conta do quanto deve ter sido difícil para Yulla. Ela passou a vida inteira vivendo através do sistema de facção e, já na velhice, é obrigada a mudar tão radicalmente.
Antes que eu pudesse perguntar algo também, ouvimos um barulho vindo da parte de baixo do prédio, a entrada principal.
– O que foi isso?- Christina perguntou.
– Não sei...- sussurrei já me levantando.
Tobias se aproximou lentamente da janela da frente. Um tiro passou raspando por seu rosto e quebrou a janela.
– Tobias, saia daí!- gritei.
– Soldados do governo provavelmente.- ele veio para o meu lado.- Se vestem parecidos com aqueles que enfrentei ontem.
– Mas Amar, George e Zeke controlam a nova polícia!- Christina exclamou.
– O governo tem outros meios de conseguir soldados Christina. Não só por eles.
– Provavelmente Marcus já sabe que eu escapei de lá.- conclui.
– Mas como ele saberia que você está aqui?- Tobias franziu a testa.
Mais um tiro. Eles estavam tentando arrombar a porta. Christina levantou de um salto.
– Depois discutimos isso. Temos que sair daqui.
Eu concordei.
– Que barulho foi esse?- Yulla voltou para a sala, lentamente, e viu nossa cara de espanto.
Ouvimos pegadas subindo as escadas. Logo não teríamos tempo. Christina pareceu ler meus pensamentos.
– Repetindo: Temos que sair daqui!
– Mas como?- Tobias indagou, preocupado.- Se sairmos agora eles irão nos pegar.
O desespero começou a tomar conta de mim. Não sabia o que fazer no momento, só que precisava fazer algo. E rápido.
– Eu tenho uma saída que dá para a escada de emergência do outro lado do prédio. Como somente eu e Tobias moramos aqui, será mais fácil escapar.
Mais um barulho, dessa vez no corredor. Eles forçavam uma porta. Gelei. Era a porta de Tobias com toda a certeza. Eles estavam muito próximos...
– Corram crianças, corram! Eu irei enrolá-los para lhes dar mais tempo.
Eu neguei, na hora. Não iria deixá-la fazer isso por nós.
– Não Yulla! Você vem com a gente!
– Exato.- Christina me apoiou.- Tem que haver outra forma...
– Venha conosco. - Tobias pediu.
A senhora apenas sorriu.
– Vocês são jovens ainda, tem tanto a viver. Eu já vivi muita coisa, uma velha como eu só iria atrasar seus planos...
– Não, não...- gemi.
– Não se preocupe Beatrice. Estou feliz por fazer isso. Sua mãe teria ficado orgulhosa.
Essa frase fez meu estômago apertar. Será que ficaria mesmo? Ela desviou os olhos de mim e percebi que Tobias e Christina fungavam.
– Foi um prazer conhecer vocês.- Ela colocou a mão no rosto de Tobias.- Seja o bom garoto que sei que você é.- se virou para Chris.- Continue essa pessoa honesta e leal, Christina. Eu tenho muito orgulho de vocês.
A porta do apartamento começa a ser pressionada. Logo os tiros para derrubá-la começam.
– Vão, agora!
Fomos correndo para a cozinha em direção à segunda porta. Por infelicidade eu consegui ver: Os tiros direcionados a porta acertaram Yulla e ela caiu de joelhos.
Corri como nunca em minha vida. Corri para fugir dos soldados do novo governo e principalmente: Corri para não ver o resto da cena. Tive um vislumbre da mesma coisa acontecendo com minha mãe. Ela também caiu de joelhos, como Yulla. Ela também se sacrificou para me salvar, como Yulla. A dor me rasgava por dentro como uma faca. A mesma dor de perder alguém que me assombrava. Mais uma vez alguém morre por mim.
Eu não conheci Yulla por muito tempo. Um dia para ser exata. Mas pareceu que eu a conhecia há anos. Ela era minha vizinha na Abnegação e eu nunca sequer falei com ela. O pouco que descobri essa manhã foi o suficiente para transformá-la em uma pessoa querida para mim. Sua atitude realmente foi de uma ex-integrante da Amizade pertencente a Abnegação. Se sacrificar por três jovens que nem seus parentes eram? Foi muita coragem.
Tobias segurava minha mão e corríamos juntos pelas ruas escuras. Christina tentava nos acompanhar. Ela possuí pernas longas, o que facilita, mas não era tão rápida. Saímos com facilidade do prédio, porém agora éramos perseguidos pelos soldados. Não tivemos tempo de fechar a porta então nos encontraram. Escutávamos tiros ecoando atrás de nós.
Entramos em uma esquina apertada, na esperança de despistá-los. Por sorte conseguimos.
– Para onde vamos?- perguntei, tentando recuperar o fôlego.
Fazia tempo que não corria tanto assim. Era uma sensação ótima de adrenalina, mas eu ainda sentia algumas dores e a velocidade fazia meus pulmões queimarem em busca de ar.
– Eu não sei.- Tobias tentava pensar em algo, eu podia ver por sua expressão.
– Temos que nos separar.-decretou Christina.
Eu ergui a sobrancelha.
– Não, de maneira nenhuma.- Seu tom ficou tenso de repente e ele me abraçou minha cintura, me puxando para mais perto.
– É o único jeito de despistá-los.- ela insistiu.- Se formos todos por caminhos diferentes, será mais difícil.
– E qual será o destino final?- indaguei.
–Bom...o edifício Hancock. Eu estou morando lá, juntamente com Zeke, Shauna, Amar e George. Estaremos seguros. Por hora. Depois vamos para outro lugar...
– Não acho uma boa ideia nos separarmos Christina...-Tobias começou mas foi interrompido.
– Não se preocupe. Tris vai com você e eu sigo por um outro lado. Conheço os caminhos, posso enrolá-los e chegar a tempo. Além disso, sempre carrego uma arma comigo.
Ela subiu um pouco a blusa e apontou para sua cintura.
– Você deveria fazer o mesmo Quatro. Ia ser bem útil hoje.
Tobias bufou mas no fim, todos concordamos. Eu não queria Christina longe de mim, mas não tínhamos muita opção.
– Tome cuidado.- eu praticamente implorei.
– Sempre tomo.- e saiu correndo.
Eu e Tobias fomos para outro lado. Dos seis soldados que nos perseguiam, apenas dois foram atrás de nós. Christina estava certa. Eles foram precipitados e a maioria não nos viram saindo. Ganhamos certa vantagem.
Tiros voavam em nossa direção mas não me atrevi a olhar para trás. Segurava a mão de Tobias como se minha vida dependesse disso.
Ele me guiava em diversas ruelas e isso acabou confundindo-os. Corremos novamente, dessa vez sem ninguém em nosso encalço. Eu pude vislumbrar o edifício Hancock e a tirolesa em seu topo. Diversas lembranças passaram por mim naquele momento.
Eu, de mãos dadas com Tobias, fui feliz em sua direção.


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Notas finais do capítulo

*LUMOS*

E aí, curtiram? Não me matem por favor! Hehehe ateh o próximo! Bjssss

*NOX*



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