POV's Lysandre ON

Já era bem tarde, Katherine não estava em casa e não havia me avisado para onde iria. Passei a tarde toda ensaiando com a banda, sinceramente não estava com cabeça para isso, porém se eu não ocupasse a minha mente, acabaria por enlouquecer.

Depois do ensaio vimos um filme, quero dizer... eles viram, eu apenas encarava a tela enquanto a minha cabeça estava em outro lugar. O peso que eu sentia no meu peito era insuportável, a culpa que eu sentia era inimaginável. Sabia que eu não merecia perdão, ela havia sofrido por minha causa, eu tinha consciência de que era um completo imbecil... apaixonado.

Quando passava-se das 22 horas Katherine apareceu, com no mínimo uma dúzia de sacolas, ela não mudava nunca. Eu estava compondo uma letra muito especial, mas quando ela entrou, perdi completamente e apenas consegui ficar encarando-a. Ela retribuiu com um olhar frio. Será que algum dia ela perdoaria-me?

Kat cumprimentou rapidamente o pessoal e correu para o quarto, fui atrás dela. Não sabia o que dizer, só não podia deixá-la escapar novamente.

—Katherine! Por favor... me dá uma chance. - Foi o melhor que consegui dizer. No que eu estava pensando? Até parece que ela simplesmente iria correr para os meus braços e responder sim.

—Terá de fazer melhor do que isto, boa noite. - ela respondeu friamente. Foi como uma facada em meu coração, como se de repente o chão sumisse, o mundo perdesse a cor e eu despencasse em um abismo sem fim e que quando eu finalmente chegasse ao chão, ficaria ali no escuro, lamentando-me por ser um completo idiota.

Um idiota que finalmente tinha encontrado o seu lugar e que havia estragado tudo. Era assim que devia ser o fim? Não. Eu estava decidido, iria reconquistá-la e seria amanhã. Voltei para a sala e armei o plano com o resto da banda. Seria a minha última tentativa e de coração... espero que de certo.

POV's Lysandre OFF

Não demorei muito para cair no sono, apenas tomei um banho rápido, me arrumei e coloquei as sacolas num canto. O dia havia sido muito cansativo, toda aquela conversa com o Armin e depois as compras com o Alexy, além de ter que encarar o Lysandre... Eu realmente precisava ir embora daqui, mas...Será que eu consigo deixar tudo para trás...? - Este foi o meu último pensamento antes de dormir.

O anjo acordou, o sol havia acabado de surgir e os pássaros já tinham começado a cantar. Era uma bela manhã de primavera, os anjos voavam livremente, todos riam, felizes. Ele sabia que não poderia juntar-se aos outros até reconquistar sua amada. O anjo saiu andando em direção ao Jardim, lembrou-se de quando a levou pela primeira vez, o seu sorriso, como aquele ambiente combinava com ela. Ao chegar lá teve uma surpresa, ela estava sentada no mesmo lugar que eles haviam conversado dias antes. Quando a anjinha o viu, tentou fugir, mas ele a impediu.

Pegou em sua mão e conduziu-a de volta ao banco, pegou a sua harpa e começou a tocar, cantou com todo o coração e quando terminou ela abraçou-o. Havia o perdoado, ele sorriu como nunca havia sorrido. Então levantaram voo. Dançaram junto ao vento, o sol refletia o rosto de sua amada, de belos olhos verdes.

Eles abraçaram-se novamente e naquele momento o sol refletiu as feições do anjo, era Lysandre.

Acordei assustada, com o coração a mil. Então ele era o anjo? O que todos aqueles sonhos significavam? Balancei a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos, mas o meu coração não acalmava-se.

Fui para o banheiro, tomei um banho quente e demorado, depois de um certo tempo, meu coração voltou a bater normalmente. Saí e fiz minha higiene pessoal, coloquei um shorts preto e uma blusa de ombro caído. Não pretendia sair de casa, então para que me arrumar? Não estava no clima.

O apartamento estava silencioso, já passavam das 11, a porta do quarto do Lys estava aberta e ele não estava lá. Decidi tomar café, para onde ele havia ido não era problema meu. Quando cheguei na cozinha, fiquei surpresa, havia sido montada uma mesa de café da manhã,melhor do que a da minha casa e sim, isso é um elogio.

Haviam torradas, salada de fruta, uma torta, pães, suco, café e frutas (N/A: Só eu que fiquei com fome? XP). Do lado de um prato, vi um cartão.

Bom dia, aproveite :)

—Lys.

Por que...? - foi o meu primeiro pensamento. Até parece que vou aceitar isso do meu ex. - Foi o segundo.

"Terá de fazer melhor do que isto..."

Será que... não era possível. Lysandre realmente acreditava que eu perdoaria-o apenas com um café da manhã? Ele não me conhecia. Mas... não faria mal eu pegar só um pedaço de torta, certo?

Acabei cedendo um pouco, só um pouco, e tomei o café e depois arrumei a cozinha. Com a falta do que fazer, decidi ir ver TV, assim que alcancei o controle, reparei um papel colado em baixo dele.

Ainda lembra-se daquele Jardim que te mostrei no parque? Se não for pedir muito... vá para lá agora e olhe embaixo do banco.

—Lys.

Só podia ser brincadeira. O que ele estava planejando? Eu deveria ser sensata e ficar em casa, não iria deixar-me levar, ele não iria conseguir tudo o que queria. Só que... eu era mais curiosa do que pensava e quando dei por mim já estava pegando o celular, calçando as sapatilhas e logo saindo do AP.

O sol estava forte devia ser por volta de meio-dia, as ruas não estavam muito cheias, pois era feriado. Mas no centro da cidade as ruas estavam lotadas, a maioria procurando um lugar para almoçar, haviam vários casais andando de mãos dadas, isso causou um aperto no meu coração e automaticamente fez-me pensar no Lysandre.

Deixando esses pensamentos de lado, cheguei no parque e ele estava praticamente deserto, fui em direção as árvores que escondiam o jardim. Toda a vez que via aquelas flores um sorriso automaticamente surgia no meu rosto, era realmente um lugar especial.

Sentei no banco de pedra e tateei em baixo até encontrar um folha cuidadosamente dobrada e fixada com fita adesiva no banco.

Ainda lembro-me do seu sorriso ao ver esse lugar, foi o sorriso mais lindo que já vi. Espero que um dia você volte a sorrir assim para mim.

Vá até a fonte.

—Lys.

Uma lágrima solitária escorre pelo meu rosto, como havíamos chegado a aquela situação? Num minuto estávamos felizes e no outro não conseguíamos nem ficar cara-a-cara. Lentamente caminhei em direção a fonte, aquele lugar definitivamente me trazia más recordações.

Procurei por todo o lugar, não havia sinal de papel algum, até que vi flutuando n fonte, um plástico lacrado e dentro um papel, rasguei o plástico e li o que estava escrito, por um segundo podia até jurar que o meu coração havia parado.

Será que só para mim que esse lugar traz más recordações? Foi aqui que finalmente abri os meus olhos e percebi que convivia com uma cobra, má, falsa e egoísta, que só queria poder dizer que eu pertencia a ela.

Mas não... eu pertenço a você.

Volte para o AP.

—Lys.

É... só de estar aqui já lembro-me daquele dia, Dakota, Nina, Lysandre... E o pessoal que tanto apoiou-me. Naquele momento percebi como tudo havia mudado, eu tinha amigos de verdade, alguém que amava-me, eu não era mais aquela garotinha mimada, eu tinha descoberto-me. Era forte, destemida, mas que por dentro ainda era como um cristal .

Saí do parque correndo, já passavam das 15 horas, não tinha percebido como o tempo havia voado. Ele deveria estar lá a minha espera. Era óbvio que eu iria perdoá-lo e dessa vez tinha certeza que nada iria separar-nos.

Chegando na frente do prédio, passei quando que voando pelo porteiro, gritei um boa tarde e fui pulando de alegria para o elevador (N/A: não ao pé da letra,ok? Só bem animada XP). Porém estava demorando muito, então decidi ir de escada, eram 14 andares, na metade já estava completamente sem fôlego, nunca fui muito atlética então entrei no 7º andar e peguei o elevador.

Abri a porta rapidamente e não havia ninguém lá, fui até o quarto do Lysandre e... nada. Suspirei e de repente o meu celular apitou, havia uma mensagem, era dele.

Quer um presente? Vá para o seu quarto.

Em cima da minha cama, havia um caixa, abri-a, tinha um belo vestido preto e também um ingresso VIP. Era para o show da banda, às 19h. Olhei para o relógio, já passavam das 16h, ou seja, tinha menos de 3 horas para me arrumar. O que eu considerava muito pouco.

Tomei um banho relaxante, coloquei o vestido, que ficou muito bonito em mim, me maquiei e escolhi um sapato, bolsa e arrumei o cabelo. Até que não estava tão mal, mas preferiria se tivesse o meu cabeleireiro para me ajudar.

Novamente o meu celular bipou, uma das únicas pessoas que eu realmente não queria falar agora, decidiu me enviar mensagem. Para a minha surpresa:

Quer carona para o show? Sem segundas intenções... Só quero reparar os meus erros.

—Armin.

Suspirei, sabia que ele estava arrependido, então aceitei. Logo escutei a campainha, era Armin.

Durante todo o trajeto ficamos em silêncio, quando ele estacionou, disse:

—Espero que um dia a gente possa jogar games de novo. - Ele deu um sorriso triste.

—Vou pensar no assunto,ok? E saiba que você irá perder feio. - eu ri. - E finalmente ele sorriu.

—A gente se vê - disse Armin indo para a fila normal.

Entreguei o ingresso e me dirigi para a primeira fila, logo avistei Rosalya, Kim e Violette.

—Pensei que você não viria! - disse Kim.

—Aconteceram algumas coisas... então decidi vir - respondi.

—A gente sabe. - disse Rosa.

—Sabem...? - perguntei.

—Quem você acha que espalhou os cartões? - perguntou Violette.

—Valeu pessoal. - sorri.

O show começou, todos estavam lindos, as roupas tinham sido feitas pela Rosa, como já era de se esperar. Eu não conseguia tirar os olhos do Lys, que também me encarava.

A banda tocou várias músicas conhecidas de bandas como Black Veil Brides, The Cab, OneRepublic e Falling in Reverse. Antes de começar a música final, Lys disse:

—Eu fui um completo idiota com uma pessoa e eu espero que ela me perdoe. Escrevi essa música para expressar tudo o que eu sinto e espero que depois de hoje... fiquemos juntos, sei que nada, nem ninguém irá nos separar novamente. Eu não vou deixar.

(N/A: atenção leitoras :3 Coloquem a música que está nas notas do capítulo e acompanhem a letra!)

There's a shop down the street
Where they sell plastic rings
For a quarter a piece I swear it
Yeah I know that it's cheap
Not like gold in your dreams
But I hope that
You'll still wear it

Yeah, the ink may stain my skin
And my jeans may all be ripped
I'm not perfect but I swear
I'm perfect for you

And there's no guarantee
That this'll be easy
It's not a miracle you need
Believe me
Yeah I'm no angel
I'm just me
But I will love you endlessly
Wings aren't what you need
You need me

There's a house on the hill
With a view of the town
And I know how you adore it
So I'll work everyday
Through the sun and the rain
Until I can afford it

Yeah your friends might think I'm crazy
But they can only see
I'm not perfect, but I swear I'm perfect for you

And there's no guarantee
That this'll be easy
It's not a miracle you need
Believe me
Yeah I'm no angel
I'm just me
But I will love you endlessly
Wings aren't what you need
You need me

(You need me, I know you need me,
You need me, I know you need me)

Ink may stain my skin
And my jeans may all be ripped
I'm not perfect but I swear
I'm perfect for you

And there's no guarantee
That this'll be easy (this'll be easy)
It's not a miracle you need
Believe me (don't you believe me)
Yeah I'm no angel
I'm just me
But I will love you endlessly
Wings aren't what you need
You need me (You know You need me)

There's a shop down the street
Where they sell plastic rings
For a quarter a piece I swear it
Yeah I know that it's cheap
Not like gold in your dreams
But I hope that
You'll still wear it

Meu coração foi a milhão, não conseguia parar de sorrir. Como da outra vez, ele desceu do palco e veio ao meu encontro e me abraçou. Ao meu lado, pude ver as meninas chorarem e a platéia aplaudir.

—Me perdoa? Eu te amo. - perguntou.

—É claro que eu te perdoo. Vir para cá, conhecer você e o pessoal, foram as melhores coisas que já aconteceram na minha vda. - então ele me beijou.

Depois de um tempo nos separamos e tudo o que eu consegui dizer foi...

—Eu te amo, Lys.

POV's Autora ON

Eu poderia escrever "Fim" ou "E viveram felizes para sempre"... mas aí eu estaria mentindo. Uma história não acaba quando termina-se de ler a última página, ou quando sobe- se os créditos de um filme. O leitor pode continuar a história, criar infinitos desfechos,discussões, paixões... Deixar a história como ele bem entender. Esse é o poder de um leitor: trocar o ponto final por uma vírgula, o Adeus por um até breve e criar a 2º temporada daquela história que ele tanto gosta. A criatividade não tem limites, o mundo é feito de infinitas possibilidades, sonhos e esperanças.
Se o casal Katherine e Lysandre irão ficar juntos a partir de agora, só depende de você, caro leitor.

POV's Autora OFF